Capítulo 68

Acordei com uma fome de leão. E o cheiro que vinha da cozinha só me ajudava mais e mais.

Saí do quarto e fui até a cozinha. Brian estava cozinhando. Sim ele aprendeu, o básico mas aprendeu e foi tudo graças a eu e Maria.

— Que cheiro bom! – digo entrando na cozinha.

— Bom dia! – ele exclamou me beijando.

— Bom dia. O que está fazendo de bom hoje? – pergunto me sentando na cadeira do balcão e o observando.

— Que tal, panquecas! – colocou um prato a minha frente, com uma montanha de panquecas exatamente como nos filmes – Ah esqueci! – jogou mel por cima.

— A cada dia que passa tem sido cada vez mais difícil acreditar que tudo isso é real. – confesso lhe dando um beijo rápido. — Agora me de licença, pois eu tenho que matar o que está matando meu filho!

— Quem?– perguntou sem entender.

— A fome! – ele ri. — Não ri não, é sério! Eu podia estar dormindo mas senti essa coisinha se revirar a noite toda.

— Awn! – veio até mim e se abaixou até minha barriga. — O senhor esta com fome é? Hum? Fala para o papai, está com fome não é? – colocou o ouvido em minha barriga – Ai! – se levantou.

— O que foi?

— Ele me chutou! – diz em choque e eu sorri. — Ele me chutou! – repetiu sorrindo e se abaixou novamente. — Pode ser que você tenha me deixado surdo, mas papai ainda te ama! – beijo minha barriga me deixando emocionada, isso sempre acontecia quando ele fazia aquilo.

— Você é tão bobinho! – digo enxugando minhas lágrimas
e comecei a comer minha panqueca.

— Então quer dizer que hoje você vira uma médica é? – se sentou ao meu lado.

— Sabe que não oficialmente, ainda faltam mais quatro anos.

— Podem faltar quantos anos forem, para mim você já é uma médica e estou orgulhoso de você.

— Para, vai me fazer chorar na panqueca. – ele riu.

— Estou falando sério. Todas as vezes que me trocou por aqueles livros e me abandou por horas em pleno fim de semana para ficar naquele hospital tem válido a pena. Vai cuidar de mim é?

— Claro que eu vou! – digo já chorando e lhe dei um beijo. — Vou cuidar direitinho!

— Ótimo! – sorriu. — Já tem ideias de nomes para o nosso mini Brian? – mudou de assunto enxugando minhas lágrimas.

— Nenhuma ainda, e você?

— Sim, Brian Júnior! – revirei os olhos.

— Nunca!

— Ah, então eu não sei! – cruzou os braços.

— Benjamim? Era o nome do meu avô. – sugeri.

— É muito grande!

— Miguel!

—  João! – falamos juntos. O encarei e sorri.

— João Miguel!

— Gostei! João Miguel Campbell!

— Vocês são horríveis! – Samantha diz brotando do além.

— Não gostou? – perguntei.

— Honestamente? – afirmamos – Não!

— Qual é o problema com o nome? – Brian questionou ofendido.

— Nenhum exatamente. – diz se aproximando e roubando meu prato com panquecas. — Vocês dois têm descendência americana. Deveriam arrumar um nome neutro para combinar com os sobrenomes de vocês. – eu e Brian nos olhamos.

— Não tinha pensado nisso. – confessei. — Certo, e você teria alguma sugestão? – perguntei.

— Algumas. Querem saber uma? – afirmamos. — Thomas. 

— Thomas? – Brian me olhou.

— Thomas Azevedo Campbell. – Samantha diz. — É um nome neutro que combina com o sobrenome de vocês.

— Você fala como se fosse profissional de nomes. – Brian diz.

— E sou mesmo. Se um dia eu tiver uma filha, vai ser chamar Dora. – deixou o prato de lado. — Sabem por que? – negamos – Porque significa presente, dádiva e dom. – nos olhamos surpresos.

— E Thomas significa o que?

— Significa Gêmeo, mas que também pode ser compreendido como "Próximo". Em alguns livros dizem que isso significa o amor e a união da família. – deu de ombros.

— Onde aprendeu essas coisas? – Brian questiona.

— Nem tudo que eu faço é cem porcento por loucura, Samantha Campbell também é cultura querido. Agora eu tenho que ir, tchau! – acenou deixando o apartamento logo em seguida.

Mais uma vez Samantha pegando todos de surpresa.

— Thomas?

— Eu gostei. – confessei.

— Também gostei. – sorriu. — Então vai ser Thomas.

— Thomas? – acariciei minha barriga recebendo um chute. Sorri abartamente. — Parece que ele gostou. – sorri.

No fim da tarde eu comecei a me arrumar. Vesti meu vestido lilás longo e uma sandália de saltinho preta. Fiz uma boa maquiagem e e vesti a beca. Brian tinha se arrumado primeiro. Peguei minha bolsinha e sai do quarto. Entrei na sala e Brian rapidamente me olha.

— Você está linda!

— Obrigada, e você está um gato! – ele sorri. Estendeu seu braço e eu enlacei o meu com o seu.

