SNC: Seu Nome Completo;

Appa: papai.

— Onde está meu café coado?

— Bom dia, abeoji! — SN o cumprimenta com um sorriso. — Está aqui.

O de meia idade se senta na mesa, pegando sua xícara cheia e quente.

— Que coisa horrível… — murmurou após um gole. — Espero ainda estar vivo para presenciar o dia em que você aprenderá a fazer um bom café — resmungava com sua voz rouca.

SN apenas ignorou, colocando sobre a mesa o café da manhã: tigelinhas de arroz, kimchi e sopa de broto de feijão.

— Vai sair?! — estranhou ao ver a filha vestindo roupas mais formais.

— Avisei o senhor… Hoje tenho uma entrevista! — exclamou, se sentando para comer.

— Já estava na hora de procurar um emprego decente — disse enquanto se servia. — Faça seu pai orgulhoso e seja uma executiva de sucesso.

— Abeoji…

Ele ergueu o olhar:

— Qual o cargo?

— Appa…

— RESPONDA!

— O senhor sabe que é o meu sonho… eu não posso…

— Eu a proíbo.

— Abeoji, por favor, escute! Dessa vez será diferente, eu tenho chances e é uma grande empre…

— ESTÁ PROIBIDA DE IR NESSA ENTREVISTA! É hora de você amadurecer! Já chega de perder tempo com idiotices!

SN se levantou:

— Não vou deixar essa chance escapar.

— SN! SN, VOLTE AQUI! — o homem continuava gritando e gritando, enquanto assistia a filha pegar sua bolsa e bater a porta.

❇️❇️❇️

— Qual seu nome? — perguntou a recepcionista, digitando algo no teclado do computador.

— SNC*.

— Segundo andar, primeira porta à esquerda. Não precisa esperar chamar, basta entrar.

— Obrigada.

SN caminhou até os elevadores, entrando no que estava disponível e vazio.
 
 

— Mas o que ele quer falar com você? — indagou Jung Ho Seok, abrindo a porta de entrada do prédio da Big Hit Entertainment.

— Ele não disse exatamente. Mas é sobre a Ana — respondeu Kim Nam Joon, enquanto os sete passavam pela recepção, entrando no único elevador que estava livre.
 
 

Sozinha no cubículo, SN respirou fundo. Logo se virou para o espelho atrás de si, alisando com as duas mãos sua saia secretária.
 

— Mas será que aconteceu algo? — Ho Seok perguntou novamente, apertando o botão para o terceiro andar.

— Tomara que não… — Kim Nam Joon respondeu de cabeça baixa, logo apertando outro botão de luzes vermelhas que indicava o segundo andar.

— Vai pra onde? — Kim Seok Jin quis saber.

— Vou à sala do maenijonim.
 
 

SN sentia uma pequena friagem passar pelo estômago à medida que o elevador forçava a parada. O metalizado revelou o número 2 no visor, ecoou um sonido suave e deslizou a porta três segundos depois.

A jovem andou pelo corredor, se orientando pelas coordenadas: "primeira porta à esquerda". Após cinco passos, se deparou com a branca; "Gerente de projeto" era o que estava escrito numa pequena placa.

Três batidinhas rápidas depois, a porta branca se distanciou do seu rosto.

— Senhorita SNC?

— Sim, senhor. — Se curvou o máximo que pode.

— Entre.
 

Kim Nam Joon saiu do elevador, indo até o corredor. Ele tomou um susto quando a porta branca à sua esquerda causou um forte barulho ao se encontrar com a parede.
  

— Está nervosa, senhorita SNC?

Ainda de costas, ela mordeu os lábios, se martirizando pela atrapalhação.

— Eu peço perdão. — Se virou ao entrevistador, curvando-se novamente.

— Fique tranquila. Sente-se.

— Essa história está me rendendo mais que o esperado.
 

— Eu sinto muito — Kim Nam Joon respondeu de cabeça baixa, sentado numa cadeira, em frente à mesa do manager.

— Sentir muito não vai calar a boca das pessoas e muito menos apagar as especulações. — O responsável se silenciou por alguns segundos. — Por isso tenho algo em mente.

Kim Nam Joon levantou a cabeça.

— O evento anual beneficente é nesse fim de semana. Faça ela ir.

— Como isso melhoraria a situação?

— Simples: queremos por um fim nisso, certo? O que a mídia quer?

— A identidade dela.

