Rosa

— Diaz — Terry se aproximou com uma coleira. — Comprei pro seu cachorro.

Eu o olhei.

— Por quê? Isso é pro Halloween? Você colocou algo pra me espionar? Ou você quer matar Arlo?

— Eu não ligo pro Halloween — disse ele na defensiva. — Só achei bonita, é de couro falso, combina com você.

— Então por que você ganhou um Assalto?

— Só quis provar que eles são toscos.

— Você é tosco.

— Então você não quer a coleira?

Eu peguei da mão dele.

— Arlo vai ficar muito bonito usando isso. Agora sai da minha mesa.

O elevador abriu. Dez caras saíram marchando segurando mini bandeiras lgbtq.

— Jake!

— Não fui eu.

— É mês do orgulho?

Gina saiu de trás vestindo um vestido com as cores da bandeira pan.

— ATENÇÃO. Gina Linetti está saindo do armário e se assumindo pansexual.

— ISSO. — gritou Boyle, logo depois me olhando.

— Eu gostaria de informar que queria literalmente sair de um armário, mas era muito grande e não cabia nesse elevador estúpido.

Ela riu nervosamente.

— Podem ir — ela olhou pros meninos. — Vão, vão.

— Gina, por que não me contou antes? — perguntou Jake.

— Eu queria fazer algo.

— Eu te conheço desde sempre.

— Jake, não é sobre você, é sobre mim.

Ele riu.

— Parabéns Gina. — disse Holt.

— Obrigada Capitão. Eu fiquei inspirada depois de ontem à noite.

Ela me olhou, eu desviei o olhar para o meu trabalho. Ouvi Charles emitir sons estranhos.

♤♡◇♧

Boyle sentou ao meu lado com o seu almoço.

— Então Rorô.

— Eu odeio esse apelido Charles.

— Rosa, Rosa...

— Vá direto ao ponto. — disse eu com o sanduíche em mãos.

— Você sabia que a Gina é pan?

Neguei.

— Mas você sabia que ela era queer, não é?

Assenti.

— ROSA DIAZ VOCÊ É UMA COVARDE.

— Que merda é essa Boyle?

Ele levantou e começou a andar em círculos, nervoso.

— Você não fez nada porque é covarde.

— Charles.

— Se você gosta, vai fundo. Eu sou o mestre em ser rejeitado e posso te ensinar a superar.

Eu o olhei.

— Demora um tempo...

Eu o fiz sentar.

— Eu não gosto dela, ok? Agora posso almoçar?

Ele começou a rir. Eu o olhei seriamente.

— Você está falando sério? Rosa, você está se enganando, acredita em mim, meu primo Henrique Boyle era especialista nisso, ele até...

— Argh.

Revirei os olhos.

— É óbvio que você gosta dela, todo mundo sabe.

— Você soa como uma criança.

Ele me olhou confuso.

— Rosa, você pode confiar em mim, eu sou ótimo em guardar segredos.

— Até do Jake?

Ele começou a afinar a voz.

— Foi o que eu imaginei.

— Rosa, Charles — Jake sentou entre nós. — Gina mentiu para nós.

Charles arfou surpreso.

— Do que está falando? — perguntei.

— Me sigam crianças.

Nós o seguimos.

— Amy, aperta o botão.

Ela apertou o botão do elevador. Um armário foi empurrado para fora por Terry.

— O que está ac... Meu Deus. — disse Holt.

— Eu sei, eu também tenho pesadelos com armários — Jake me olhou. —Entendeu, piada de lgbtqs?

— Sim Jake.

— Hm, okay — Ele foi para frente do armário. — Como podemos ver, um armário cabe no elevador, provando que a Gina mentiu.

— Não menti. — Gina saiu do armário.

Jake assustou. Eu sorri de leve.

— Eu não queria gastar com um armário e nem queria empurrar ele. Eu sabia que o Jake ficaria ressentido se eu não me assumisse pra ele antes, então ele tentaria me incriminar de algo.

— Eu não te incriminei.

— Mentir é o quê?

Jake começou a gaguejar.

— Obrigada Jake, Terry e Aline por apertar o botão do elevador.

— Qual é. — disse Amy.

— Peralta, o que vai fazer com um armário? — perguntou Holt.

—Eu não vou entrar nele.

Jake começou a rir, Charles riu com ele.

— Entendeu? Por que eu sou bi.

— Sim, eu entendi. Dê um jeito no armário.

— Claro Pai — Jake olhou para Terry. — Leva ele pra algum lugar.

— O que eu vou ganhar com isso?

— O meu amor?

Terry grunhiu, mas obedeceu. Amy jogou pastas na minha mesa.

— Que isso?

— Eu e você, em uma missão nada secreta.

— Amy, você bebeu?

— Não. Eu só preciso de ajuda nesses casos, e você é a melhor pra isso, então...

Ela me deu um copo de chá verde.

— Vamos irmã investigadora?

Assenti pegando o copo.