— Vamos?

— Vamos! – saímos do apartamento. Assim que chegamos nos dirigimos até o salão. Meu pai já estava lá. — Pai! – o abracei.

— Filha, como está?

— Estou bem, e você?

— Muito bem. – sorriu – Brian! – apertou a mão de Brian.

— E Helô? – perguntei percebendo a ausência da mulher.

— Foi ao banheiro. Me diz filha, e o bebê? Já sabem? – eu e Brian nos entreolhamos e sorrimos afirmando.

— É um menino! – meu pai abriu um sorriso e me abraçou.

— Parabéns minha filha! Brian! – o abraçou. — Parabéns!

— Oh, vocês já chegaram! – Heloísa diz ao se aproximar, abraçando nós dois. — Como vão?

— Muito bem! – sorri animada.

— Imagine Heloísa, vou ganhar um neto! Um menino! – papai diz animado.

— Oh, parabéns! – sorriu ela.

— Obrigada! – agradeci sorrindo.

Fernanda apareceu dizendo para  todos irem para seus lugares. Dei um beijo em Brian e fui para a área dos alunos.

Marcos fez um discurso imenso e nada de Júlia chegar. Estou começando a me preocupar. Quando eu menos espero, ela aparece se sentando ao meu lado.

— Me atrasei muito?

— Como sempre! – ela ri baixo.

— Estou tentando me adaptar a vida de casada, me dá um desconto! – eu ri.

— Claro. – todos os professores fizeram um discurso emocionante. Logo começaram a chamar para pegar o
diploma.

— Anna Backer Campbell! – com cuidado subi no palco e peguei o diploma. Cumprimentei os professores e desci. Depois de todos chamados o professor completou. — Parabéns a todos vocês! Foi um longo percurso até aqui e ainda haverá mais um longo pela frente para quem irá seguir adiante. Desejo-lhes muita sorte! A nova turma de formandos! – todos aplaudiram. Todos jogamos o capelo para o alto como nos filmes em total animação.

— Finalmente! – Júlia diz me abraçando.

— Conseguimos! – sorri.

— Doutora Anna Campbell? – me virei encontrando Brian. — Estou com um problema. – colocou a mão no peito.

— Qual senhor Campbell?

— Duas pessoas deram uma flechada no meu coração, sinto que posso morrer.

— Oh! Que pessoas?

— Uma mulher chamada Anna Backer Campbell e um garotinho chamado Thomas Azevedo Campbell! – eu sorri.

— Não se preocupe, farei de tudo para salva-lo! – coloquei os braços em volta de seu pescoço.

— De tudo?

— Sim, confie em mim. – ele sorriu e me beijou. Com carinho, paixão, amor. Eu estou nas nuvens!

— Já disse antes, mas vou dizer de novo. Estou orgulhoso!

— Obrigada! – lhe beijei novamente.

— Preciso te levar a um lugar!

— Agora?

— Sim, vamos! – me puxou. Saímos do salão e entramos no carro.

— Para onde vamos? – perguntei curiosa.

— Quero te dar um presente de formatura!

— Que presente? – pergunto mais curiosa ainda.

— Surpresa! – depois de longos minutos comigo tentando descobrir o que era, entramos em um condomínio.

Paramos em frente a uma mansão imensa.

— Quem mora aqui?

— Só vai descobrir quando entrarmos. – sorriu. Saímos do carro e entramos na casa.

Ela era linda e grande. A decoração maravilhosa, era tudo muito encantador.

— E então, quem mora aqui?

— Seja bem vinda a nova casa da Família Campbell! – o encarei sem reação.

— O-o que? Essa casa...– ele me interrompe.

— É nossa! – eu não estava acreditando. — Gostou?

— Se eu gostei? Eu Amei! É linda! – o abracei emocionada.

— Então deixa eu te mostrar uma coisa. – com cuidado subimos as escadas. Ele parou em frente a uma porta e sorriu a abrindo. Assim que olho por dentro quase tenho um ataque.

— Oh meu Deus! – exclamei o quarto era todo branco com detalhes azuis. Com um bercinho branco. Uma caixa cheia de brinquedos. Tudo lindo! E na parede uma placa escrito "Thomas" — Mas como? – perguntei chocada. — Nós descobrimos esses dias!

— Nisso que da ter conhecidos arquitetos que são ágeis! Deu um certo trabalho para ficar pronto tão rápido, mas valeu a pena! – o abracei e o beijei.

— Ficou perfeito!

— Então venha ver nosso quarto! – saímos do quarto e fomos para o quarto ao lado. Já que era no fim do corredor. Assim que ele abriu a porta quase cai para trás. Era lindo. Na cor branca. Móveis lindos. Sacada. Closet.

— Meu Deus Brian! Eu não sei o que dizer.

— Não diz nada! – sorriu me abraçando pela cintura. — Seu sorriso diz tudo! – me beijou.

— Você não existe!

— Existo sim, quer ver? – me beijou novamente. Um beijo tão cheio de carinho, amor. O beijo foi se intensificando quando seu celular toca. — Ah não!

— Atende vai! – ele bufa e pega o celular o atendendo.

