Capitulo 17
Cecília de Souza
O plano era faxinar a casa com o som bem alto, só que ele foi por água abaixo assim que escutei algumas palmas no portão de casa. Pakita como qualquer outro cachorro, saiu em disparada para fora latindo, o estranho foi ela ter parado. Então espiei pela janela do quarto quem estaria me importunando as oito horas da manhã quando eu nem tinha escovado os dentes. Para minha surpresa, eram os irmãos problemáticos, como disse Mariana.
Respirei fundo para acalmar o nervosismo que já marcava presença em meu estomago, me obriguei a pelo menos colocar um soutien por de baixo da camisa e arrastando o chinelo caminhei preguiçosamente para abrir a porta e os encarei fingindo braveza. Na verdade, estava mesmo inconformada com isso.
— De quem foi a ideia de bater aqui?
— Bom dia pra você também. — Mateus diz sorrindo.
— Dia! Bom quando eu estava dormindo.
Mateus faz uma careta para mim e me apresso em pegar a chave indo abrir o pequeno portão para entrarem.
— Belo pijama. — Luiz comenta e dou um leve sorriso desviando o olhar. Sorte de estar com um comportado.
— Eu nem escovei os dentes gente. Bem-vindos ao meu cantinho!
Eles entram e sem disfarce observam toda minha sala, ao mesmo tempo se jogam no sofá colocando os pés em cima da minha mesinha de centro. É muita folga.
— Dá pra morar aqui. — Luiz murmura com os olhos fechados como se estivesse se deliciando com o conforto do sofá.
— Vocês têm dois minutos para tirarem os pés da minha mesa. — Ameaço ainda da porta.
No mesmo instante, tiram ficando mais comportados no sofá e dou risada das suas caras de espantos. Pakita que tinha sumido dentro de casa, volta com um de seus brinquedos na boca e bate com a pata na perna de Luiz chamando sua atenção.
— A que devo a honra de vocês?
Enquanto os irmãos dão atenção a pitbull, aproveito e vou abrindo toda a casa para ventilar.
— Não leu a mensagem que mandei? — Luiz pergunta me olhando de relance.
— Eu nem sei onde deixei meu celular.
No mesmo instante vou a procura do aparelho, a bateria está quase acabando, mas consigo ler o que ele mandou.
"Hey preciosa, tem um parque de diversões na cidade, funciona até durante o dia. Que tal irmos lá amanhã, levo a praga no Mateus junto."
Isso explica porque estão com roupas super casuais, nunca os vi de bermuda. Luiz veste uma bermuda de sarja cinza escura, a camisa verde quase na mesma tonalidade de seus olhos e um sapatenis cinza de sola branca. Já Mateus, usa bermuda jeans azul escura, camisa rosa e também sapatenis, só que preto. Luiz com cabelo bagunçado e Mateus em um perfeito topete.
Sorrio desconsertada para eles. Não esperava esse tipo de convite e me sinto grata, só o que me fez ficar encabulada nesse momento, era o fato de ainda estar de pijama, apesar de ser minha casa.
— Obrigada pelo convite, mas acabei de acordar e...
— Te esperamos. — Luiz me corta e nem pisca quando me encara.
Suspiro e assinto, sentindo meu coração bater tão loucamente que chega doer.
— Vocês aceitam algo? Preciso comer alguma coisa.
Me dirijo para a cozinha na intenção de fugir e acabo tropeçando na cesta básica que estava ao lado da pia. Cheguei tão cansada que nem a guardei. Por sorte, Arthur sempre me traz quando eu e as garotas recebemos nossas cestas do tio Leci. Pegar ônibus super tarde com a cesta ia dar trabalho.
Puxo os alimentos para próximo do armário que guardo as comidas e foco em preparar meu café da manhã. Logo ganho a companhia dos dois belos homens que se sentam nas cadeiras trocando risos e soquinhos, pelo visto, estão empolgados. Pego o pacote de pão de forma, alface e lavo algumas folhas, um tomate e corto em rodelas, pote de maionese, o pote de frango desfiado e temperado. Começo a montar alguns sanduiches.
