52 - adeus
Stella
Depois da minha conversa com o príncipe, fiquei pensativa enquanto sem querer, deixava algumas lágrimas escorrerem pelo meu rosto. E foi esse o momento em que o bárbaro havia se aproximado de mim, nitidamente curioso e preocupado após ver o meu estado.
Ele me perguntou o que havia acontecido, e como eu não tenho razões ou motivos para mentir, contei toda a verdade.
Sem nem sequer poupar a parte do beijo.
Obviamente o bárbaro não havia gostado, mas como eu o devia uma resposta a respeito do seu pedido de casamento eu aproveitei a oportunidade para negar e dizer o que eu sentia pelo príncipe herdeiro.
E embora a verdade fosse precisa, eu detestei ter dito ao ver a expressão dolorosa do bárbaro.
No entanto, eu não podia mentir ou sequer tomar o tempo do bárbaro com uma decisão que eu já sabia qual tomar. E abatido, ele olhou para baixo pensativo, antes de tornar a me encarar.
— E então, irá ficar com ele?
Respirei fundo, pois essa não era uma decisão tão fácil a se tomar.
— Eu ainda não sei, Kiran. Sinto saudade de casa, e penso em voltar assim que eu descobrir como.
Ele assentiu para mim, e mesmo triste eu notei que o mesmo estava pensando em alguma forma de me ajudar.
— Eu entendo que não esteja sendo fácil para você, Stella. Mas pode contar comigo, irei te apoiar em qualquer coisa que decidir. — ele explicou. — Afinal, ainda somos amigos.
Abrir um sorriso agradecido e aliviado após saber que ele também não se afastaria de mim, e pela emoção do momento eu o abracei.
— Obrigada, Kiran. De verdade!
Ele também me abraçou, mas não disse nada. No entanto eu já estava grata pelo apoio e companhia do mesmo, independentemente de qualquer palavra que o bárbaro pudesse ter me dito.
— Com licença! — disse a voz repentina da contrabandista nos assustando, e consequentemente nos separando. — Atrapalhamos os pombinhos?
Ela perguntou com um sorriso malicioso ao nos encarar, e notei que a bruxa fazia o mesmo ao seu lado.
— Não atrapalharam nada, e... somos apenas bons amigos.
Respondi enquanto os sorrisos maliciosos das garotas se desfaziam em surpresa.
— Ah, perdão. Eu pensei que...
— Sem problemas, Isla.
O bárbaro respondeu ao interromper a contrabandista, nos colocando em um silêncio constrangedor. No qual ninguém sabia o que dizer, embora eu soubesse muito bem o que pensavam.
No príncipe herdeiro.
Ainda estávamos em silêncio quando notamos alguém se aproximar, e ao olhar na direção, me assustei ao ver o príncipe loockano.
— Oi, pessoal.
Ele cumprimentou todos sem nem tirar os olhos de mim.
— Olá, Elliot!
Disse a contrabandista e a bruxa em unissono.
— Stella, eu posso conversar com você? A sós?
Foi o único momento em que ele havia tirado os seus olhos de mim para observar a todos, e nervosa, eu rapidamente assenti em concordância.
Pois pelo seu semelhante abatido, eu sentia que ele havia se arrependido da sua decisão de se afastar.
— Bom... irei beber alguma coisa. — disse a bruxa. — Aceitam irem comigo?
— Vamos lá.
Respondeu a contrabandista enquanto puxava consigo o bárbaro ao seguir a garota idrêsa, na intenção de nos deixar sozinhos.
O príncipe herdeiro respirou fundo quando estávamos a sós, em uma tentativa de aliviar o seu nítido nervosismo. E então eu fiz o mesmo.
— Acho que eu te devo desculpas, Stella. Por ter sido um egoista.
Abaixei o meu olhar por um breve instante, mas logo tornei a encara-lo.
— Tudo bem, Elliot. Eu te entendo. — falei. — Eu não posso te obrigar a ficar ao meu lado mesmo que a minha decisão final seja partir.
— Eu sei, mas ainda sim eu deveria estar ao seu lado. — ele explicou tranquilamente. — Quem ama deixa livre, Stella. E você é o amor da minha vida.
Lágrimas brotaram em meus olhos, mas eu ainda não estava pronta para deixá-las caírem. E então as enxuguei enquanto sorria.
— Ah, mas por que está falando desse jeito como se fosse uma despedida? — perguntei ainda sorrindo ao me recompor. — Ainda não irei embora, ou melhor, não sei se um dia eu conseguirei.
