Fugitiva
-------- FINAL / PARTE 2 --------
Após a descoberta, o policial responsável pelo caso saiu às pressas do hospital, comunicando aos outros colegas a nova evidência e pedindo reforços para pôr seu plano em prática.
Dentro da viatura em andamento, contatou a delegacia, exigindo com urgência um mandado de busca e apreensão em nome de Patrícia Yang, assim como informações sobre a suspeita. Ao receber os arquivos por e-mail, comunicou aos demais colegas para se encontrarem no endereço da mulher.
Chegando ao local ao mesmo tempo que três outras viaturas, o policial deu as ordens para cercar a região, ficando de prontidão caso fosse necessário, enquanto o primeiro grupo adentrava no prédio e subia até o apartamento. Após chamarem pela suspeita repetidas vezes, arrombaram a porta e encontraram o apartamento vazio.
Vasculhando todos os cômodos da residência, logo voltou a se comunicar com os policiais e a central quando notou que a suíte e o closet estavam bagunçados, com roupas, sapatos e acessórios jogados por toda parte, entendendo que se tratava de uma fuga. Sendo assim, todos voltaram para o térreo e passaram a observar as filmagens das câmeras de segurança do edifício, notando que a fugitiva saiu com suas malas do local em menos de quarenta e oito horas.
- Melhor avisar a polícia rodoviária e federal sobre ela! - afirmou outro policial.
- Faça isso. E procure saber se ela embarcou em algum voo internacional! Se ela ainda estiver aqui, é mais fácil encontrá-la. - pediu ao colega, que concordou.
- Ela saiu daqui dirigindo o carro dele, é o pai dela! - disse o segurança do prédio, apontando para a tela. O policial sacou o celular e tirou foto da placa do carro. - Ele saiu depois dela...
- Querendo proteger a filha... Vamos atrás dele também! - afirmou o policial.
- Olha, eu ouvi ele e o motorista dizendo que iam pra empresa da filha! - falou o porteiro, receoso.
- Hm, a gente sabe onde fica. Valeu! - agradeceu o policial, saindo da sala de câmeras. - Alguém fica aqui para pegar as gravações e levar pra delegacia! - pediu para um dos policiais enquanto voltava para dentro da viatura.
[...]
Uma reunião de emergência foi marcada no escritório da Palli pelo senhor Yang. Sendo uma empresa de capital fechado e ele próprio detendo a maior parte das ações da marca, poderia reformulá-la da forma que achasse melhor sem nenhum obstáculo. Então, estando presente na sala de reuniões com os demais funcionários de cargos elevados, informou o desligamento de Patrícia da presidência da empresa, não dando mais detalhes, mas tranquilizando-os.
- A partir de agora, eu que vou responder como presidente da Palli, pelo menos até encontrar alguém de confiança para assumir esse papel. Com exceção dessa mudança, não haverá mais alterações. Podem ficar tranquilos. Façam o trabalho de vocês bem feito. Acabamos de lançar uma coleção, se não me engano, então precisamos obter lucro! Façam isso acontecer. Enquanto isso, o pessoal do RH providencie uma nota oficial comunicando essa decisão ao público. Tem que ser rápido, mas façam de maneira leve e sutil. É só isso, podem ir.
Permanecendo sentado em silêncio e observando os funcionários saírem da sala de reuniões, o senhor Yang respirou fundo. Olhando para suas mãos juntas sobre a mesa, pensou brevemente em sua filha, mas voltou à realidade quando a recepcionista o alertou sobre os policiais querendo entrar no prédio. Sem perder tempo, ele consentiu a entrada das autoridades e dirigiu-se à sala da presidência, onde teria mais privacidade para tratar do assunto que presumia ser o motivo da conversa.
Esperando de pé, caminhou até os policiais quando eles entraram na sala. Cumprimentou a todos e pediu que se acomodassem, mas eles recusaram.
- Senhor Yang, viemos aqui por causa da sua filha. Temos um mandado de prisão contra ela! Sabemos que você foi a última pessoa que esteve com ela.
- Meu Deus... Eu estive com ela mais cedo... Mas qual é o motivo da prisão dela? - questionou, demonstrando preocupação.
- Ela é suspeita de sequestro e tentativa de homicídio contra Park Jimin, seu antigo funcionário e noivo do seu ex-marido!