— Cici e essa cesta? É pra guardar?
A voz de Luiz me tira a concentração dos sanduiches e o olho depois de beliscar um pedaço de frango.
— Aham, estava muito cansada para guardar ontem. — Dou de ombros.
— Tudo bem! Onde você guarda?
Aponto o armário ao lado da geladeira e minhas sobrancelhas se erguem quando Luiz se prontifica em guardar as coisas, nem precisei dizer que o que estava antes deveria ficar em cima dos alimentos que chegou agora. Guardou certinho e depois voltou a se sentar.
Olho para Mateus que retribuiu meu olhar, só que seus lábios estavam comprimidos contendo um sorriso.
— Isso foi estranho. — Comento e entrego para cada um prato com o sanduiche.
Pego três copos colocando-os na mesa e vou até a geladeira, pegando uma jarra de suco de acerola e nos sirvo. Sem delongas, atacamos. Enquanto Mateus me contava como tinha ido em uma apresentação na faculdade, Luiz já tinha devorado seu lanche.
— Isso que você disse que não estava com fome. — Mateus repreende seu irmão que dá de ombros.
— Não achei mesmo que estava.
— Por que? Não se alimenta direito?
Ouso em perguntar e permaneço encarando seus olhos esmeraldas esperando sua resposta. Ela demora um pouco para vim já que seu olhar alternavam entre cada mordida que eu dava no meu pão e em Mateus.
— Nem sempre. — Admite.
— Ih, Mateus bata no seu irmão se ele não comer. — Encaro o rapaz loiro rapidamente.
— Mas eu já faço isso e com um taco de baseboll. — Se gaba.
Tento segurar a risada vendo Luiz ficar envergonhado se remexendo na cadeira. Dou a última mordida e recolho as coisas guardando o que sobrou na geladeira e na pia o que sujamos.
— Bom, fiquem à vontade fofocando sobre mim, vou me arrumar!
Pisco para eles e me direciono ao meu quarto, rapidamente escolho uma roupa confortável e vou para o banheiro. Faço minhas higienes e tomo um banho rápido, depois prendo meus cachos em um coque e uma leve maquiagem. Volto ao meu quarto e arrumo uma pequena bolsa com algumas coisas, documento e dinheiro.
Voltando para sala, deixo minha bolsa na mesinha de centro e vou abastecer as vasilhas de Pakita. Faço todo o processo de fechar janelas e conferir tudo antes de me colocar na frente dos rapazes.
— Estou pronta!
— Uau, tudo isso é só pra mim?
Reviro os olhos com a fala de Mateus sem conter meu sorriso envergonhado.
— Mateus eu vou te expulsar daqui. — Aponto o dedo para ele que ri descaradamente de mim.
Minha atenção se volta a Luiz quando solta uma tosse falsa e se levanta.
— Vamos antes que eu mate alguém. — Ralha olhando torto para o irmão.
Pego minha bolsa e espero saírem para trancar a porta. Na calçada me deparo com o belo carro que Mateus dirigiu esses dias e ele mesmo que toma a direção, Luiz abre a porta direita de trás para mim e sorrio agradecendo, sentindo meu coração pulsar forte quando ele responde com a voz aveludada me encarando com um certo brilho nos olhos. Porém, logo afasto da minha mente qualquer expectativa de paixão, sofrer antecipadamente é um saco.
Estou superanimada com esse passeio, assim como eles. O rádio estava ligado e logo identifiquei a música e comecei a cantarolar.
— Curte Anne-Marie? — Mateus me espia do retrovisor.
— Adoro! Ei Luiz, por que está quietinho?
Me aproximo de seu banco e ele vira o rosto me encarando sereno.
— Só pensando em algumas coisas.
— E essas coisas são boas ou ruins?
Insisto querendo que fale mais comigo. Chega ser estranho pressioná-lo, pois sempre que nos esbarramos ele já começa a se abrir... Ou talvez não quer falar porque seu irmão esteja junto.
— Coisas boas! — Afirma com um belo sorriso que mostra suas pequenas covinhas.