— Se dermos o que eles querem, o mistério acaba e consequentemente, o interesse.

— Mas ainda tem a questão do possível conflito entre ela, Jin e Kang Mi Cha. Talvez revelar sua identidade apenas abrirá outra porta para as pessoas falarem, porque… As duas se conhecem, mas Kang Mi Cha não sabe da identidade de Ana como SM. E por isso seria ainda mais arriscado expor a verdade em frente à mídia; não sabemos o que Mi Cha seria capaz de fazer… talvez poderá piorar mais as coisas.

— Até quando iam esconder isso de mim?! — o manager perguntou, estupefato.

— Peço perdão pela minha irresponsabilidade…

— Quando vai aprender que "pedir perdão" e "sentir muito" não resolvem as coisas? Está na hora de agir como um líder, Kim Nam Joon. Faça o que for preciso.

— Como assim?

— Se Seok Jin conseguiu convencer a moça a excluir o tweets, ele consegue fazê-la se comportar. Qual a relação dessas duas?

— Ana fez a consultoria do traje de Mi Cha para o evento.

— Isso é bom… Se essa Mi Cha não fizer nenhum escândalo, todos souberem a identidade da Stranger Masked, virem as duas juntas, e melhor, souberem que uma presta serviços à outra, ficará subentendido que tudo está enfim esclarecido.

— Farei o que for preciso… — Kim Nam Joon soltou forte o ar em seus pulmões.

— Acabamos por aqui. Conte aos outros e… espero que com essa experiência vocês ao menos aprendam algo.

O mais novo se levantou, curvando-se ao manager e indo direção à porta.

— AH, NAM JOON-AH! — O garoto se virou novamente. — Veja se Tae Hyung quer acompanhar a moça no baile.

— TAE HYUNG?!

— Ne.

— Mas por que tem que ser ele?!

— Não sei… Acho que combinam bem.

Kim Nam Joon franziu a testa o tanto quanto pôde.

— Algum problema? — O manager dava atenção para alguns papéis na mesa. — Se Tae Hyung não quiser, decidam entre vocês. Sei lá, façam um sorteio... — O homem ajuntou um bloco de folhas, barulhando não muito forte. Kim Nam Joon continuou encarando, e não disfarçou seu olhar incrédulo. — RAPAZ, ISSO É O MENOS IMPORTANTE. — O manager lançou um olhar sério, fazendo o moço se recompor imediatamente, curvando-se e saindo da sala em seguida.

❇️❇️❇️

— Ne, ne… Mas alguém aqui levou em consideração a leve hipótese da menina recusar? — Min Yoon Gi contestou.

— Ainda tem isso… — concordou Seok Jin, sentado na cadeira com as duas mãos segurando o queixo.

— Nam Joon hyung, quem vai com ela? — Era o que preocupava Jeon Jung Kook.

— Ãn… — Ele passou as mãos pela nuca. — O… maenijonim disse pra gente decidir.

Jung Ho Seok soltou uma risadinha:

— Tive uma ideia… Que tal… uma disputa?

— Lá vem… — Seok Jin suspirou.

— É simples: todos sabemos que não é nada fácil arrancar gentilezas da Ana-ssi… Então, quem conseguir diretamente um sorriso sincero da parte dela, tem o dever de convencer a mocinha a ir ao baile.

— Tshh… — Jeon Jung Kook desdenhou. — Mas isso vai ser moleza!

— Não fiquem tão confiantes — Seok Jin alertou. — Não se esqueçam de que a Ana não está bem ultimamente. Vai ser difícil convencer ela…

— Mas e você — Kim Nam Joon chamou a atenção de Min Yoon Gi —, o que tem a dizer?

Suga apenas ergueu os ombros enquanto sorriu minimamente:

— Também tô dentro.

— Vou ver se ela vai estar em casa hoje à noite. — Ho Seok se prontificou, digitando no touchscreen.

🥀🥀🥀

Os seis concorrentes aguardavam a abertura da porta da casa. Kim Seok Jin até queria ter ido para rir de seus amigos, mas teve um compromisso.

— Cara, por que trouxe uma rosa? — Min Yoon Gi enrugou o nariz para Jeon Jung Kook.

— Você vai ver só, hyung.

A porta se abriu.

— AMORES!

Paralisaram diante da cena.

Jung Ho Seok cochichou:

— O que tá acontecendo aqui?

— VENHAM! Quero abraço de cada um…