- Espera, estão acusando ela daquele sequestro? Mas ela também não saiu ferida? Não tinham acertado que ela também era vítima? Por que isso mudou?
- Novas evidências surgiram! Agora, onde ela está? Fale a verdade. Sei que é pai dela, mas é bom lembrar que, se descobrirmos que está acobertando-a, o senhor também pode ser preso! - afirmou a autoridade seriamente.
- Meu Deus, Patrícia... - suspirou, sentando-se na poltrona atrás de si e levando a mão à cabeça. - Ela não me disse para onde ia... só falou que iria viajar a negócios para conseguir mais patrocínios para a empresa. Eu achei estranho, mas não questionei... - declarou, omitindo os últimos detalhes na esperança de não sofrer consequências.
- Sabemos que ela está com o seu carro! Tem certeza de que não sabe onde ela possa estar? - indagou o policial, insistindo e se aproximando vagarosamente do homem.
- Meus carros têm sistema de rastreamento. O motorista é responsável por cuidar disso! Ele me avisou que o carro estava parado no estacionamento do aeroporto há algum tempo... Talvez ela tenha embarcado e deixado o carro lá, sabendo que eu poderia buscá-lo... - Em silêncio os policiais se olharam e logo entenderam o que tinha que ser feito.
- Precisamos ver o que tem dentro desse veículo. Você ou seu motorista pode nos acompanhar até o local?
- Eu posso mandar meu motorista, sem problema. Vou ligar para ele! - afirmou, pegando o celular e chamando o funcionário para a sala.
- Obrigado pela colaboração, senhor Yang. - disse o policial após o motorista chegar na sala e ser informado da situação. - É muito provável que o senhor seja chamado para um interrogatório na delegacia. Então, para evitar confusões, peço que, durante esse tempo, não saia da cidade e esteja à disposição da polícia. - informou, aproximando-se da porta, pronto para ir embora.
- Pode deixar. Tenham um bom dia! - acenou, despedindo-se e ficando sozinho na sala.
Saindo do prédio na companhia do motorista do senhor Yang, todos entraram na viatura e partiram em direção ao aeroporto, encontrando outro grupo de policiais que os acompanhavam anteriormente. Sem demora, o carro utilizado por Patrícia foi localizado, e enquanto alguns membros da polícia averiguavam o veículo, o responsável pelo caso buscava informações com a polícia federal.
- Verificamos no sistema de check-in e a Patrícia não embarcou em nenhum avião!
- Tem alguma possibilidade de ela ter usado identidade falsa?
- Conseguimos localizá-la nas gravações das câmeras de segurança. Ela chegou próximo da área de check-in, mas, pelo jeito, desistiu de viajar e saiu do aeroporto!
- Ela não deve ter conseguido ir muito longe. Tem alguma informação com o pessoal da rodoviária?
- Ainda não...
- Ok, estando dentro do país, conseguimos pegá-la! - disse, voltando a prestar atenção na perícia do carro. - Acharam alguma coisa aí?
- Nada! Ela não deixou nada... nem no porta-malas tem algo.
- Verifiquem direito! Todos os lugares, até nos pneus... se ela deixou alguma coisa para trás, temos que encontrar! - afirmou, vendo os policiais repetirem o processo, demorando mais dessa vez.
Em silêncio e um pouco distante do carro, o motorista do senhor Yang observava atentamente a investigação, com os olhos semicerrados por causa do sol forte. Deixou de prestar atenção apenas quando seu celular tocou e ele atendeu ao chefe que estava do outro lado da linha. O policial responsável pela investigação percebeu e aproximou-se do funcionário, deixando-o falar com o chefe, mas logo tomou o celular para si, voltando a fazer perguntas importantes para ajudar na busca.
- Senhor Yang? Sou eu de novo! Tenho mais perguntas para fazer, por favor, me responda. Além da sua casa e do apartamento dela, existe outro local onde ela possa estar escondida?
- Outro lugar? - questiona pensativo.
- Sim! Eu sei que ela é sua filha, mas lembre-se: ajudando a investigação, você será menos considerado suspeito. Não encare isso como uma ameaça, por favor!
- Existe um lugar, mas não creio que ela colocaria os pés lá! - fala receoso.