— Oi pai... O que? ... como assim? ... justo agora? ... Por que eu? ... Tá, já estou indo! ... ok, tchau! – desligou, e sua cara não era muito boa.

— O que aconteceu?

— Adivinha...

— Samantha! O que ela fez agora?

— Sumiu! Evaporou! Desapareceu!

— Então vamos logo!

— Não! Você vai ficar no AP.

— Por que?

— Olha eu nem sei onde essa louca se meteu, e ficar andando a essa hora em qualquer lugar e no seu estado nem pensar!

— Brian por favor, eu consigo!

— Não Anna! Se acontecer alguma coisa com vocês dois eu não vou me perdoar.

— Brian! – coloquei minhas mãos em seu rosto – Vamos por favor! – ele suspira.

— Tudo bem! – saímos da casa e entramos no carro e seguimos a fora do condomínio.

— Tem alguma ideia de onde ela pode ter ido?

— Nenhuma. – suspirou. — Agora eu nem estou achando tão ruim a ideia do meu pai em implantar um chip de rastreação na cabeça dela. – bufou.

— Vocês dois não fariam isso. – digo rindo.

— Ela não falou nada nessas últimas semanas? – pensei um pouco.

— Além de dizer que iria para Capadócia... – eu ri me lembrando — Não. Será que ela foi para o México de novo?

— Quem sabe? – deu de ombros. — Da Samantha se pode esperar tudo.

— Ou ela arrumou um namorado! – provoquei. Brian tinha um certo ciúme de Samantha mas procurava não demonstrar, mas quando demonstrava me divertia. Como eu já esperava, ele fechou a cara com a ideia.

— Não, a Samantha não é de namorar.

— Isso é o que você pensa. – ele me olhou.

— Por que? Você sabe de alguma coisa?

— Não, eu estou tirando uma com a sua cara! – digo rindo.

— Palhaça! – resmungou.

— Falando sério agora, eu acho que sei onde ela pode estar.

— Onde?

— Na praia!

— O que? Não seria muito óbvio?

— Confie em mim, praia! – ele concordou e seguimos até a praia. Assim que paramos descemos. Olhei por toda praia e vi uma cabana armada no meio dela. — Achei! – o puxei entrando na areia. Caminhamos até a barraca. — Hey! – chamei e não respondeu. — Pizza grátis! – ela abriu rapidamente a pequena cabana.

— Ah, é vocês! – diz com desdém – Não brinquem assim com um coração de uma jovem. – saiu de dentro da cabana. — Como me acharam?

— Eu sei que você gosta da praia e sei que é capaz de morar nela. – digo.

— Eu deveria ter escolhido outro lugar!

— O que foi dessa vez? – Brian pergunta enquanto me ajuda a sentar na areia.

— Sei lá! – deu de ombros.

— Sei lá não é resposta!

— Ah, eu estou entediada! Nada de emocionante acontecendo na minha vida.

— Entediada? – perguntei incrédula. — Outro dia você pulou de paraquedas, adotou uma hiena, pegou o carro do seu pai e bateu, coloriu a piscina. E ainda me diz que nada emocionante aconteceu na sua vida? Samantha você não é real! – Brian riu.

— Por isso mesmo! Eu já fiz de tudo, não tem mais nada para fazer. – cruzou os braços.

— Já tentou ser normal? – Brian questiona.

— Samantha não nasceu para ser normal!

— Então vai lá e arrebenta! – digo chamando sua atenção. — Faz o que tiver na mente!

— Anna não da ideia! – Brian diz me repreendendo.

— Ué, se ela se sente feliz fazendo loucuras deixe ela fazer! O que importa é ela estar feliz!

— Uau! E o que me recomenda? – me encarou.

— O que você quiser! Já escalou algo?

— Anna!! – Brian me repreendeu.

— Não enche Brian! – ele revira os olhos. — Já sei, temos uma festa de formatura agora! Lá você vai saber o que fazer!

— Anna, vai fazer ela acabar com a sua festa de formatura?

— Ela não vai acabar com a festa, ela vai diverti-la!

— Está me chamando de palhaça?

— Não, mas você tem o dom de divertir as pessoas.

— Me sinto uma palhaça, mas ainda assim eu te amo! – me abraçou. — Agora vamos! – se levantou. Brian me ajudou levantar.

— Vamos! – digo animada. Saímos da praia e entramos no carro seguindo para a universidade.

A noite foi demais! Pois Samantha fez com que a festa ficasse animada. Eu esperava que ela cantasse Madonna mas não rolou, ela fez meio que um stripe. É claro... Brian quase foi até lá para puxa-la de lá, mas o impedi. Todos entraram na onda. Até os professores. Estou chocada!

Quase tive um surto com uma garota que ficou pedindo para Brian tirar a roupa. Eu queria voar em cima dela. Mas Brian não deixou! Quem aquela garota pensa que é? E o que aquele idiota fez? Ficou ameaçando ir até lá e dar um "show". Só que... eu disse que se ele fosse, eu também iria então ele esqueceu a ideia.

Enfim... à noite foi demais a melhor!

Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top