Uma Vingança Sanguinária
Fui andando por aquele mercado com passos firmes e cuidadosos, enquanto fazia a minha varredura com Jean. De fato, aquele lugar estava muito sujo, muito bagunçado – mas sem qualquer comida nas prateleiras – e a quantidade exorbitante de sangue chamava atenção. Eu não sabia o que tinha acontecido, mas enquanto passava pelas prateleiras, comecei a ver um pé, lá no fim do mercado – e eu conhecia aquela bota.
A cada passo que eu dava, me aproximava daquela figura, que aparentemente estava sentada, encostada na parede do mercado, e quando saí da área das prateleiras, pude ver que realmente era Bruce. Fui andando rápido até ele, que estava com os pés e mãos amarrados com uma espécie de cabo – e desacordado.
Ele estava vestido, só tinha um corte na cabeça – mas que tinha sujado o rosto dele quase todo de sangue –, e quando Jean se aproximou, me confirmou que Bruce estava vivo. Eu, então, comecei a balançar seu rosto, implorando internamente para que Bruce acordasse logo. Depois de alguns minutos, ele abriu seu olho de relance, parecendo estar meio bêbado – provavelmente pela pancada que tinha levado. Depois de eu soltá-lo, me aproximei dele mais uma vez e ele segurou meu rosto, me olhando – mesmo que no escuro.
– Dylan? – ele pergunta, confuso, sussurrando e eu concordo com a cabeça. Claramente Bruce não estava raciocinando muito bem.
– O que aconteceu? – Jean sussurra.
– Entramos aqui e tinha um grupo de homens morando aqui. Vieram uns 5 ou 7 pra cima de mim, me batendo com barras de ferro e quando eu ia me defender, um cara me deu uma porrada na nuca, que me fez cair de joelhos, meio grogue. Os outros me seguraram enquanto dois deles... – ele trava, fechando os olhos.
– Nós vimos o corpo da Kat, não precisa terminar. – Jean o responde, que respira fundo.
– É. Eles a estupraram e mataram na minha frente.
– E o Harry?
– Eles o jogaram pros zumbis devorarem, porque ele estava muito inquieto, ao contrário de mim, que fiquei parado e calado, porque eu entendi que eles não tinham nada a perder. – ele responde e eu respiro fundo.
– Cadê esses homens? – pergunto e Bruce olha em minha direção, ele estava tão perdido, parecia tão distante, que partiu meu coração.
– Não sei. Não vi. – eu aceno com a cabeça, para que ele entenda que eu acreditava nele.
– Jean, leva o Bruce pro acampamento. – peço, ajudando-o a se levantar.
– O que você vai fazer? – Jean me pergunta.
– Vou encontrar e matar todos esses homens.
– Não vai sozinho, você vai morrer. – Bruce rebate, já de pé e eu nego com a cabeça.
– Não vou. – respondo ele.
– Como sabe?
– Porque eu sou louco. – digo, segurando seu rosto. Beijo Bruce, pegando minha besta em seguida. – Vão logo.
Jean vem ajudar Bruce a andar, e eles vão em direção a saída do mercado. Antes de saírem, no entanto, Jean pega as suas flechas e me entrega, por precaução. Eu agradeço com um simples aceno de cabeça, e ele pega a minha mochila, com óculos de visão noturna. Ele aproveita e coloca um em Bruce, e voltam a andar em seguida.
E mais uma vez eu estava ali, fazendo algo unicamente para os outros. Acho até que meu espírito individualista tinha levado uma surra do espírito humanitário e muito vingativo que eu estava alimentando nos últimos meses. Acho que eu estava sendo infectado pela doença de ser sempre muito caridoso, nem que fosse para honrar memória de pessoas que não estavam mais ali. De qualquer forma, ainda esperava uma homenagem do Arcanjo Rafael, e que ele não passasse minhas conversas do whatsapp, de antes da catástrofe, no telão do céu durante meu julgamento.