- Mesmo assim, diga! É importante sabermos todos os lugares... - pede esperançoso, aguardando o homem do outro lado da linha tomar coragem e falar. - Senhor Yang, sei que isso deve estar sendo difícil para o senhor. Esse sentimento é algo que não desejo para nenhum pai. Mas preciso que você entenda o que estou dizendo. Quando a polícia levar ela presa, o que vai acontecer uma hora ou outra, ela vai precisar do senhor aqui fora, livre, para ajudá-la! Você vai conseguir mostrar a ela que todo ato tem uma consequência, mas também que você, como pai, vai ajudá-la a melhorar como pessoa! - Ele permanece calado por mais alguns segundos e logo responde.
- Eu só falo na presença do meu advogado! - afirma sério, fazendo o policial suspirar fundo e concordar, como consta na lei.
[...]
Durante seu horário de almoço, Taehyung desloca-se rapidamente até a joalheria de J-Hope, onde Yoongi também estava, para que o trisal pudesse visitar Jimin no hospital. Chegando ao estabelecimento, J-Hope despedia-se de uma cliente enquanto Yoongi terminava de varrer o chão do local.
- Olha, J-Hope, não vai achando que só porque eu estou de férias vou virar seu empregado aqui, hein! - diz Yoongi, cansado.
- Ué? Não foi você quem se ofereceu para me ajudar enquanto eu não contrato pessoal? - questiona o homem, confuso.
- Sim! Mas também não é para abusar, né? Eu ofereci o pé, e você já quer a mão... - rebate, recebendo um abraço forte pelas costas.
- Desculpa, Guinho... - fala manhoso.
Presenciando aquela cena, Taehyung ficou parado por alguns segundos, soltando risos silenciosos até que perceberam sua presença. Ele se aproximou em seguida.
- Vocês já estão prontos? - questiona, lembrando-os do compromisso.
- Há quanto tempo você está aí, amor? - pergunta J-Hope, passando a mão pela camisa para desamarrotá-la.
- Desde o momento em que o Yoongi começou a reclamar! - aproxima-se, beijando o rosto de ambos. - Querem ajuda para fechar a loja?
- Vai reclamar que nem o Yoongi?
- Ei! Então é assim? - indaga, fazendo-os rirem.
- Eu vou guardar as joias no cofre. Pega a chave do portão para mim? Obrigado! - fala, sem esperar resposta, caminhando para outro lado da loja.
Com a areia que juntou na pá de lixo, Yoongi acompanhou Taehyung até os fundos para jogar no lixeiro. Adentrando no escritório do J-Hope, pegou a chave em cima da mesa e levou a mão também até o controle da televisão, que estava ligada em um programa de fofocas. Prestes a desligá-la, escutou os nomes de Patrícia e Jimin sendo pronunciados, ficando por dentro das últimas informações descobertas sobre o caso.
- Foi a Patrícia que mandou sequestrar o Jimin? Aquela desgraçada... Tem que ser presa! - afirma, ouvindo o restante da notícia. - Fugir é bem a cara daquela maluca! Mas o que ela tem de louca, tem de burra... duvido que não consigam achá-la. Jungkook passou anos com ela, deve saber onde ela está se escondendo! - diz, pensando alto, enquanto desliga a televisão, as luzes e o ar-condicionado, saindo do local.
- Tava falando sozinho? Aconteceu alguma coisa? - pergunta Yoongi, encontrando Taehyung no corredor, e os dois caminham juntos para a frente da loja.
- Aquele programa de fofocas que o J-Hope gosta acabou de falar que foi a Patrícia que armou o sequestro do Jimin! - responde, vendo J-Hope se aproximar.
- Meu Deus, essa mulher precisa ser parada o mais rápido possível! - diz J-Hope, assustado.
- Com um tiro no meio da fuça! - declara Yoongi, irritado. - Se deixar, o próprio Jungkook faz isso!
- Vou ligar para ele! - diz Taehyung, retirando o celular do bolso. - Vou oferecer ajuda! Agora que todo mundo sabe que foi ela, tenho medo do que ela possa tentar fazer... - explica, esperando Jungkook atender a ligação, mas cai na caixa postal.
- A polícia já deve estar atrás dela, Taehyung. Ele deve estar focado só na recuperação do Jimin... - supõe Yoongi.
- Será que é bom a gente ir lá nesse momento? Deve estar uma loucura! - pergunta J-Hope.
