Cap 62- O Poder dos Bruxos da Familia Mikaelson. (REVISADO)


~♤~

{Dylan Deveraux Mikaelson}

Eu me conheço perfeitamente bem para poder afirmar que jamais perdoaria meu pai. Talvez, eu não o perdoe. Mas, não era momento e eu não decide isso pensando em mim.

Eu fiz isso pensando na Ariele.

A ideia de perder mais alguém, agora mais do que nunca, se tornou inadmissível. Eu não posso aceitar que mais nada aconteça.

Somos gêmeos, mas ela não é como eu. Ela não vê as coisas como eu vejo, ela não sente da mesma forma que eu sinto.

Eu supero os meus medos, os meus rancores, os meus traumas de forma silenciosa. De forma com que ninguém perceba que eu estou me torturando, que a minha mente está bagunçada. Ela ao contrário, precisa manifestar tudo o que sente e isso a torna descontrolada.

Eu já vi, um dia ela morrendo por isso. Morrendo por causa de amor, morrendo pela a nossa família.

É desse pensamento que quero me manter afastado agora.

– Ariele...– Me ajoelho sobre aquele chão coberto pelas folhas caídas das árvores. Folhas alaranjadas que denunciavam uma temporada de outono.– Me ouça...– Imploro enquanto a mesma escondia seu rosto no ombro de nosso pai.– Não é momento para termos mágoas, não agora, não é momento para nos sentirmos  aprisionados. Você tem todo o direito do mundo de pensar e agir como quiser, mas por-favor? Espero um minuto, temos algo muito maior para pensarmos. A Hope, está por um fio. A  qualquer momento ela pode morrer e precisamos ajudá-la. Evitar mais essa tragédia. Se algo a mais acontecer a nossa família vai se destruir de vez. E eu...– Sinto as palavras pesarem, não era impossível de se confessar, mas havia tanto medo nelas, que pronunciar parecia uma tarefa tão difícil de ser feita.– Eu não quero perder você também. Eu não posso...– Respiro com dificuldade ao perceber que as emoções já inundavam meus olhos neste momento. Sentimentos cobertos de água. Medos em formas de lágrimas.

Sinto sua mão cobrir minha face com calma, mas eu podia sentir sobre a minha pele molhada sua palma tremer. Porém, ao levantar meus olhos, era Elijah quem cobria meu rosto e com o seu outro braço segurava Ariele próximo dele.

Somos todos vítimas do destino...

– Não haverá um dia se quer, que eu não me culparei por tudo o que aconteceu. Por ter feito dos meus filhos o pior exemplo a ser seguido.– Seguro sua mão pressionando em meu rosto.– Eu causei tanto mal a vocês...

– Para...– Ariele sussurra com a voz embargada.– Não faça isso, não diga isso.

– Nós, não poderemos ficar se lamentando por tudo o que aconteceu. Mas, podemos recomeçar mais uma vez..– Concordo sem dizer nada.

– Eu queria poder recomeçar fora daqui.– Ariele diz.

– Quando tudo acabar, podemos ir para onde vocês quiserem. Podemos ficar em algum lugar na Sicília. Ou até mesmo na Noruega.– Sugere como se estivesse tentando nos animar.

– Em uma casa de campo na Escócia?– Ariele pergunta de forma a soar como uma metáfora. Havia sido fantasioso de sua parte e por isso, acabo rindo.

– Aonde quiser princesa.

~♡~
{Ariele Deveraux Mikaelson}

– Então é isso?– Pergunto olhando enojada para a imensa porta da antiga igreja da cidade. A igreja que Hope nasceu, a igreja que Davina ficou escondida e inúmeras outras tragédias dessa cidade.– Esperamos o tio Klaus e pela primeira vez eu posso liberar toda a minha magia assim? Sem mais nem menos?– Pergunto.

– Exatamente isso querida.– Ouço os passos de tio Klaus se aproximarem.– Como está?– Deposita levemente um beijo em minha testa.

– Estou bem tio.– Respondo.

– Garanto que irá se sentir melhor ainda em alguns poucos minutos, Dylan meu garoto se quiser ir na frente.– Vejo meu irmão arrumar seu sobretudo caríssimo e caminhar até a porta.

– Isso foi uma trégua entre vocês dois tio?– Pergunto.