Eu fico ali, pensando. Nos meus bolsos, tinha duas granadas. Ainda, na minha bolsinha que estava presa na minha perna, eu tinha um paninho e algumas bugigangas pequenas que eu sempre ando com elas – como o meu isqueiro, por exemplo. Nunca se sabe quando vamos precisar de fogo. Achei, então, uma garrafa, e saí andando pela cidade. Fui até um posto de gasolina e entrei na conveniência – que tinha a porta explodida e vidro para todos os lados. Nela, achei um galão de gasolina largado próximo ao caixa, que estava praticamente vazio.
Peguei, então, uma das garrafas de óleo de carro que estava jogada por ali, despejei um pouco na minha garrafa, coloquei a gasolina, que preencheu apenas uns 3 dedos da garrafa, coloquei o pano pra dentro da garrafa, e tampei ela com algumas embalagens que tinha encontrado pela loja – mas que não iriam sustentar como a rolha e eu sabia disso.
Saí, então, andando pela rua segurando a garrafa, até ouvir uma voz de um rapaz sussurrando. Poderia ser um fantasma, se não estivéssemos em uma realidade em que as pessoas só conversassem sussurrando – quando não estavam expostas aos zumbis. Eu fui seguindo aquela voz, que deu uma mini risadinha e outras vozes começaram a rir com ela. Entrei, então, em uma farmácia e dei de cara com um grupo de mais ou menos 10 homens, que me olharam.
– E aí. – cumprimento eles, que me observam.
– Quem é você? – um dos rapazes me pergunta.
– Ouvi as risadas e queria rir também. – eles começam a rir entre eles.
– Estávamos rindo de um sexo de leve que fizemos hoje. – meu estômago embrulha.
Eu, então, olho ao redor e vejo vários zumbis andando do lado de fora daquela farmácia. Pego uma caixa de remédio para dor, que tinha ali, próximo a mim e encaro o rapaz.
– Não é todo mundo que curte necrofilia. – respondo.
– Ela ainda estava viva. E foi ótimo ver aquela carinha linda totalmente apavorada. A maioria de nós está em uma bela seca, então quando aparece uma gatinha daquelas todo mundo quer se aliviar. – ele explica e eu engulo a seco aquela explicação ridícula.
Eu, então, recarrego a minha besta, enquanto eles continuam me observando. Em muitos, mas eu estava com tanto ódio que eu mataria até mesmo se fossem centenas. Não queria saber. Todos eles iam morrer, nem que eu tivesse que morrer junto.
– Parabéns por dizer isso ao amigo de algumas pessoas que vocês mataram hoje. Inclusive da moça que estupraram como animais. Acham que são diferentes dessas coisas ali fora por quê? Vocês são piores que eles. Enquanto eles não têm capacidade de entender o que está acontecendo, vocês têm e ainda assim são monstros. – respondo e eles se encaram.
– Tá vendo, eu falei que aquele militar não estava sozinho. – um outro cara comenta e eu sorrio.
Por mais que eu quisesse atirar com a besta em cada um dos caras que estavam ali, eu não podia. A partir do momento que eu usasse uma flecha, demoraria para recarregar. E eu não podia vacilar de forma alguma.
– Pois é, mas agora quem vai matar vocês sou eu. – respondo, e eles, que então, começam a vir em minha direção.
Eu saí correndo pela rua, com aquele bando de marmanjo correndo atrás de mim – e não é do jeito bom. Olhei para trás e vi aquela multidão vindo, e foi aí que eu peguei um isqueiro, e taquei fogo no pano – enquanto corria. Parei de correr, e joguei o molotov neles, que começaram a sair correndo – gritando em desespero.
Vi, então, os zumbis que estavam na rua passando por mim e andando rapidamente em direção a eles, começando a atacar cada um deles. Zumbis que estavam nos prédios caíram na rua de uma queda alta, e mesmo assim se levantaram e foram até eles, arrancando partes de suas carnes. Mesmo assim, ainda sobraram dois deles, que continuaram vindo até mim. Continuei, então, correndo, e eles logo começaram a correr também. Entrei no mercado onde tinha acontecido toda a atrocidade deles com Kat e fui correndo até o fundo, fazendo muito barulho – e atraindo mais zumbis para lá.