- A gente vai sim! Quer dizer... Vocês podem ficar aqui se quiserem, mas eu vou lá! Eu já vi o Jimin em trabalho de parto, mais loucura que isso não pode ser! - afirma Taehyung, convencido, olhando para os dois homens à sua frente.
- A gente vai, Taehyung. Mas talvez não permitam que todos entrem na sala...
- Você entra, e eu e o Yoongi ficamos do lado de fora, esperando no carro! - explica J-Hope, completando a fala de Yoongi.
- Tá certo, vamos logo! - entrega a chave para J-Hope, caminhando para fora da loja, em direção ao carro do namorado.
[...]
Sem muitos contratempos, o trisal chega em frente ao hospital, cuja fachada estava cheia de repórteres e suas enormes câmeras. J-Hope olhou receoso para Taehyung, tocando na mão dele antes de retirar o cinto de segurança, com uma expressão que dizia: "Você quer mesmo ir?". Taehyung entendeu o que o namorado expressava e, também em silêncio, afirmou com a cabeça, saindo do veículo.
- Eu volto logo!
Atravessando a rua, caminhou até a recepção do hospital, passando pelos repórteres sem muita dificuldade, uma vez que não o conheciam.
- Em que posso ajudar? - questiona a recepcionista atrás do balcão.
- Vim ver Park Jimin!
- Documento de identificação, por favor! - pede e logo recebe, verificando no computador os dados cadastrados. - Desculpe, mas a visita para esse paciente está restrita apenas a familiares.
- Hm... Eu sou irmão do paciente! - mente, causando desconfiança na recepcionista.
- Os nomes dos seus pais são... - ela tenta continuar, mas ele a interrompe.
- Eu sou adotado! - leva a mão para detrás das costas, cruzando os dedos. - Meus pais morreram na minha adolescência e os pais do Jimin me adotaram, já que eram muito amigos dos meus. Decidi manter o nome deles nos meus documentos... Desde então, Jimin é meu irmão, e sua família também é a minha. - declara, deixando a atendente constrangida, que acena com a cabeça enquanto digita alguma coisa no computador.
- Entendo, desculpe o incômodo! Vou liberar sua entrada... - diz, pegando uma pulseira de identificação e colocando no braço de Taehyung. - A localização do quarto está na pulseira. - finaliza, vendo-o verificar a pulseira e se distanciar, entrando por um dos corredores.
Dentro do quarto, Jungkook conversava com Jimin, retomando algumas das coisas que ocorreram enquanto o noivo estava em coma nos meses anteriores, mas sempre com cautela para não sobrecarregar a mente de Jimin. A interação dos dois foi interrompida com a chegada de Taehyung, que bateu na porta e colocou o rosto na pequena janela de vidro para ser reconhecido, provocando um sorriso em Jimin, que explodiu de felicidade ao ver o amigo.
- Eu posso entrar? - pergunta, sem esperar resposta, invadindo o quarto.
- Como você conseguiu entrar? - pergunta Jungkook, surpreso.
- Eu sempre dou o meu jeito, né! - afirma sorridente, aproximando-se da cama e pegando na mão de Jimin. - E aí, meu amigo... Que susto você nos deu, hein! - comenta, não segurando as lágrimas de alegria.
- Me desculpa, Taehyung... - começa a se emocionar também Jimin.
- Mais uma loucura para sua lista! - diz, rindo fraco.
- Não tinha um segurança que eu coloquei na porta? - pergunta Jungkook, retomando outro assunto.
- O brucutu que você colocou na porta tá lá, Jungkook. Quase não me deixava bater na porta, mesmo eu com a pulseira de visitante!
- Como conseguiu liberação na recepção?
- Fingindo ser irmão adotivo do Jimin, pois, se ele é doido, eu sou doido e meio! - comenta, rindo fraco, provocando um sorriso em Jimin também. - Quando você me ligou, eu queria vir correndo ver o Jimin! - acaricia a cabeça do amigo. - Mas os meninos quase não quiseram me trazer depois do que aquele programa de fofocas disse sobre a Patrícia ser a mandante do crime.
- O quê? Como eles ficaram sabendo disso? - questiona Jungkook, arregalando os olhos. - Só o policial e os médicos sabiam disso...
