24|Das duas,as duas
Duas teorias.
Quando estou perto me destraio com seus traços,quando estou longe me disperso com lembranças suas.
Então não sei se isso significa que preciso de terapia ou que estou na sua.
Dizem-me-sempre "que das duas a uma".Mas nesse momento penso que das duas,as duas.
-Minha querida e talentosa amiga,Esthet Levino.
Sina Deinert
Seu cheiro é a primeira coisa que eu percebo quando acordo. Cheiro del canela, sabonete e...Noah. Abro um sorriso, ainda de olhos fechados.
Como sempre, dormimos agarradinhos como dois bons amigos fazem. Sua mão repousa em minha barriga, e minhas costas estão apertadas contra seu peito. O calor masculino é bem vindo, assim como a cadência suave de sua respiração em meus cabelos.
Eu sei que estou trilhando um caminho perigoso ao me deixar me aproximar tanto dele, mas acredito que posso manter tudo sobre controle durante algumas semanas. Eu não sou nenhuma adolescente apaixonada. Eu sou uma mulher adulta, e entendo que tudo o que há entre mim e Noah é pura atração sexual e intelectual.
Nada de sentimentos, nada de paixõezinhas, nada de complicações.
E, se eu quero mesmo sair daqui sem sequelas - sejam elas boas ou ruins -, sem sexo também.
Espero que não seja tão difícil quanto parece em minha mente.
Eu viro a cabeça e sorrio, percebendo que é a primeira vez que eu sou a primeira a acordar. Ver Noah dormindo é delicioso.
Ele não ronca. Não faz barulho nenhum, não se mexe. Seu rosto todo está menos tenso, e eu não me impeço de passar os dedos pela pele clara, de leve.
Mas ele acorda imediatamente, e me encara quase assustado. Para Depois fechar os olhos e aninhar a cabeça na palma da minha mão, puxando meu corpo para mais perto do seu.
-Não quero ir hoje.
Ele murmura emburrado, e eu sorrio, me sentindo feliz de uma forma simples.
- A festa é o ponto principal do seu plano, lembra? Anthony precisa me conhecer.
Noah abre os olhos e me encara, franzindo as sobrancelhas.
-Você é mais responsável que eu. Acho que deveria trocar de lugar comigo.
Eu ergo as sobrancelhas, me divertindo.
-Quer dizer, virar a chefe da máfia?
Ele assente com seriedade, e então pega minha cintura e me monta em cima dele. Eu prendo a respiração, mas ele não se importa.
-Você certamente é teimosa e mandona o suficiente. Só te falta uma coisa.
Eu ignoro a ereção matinal abaixo de mim e o encaro em dúvida.
Noah abre um sorriso diabólico.
-Alguns centímetros.
Eu abro a boca, surpresa, mas me recomponho rápido o suficiente para dar soquinhos em seu peito nu.
-Seu...Seu...Ordinário!Argh, vou acabar com você...
Ele solta uma gargalhada gostosa e se levanta da cama de uma vez, me pegando no colo e me levando até a pia do banheiro, onde ele se encaixa entre minhas pernas e pousa as mãos em minha coxa com uma naturalidade felina.
Noah me olha nos olhos, e eu sei o que ele está pensando.
Eu sei porque eu estou pensando a mesma coisa.
-Hoje, na festa...Vamos precisar fazer aquelas demonstrações públicas de afeto das quais combinamos. Tudo bem?
Ele me olha preocupado, e meu coração bate mais rápido.
Como alguém pode ser tão atencioso assim?
-Se me lembro bem, no nosso combinado constavam beijos fora do alcance do público, certo?
Algo em sua postura muda, e as mãos que antes pousavam em minhas coxas, agora as apertam com possessividade.
-Você me provoca tão bem...- Noah coloca meu cabelo por trás da orelha e desce uma trilha de beijos por meu pescoço.
Minha respiração acelera, e suas mãos sobem em minhas pernas, traçando círculos excitantes na pele sensível.
Eu prendo um gemido manhoso.
-Estou aprendendo seus pontos fracos, querida.