– Ao julgar o humor de meu pai, afirmo que sim.– Diz Hope seguindo logo atrás de Dylan Anciosa.

A magia dentro dela do espírito da Hollow era tão grande e desconhecido, que a fazia agir de forma anciosa e inesperada.

É um espírito muito forte para apenas um lidar com tanto.

Ela precisava liberar de forma desproporcional. De forma a causar estrago, causar dor. É disso e muito mais que o Hollow se alimenta.

E é exatamente por isso que estamos aqui.

Para ser sincera não só esse o motivo, mas hoje, dentro desta igreja está havendo uma reunião entre os membros que seguiam a família de Antoinette, que acreditavam naquela maldita profecia de que nós seremos a ruína de todas as criaturas sobrenaturais.

Hoje seria esse um dos nossos grandes marcos. A manifestação do poder dos bruxos das família Mikaelson.

Seguimos firmemente enquanto minhas notas batiam com força contra o piso de madeira desgastado daquele lugar.

Klaus sem esforço algum empurra com facilidade a maçaneta da porta, causando um estrondo enorme ao ser aberta.

Todos os olhares se voltaram para nós quatro, desconfiados e perplexos.

Logo acima aonde seria um altar, estavam meu pai e Antoinette.

– O que eles fazem aqui?– Um dos inquilinos pergunta.
– A estrada para a redenção é longa e sinuosa, mas digna.– Meu pai responde com toda sua calma.

Eles tentariam fugir é óbvio que tentariam

– Quer começar?– Hope pergunta

– É claro...– Arranco as luvas que cobriam as minhas mãos e me concentro enquanto observo os vitrais estourarem.

– Vocês nos traíram!– Gritou.

– Dissemos o que minha mãe pensava.– Antoinette respondeu.

– Mas, não dissemos que conversávamos.– Elijah prosseguiu.

– Até que enfim algo que preste.– Dylan respondeu irônico.

– Deixem eles com a gente agora!– Klaus mandou e no mesmo momento Antoinette e Elijah desapareceram.

– Eu vou adorar isso. – Me assunto ao perceber que Marcel estava ao meu lado.– Oi gatinha.– Sorrir.

– Veio participar do nosso jogo também?– Pergunto.

– Estou grato pelo o convite e não tive como recusar.– Sorrio empolgada.

Respirei fundo antes de dar o primeiro passo. Era uma sensação extremamente angustiante mais ao mesmo tempo tão boa.

– Bota tudo para fora.– Ouvindo Klaus dizer logo atrás de nós três.

A primeira vez...

Os olhos de Hope já não estavam mais suas cores naturais, agora um azul predominante e vivo intensificava sua pupila.

Olho para Dylan que assim como eu já sentia uma grossa lágrima de sangue escorrendo no cantinho lacrimal. Esther talvez esteja feliz em ver está cena, por mais que tenhamos sido seu plano que acabou errado.

Um vento forte nos atravessou, rudo ao redor chacoalhada até um clarão vindo de Hope absorver todo o lugar seguido por mim e Dylan. Em nossas mãos oscilavam flamejantes chamas azuis, assim como os de Hope porém intensificados.

Nosso grito soou por todas as partes, todos os cantos.

Um por um caindo ao chão, olhos velhos como os nossos cobertos por sangue vindo de nossa magia.

Paro ao sentir meu fôlego acabar, mas Hope continuará e observo sem entender, já estava bom não é? Ninguém aqui nem ao menos conseguia se mexer. Mas não, ela não parou...

~♡~

– Então todos mortos?– Hope pergunta enquanto eu observo aquele cenário incrédula com o que acabaremos de fazer.

Nós matamos elas? Quer dizer a Hope terminou de matar, mas nós de verdade fizemos isso...

– Crianças vocês estão bem?– Marcel pergunta.

– Eu...– Hope para de falar por um minuto paralisada.– Estou anestesiada mesmo.

– Então essa sensação?– Dylan pergunta.– Me sinto bem, mas eu matei pessoas aqui hoje e esperava sentir por elas, mas eu não sinto. Será que estou morto por dentro?– Pergunta.

– É assustador isso...– Falo chutando a mão de um dos cadáveres para a pilha de pessoas.– Porém, eu não sinto nada por eles também. Tem algo errado comigo?– Pergunto.