- Esses fofoqueiros profissionais têm informantes em tudo que é lugar. Se não foi daqui de dentro que saiu a fofoca, com certeza foi do policial que comentou com alguém da polícia, e a notícia se espalhou...
- Toda essa exposição do caso pode atrapalhar a polícia a prender a Patrícia! - comenta Jungkook, olhando sério para Taehyung e, em seguida, para Jimin, percebendo que poderia sobrecarregar a mente do noivo com preocupações. - Vamos falar disso depois... Para não encher a cabeça do Jimin com isso.
- Não liguem para mim! Eu aguento, é importante... - fala Jimin, olhando para ambos. - A Patrícia tem que ser presa...
- Ela vai ser, meu amor, ela vai ser! - declara Jungkook, sentando-se no sofá perto da cama e pegando na outra mão de Jimin.
- Ela não deve ter ido longe! Além disso, você namorou com ela durante anos. Deve ter meio que uma noção de onde ela pode estar se escondendo, né? - comenta Taehyung, olhando para Jungkook.
- Não é bem assim... Já faz tantos anos! As pessoas mudam, param de frequentar lugares...
- E ela mudou para pior! Mas, nesses momentos, acho que um fugitivo vai tentar se esconder em um lugar onde se sinta seguro, não? Ou um lugar que já conheça, talvez... Deve ter algum lugar óbvio que aquela mulher pense que ninguém vai achá-la. - fala Taehyung, deixando Jungkook pensativo.
- Todo lugar onde ela já esteve é um lugar a ser olhado... até aquele que cause desconforto! - diz Jimin, sereno, olhando para Jungkook, que logo levantou do sofá ao pensar em um lugar.
- Taehyung, me empresta teu celular? Preciso fazer uma ligação. - pede, recebendo o aparelho rapidamente. - Vou fazer uma ligação e já volto! - caminha ligeiro para fora do quarto, deixando Taehyung a sós com Jimin.
[...]
Hospedada em uma pacata pensão em um vilarejo no interior do país, Patrícia encontrava-se no banheiro, de frente para o espelho, estática. Respirava profundamente enquanto mexia no cabelo, pensativa, ouvindo o som alto da televisão do quarto, sintonizada no canal de fofocas que cobria o caso em que estava envolvida. Sobre a pia, próxima a suas mãos, havia duas sacolas de mercado com produtos de cabelo. Estava prestes a fazer uma mudança radical.
Colocando todo o cabelo sobre o ombro direito, pegou a tesoura e começou a cortar repetidas vezes, diminuindo seu comprimento até os ombros, tentando deixá-lo alinhado para poder pintá-lo de loiro médio.
Enquanto aguardava o tempo da descoloração, Patrícia procurou sentar-se na cama do quarto. Desligou a televisão, desejando um pouco de silêncio para relaxar, e ficou olhando fixamente para o teto.
- Era melhor eu ter saído do país? - questionou-se em voz alta. - Talvez eu não estivesse nesse estado agora...
Deixando a reflexão de lado, voltou à realidade com um susto. Um barulho alto na janela chamou sua atenção: uma pequena ave tinha batido no vidro e caído desorientada no chão. Observando o estado do animal, Patrícia ouviu o som de uma águia sobrevoando o local.
- Tentou fugir e acabou assim... - murmurou, prestes a pegar o animal com uma sacola, mas desistiu e voltou para dentro do quarto, deixando-o caído.
O tempo da descoloração acabou, então ela voltou para o banheiro, entrou no box e ligou o chuveiro, começando a retirar o produto dos fios com o auxílio de um shampoo recomendado. Seguiu com uma máscara de reconstrução, deixando-a agir por alguns minutos.
Ainda no box, aproveitou para tomar um banho relaxante. A água quente caía sobre seu corpo, enquanto ela tomava cuidado para não molhar o cabelo recém-tratado. Ensaboava-se ouvindo o som da água escorrendo para o ralo. Por um momento, parou o que estava fazendo e olhou para fora do banheiro, pensando na ave caída perto da janela. Isso desbloqueou uma memória de sua infância.
Patrícia, ainda criança, brincava na grama do quintal de sua casa. Sua mãe, distante, observava-a raramente enquanto lia um livro preto sentada em uma cadeira de balanço. Seu pai não estava em casa, e a empregada trabalhava na cozinha. Sua única companhia eram os brinquedos, e, mesmo se sentindo sozinha, ela já havia se acostumado a isso.
