044

Charli D'amelio pov's
Paris - França

"Eu sou bonitinha e você é bonitinho. Temos que ser bonitinhos juntos para ter bebezinhos bonitinhos e salvar o mundo."

Meus olhos se abrem de imediato. As memórias daquela noite invadem a minha mente e tudo o que faço é gritar e sair da cama em desespero.

Olhei para Chase praticamente desmaiado na cama. Meu coração está acelerado. Agora eu me lembro de tudo sobre aquela noite.

Por que eu? Por que logo agora? Por que hoje?

Encarei Chase novamente. Esse desgraçado lembrava de tudo e não me disse nada. Ele sabia e ainda assim não me disse nada. Eu quero morrer!

Me cobri com um roupão no banheiro e voltei para o quarto. Olhei para o relógio e já era hora dele acordar mesmo.

— CHASSSSSSEEEEEEEE!!!! – gritei em plenos pulmões o fazendo acordar assustado e cair do outro lado no chão.

Ele se levanta assustado e me olha em desespero.

— O que? O que aconteceu? – eu até sentiria dó, mas o único sentimento dentro de mim agora é o de vingança.

— Por que não me disse que se lembrava de tudo? Como pode esconder isso de mim! – gritei agora mais baixo. Ele me olhou confuso.

— Me acordou para isso? Fala sério! – disse com desdém antes de bocejar. — Eu achei melhor não contar, aquilo foi constrangedor o suficiente para não querer lembrar nunca mais.

— Chase, eu vivi uma mentira todo esse tempo. E por sua culpa!

— Mentira uma ova! Você quem não se lembrava da verdade e não seria eu a te dizer. Eu apenas ocultei ela de você. – diz indo até o banheiro na maior das tranquilidades da forma que estava.

— Ainda assim foi errado comigo. – suspirei passando as mãos no rosto. Que catástrofe!

Encarei a cama desarrumada e não pude evitar sorrir. Ao menos daquela noite eu me lembrava bem, mesmo que minha cabeça dissesse que eu estava ferrada.

— Que horas são? – ele perguntou ao sair do banheiro.

— Quase oito.

— Certo. Não, calma ai!

— O que? – perguntei lhe vendo parar no meio do quarto e me encarar.

— Se sente bem? – franzi o cenho.

— Sim, por que?

— Não sei, já pensou em fazer tratamento? Tipo com psicólogo ou psiquiatra?

— Chase, vai para o banho! Eu também preciso tomar então não me atrasa.

— Só quero deixar uma coisa bem clara! – vem até mim. — Sem ressentimentos novamente? Sem surtos?

— Hum, sem ressentimentos e sem surtos. – dei de ombros.

— Mesmo? Porque você diz sim agora mas daqui três horas muda de ideia e sai jogando na minha cara.

— Sim.

— Tem certeza? Por que não nos sentamos e conversamos um pouco? Hum? – ofereceu a cama.

— Eu sei muito bem o que está tentando fazer e eu não vou deixar que nós percamos o vôo! Vai para o banho, anda! – lhe empurrei.

— Chata! – resmungou.

— Eu ouvi!

— Era para você ouvir! – reviro os olhos e ele entra no banheiro, mas logo sai. — Você está com pressa?

— Mas é claro, temos um vôo para pegar.

— Então por que não economizamos tempo e não tomamos banho juntos? – lhe encarei.

— Não.

— Por que não? Não há nada que já não tenhamos visto mesmo. É só um banho.

— Não, agora para de perder tempo e toma logo esse banho. – digo arrumando minha roupa para uso. O escuto bufar e fechar a porta. Eu estou louca mas estou ciente. Escuto o chuveiro ser ligado e solto um suspiro aliviado. Me levanto para arrumar a cama, a porta do banheiro é aberta novamente. — O que foi agora? – sem resposta ele me pega nos braços. — Chase! Me solta! – ele me ignora e entra no banheiro me colocando debaixo do chuveiro.

— Agora sim. – sorriu para minha figura enxarcada.

— Seu palhaço! Olha o que fez! Qual é o seu problema? – gritei lhe estapeando.

— Vamos economizar tempo, anda para de ser chata. Agora você já está molhada, bebê. – riu basicamente me empurrando e se colocando debaixo do chuveiro ao meu lado.

— Chase, você é um idiota! - resmunguei retirando o roupão por vencida. — Tantas pessoas nesse mundo, por que logo você?