Engulo em seco quando os dedos ardilosos do meu chefe da máfia chegam perto de minha intimidade, perto demais.
Mas tudo o que Noah faz e sorrir contra a pele de meu ombro e se afastar, suspirando.
-Tome um banho, nosso dia vai ser chato e cheio de pessoas chatas e responsabilidades chatas. Chato chato chato.
Pisco, ainda meio zonza por causa dele.
-Quando você vai parar de fazer isso?
Murmuro, irritada.
Ele se vira para mim e dá uma piscadinha.
Salafrário
_________
No espelho grande, eu mal me reconheço. O tecido preto do vestido faz com que meu rosto se ilumine, ao invés de apaga-lo. O salto alto prata, com tirinhas que sobem pelo tornozelo de forma provocante me faz parecer confiante.
E então tem as fendas duplas das coxas, que deixam o visual deslumbrante. Eu pareço uma rainha, uma rainha poderosa e que pode ter qualquer coisa.
Ouço duas batidas na porta e a alcanço rapidamente, abrindo devagar.
Josh me mede de cima a baixo, e então foca o olhar em meu rosto, paralisado.
Eu sorrio.
Ele pisca.
Ele abre a boca.
Eu franzo o cenho.
Ele fecha a boca.
Continuamos em silêncio por cerca de dez segundos, e meu ego se infla um pouquinho. Quem não ficaria metida depois de deixar um homem desses sem palavras?
-Você é a mulher mais maravilhosa que eu já vi. - Seus olhos azuis brilham quando ele sussurra, e eu abro um sorriso gigantesco.
-Obrigada, querido. Vamos? - Eu estendo o braço e ele entrelaça o próprio ao meu, mantendo uma distância segura entre nós.
Descemos as escadas para o lob, e então as escadas de fora, onde um carro preto nos espera, junto com o homem mais bonito que eu já vi.
Ele abre a boca.
Eu franzo o cenho.
Ele fecha a boca.
Continuamos em silêncio por cerca de dez segundos, e meu ego se infla um pouquinho. Quem não ficaria metida depois de deixar um homem desses sem palavras?
-Você é a mulher mais maravilhosa que eu já vi. - Seus olhos azuis brilham quando ele sussurra, e eu abro um sorriso gigantesco.
-Obrigada, querido. Vamos? - Eu estendo o braço e ele entrelaça o próprio ao meu, mantendo uma distância segura entre nós.
Descemos as escadas para o lob, e então as escadas de fora, onde um carro preto nos espera, junto com o homem mais bonito que eu já vi.
Noah está falando ao celular, revirando os olhos, e então ele me vê.
-Te ligo depois. - Posso ouvi-lo murmurar para o coitado do outro lado da linha, e nossos olhares se encontram.
Ele suspira quando eu chego ao último degrau, e Josh sabiamente se afasta alguns passos de mim.
-Posso tirar uma foto sua e mostrar para o mundo todo o quão magnífica você é?
Minhas bochechas coram, e eu reprimo os lábios que insistem em sorrir.
-Você também não está nada mal, senhor Urrea.
Ele assente, sem nem piscar. Seus olhos não deixam os meus. Ele parece hipnotizado.
-Eu só...
Josh da uma tossidinha falsa.
-Já estamos atrasados, vamos?
Noah parece hesitante em deixar de me olhar, então ele apenas tateia a maçaneta do carro as cegas, sorrindo como um idiota.
Eu reviro os olhos e entro no carro.
-Homens, tão manipuláveis. Só um vestido bonitos e sapatos elegantes, e voilá. Vocês agem como bobos apaixonados.
Cada um dos irmãos se senta um dos meus lados, e eu me surpreendo ao perceber que ao invés de intimidada pela presença dos dois gigantes assassinos, me sinto protegida. Confortável.
O caminho até a festa é longo, dura cerca de quarenta minutos, e quando o carro para e eu e Noah saímos de mãos dadas eu entendo o porquê de chegarmos propositalmente atrasados.