– Não...– Klaus responde.– São as pessoas que ajudaram a sua mãe a ser morta e Hayley também. Você não sentiu nada, Porque nunca sentiu nada por elas. Mas agora, Marcel porque você e o Josh não juntam  alguns vampiros para limpar essa bagunça? Antes que alguém acabe vendo.– Pergunta e faz um sinal para que tanto eu quanto Dylan, saímos os deixando sozinhos.

Andávamos transtornados pelas ruas movimentadas está noite. Além do mais uma sexta-feira é lógico que as ruas daqui estariam cheias. Agora que começam de fato as festas as pessoas chegam e só deixam a cidade em paz na segunda-feira.

Empurravamos com brutalidade as pessoas. Apenas a vontade de chegar em casa e poder dizer eu estava tudo bem, que estávamos bem que tudo ficaria bem.

– Algum dia vai me perdoar pelo o mal que a minha família causou?– Dylan me empurra contra a parede assim nos escondendo para ouvir a conversa. Ela estava aqui.– Causou aos seus filhos, a sua família...

– Poderia perguntar o mesmo...Para onde vocês vai?– Era o nosso pai.

– Alguém me disse uma vez que Xangai era um lugar seguro para se esconder.– Sinto o ódio queimar em minhas veias mais uma vez.

– Alguém de bem...

– Um homem que foi sempre correto comigo. Eu acho que posso confiar nele.– Vejo nas expressões de Dylan sua reprovação a aquela conversa, pensamos o mesmo aparentemente.– Até a próxima.

— Se houver próxima.

— Eu vou torcer para que haja...

– Dylan e Ariele!– Ouvimos gritar.– Eu sei que estão aqui, já podem sair de trás das paredes.

Vejo Dylan sorrir se forma leve e não consigo deixar de não sorrir também. Aquilo era como viver os velhos tempos, havia nostalgia na fala.

Roman também estava aqui, no segundo andar próximo a escadaria.

– Venham até aqui...– Acena e antes eu e Dylan trocamos olhares um pouco desconfiados, mas não lutamos contra.

Não consigo disfarçar meu olhar sobre ambos, não tinha como fingir que nada aconteceu. Por mais que estivéssemos controlados agora.

– Quero que os dois ouçam...– Sinto sua mais apertar meu ombro.

– Não podemos fazer nada, nada pode mudar o que aconteceu. Mas, esperamos que um dia vocês possam nos perdoar.– Antoinette diz.

– Eu não queria te machucar Ariele.– Roman diz e acabo rindo irônica, mas sinto as mãos de meu pai me apertarem mais.

– Mas aconteceu...– Dylan prossegue.– Eu considerei você, te chamei de melhor amigo. Minha irmã era louca por você, assim como Hope. Sério Roman?– Pergunta.

– Eu sinto muito cara...

Me viro e continuo andando pelos corredores até o meu quarto nesta casa. Eu não queria ouvir, eu não ouviria mais nada. Chega de tudo isso. Se eu ficar mais um pouco, acabei explodindo o crânio dos dois.

~♡~

Algumas horinhas passarão, mas haavia alguma coisa que eu sentia que havíamos deixado de lado e não percebemos. Só não me lembro do que era.

A essa altura, tanto eu quanto Dylan já estávamos prestes a dormir, mas como nos deixaram sozinhos. Não vimos problema algum em ocupar os durante esse tempo o antigo quarto de nosso pai nessa casa. Alguns de nossos pertences estavam lá, mas acabamos que exaustos dividindo a mesma cama.

– Aonde estão?– Ouço alguém perguntar do lado de fora, então volto a fingir está dormindo.– Encontramos eles aqui, estão dormindo juntos.– Tento suspirar levemente para dar a impressão de que estava dormindo e vivendo vigésimo sono.– Parecem cansados.– Era Freya, finalmente.– Tiveram um longo dia não minto. Deixem com que durmam por muitas horas, eles precisam disso. Precisam descansar, são apenas crianças.– Sinto meu coração quentinho ao ouvir aquilo.– Crianças já crescidas mais sim.

– Você lembra que eles faziam isso com frequência? Dormiam juntos e sempre pareciam mais confortáveis na presença um do outro.

— É a ligação que os tornam assim. Eles são muito apegados um ao outro, perceba que eles dormem como se estivessem prontos para atacar algo.

– Isso é medo se perder um ao outro...

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