— Jisung, estou com preguiça! Chega de encontros por esse mês — ele reclamou, se jogando no sofá.

— Como pode ser tão preguiçoso? É só um encontro. Vai que dessa vez dá certo? Não custa nada!

— Na última vez, tive que ficar ouvindo Changbin reclamando do ex por uma hora! Custa muito, custa o meu tempo e a minha sanidade.

— Por que você é assim, hein? Parece que gosta de me dar trabalho!

Jisung reclamou, tirando as pernas do Lee de cima do sofá e se sentando nesse lugar. Ficaram em silêncio olhando para a televisão desligada. Depois de alguns minutos curtos, Minho se ergueu somente para deitar-se novamente, apoiando sua cabeça nas pernas do Han.

— Por que você vive tentando me empurrar para encontros? — ele perguntou, encarando o rosto do Han.

O cupido deu leves tossidas, tentando arrumar um mínimo de tempo a mais para pensar no que poderia responder.

— Você é encalhado, ué, estou sendo seu amigo e ajudando você a desencalhar! — ele continuou a encarar Jisung, desconfiado — Eu prometo que é a última vez! Agora vai dar certo! Vou parar de encher seu saco, prometo!

Minho bufou alto, encarando a expressão determinada de Jisung. Se fosse qualquer outra pessoa ele sequer daria atenção, mas era o Han de olhinhos brilhantes. Só mais uma vez, ele acataria o pedido do outro.

Assim, no dia seguinte, se viu parado na frente do Han, que parecia o julgar com seu olhar, observando cada peça de roupa que o Lee usava, não parecendo nem um pouco satisfeito.

— Você vai para um encontro ou um enterro? — Jisung reclamou.

— Me sinto como se estivesse indo a um enterro — Minho rebateu.

— Sinceramente, você é impossível, Lee Minho!

E o Lee passou uma hora provando mais e mais combinações de roupas diferentes, sempre recebendo alguma crítica do Han. Até que ele pareceu minimamente satisfeito com o último.

— É simples e casual, acho que combina com o tipo de encontro que vocês vão ter! — exclamou batendo uma única palma.

Minho trajava uma calça jeans com pequenos rasgos no joelho e que era levemente apertada, mas não ao ponto de ser desconfortável, uma camisa de manga longa branca com várias listras finas azuis. Jisung também entregou alguns acessórios, um brinco azul que, segundo o Han, parecia uma shuriken, alguns anéis e um colar branco com detalhes verde água e azul.

Jisung puxou Minho até ficar na frente do espelho, com um enorme sorriso de orgulho em seu rosto.

— Está vendo? Você está perfeito. Não tem como dar errado dessa vez!

Ｏ

Agora, lembrar daquilo trazia um amargor para o Han. Naquela época ele realmente só desejava encontrar de uma vez por todas a "pessoa certa" para o Lee. Não queria nada mais do que se livrar logo do seu primeiro cliente e mostrar que estava apto para receber mais trabalhos… Ou era isso que ele acreditava.

Por que que entre milhares, senão, milhões de cupidos, logo ele teve que passar por isso?

Não era algo considerado anormal, porém, não era algo bem-visto.

Jisung fez tudo o que não era recomendável para um cupido:

Usar sua forma física no Mundo Humano.

Se aproximar de seu cliente.

E se apaixonar por ele.

Pois agora, ele via em sua frente a pessoa pela qual ele havia ficado tão perdidamente apaixonado ao lado de outra pessoa, ao lado de Hwang Hyunjin, a pessoa que o próprio Han teve de escolher.

Queria poder conversar com Minho, dizer seus sentimentos, mas sabia que isso iria ser uma bola de neve sem fim. Um cupido se relacionar com um humano? Isso era alguma piada? Pois seria tratado dessa forma pelos seres iguais à Jisung.

Então, a única coisa que ele poderia fazer era observar, guardar em sua memória a última visão que teria da figura de Minho. O humano aos poucos esqueceria a presença de Jisung em sua vida, ele iria evaporar das lembranças do humano e ele seguiria sua vida ao lado do Hwang.

Isso parecia doloroso.

Tão doloroso quanto ter suas asas arrancadas da forma mais brutal possível.

Quase dois anos inteiros seriam jogados no esquecimento para o Lee, mas permaneceriam para o Han, que também viveria por muito mais tempo que um simples humano. Para Minho, ele seria uma figura que o confundiria, pensando se Jisung realmente foi real ou não.

Entre todas as possibilidades de como seria seu primeiro trabalho, Jisung nunca imaginou que seria dessa forma. Talvez isso lhe ensinasse que sempre deveria seguir o que era recomendado aos cupidos.

.Ｏ.

Feliz 1 aninho de ficwriter!

Sim, hoje, 18 de abril, é meu aniversário de ficwriter. Foi nesse dia em que eu publiquei minha primeira história, e a partir desse dia, o perfil só cresceu cada vez mais e eu fico muito feliz mesmo com todo esse apoio que eu recebi e continuo recebendo. Saber que tem pessoas que gostam do que eu escrevo é muito gratificante, pois nunca tive muita segurança com isso.

Quis fazer de cupido porque eu amo livrinhos de cupido então queria trazer algo, nem que fosse uma one comemorativa! Não sei se vocês curtem, mas esse é o meu presentinho.

Vocês são maravilhosos, obrigada por terem acompanhado meu perfil durante esse um ano, e espero que continuemos juntos até 18 de abril do ano que vem e assim por diante!