Ele abriu um sorriso para tentar me animar.
— Se esse dia chegar, pode ter certeza de que eu te apoiarei. Mesmo que sua vontade seja de partir.
— Está falando sério, Elliot?
Ele assentiu em concordância, apenas para me apoiar e alegrar. Mas eu sabia que no fundo o príncipe estava devastado em pensar nessa possibilidade.
Da mesma forma que eu.
— Eu te amo, Elliot.
— E eu te amo ainda mais, Stella.
Abrir um sorriso enquanto corria animadamente para os braços do príncipe herdeiro e o beijava novamente como se estivéssemos sozinhos no jardim, e no fundo, era exatamente isso que eu sentia.
Como se só existíssemos apenas eu e ele. Sem reinos, coroa ou livros e história... nada. Apenas o Elliot e a Stella.
Quando nos afastamos, permaneci encarando o mesmo com um sorriso contente. No fundo, feliz por ainda não haver uma resposta pelo motivo que eu estou aqui, ou uma forma de voltar para casa. Apenas um sentimento de que eu deveria aproveitar cada segundo ao lado do Elliot, e era isso o que importava no momento.
— Está com sede?
Ele me perguntou repentinamente, e eu assenti.
— Sim.
— Vamos comigo beber alguma coisa?
— Achei que não me convidaria.
Brinquei com o mesmo fazendo-o sorrir.
— Perdão, senhorita. Estive ocupado admirando tamanha beleza.
Rir juntamente ao Elliot, e foi então que decidimos seguir até uma mesa de bebidas. No entanto, fomos surpreendidos pela aparição repentina da bruxa, do bárbaro, da contrabandista e também do príncipe Elias juntamente ao sacerdote.
E foi a pessoa que mais me surpreendeu ter visto.
— Sacerdote, que bom vê-lo!
Falei enquanto seguia em sua direção para cumprimentá-lo, mas eles estavam com expressões sérias em seus rostos, me deixando aflita.
— Está acontecendo alguma coisa?
Perguntou o príncipe herdeiro, fazendo todos trocarem olhares apreensivos de relance.
— O sacerdote tem algo a te revelar, leitora. — disse Elias sério. — Algo sobre como te levar de para casa.
Arregalei os olhos de surpresa enquanto encarava o príncipe herdeiro que estava mais surpreso do que eu, e então engoli em seco enquanto meu coração disparava em meu peito.
Seguimos para o Salão Principal por sugestão do príncipe Elias, e foi somente o momento em que realmente temi, pois sabia que ele tinha algo sério a me revelar sobre a minha volta para casa.
Pelas expressões aflitas e sérias de todos, achei que não haveria uma forma de voltar e que eu deveria viver o resto da minha vida presa em um mundo fictício de um livro. Mas quando o sacerdote me revelou que sabia uma forma de me levar de volta, tudo mudou e a esperança em mim nasceu mais uma vez.
No entanto, eu ainda estava dividida entre o mundo real e o fictício, entre o príncipe e a minha antiga vida... eu estava dividia entre dois mundos.
Respirei fundo novamente enquanto caminhava de um lado para o outro sem saber ao certo o que fazer ou decidir. Encarei de relance os meus amigos, mas todos estavam inexpressivos, obviamente sabendo que eu procuraria uma resposta em suas expressões. Mas o que me partiu o coração foi ver o príncipe herdeiro nitidamente preocupado e abatido.
E mais uma vez, respirei fundo, pois era a única coisa que eu conseguia fazer.
— Perdão, senhorita Stella. — disse o sacerdote atraindo a minha atenção. — Se eu soubesse que a senhorita iria ficar tão apreensiva desse jeito, eu teria esperado o baile terminar para te contar.
— Não, Cedric. Tudo bem. — falei afim de tranquiliza-lo. — Não foi a sua culpa. Eu quem estou indecisa sobre voltar.
O sacerdote franziu o cenho em confusão ao me encarar.
— Mas por que a senhorita está confusa? — ele me perguntou. — Achei que quisesse voltar para casa.
— E eu quero! — disparei sem pensar. — Ou melhor, eu acho que quero. Mas eu não sei.
— A senhorita está me deixando confuso, Stella.
— O que está acontecendo aqui, sacerdote. É que o meu irmão se apaixonou por ela, e ela por ele.
O velho sacerdote arregalou os olhos em surpresa ao que o Elias tinha revelado, e temi algo de ruim em sua expressão.
— Por Izai! Quando isso aconteceu?!
— Desde a primeira vez em que eu a vi, sacerdote.