As portas de madeira forte se abrem, e não somos anunciados como no século XIX nem nada, mas eu sinto como se estivéssemos em um baile dos livros de época.
Os mafiosos são mais de centenas. Cada um e uma vestido de forma mais perfeita que o anterior, e seus rostos bonitos demonstram curiosidade e surpresa ao ver nós três entrando juntos.
Eu não preciso de apresentações para saber que o homem alto, bonito e charmoso que vem em nossa direção é Anthony Rossi.
Ele sorri de uma forma convencida para Josh atrás de mim, abre mais o sorriso para Noah e se inclina em minha direção enquanto beija minha mão.
Bicha falsa.
Penso, abrindo meu melhor sorriso de mulher ingênua e burra.
-Urrea,Josh...Vocês não vão me apresentar essa dama esplêndida que os acompanha?
Eu coro de raiva, mas acho que é conveniente, já que Anthony parece perceber e achar que é de vergonha.
Bicha falsa e burra.
-Deinert, esse é Anthony Rossi. Rossi, essa é minha noiva,Deinert.
O homem umidesse os lábios e me analisa mais uma vez, devagar.
-Me conte onde você arruma as suas, essa aqui é a mais adorável que eu já vi.
Noah aperta minha mão com força e eu respiro fundo, pegando uma taça de champanhe e a segurando com delicadeza.
-Obrigada, senhor Rossi. É um prazer te conhecer. - Eu me viro e olho nos olhos do homem que tem me surpreendido cada vez mais. - Vamos dançar, querido?
Ele me encara e assente imediatamente, me agradecendo com os olhos.
Em cinco minutos estamos na pista de dança que está repleta de casais.
Com uma naturalidade deliciosa, Noah cola nossos corpos para a música lenta que toca ao fundo.
-Como você sabia que eu estava prestes a quebrar os dentes dele? - Sua voz grossa sussurra e eu me controlo para não apertar os músculos de seu braço.
-Eu já conheço o suficiente do seu temperamento para saber quando você quer matar alguém.
Ele sorri em minha pele.
- Você...Eu, quer dizer...
Eu o aperto contra mim.
-Não precisa dizer nada. Não vamos falar, tudo bem?
Dançamos duas músicas lentas sem trocar uma única palavra.
-As pessoas não param de nos encarar. - Sussurro, enterrando o rosto no paletó de Noah.
Ele solta uma risadinha irônica.
-As pessoas não param de te encarar. Você está...
-Linda, eu sei. Esse vestido realmente faz maravilhas.
Ele me olha sério, e nossos corpos perdem o ritmo.
-Não é o vestido, é você. Você, sua alma, seu sorriso. Você.
Eu engulo em seco, de repente ciente demais do que nós estamos fazendo. Pela primeira vez, ciente do que eu estou fazendo.
Me deixando ser levada pela língua do chefe da máfia italiana, e gostando disso.
-Eu não quero mais esperar três meses.
Eu nego com a cabeça, incapaz de falar. Incapaz de respirar. Sua voz me invade e eu me perco no moreno de sua pele.
-Sina..- Ele sussurra meu nome, e é tão baixo que não tenho certeza se ele realmente o disse.
-Sina me diga para parar. - Ele abaixa o olhar para minha boca, tão tão tão perto da dele.
Eu respiro fundo quando suas mãos apertam minha cintura. Seu aroma masculino e delicioso me envolve, e eu sei, com toda a certeza do mundo, que preciso dele. Como ar em meus pulmões, eu preciso dele.
Não sei como. Não sei quanto, ou por quanto tempo. Mas eu preciso de Noah.
-Eu não posso - Eu digo, sem conseguir desviar o olhar de sua boca. Sua respiração acelera em minha pele.
Josh fecha os olhos com força e murmura um "Porra" um segundo antes de atacar meus lábios.
Ele me beija, e qualquer esperança que eu tinha de ir embora e esquecer tudo isso desaparece.
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Deixe sua estrelinha e comentem muitoo.
Agora essa história vai começar de verdade.Ansiosa para ver a reação de vocês no próximo capítulo.
Até o próximo capítulo!
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