No fim, tirei o pino da granada e larguei ela no chão, saindo pela porta de trás do mercado – que eu não me lembrava de ter visto, mas eu tinha – e segurando a maçaneta daquela porta pesada de aço maciço com tudo, ouvindo a explosão em seguida. Alguns segundos depois, eu abri a porta novamente e quando olhei para dentro do mercado, tinha ainda mais sangue e muitos destroços do mercado. A granada tinha explodido, basicamente, tudo que estava lá dentro. Eu tinha me vingado.
Voltei andando pelo mato, até o acampamento, onde Amélia fazia curativos em Bruce e quando me aproximei, todos me encararam. Larguei a besta de qualquer jeito, joguei o remédio para ajudar na dor de Bruce para Amélia e caí de cara em um dos sacos de dormir que estava no acampamento. Eu estava tão exausto que dormi até o dia seguinte, acordando apenas com o calor do sol que estava nascendo na cara.
Abri meus olhos devagar, sem entender muito bem o que estava acontecendo – e esquecendo, por alguns segundos, o que tinha acontecido naquela noite bizarra. Quando me localizei, percebi que Bruce estava deitado do meu lado, dormindo pesadamente. Eu estava apoiado em seu peito, ambos estavam com as partes de baixo – o que parecia ser um bom sinal naquela condição.
Observei Bruce, que dormia em um sono pesado. Em sua testa, tinha um curativo, seu rosto estava todo arranhado, como se ele tivesse o esfregado no asfalto e, como ele estava sem blusa, pude ver os roxos enormes que começavam no seu pescoço e iam descendo pelo peito – sabe aquele roxo que é tão roxo que tem bordas amareladas? Então. Eu não sei porque aqueles caras não o mataram – provavelmente acharam que ele iria morrer de fome, pois acreditavam que ele estava sozinho –, mas eu agradecia muito por ele ainda estar vivo.
No acampamento, Amélia fazia o "café da manhã" com Beatriz e Jean, enquanto Hany ainda dormia. Eles estavam assando umas espigas de milho na fogueira. Eram muitas, e eu não sabia como tinham conseguido, mas também não seria a pessoa que iria reclamar disso. Quando fui tentar me levantar para ir até eles, Bruce me segurou com força, sussurrando no meu ouvido:
– Fica comigo...
E eu acabei ficando, dei, inclusive, um beijo no pescoço dele. Acabamos deitados de conchinha, e ele usou seu braço como um travesseiro pra mim. Não demorou muito tempo até que eu caísse no sono. Quando acordei novamente, Bruce já estava acordado, sentado com Amélia e Jean.
– Bom dia. – digo a eles, me sentando por ali.
– Bom dia. Dylan, estávamos conversando sobre ter um rio enorme que corta o Mississipi. Achamos que seria bom aproveitarmos isso para pescarmos. – Jean explica.
– Além de algumas plantações, aqui mesmo no alabama. – Bruce completa, e eu fico surpreso, porque não tínhamos passado por nenhuma ainda.
– Plantações?
– É. Por algum motivo, ao norte, com a Amélia, achamos uma plantação de milhos que são enormes. Acho que as casas mais afastadas estão cultivando seu próprio alimento. Aliás, come, você precisa depois do que fez ontem. – Jean reafirma e eu pego um dos milhos.
– Se eu estivesse raciocinando normalmente ontem, jamais teria permitido que você fizesse aquilo. – Bruce comenta, fazendo com que eu o observe.
– Mas não estava. – respondo.
– O que fez com os caras? – Jean pergunta, e eu penso, enquanto mastigo.
– 8 eu queimei e 2 eu explodi. – respondo, depois de engolir um pouco do milho.
– É sério? – Bruce me questiona e eu concordo com a cabeça, dando outra mordida. Estava faminto.
– É, taquei um molotov improvisado neles, mas o fogo só pegou em 8. – conto, enquanto como. – Eles saíram correndo e gritando, foram devorados e aí corri pro supermercado, enquanto os últimos 2 me seguiam. Lá, eu taquei uma granada naquela área que eles te deixaram... e fechei a porta, me deixando do lado de fora.