Respondeu o príncipe herdeiro atraindo as nossas atenções.
— Mas ele não foi o único, sacerdote. — disparou a contrabandista nos surpreendendo. — O nosso amigo bárbaro aqui, também está enfeitiçado pela nossa leitora.
O hariano revirou os olhos com impaciência para a garota.
— Detalhes demais, Isla.
— Mas sacerdote, isso é algum problema?
Elias perguntou curioso ao notar a expressão assustada do mesmo.
— Bem, não é um problema se... a Stella decidir voltar.
Encarei o príncipe herdeiro e os meus amigos confusa.
— Por que, sacerdote?
— Digamos que se você não voltar e decidir casar-se com o príncipe Elliot, digamos que a sua vida no mundo real seja... digamos que inexistente.
— O senhor está dizendo que se eu ficar será como se eu nunca tivesse existido?
Ele notou o meu nervosismo e tentou me acalmar.
— Não, senhorita Stella. Isso não é possível. — disse o sacerdote. — Mas a senhorita deixará de existir em seu mundo, ou seja, morrerá. E jamais poderá retornar a sua antiga vida, sendo apenas uma personagem nova, assim como nós.
Engoli em seco enquanto pensava na possibilidade de viver para sempre aqui, me tornando uma personagem como eles enquanto lá fora, a minha família e amigos choram a minha morte.
Não terei como lidar com isso.
— Bem, sendo assim... acho que escolho voltar para casa. — falei. — Não posso fazer isso com os meus pais e meus amigos.
Ele assentiu com compaixão ao momento enquanto os meus amigos me encaravam com tristeza, embora entendessem a minha decisão.
— Sacerdote!
Disparou o príncipe herdeiro.
— Sim, Alteza?
— Não há uma outra forma de ficarmos juntos? — ele perguntou quase desesperado. — Alguma magia, feitiço... qualquer coisa?
Olhei para baixo com tristeza ao notar o quão desesperado estava o príncipe herdeiro, e aquilo partia ainda mais o meu coração.
— Perdão, Alteza. Mas não há outra solução. — disse o sacerdote entristecido. — Ou ela fica, ou... o senhor irá com ela.
Arregalei os olhos com a sugestão do sacerdote, e não fui a única surpresa com isso.
— Isso é possível?
— Sim, Alteza. Se o senhor decidir ir embora e viver lá, será como se nunca tivesse existido na história e nunca voltará.
Ele paralisou por alguns instantes como se estivesse pensando a respeito, e ainda surpresa, eu estava sem reação.
— Então eu aceito ir com a Stella.
— O quê?!
Disparou o príncipe Elias e os nossos amigos com a decisão do mesmo.
— É isso mesmo o que ouviram, eu irei com a Stella!
Ele disse decidido.
— Elliot, o que você está fazendo?! — disparou a bruxa. — Você não pensou direito, não pode tomar uma decisão dessas sem raciocinar!
— Eu já me decidi, é isso o que eu quero!
Elias respirou fundo enquanto mantinha a paciência e relaxava o corpo rígido de nervoso.
— Meu irmão, pense bem para não sofrer depois.
— Elias, eu sofrerei se deixar a Stella partir. Eu sofrerei se precisar viver sem ela! — disparou ele, decidido. — Eu já tomei a minha decisão, Elias.
O príncipe mais novo respirou fundo, pois sabia mais do que eu que não adiantava discutir com o mesmo.
O Elliot estava decidido e nada mudaria isso.
No entanto, eu precisava tentar.
— Não, Elliot. Você fica!
Ele me encarou confuso.
— O que está falando, Stella?
— Estou ordenando que fique!
— Mas Stella, eu pensei que você me amasse.
Com os olhos marejados, eu abrir um sorriso doloroso para o mesmo.
— E eu te amo, muito! — falei. — Por isso preciso deixar você livre.
Por incrível que fosse no momento, vi o príncipe herdeiro com lágrimas nos seus olhos tristes. E aquela cena me doeu ainda mais.
— Eu não quero te deixar, Stella.
— E você nunca me deixou, Elliot. Nunca. — falei afim de tranquilizar o mesmo. — Você precisa ficar! Tem um reino para governar e uma vida inteira para viver.
Quando ele piscou os olhos, uma lágrima solitária desceu pela sua bochecha, mas o mesmo não a enxugou.
Era como se ele não estivesse sentindo nada.
— Mas do que tudo isso tem sentido sem você? — ele perguntou. — Eu preciso de você!
Precisei ser mais firme para não chorar, e por pouco eu conseguir.