— Eu vou vomitar com essa melancolia.
Luiz desfere um soco leve no braço do irmão e eu mostro língua para o loiro pelo retrovisor. O resto do caminho seguiu-se em cantarolar as músicas da rádio. Logo chegamos ao espaço reservado para o parque e eu, literalmente parecia uma criança no meio dos brinquedos sem saber em qual ir primeiro.
— Vou comprar os ingressos, logo alcanço vocês.
— Espera Mateus, deixa eu...
Nem me deixa terminar de falar e arranca minha bolsa de minhas mãos jogando-a no carro e o travando.
— Hoje você está por nossa conta Cachinhos. Vai escolhendo um brinquedo.
O cara se afasta e olho para Luiz que apenas me indica com a cabeça para andarmos.
— Onde quer ir primeiro?
— Carrinho bate-bate! — Digo empolgada.
— Sério?
Me olha com as sobrancelhas erguidas.
— Claro, não sei dirigir e pelo menos lá, posso bater em todo mundo. — Dou de ombros.
— Então vamos lá e depois?
— No samba! — Faço um biquinho quando me olha de novo.
— E se formos no kamikaze?
— Sai doido, não quero morrer não! — O repreendo risonha.
O empurro para longe quando ri de mim. Quase na metade do caminho, sinto a mão direita de Luiz pegar na minha mão esquerda, porém ele só segura meu indicador até chegarmos nos carrinhos, o que não demora muito pois não há muita movimentação. Engulo a saliva duramente com esse contato, estou tentando deixar o clima leve já que ele está muito pensativo e durante o curto caminho, permaneceu olhando para frente com pose de durão, enquanto eu buscava qualquer contato visual querendo desvendar o que está rolando.
— Sabe nadar?
Pergunta depois de um tempinho parados na fila esperando Mateus vim com os ingressos.
— Não me garanto muito. — Admito. — Às vezes me apavoro quando não dá pé.
Apenas assente e ergo uma sobrancelha, porém ele desvia o olhar com o canto da boca arqueada. Logo Mateus chega e escolhemos nossos carros e além de nós, duas crianças com seus pais também entraram o que deixou mais divertido. Saindo dali, fomos no samba, eu no meio dos dois enquanto o brinquedo girava e sacudia ao som de várias músicas, alguns adolescentes até iam para o meio dançar.
— Eu não vou nessa aberração!
Exclamo quando Mateus tenta me arrastar para o kamikaze.
— Vamos Cici, é legal! — Tenta de novo com os olhos pidões.
Quando ele estende a mão querendo me pegar, corro para de trás de Luiz tentando fugir, arrancando uma risada do mesmo. Fecho os olhos com força e grunho com o som, santo Zeus, como está difícil manter a sanidade.
— Ei, sabe que vou também, né?
Seu olhar brilha travesso e no mesmo instante corro para um poste próximo abraçando-o, mal me recupero de um susto e já vem outro.
— Ninguém me tira daqui! — Digo afoita os encarando com sangue nos olhos. — Não ousem tocar em mim. — Brado.
— Calma dona fera, amigos, somos amigos!
O mais novo diz mansamente se aproximando de mim, me finjo de indignada com sua zombaria e tento chuta-lo quando se aproxima mais.
— É sério isso? — Indago.
— Vamos Mateus, ela não quer.
Luiz puxa o irmão em meu socorro e suspiro aliviada. Finalmente, meu pai, me deram sossego. Por mais que o mais velho não esteja tagarelando muito, quando entramos nos brinquedos, seus olhos verdes brilham intensamente e parece um garoto curtindo a adrenalina. Me cutuca, faz careta, solta algumas piscadinhas, bagunça o cabelo do irmão. Uma peste.
Espero eles de fato entrarem no brinquedo e me afasto do poste, por sorte Mateus deixou dois bilhetes comigo, aproveito e vou no tiro ao alvo. Tenho direito a três tiros com cada ingresso, com o primeiro consegui um pequeno urso rosa, só que meu foco era em um grande urso branco que segurava uma rosa, porém a plaquinha dele era mais complicada de acertar. Quando errei duas vezes, bati o pé direito no chão em claro sinal de birra e nervoso.
