047
Charli D'amelio pov's
Los Angeles - Califórnia
No dia seguinte, acordo como sempre, as seis da manhã. Chase estava dormindo ainda. Me levantei e peguei minhas roupas entrando no banheiro. Tomei um rápido banho, assim que sai e Chase já estava acordado.
— Bom dia! – digo indo direto para a frente do espelho grande.
— Bom... – boceja – dia!
— Dormiu bem?
— Não sei, eu estava dormindo!
— Mal começou o dia! – digo escovando meu cabelo.
— Sabe como é... – revirei os olhos. — Já vai para faculdade?
— Sim, tenho que falar com a diretora e logo depois ir para o hospital. Eu entro as oito.
— Eu te levo!
— Não precisa, eu pego um táxi! – ele revira os olhos.
— Deixa de frescura, eu vou só tomar um banho.
— Tudo isso para não me dar um carro? – provoco.
— Ainda com essa história? Desencana! – diz entrando no banheiro.
— Eu tenho meus direitos! – cruzei os braços.
— Claro que tem, menos o de ter um carro e sair atropelando pessoas bonitas como eu! – retrucou ainda no banheiro.
— Você é ridiculo! – ele riu.
Arrumei minha bolsa e aproveitei para terminar de ajeitar o meu cabelo. Sai do quarto e assim que cheguei no primeiro andar, senti um cheiro de café delicioso.
— Maria, eu estava morrendo de saudade do seu café! – digo entrando na cozinha lhe pegando de surpresa.
— Já acordada?
— Tenho estágio.
— Vocês mal voltaram de viagem.
— Já fiquei muito tempo longe de tudo, estou precisando focar mais nos estudos.
— Entendo.
— E Karissa? – pergunto me sentando no balcão.
— Ih! Essa só vai acordar lá para as onze ou uma da tarde.
— Já previa. – ela riu.
— E Chase?
— Tomando banho. – Maria me serve uma xícara de café. – Obrigada!
— Por nada flor! – sorriu mas depois voltou a ficar séria. — Charli, esse casamento...
— Sim, e foi um momento de desespero onde eu estava confusa, papai fazendo pressão sobre mim e acabei aceitando. – digo antes de soltar um suspiro. — Não me orgulho, não pense que foi tão fácil. Um lado meu se arrepende perdidamente, mas outro lado... por outro lado não me arrependo nenhum pouco. É complicado. – digo antes de tomar um gole do café.
Maria sempre saca as coisas de primeira, é óbvio que ela não iria cair nessa. Não me conhecendo a tanto tempo.
Ela segura minhas mãos e me encara.
— Vocês parecem se dar bem.
— As vezes queremos nos matar, mas outras vezes... eu não sei explicar. – dou de ombros.
— Gosta dele? – me encarou.
— Pior é que eu gosto! – faço uma careta com a confissão e ela sorri. — Não queria gostar, mas gosto.
— Ele também parece gostar de você.
— Ele gosta, mas não dessa maneira. – a encaro. — Ele só está tentando fazer com que dê certo.
— Por que eu sinto que é mais que isso?
— Porque a senhora ama um romance, apenas isso. Eu vou acabar me atrasando e essa praga não sai do banho! – ela ri. — Acredita que ele não quer me dar um carro?
— E com razão, você fundiu o motor de dois. – a encarei indignada.
— Maria, nem pense em abrir essa boca perto dele. Ninguém precisa saber sobre isso! – ela sorri.
— Seu segredo está a salvo. – voltou sua atenção para seu trabalho e eu para o meu café.
— Já sabe da namorada do meu pai? – perguntei me encostando no balcão.
— Não. – se virou para mim com o cenho franzido. — Como assim namorada?
— Uma interesseira cujo o nome é Vanessa. – digo tomando meu café.
— Como o seu pai foi cair nessa novamente? – perguntou indignada e dei de ombros.
— Caiu na besteira de se apaixonar.
— Por que besteira?
— Porque ele se apaixonou por alguém que não sente nada por ele, uma pessoa que só se interessa pelo dinheiro dele.
— Quero ver quando ele abrir os olhos e ver que tudo é falso. Imagine a dor de saber que a pessoa que você ama não te ama, deve ser horrível!
— Dói mais que uma facada! – digo pensando alto.
— Como sabe? Já sentiu ou sente algo assim? – me encarou.
— Não, mas imagino que seja assim. – ela nega com a cabeça e ri.
— Continua a mesma dramática de sempre. Talvez você também devesse abrir esses olhos. – a olhei sem entender.
— Estou pronto, vamos indo? – Chase diz entrando na cozinha e me assustando.
— Não vai tomar café? – Maria perguntou.
— Pode ser lasanha? – ela riu.
— Até poderia, mas o senhor comeu tudo!
— Senhor está no céu, é Chase ou lindinho. – sorriu.
— Eu vou me atrasar! – digo me levantando. — Tchau Maria! · lhe dei um beijo no rosto.
— Querida tenha um bom dia! E o... você também! – Maria diz sem jeito.
— Obrigado, florzinha. – Chase tomou a liberdade de beijá-la no rosto a fazendo corar. Peguei minha bolsa sai na frente de Chase.
Descemos até o estacionamento em silêncio. Entramos no carro e seguimos a caminho da universidade.
— Já está de mal humor? – ele questiona.
— Não, eu só quero ficar um pouco quieta.
— Desabafa, se abre comigo.
— Não precisa se preocupar comigo, eu estou bem.
— Tem certeza mesmo? Não parece!
— Sim, Chase. Eu e minha mente não precisamos de mais um para atrapalhar! – ele dá de ombros e não diz mais nada.
Me viro para a janela encarando o movimento do lado de fora.
Minha conversa com Maria me fez cair na real. A dor de saber que a pessoa que você é apaixonada não sente nada por você é a pior. Nunca levei um tiro e muito menos uma facada, mas a dor interior parece sempre ser mais dolorosa que a física.
Ter a realidade diante de seus olhos dói tanto. Lidar com o coração não é fácil, se apaixonar não é fácil, nada nessa vida é fácil. Essa nossa aproximação me faz bem mas ao mesmo tempo me deixa desconfortável.
Posso ter sido sempre a melhor aluna da sala, posso ter tido por longos anos o título de garota prodígio, posso ser boa com cálculos, com filosofia, com medicina, mas nem tudo é o que parece.
Tudo o que eu fiz agora não tem sido inteligente ou digno de um grande título. Tenho que entender de uma vez que Chase não sente nada por mim. Se ele me quis foi por puro respeito, foi para não chegar ao ponto de sair com outras e depois estragar sua imagem com seu pai.
Tudo isso é ilusão minha. O mais recomendável agora é que nós fiquemos afastados. Com Karissa e Maria não vai ser muito fácil, mas como eu sabia desde o início, eu teria de atuar. Tudo o que tinhamos ou tivemos até agora, tem que acabar!
Assim que avisto a Universidade voltei a real. Chase para em frente a ela e eu desço.
— Obrigada. – fechei a porta sem esperar por sua resposta e entrei.
Talvez eu esteja sendo dura de mais, talvez eu esteja confusa de mais. Mas só de me imaginar novamente em um poço sem fundo por algo que eu já sabia que não ia dar certo, me dói.
Kisses, Karol
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