— Não reclama não, eu não sou de se jogar fora. – diz me pegando de surpresa ao começar ensaboar minhas costas.

— Você é irritante, rei da irritação. – voltei a resmungar.

— Um irritante bonito. No fundo eu sei que você ama esse ser irritante, você só finge. – fiquei um minuto sem responder.

— Tanto faz. – me virei para sí. — O que você tem de bonito, você tem de idiota. Só resta aceitar. – o fiz se virar de costas para mim. Suas costas são tão largas e... — Deus! – encarei os arranhões marcados nas mesmas estatíca.

— Isso é obra sua. – encarei um tanto incrédula e comecei a ensaboa-la.

— Eu sei. – murmurei um pouco trêmula.

— Charli, você tem que entender que eu só quero ter uma boa relação com você. Se somos um casal agora, por que não agirmos como um? – se virou para mim pegando o sabonete.

—Porque é complicado para mim, não é tão simples como parece ou como deveria ser. – ele suspirou e segurou meu rosto com suas mãos. Se aproximou e colou nossos lábios um no outro. O beijo se iniciou calmo e leve. Um barulho de algo indo contra o chão me desperta e quebro o beijo. Olho para o chão e vejo o sabonete. — Nem me olhe, eu não vou pegar.

— Por que não?

— P-por que não foi eu quem derrubei, pega você.

— Tá com medo de que hein?

— Não tenho medo de nada, só pega logo.

— Eu não quero!

— Não perguntei, eu disse para você pegar. Anda! – voltamos a discutir sobre quem deveria pegar.

O restante do banho foi rápido e calmo.

Depois de tudo arrumado, descemos e  Chase foi falar com a rescepcionista. Resolvi ficar esperando de longe.

— Olá! – me viro e vejo Lucas.

— Lucas! – o abracei. — O que está fazendo aqui?

— Você me disse que iria embora em três dias, então resolvi vir me despedir de você.

— Eu quero pedir desculpas por aquele dia, é que Chase é meio...

— Ciúmento. É, eu percebi, quer dizer, aquilo me pareceu insegurança.

— Ele não é inseguro, ele só...

— Não curte outros caras se aproximem muito do que é dele. – Chase diz me interrompendo e passando o braço pela minha cintura e encarando Lucas.

— Ela é propriedade sua? – Lucas o desafia.

— Propriedade não, mas digamos que em todos os sentidos sim, ela é minha. – encarou Lucas sério. — Enfim, temos que ir!

— Tchau Lucas. – o abracei. – Até mais!

— Até! – me deu um beijo no canto da boca. Ok, Lucas! Me afastei um pouco sem graça. – Chase... foi um prazer.

— Não posso dizer o mesmo. – ele sorriu. — Adeus! – me puxou saíndo do hotel e entrando no táxi. — Esse cara é muito folgado! Eu posso imaginar a obra de arte que seria a minha mão acertando a cara dele!

— Chase, de novo não. – revirei os olhos.

— Você viu, ele me provocou, e não diga que não viu porque ele me provocou sim!

— Tanto faz, Chase. – suspirei.

— Imbecil! – olhei para ele e vi sua cara de raiva e não consegui evitar rir. — Está rindo do que?

— Nada, eu sou idiota. – ele me encara sem entender e lhe dou um tapa no braço.

— Ai! O que eu fiz agora?

— Em outros tempos você concordaria comigo dizendo que sou idiota.

— Você não é idiota, só precisa de ajuda.

— Como se você também não precisasse. – resmunguei.

Chegamos no aeroporto e Chase foi fazer o Check-In. Poucos minutos depois nosso vôo é chamado e nos dirijimos ao portão de embarque. Entramos no avião e nos sentamos em nossos devidos assentos.

— Com medo? – ele questiona.

— Você sabe, eu tenho trauma de avião.

— Relaxa! – apertou minha mão. — Não vai acontecer nada. Agora, se não quiser ir eu vou entender! – lhe empurrei. — Para de me agredir! – reclamou dramático. — Vai voltar para a faculdade? - mudou de assunto.

— Sim, eu já estou no meu último ano e preciso me dedicar ao máximo.

— Coragem, ter que ter coragem. – diz fazendo careta. — Eu vou dormir! Porque "Acidentalmente" – fez aspas. — alguém fez com que eu voasse da cama!

— Só para constar, não foi acidentalmente.

— Eu já desconfiava! – revirei os olhos. E assim fechei os olhos e cai no sono.

Kisses, Karol

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