Capítulo 21
- Por que está me encarando? - Pergunto a Tom.
- Você fica linda quando acorda. - Sorri abertamente.
- Meus cabelos deve estar um desastre, meu rosto deve estar marcado e além de tudo estou com bafo. - Sorrio. - Isso não é nada lindo.
- Pois para mim está. - Tom beijo meus lábios de leve.
Me espreguiço e tento me levantar, mas Tom me puxa de novo para seus braços.
- Cadê Jhef? - Pergunto assustada.
- Está brincando com Helena. - Diz. - Logo que ele acordou fui preparar sua mamadeira.
- Por que não me acordou?
- Estava dormindo tão tranquilamente, fiquei com pena de te acordar. - Beija meu rosto. - Eu sou capaz de preparar uma mamadeira.
- Bom saber. - Sorrio. - Será incumbido desse serviço de agora em diante.
Tom rola por cima de mim é beija meu pescoço.
- Pois não vejo problema nenhum. - Sorri.
- Você não tem que trabalhar? - Pergunto, e tento empurra-lo.
- Sou o chefe. - Diz convencido. - Posso chegar a hora que eu quiser.
- Metido. - Sorrio abertamente. - Você acha que o que fizemos foi certo? - Pergunto.
- Você é minha esposa. - Diz Tom. - Então não fizemos nada de errado.
- Mas...
- Nada de mas Linda. - Tom me cala com um beijo. - Somos casados, e marido e mulher compartilham a mesma cama.
O encaro por um longo tempo, tentando adivinhar o que se passa em sua cabeça.
- Você só está me usando Tom? - Pergunto.
- Por que acha isso? - Me encara confuso.
- Eu não sei. - Suspiro frustrada. - Uma hora você é rude, me maltrata. Logo sem seguida muda completamente de personalidade. - Digo. - Está me vendo apenas como um desafio a levar para sua cama?
- É claro que não Melinda. - Diz Tom. - Eu sei que não sou o marido ideal para você, e que já fiz coisas imperdoáveis e mesmo assim você me perdoou. Mas não te vejo como um desafio. - Sorri abertamente. - Te vejo como uma mulher linda, forte, capaz de me tirar do sério como ninguém nunca fez, e não abaixa a cabeça para mim como os outros.
- Por que diz que não é um marido ideal para mim? - Pergunto com dor no coração.
- Porque você merece mais do que sou capaz de lhe oferecer. - Sorri fraco. - Você merece ser amada.
- Você também Tom. - Digo com lágrimas nos olhos. - Você precisa assumir a si mesmo que também merece ser amado.
Tom me encara com um olhar triste, coisa que nunca vi estampando em seus olhos.
- Você nunca saberá o que é crescer sem carinho e afeto de seus pais. - Sorri triste. - A única família que me adotou me via apenas como um saco de pancadas.
- O que fizeram com você? - Pergunto, mas com medo da reposta.
- Meu "Pai" adotivo quebrou meu braço, só porque pintei um desenho da parede. - Sorri sombriamente. - Maria sua esposa me batia todos os dias, pois não queria um filho burro que não sabia escrever.
- Quantos anos você tinha?
- Estava com 8 anos. - Tom gargalha de uma forma nada agradável.
- Por que não fugiu? - Pergunto.
- Eu tentei. - Diz. - E todas minhas tentativas falharam. - Passa a mão pelos cabelos. - Quando me pegavam tentando fugir, me deixavam preso dentro de um quartinho escuro por dias, sem comida e sem água.
O abraço forte contra meu corpo. Tento segurar as lágrimas que ameaçam cair.
- Como conseguiu fugir?
- Uma noite Vladimir chegou bêbado em casa, bateu em Maria e em mim. - Diz. - Aproveitei que ele estava bêbado e o empurrei com toda minha força. Ele cambaleou e caiu. - Sorri sombriamente. - Bateu com a cabeça em uma mesinha e apagou.
- Ele... ele morreu? - Gaguejo.
- Não. - Diz. - Não morreu.
- O que aconteceu depois?
Tom fica em silêncio por um tempo, quando penso que ele não me contará mas nada ele diz:
- Depois fui devolvido ao orfanato. - Sorri. - Foi aí que conheci Jonas e nos tornamos amigos. - Aperta minha mão de leve. - Em meio a toda desgraça que vivi, algo de bom aconteceu em minha vida.