— Não faz isso comigo, Elliot. Está sendo muito difícil para mim também.
Ele abaixou o seu olhar como se estivesse entendido que não adiantaria mais insistir, e finalmente o príncipe herdeiro entendeu que não havia mais o que fazer ou dizer.
Quando ele me encarou de volta, seus olhos já estavam cheios de lágrimas.
— Por favor, Stella. Não se esqueça de mim.
Abrir um sorriso embora eu quisesse chorar e assenti.
— Eu nunca esquecerei de você, príncipe Elliot.
Ele caminhou em minha direção e me beijou novamente. De forma lenta, suave e firme, como se fosse a sua última tentativa de me prender.
De me fazer ficar.
E quando nos separamos, meus olhos já estavam cobertos de lágrimas também.
— Eu te amo, leitora! Para sempre.
— Eu também te amo, príncipe herdeiro. Para sempre.
Ele abriu um sorriso e finalmente enxugou os seus olhos retomando a sua postura firme de realeza, qualidade que eu sempre admirei no mesmo.
Encarei os meus demais amigos que também estavam com os olhos marejados e abrir um sorriso para todos.
— Jamais esquecerei de vocês! — falei enquanto me afastava dos mesmos, me preparando para ser atingida pelo feitiço do sacerdote que me levará para casa. — Agradeço por todas as lições, e principalmente por sempre salvarem a minha vida.
A contrabandista abriu um sorriso fraco.
— Você não estaria vida sem nós, leitora.
Sorri para a mesma ao assenti em concordância.
— Tem razão, jamais viveria se não fosse por vocês.
— E nós não conseguiríamos salvar o Novo Mundo se não fosse por você, Stella. Obrigada.
Disse a bruxa me fazendo chorar novamente.
— Fiz apenas o que deveria ter sido feito, Surya. — falei encarando a mesma enquanto voltava o meu olhar para o bárbaro. — E obrigada,
Kiran. Por ser esse rapaz tão especial e incrível para mim.
Ele abriu um sorriso fraco, também disfarçando os seus olhos marejados.
— Você quem é especial e incrível, Stella. Sabe disso.
Assenti em agradecimento enquanto olhava para o príncipe mais novo.
— E Elias, muito obrigada por sempre me ajudar desde o começo.
Ele abriu um sorriso enquanto erguia uma de suas sobrancelhas.
— Quantas vezes terei que lembra-lá do pronome de tratamento?
Rir com a brincadeira do mesmo, e todos nós deixamos o clima mais leve com risadas sinceras.
— Claro, Alteza. Perdão.
Ele abriu um sorriso e me encarou fixamente.
— Sentirei saudades, leitora.
— Também sentirei saudades, Elias.
Ainda o encarando, fui surpreendida com a voz do sacerdote ao me chamar.
— Está pronta, senhorita?
— Sim, sacerdote. Eu estou.
Ele assentiu enquanto eu respirava fundo para conter o meu nervosismo.
O sacerdote me instruiu a seguir para o centro do Salão Principal e assim eu fiz, e logo, me alertou sobre o que eu poderia sentir ao ser teletransportada de volta — e seria como uma corrente elétrica pelo meu corpo.
Logo após, ele também me advertiu sobre o que eu poderia sentir ao chegar em meu mundo.
Incluindo um leve enjoo, dor de cabeça, tontura ou fraqueza.
Também assenti para mesmo, reafirmando que estaria pronta para voltar.
— Ah, já iria me esquecendo! — disse o sacerdote. — Assim que acordar, você lembrará de tudo o que viveu aqui e todos que conheceu. Mas achará que é apenas um sonho.
— Tudo bem, o que importa é não esquecer.
Ele sorriu e assentiu, me alertando que estava prestes a me enviar de volta para o meu mundo.
Quando ele e afastou e ditou algumas palavras em cortelano antigo, eu vi faíscas saírem de suas mãos e então ele as jogou para mim. E não tive como não fechar os olhos, tanto pela intensa luz, quanto pelo medo que eu sentia.
E instantaneamente senti a tal corrente elétrica percorrer com velocidade por todo o meu corpo.
*
Ouvir um constante e irritante som ecoar de longe, e quando abrir lentamente os meus olhos, sentir uma dor de cabeça.
Reclamei com a latejante dor, especialmente porque um barulho irritante de companhia era emitido sem intervalo. E então, bufei ao me levantar.
Precisei em equilibrar na mesa onde eu havia acordado, pois eu estava estranhamente tonta e então seguir em direção a minha porta.
— Já vai!