Respiro fundo e tento me concentrar de novo, mas quase infarto quando duas mãos se acomodam em minha cintura.
— Última chance de acertar.
A tensão do meu corpo se vai tão rápido, que se Luiz não estivesse tão próximo, cairia no chão como gelatina. Cada uma de suas mãos acariciaram meus braços até chegarem as minhas mãos mantendo a arma mais firme no apoio da barraca. Sua respiração quente em minha nuca exposta é uma completa tortura, nem consigo disfarçar um calafrio bruto que percorre minha espinha, detalhe que o faz rir baixinho em meu ouvido.
— Se concentra, Preciosa. — Murmura.
— Tá meio co-complicado. — Engulo duramente a saliva.
Concentração era o que eu menos tinha, meu coração estava tão louco quanto minhas mãos que estavam visivelmente tremulas, minha respiração estava tão acelerada que parecia que acabei de dar três voltas correndo na pracinha e consequentemente, errei o tiro.
— Droga. — Me repreendo.
— Minha vez!
Tirando a arma de minhas mãos, Luiz deixa um beijo estalado em minha bochecha do lado esquerdo, logo se posicionando do meu lado depois de entregar rapidamente um bilhetinho ao rapaz da barraca. É como se eu estivesse vendo tudo em câmera lenta, até o momento que me entrega o bendito urso e dá uma piscadinha sorrindo descaradamente.
— Não vai me bater, né?
Me encara com diversão nos olhos e sou obrigada a sair do transe.
— Se eu não morrer, talvez eu bata. — Digo colocando a mão direita no peito massageando-o.
Por Zeus eu vou morrer! Nem consigo disfarçar o quanto estou afetada.
O enorme sorriso embelezado pelas covinhas, fazem meu estomago dar uma cambalhota radical.
— Ei casal, mais alguém está com fome?
Mateus se aproxima jogando os braços em nós, aproveito a deixa para fugir, tinha até esquecido dele.
— Eu também! Quero milkshake com batata frita!
No mesmo instante Mateus me solta me olhando como se eu fosse uma aliem, seu irmão apenas coloca as mãos nos bolsos da bermuda comprimindo os lábios. Quem já experimentou milkshake com batata frita, sabe o quanto é bom.
— Você tem gostos estranhos. — O loirinho diz.
— Mas é você que come pipoca com pimenta.
Luiz expõe se soltando do braço do irmão, diferente de mim que ainda ganhei um abraço e assim permanecemos até as barraquinhas de comida. Não tinha dado tanta atenção a esse detalhe antes, porém minha barriga roncou assim que senti o delicioso aroma de espetinhos.
— Voto no espetinho! — Minha boca até salivou.
Enquanto Luiz ficou em função de pegar nossa comida, Mateus e eu nos acomodamos em uma das mesas e cadeiras de plásticos espalhadas por ali, deixei os ursos em uma cadeira.
— Então, está gostando?
Mateus me encara com carinho e sorrio confirmando.
— Obrigada por esse dia. — Digo.
— E aquele baita clima lá no tiro ao alvo?
Seus olhos ficam semicerrados e sinto minhas bochechas esquentarem diante de seu sorriso travesso.
— Seu irmão gosta de me provocar. — Desconverso.
— Ah Cici, Luiz não faria nada do tipo se não sentisse algo por você. — Pisca.
Por pouco não engasguei com a saliva, o olhar mortal de direcionei ao rapaz a minha frente foi o suficiente para fazê-lo rir como uma hiena.
— Por que são tão maldosos comigo? Gente eu sou um anjo! — Tento segurar o riso de mim mesma após dizer a frase manhosa.
Mando Mateus calar a boca quando percebo Luiz se aproximar. Para minha tristeza, não tinha milkshake por aqui, em compensação, o espetinho estava uma delícia. Todos pegamos de frango com bacon e a mandioca de acompanhamento. E teve segunda rodada. Quando conferi as horas no relógio de pulso de Mateus, passava de uma da tarde.