– Como eu não vi porta nenhuma? – Jean questiona e eu concordo com ele, porque eu não me lembrava de ter reparado em uma porta quando estava salvado Bruce.
– Aí que está. Quando a gente ajudou o Bruce eu também não vi, mas meu subconsciente me guiou para aquele lugar. Meu plano era me explodir com eles, mas tinha, simplesmente, uma porta ali.
– Você é louco, Dylan. – Amélia comenta e todos começam a rir.
– Ainda bem. – respondo, terminando de comer meu milho.
Depois de algum tempo voltamos a andar. Deixamos tudo o que não parecia ser utilizável para trás – incluindo nisso as minhas pesquisas sobre aquelas coisas, já que Spencer tinha morrido. E enquanto andávamos, ninguém conversou, para evitar de que qualquer desgraça voltasse a acontecer. Em menos de um mês, metade do nosso grupo estava morto e eu sei que isso mexia muito com a cabeça de Bruce.
A cada passo que dávamos, eu conseguia perceber que estávamos cada vez mais tristes. E isso era uma loucura, porque tínhamos que nos manter com a cabeça no lugar. De qualquer forma, no entanto, todos tinham visto coisas horríveis e ninguém sabia muito bem como lidar com tudo – nem mesmo Jean e Bruce. Isso, porque mesmo que eles tenham vivido muito, aposto que Bruce nunca tinha visto um estupro de perto, com alguém que ele se importava, e não pudesse fazer nada.
Em uma nova cidade, percebemos que não tinham zumbis. Isso era inédito, porque quanto mais andávamos entre os prédios médios, mais percebíamos que não tinha nenhum tipo de vida ali – nem vida viva, nem vida morta. Quer dizer, isso até ouvirmos passos pesados de alguém que corria. Ao ouvirmos esses passos, automaticamente Jean, Bruce e eu miramos onde creditávamos que essa pessoa passaria, até que Bruce e eu vimos que era uma mulher, segurando um garotinho nas costas.
– Espera. – Bruce pede a Jean, desviando a mira da besta dele.
Estávamos na avenida principal, e essa mulher corria em uma rua paralela a onde estávamos. Quando ela olhou para a avenida principal e viu três idiotas, uma grávida e duas crianças observando ela, por algum motivo começou a correr em nossa direção, com toda força que tinha nas pernas.
– Que isso, vem pra cá não... – Jean protesta, em baixo tom e a mulher continua vindo.
Quando olhamos mais para cima, então, vimos um grupo de ladrões seguindo-a. Bruce, então, faz sinal e nós posicionamos nossas bestas em direção a eles, mirando na cabeça.
– Vamos ajudá-la, não vamos? – pergunto a Bruce, que não me responde, apenas fica em silêncio, até ela se aproximar mais.
– Espera! – Bruce grita e a mulher para, diante de nós. – Quem é você? – ele pergunta, de forma ríspida, pra ela e mirando nos caras.
– Solange. Por favor, apenas salve meu filho. – a mulher pede.
– O que quer com a gente? – Bruce questiona, mais uma vez.
– E aí, meus companheiros... – os ladrões se aproximam de nós, pouco atrás dela. – Oh, Dylan, você por aqui. Que coincidência. – Bruce me observa rapidamente.
– E aí, Dário. – respondo a ele, que estava em cima de um Jeep, segurando uma metralhadora. Eu não sabia pra que ele queria esse tipo de ostentação, mas ele queria.
– Bom, vocês estão com a nossa puta. Queremos de volta. – ele diz.
– Olha aqui, seu... – Jean vai rebater ele, mas eu não deixo.
– Espera. – peço a Jean. – Dário, em nome dos nossos negócios, por favor, vai embora.
– Dylan, não temos negócios. Temos pedágios, que, a julgar o quanto andou, você já me deve.
– Quem te disse que você virou dono do país? – Bruce rebate e Dário o observa. Ele estava com a besta na direção dele, como todos, até mesmo Amélia, que segurava seu arco e flecha.