Gritei para a pessoa atrás da minha porta enquanto vestia o meu roupão, e ao girar a maçaneta me deparei com a minha melhor amiga Ashley, nitidamente irritada.
Então foi quando eu notei que estava em minha casa.
Fiquei paralisada por alguns breves instantes enquanto encarava a minha amiga endurecida.
— Até que fim! — ela disparou entrando rapidamente em minha casa. — Onde está o seu celular? Te liguei mil vezes e nada de você me atender!
— E-eu não sei, acho que está desligado.
Falei ainda com dor de cabeça enquanto bocejava, e isso não melhorou o humor da minha amiga.
Ela seguiu em direção a minha cama e encontrou o meu celular desligado, como eu disse que estaria. E em seguida, a Ashley o colocou para carregar.
— Aí, amiga. Você está muito desleixada.
— Eu estou é morrendo de dor de cabeça, isso sim!
Sentei-me em minha cama enquanto ela sentava na cadeira da minha mesinha de estudos.
— Dormiu muito tarde ontem?
— Não, dormir cedo. — respondi. — Fiz até um chá para me ajudar a dormir e...
Paralisei por alguns segundos após eu ter um flash de memória com um livro que eu tinha lido, dos Heróis do Novo Mundo antes de dormir. E ainda me lembrei perfeitamente de um sonho que eu havia tido em seguida.
— E?
Ashley me perguntou após ver que eu havia paralisado, e então a encarei de volta.
— E um livro que eu li para atiçar o meu sono.
— Já sei! É um livro da senhora Clark não é? — Ashley me perguntou. — Acho a matéria dela um saco!
Abri um sorriso para a minha amiga que acha quase todas as meterias irritantes.
— Não era um livro acadêmico, era um livro de ficção.
Falei enquanto seguia para a mesma em que eu dormira e pegava o livro cujo na capa continha o título, Heróis do Novo Mundo e segui de volta para a cama.
— Esse é o livro?
— Sim, quer ver?
Ela deu de ombros, desinteressada.
— Não. Se ele te fez dormir, não deve ser nada bom.
Abrir um sorriso para a mesma, achando típico dela.
— Eu acho que tive um sonho estranho.
Falei pensativa atraindo a atenção interessada da mesma.
— Que sonho?
— Sonhei que tinha entrado no livro magicamente e que lutava contra o mal com os protagonistas e que... fiquei apaixonada por um príncipe e um bárbaro e que eles também estavam por mim, e não queria que eu voltasse para a vida real.
Minha melhor amiga me observava com curiosidade enquanto eu falava sobre o meu estranho sonho.
— Mas sabe o que é mais estranho?
— Mais estranho que sonhar que entrou em um livro? Não. Eu não sei.
Ignorei a ironia da mesma e prosseguir com a minha história.
— Porque parece que eu realmente vivi tudo isso, tipo, parecia que não era um sonho.
Falei pensativa enquanto a minha amiga me encarava com o cenho franzido.
— Amiga, não me leve a mal. Mas tem certeza de que você não ingeriu bebidas alcoólicas ontem à noite?
Revirei os olhos para a mesma, afinal ela sabia mais do que qualquer pessoa que eu não tinha o hábito de beber.
A não ser que fosse socialmente, claro.
E enquanto ela ria, fomos surpreendidas pelo alarme que tocava. Indicando que era hora de me arrumar para viajar e rever os meus pais.
Me levantei rapidamente enquanto a Ashley apenas me olhava.
— Irei tomar um banho para me arrumar logo! Não quero me atrasar para pegar o ônibus.
— Tudo bem, amiga. — ela disse também se colocando de pé. — Apenas vim para me despedir mais uma vez e para te acompanhar até a rodoviária.
Abrir um sorriso para a minha amiga, feliz por ter a companhia dela.
— Ah, obrigada, amiga. — disse a abraçando. — Sabe que pode morar aqui se quiser, não é?
Brinquei com a mesma, embora fosse verdade. Ela assentiu e sorriu assim que me soltou.
— Pensarei nessa possibilidade para o ano que vem.
— Jura?!
— Sim! — comemoramos alegremente enquanto pulávamos de felicidade. — Mas olhe, é apenas uma possibilidade.
— Não se preocupe, eu sei esperar.
Ela estreitou os olhos para mim enquanto eu ria.
— Enfim, vai logo se arrumar para não se atrasar. Eu faço o seu café da manhã.
— Obrigada, amiga. Você é a melhor!
Disse enquanto corria para o banheiro afim de tomar o meu banho e me arrumar para viajar.
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