— Quer dar uma passada lá em casa? Te deixo no serviço depois.
Concordo com o pedido de Luiz enquanto dou o ultimo gole na latinha de refrigerante. Pego os ursos e voltamos para o carro, me encostei no grandão enquanto observava a paisagem e na minha mente, ainda martelava o que Mateus disse mais cedo.
Não nego que ele tem chance comigo... Muita chance e todo o clima de hoje me faz ter certeza que também tenho com ele. Apesar dos altos e baixos, Luiz sempre deixou sua presença muito marcada em mim. E ele mesmo já deixou claro que não fugiria de algo entre nós. Só me falta coragem para dar um passo maior.
Santo Poseidon, minha morte vem.
Quando o carro para, encaro boquiaberta os enormes prédios de um condomínio. Desço do carro depois deles levando junto minha bolsa. Me sinto uma formiguinha, não faço nem questão de chutar quantos andares há, e tudo exalando luxo.
Engulo qualquer comentário para não passar vergonha, mas sem deixar de notar os detalhes desde o momento que passamos pela recepção, o elevador que tem um enorme espelho do qual aproveito para espiar se minha roupa não sujou até o longo corredor e Luiz tirar do bolso uma chave e abrir uma porta.
Gente, nem vendendo meu fígado, rins, pâncreas eu teria dinheiro o suficiente para pagar tudo isso.
— Cici, fecha a boca.
Assim faço quando a mão de Luiz toca meu queixo e sorrio nervosa.
— Fique à vontade, quer alguma coisa? — O mesmo pergunta.
— Estou bem, obrigada.
Me jogo no sofá querendo descansar um pouco as pernas, tiro os sapatos e suspiro. Eles foram folgados comigo, posso ser com eles também.
— O dia de hoje foi... Demais gente, valeu pelo convite. — Agradeço novamente.
— Que tal uma pipoca com pimenta agora?!
— Meu estomago educadamente recusa.
Enrugo o nariz em uma careta com o convite de Mateus. O cara tem problema.
No fim ficamos nós três esparramados no sofá, até cochilei por alguns minutos. Depois pedi para usar o banheiro e me ajeitar para o trabalho, como retocar o desodorante, maquiagem, perfume, cabelo e até troquei a calcinha. Depois desse dia cheio de adrenalina, adoraria me jogar na minha cama e dormir. Na hora de me despedir de Mateus, ele me abraçou e não queria soltar. Se não fosse Luiz ameaça-lo deixar careca e cortar seu órgão genital, não soltaria.
— Posso levar os ursos na sua casa outro dia.
Luiz palpita assim que estaciona na frente do bar.
— Ah sim, por favor, não tenho onde guarda-los aqui.
Solto o sinto e me viro um pouco para observa-lo melhor.
— Amanhã é seu dia de folga, certo?
— Isso.
— Quer ir em um lugar comigo amanhã?
— Que tipo de lugar? — Ergo uma sobrancelha sem desviar meus olhos dos seus.
— Vamos em uma cachoeira, não é época de turismo e durante a semana não vai quase ninguém.
Permaneço em silencio encarando suas orbitas esmeraldas avaliando a ideia. Seria muita loucura ir para o meio do mato com ele? Óbvio! Vou negar o convite? Não! A loucura de estarmos apaixonados é que fazemos coisas imprudentes.
Apaixonada?
— Eu levo o lanche. — Digo de supetão.
Prendo a respiração quando o rapaz e toda sua pose segura de si, se inclina depositando um beijo demorado em minha bochecha, minha pele pinica com o toque e me seguro para não suspirar. Quando se afasta, mais devagar do que deveria, não consigo desviar meu olhar de seus lábios, meu peito chega doer com toda essa situação.
— Respira Cici. — Murmura com a voz rouca.
— No-nos vemos amanhã.
— Fique atenta ao celular.
Abro a porta do carro pulando para fora do mesmo. Quando entro no bar, Rosa é a primeira a me ver e gritar que cheguei. Mal dei um passo quando todas elas vieram ao meu encontro querendo saber quem me trouxe.
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