– Meus amigos aqui. – Dário responde, olhando ao redor no Jeep, que tinham mais 3 pessoas.
– Entendi, então eles te dão o prêmio de filho da puta do ano e você acha que pode ficar sequestrando mulheres para estuprá-las, além de ficar cobrando droga dos outros para que eles possam andar pelo país do qual eles fazem parte como nação? – Bruce questiona, totalmente incomodado.
– Que nação? A única nação que existe são nações de zumbis.
– Cansei. – Bruce comenta, atirando uma flecha na cabeça de Dário, e deixando todos do grupo dele, assustados. – Vem com a gente. – Bruce chama a mulher, que o segue.
Quando eu olho para o grupo novamente, vejo eles apontando as armas em nossa direção e jogo uma granada neles, que explode, jogando carne para todos os lados, e saio andando com Bruce. Amélia nos seguia, andando de mãos dadas com Beatriz, que já estava andando.
– Bruce, o que foi aquilo? E se tivesse zumbis por aqui? –questiono.
– Cansei. Ele era do tipo que ficava se achando o rei, porque estava em um grupo maior. Eu entendo que você teve que se virar para ele não atrair zumbis, quando estava sozinho, mas olha essa cidade... tá totalmente vazia e você tem a gente agora. E eu, definitivamente, não estou com paciência para esse bando de filho da puta. Quase morri por esse país mais vezes do que posso contar, e não fico com essa cara de filho da puta soberbo. Sabe, Dylan, sempre que qualquer pessoa pensar que fez muito pelo seu país, tem que ter consciência que tem pessoas que fizeram mais. Agora olhe pra ele... aposto que esse bosta nunca fez nada. Me recuso a abaixar minha cabeça pra um merdinha daquele. – ele explica, continuando andando.
– Pessoal... – Amélia chama todos, que paramos de andar.
– O que?
– Ali é um mercado, e as portas estão fechadas
– E daí?
– Ele é todo de vidro. Como é possível?
– Essa cidade tá vazia, porque foram evacuados. – Bruce explica, depois de pensar um pouco.
– O que? – Jean questiona.
– Jean, lembra que alguns estados começaram a evacuar mais para o norte? Estamos na cidade de Hoover. No meu rádio, enquanto eu ia para a casa de meus pais, ouvi que era para várias cidades dos Estados Unidos se evacuarem. E como Hoover fica do lado de Birmingham, e Birmingham estava destruída, acho que ninguém passou por aqui.
– É, a cidade não tem sangue. – comento.
– Então vamos pegar comida. – Amélia sai, indo em direção ao mercado.
– Muito obrigada. – a mulher me agradece.
– Sou o Dylan. – respondo a ela, que sorri.
– Sou a Solange, e esse é o Sahil.
– É um prazer conhecê-los, pena que nessas circunstâncias. – respondo a ela.
– Eles machucaram vocês antes de nos encontrarmos? – Bruce pergunta.
– Sim. Mataram meu marido e meu filho mais velho, mas quando iam matar meu filho, ele conseguiu fazer com que eu fugisse com o Sahil e vocês nos salvaram.
– Tudo bem, chega. A gente vai pegar alimentos, uma mochila pra você, pro seu filho, e vamos embora. – Bruce explica, se aproximando do mercado.
– Ele é meio rude, Solange, mas saiba que você não é uma prisioneira. Pode ir embora quando quiser. – explico e ela concorda com a cabeça.
– Mas se roubar a gente, matamos você. – Jean explica, parando na frente do mercado.
– Como a gente vai entrar? Vou procurar uma porta, porque... – antes que eu termine, Bruce dá um chute nos vidros da entrada, quebrando ali mesmo a porta.
Ele tira os pedações de vidro, abrindo um espaço para que pudéssemos entrar e me encara.
– Vamos, temos pouco tempo. – ele comenta, entrando no estabelecimento. Era fácil de perceber que o senso de urgência de Bruce tinha aumentado muito depois da noite turbulenta de ontem.
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