- E seus pais? - Pergunto apreensiva. - Jonas me contou que sabe quem são eles.
Tom se levanta rápido. Sei que ele ficou irritado com essa pergunta.
- Nunca irei os perdoar pelo que me fizeram passar. - Diz Ríspido.
O abraço forte por trás e beijo suas costas.
- Eles te falaram o motivo de haver te abandonado?
- Não deixei eles se explicarem. - Gargalha. - Só joguei na cara deles que venci sem a ajuda dos dois.
- Já se perguntou que pode haver um motivo?
Tom se vira e me encara com ira contida.
- Está do lado deles? - Pergunta.
- É claro que não. - Digo. - Jamais abandonaria Jhef. Apenas dê uma chance a eles de se explicarem.
- Isso jamais! - Resmunga irritado. - E não quero mais falar sobre esse assunto.
Me sento na beirada da cama e suspiro alto.
Tom caminha em passos largos até o banheiro, me deixando sozinha em seu quarto.
Me levanto devagar e começo arrumar a cama. Alguns segundos depois Tom sai do banheiro.
- Você sabe que Helena é paga para fazer isso não sabe? - Pergunta.
- Sei. - Digo apenas.
O silêncio cai sobre o ambiente enquanto continuo a arrumar a cama.
Sou pega de surpresa quando Tom segura meu braço e me puxa para junto de si.
- Não quero que meu passado interfira em nossas vidas. - Sorri fraco.
- Enquanto você não fizer as pazes com seu passado nunca será feliz. - Passo minha mão por seu rosto.
Lágrimas correm por meu rosto, nem me importo em tentar segura-las.
- Por que está chorando? - Tom enxuga meu rosto.
- Você não merecia passar por tudo que passou. - Digo. - Ninguém merece sofrer dessa maneira. Mas parece que já se acostumou com a dor, que não quer mudar. - Sorrio fraco. - Eu sei que não tenho direito de lhe pedir isso, pois sei que você não me ama. Mas tente ser um homem melhor por Jhef, ele não merece ser afetado por seu passado, nenhum de nós merecemos. - Beijo seus lábios de leve. - Você pode não me amar, mas eu te amo e gostaria que essa família, se tornasse uma família de verdade algum dia, mas isso não irá acontecer se você não se der uma chance de ser melhor.
- Linda...
- Apenas me escute. - O interrompo. - Seus pais podem ser egoístas, mas também podem ser boas pessoas que cometeram um erro terrível no passado. - Digo. - Apenas dê uma chance a eles de se explicarem. Faça isso para que tenha paz interior. - Sorrio fraco. - Eu te amo Tom Harris. Não sei quando isso aconteceu, mas eu te amo, e gostaria que esse amor fosse retribuído algum dia. - Aperto seu braço de leve.
- Isso não irá acontecer Linda. - Diz Tom. - Não posso lhe oferecer amor.
- Eu sei. - Sorrio fraco. - É por isso que irei embora.
- Você o quê?! - Pergunta exasperado.
- Achei que suportaria viver nesse casamento sem amor, mas não sou tão forte como você. - Digo. - Isso só iria acabar comigo pouco a pouco, eu não seria feliz, e isso acabaria prejudicando Jhef.
- Você não vai ir embora assim. - Diz tenso. - Não quero que leve meu filho embora.
Meu coração se parte mais uma vez. Pois a única coisa que importa realmente para Tom é Jhef.
- Não irei proíbi-lo de ver seu filho. - Digo. - Pode ir visita-lo sempre que quiser, ou até mesmo traze-lo para ficar os finais de semana aqui com você.
- Não faça isso Linda. - Pede.
- Eu tenho que fazer. - Passo a mão por seus cabelos. - Mas nunca se esqueça que eu te amo.
Deposito um beijo demorado em seus lábios, e saio correndo de seu quarto enquanto as lágrimas quentes rolam por meu rosto.
Escuto Tom me chamar mas não lhe dou ouvidos, pois não sei se seria capaz de resistir a seu pedido para não ir embora.
Enquanto Tom não se der uma chance de ser feliz, fará todos a sua volta infelizes. Não quero isso para mim e para Jhef, mesmo que eu o ame, não suportaria assistir ele se acabar aos poucos.
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Bom dia meninas.
Tudo bem com vocês?
Melinda desistirá de lutar por Tom? Ou ele a fará mudar de idéia?
Até o próximo capítulo.
Beijos 😗😍❤
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