Com seus brinquedos em mãos, distraía-se até ouvir o grito alto de uma águia sobrevoando a casa. Assustou-se ao ouvir algo caindo entre os galhos e folhas da árvore do jardim. Era um pequeno pássaro, machucado, debatendo-se no chão. A mãe percebeu e se aproximou.
- Mãe, o passarinho está machucado! - disse a garota, prestes a pegar o animal, mas foi impedida pela mãe.
- Não toque nele! - exclamou alto, repreendendo-a.
O barulho da águia novamente chamou a atenção da senhora, que olhou para cima e percebeu o animal pousado no telhado, observando.
- Volte para seus brinquedos, Patrícia! - ordenou, séria.
- Mas, mãe, o passa... - tentou insistir, sendo interrompida.
- Eu mandei você ir agora! - alterou a voz, fazendo a garota recuar, assustada.
- O passarinho... - sussurrou a criança, olhando para o animal.
- Um pássaro burro, que tentou fugir e não conseguiu! - afirmou a mulher, agachando-se e pegando o animal pela asa, o que o fez debater-se ainda mais.
- Mãe, está machucando! - disse a criança, desesperada.
- Se não consegue voar, não serve para nada! - declarou a mulher, jogando a ave para o alto, o suficiente para a águia capturá-la e voar dali. - Que ao menos sua carcaça sirva para algo útil.
Estática, a criança permaneceu olhando para a mãe, tentando entender o que acabou de acontecer. A senhora voltou para a cadeira e retomou a leitura de seu livro preto.
Voltando à atualidade, após reviver essa lembrança traumática, Patrícia prosseguiu com sua tentativa de ficar loira. Depois de algumas horas, finalmente alcançou o efeito desejado: estava com o cabelo loiro médio.
Olhando-se no espelho, ligou a televisão novamente. O mesmo programa de fofoca continuava ao vivo. Decidiu maquiar-se, testando novos métodos para ficar diferente das fotos disponíveis nas redes sociais, de modo a evitar ser reconhecida durante sua fuga.
Enquanto transformava seu visual, pensava em como prosseguiria com sua vida como fugitiva. Sabia que passaria meses migrando de um lugar para outro, sem destino fixo, até que a poeira baixasse e a mídia desistisse do caso. Imaginava que, no próximo ano, talvez pudesse viver tranquilamente em uma casa no interior.
- Vai dar tudo certo. Eu consigo! - afirmou, esperançosa, enquanto terminava de passar um batom suave.
Antes de partir, arrumou a bagunça, colocando o lixo em um saco plástico. Levou suas malas para fora da pensão, entregou a chave na recepção e saiu caminhando. Durante o trajeto, jogou o lixo em uma caçamba de rua.
- Se eu deixasse lá e alguém me reconhecesse, colocaria tudo a perder... - murmurou, prosseguindo.
Na estrada principal, decidiu conseguir uma carona para outro lugar, sem gastar dinheiro. Qualquer destino servia, desde que fosse longe da capital. Conseguiu uma carona até uma cidade litorânea.
No caminho, observando a paisagem, recordou outros momentos desagradáveis com a mãe, que marcaram profundamente sua criação. Não entendia por que lembrava da mulher naquele momento, mas sentia que precisava resolver algo a respeito.
- Essa estrada não passa por um hospital psiquiátrico? - perguntou, lembrando-se do caminho que seu pai fazia.
- Passa sim. Quer que eu a deixe lá? - respondeu o motorista. - Vai visitar alguém?
- Minha mãe. Ela... está internada lá! - afirmou, hesitante.
- Uma pena. O que ela tem? - questionou o homem, sem obter resposta.
Ao chegar à fachada do hospital, o veículo parou. Patrícia ficou estática por alguns segundos, indecisa se visitar sua mãe era a melhor decisão naquele momento.
- A senhora vai? - perguntou o motorista, tentando entender.
Em silêncio, a moça olha para ele e concorda com um sorriso fraco nos lábios. Abriu a porta do carro e agradeceu ao homem pela carona, pegando suas malas do veículo e vendo-o seguir viagem, sumindo no horizonte. Olhando para suas malas, pensou que poderia ter pedido para ele esperar enquanto visitava a mulher, mas seria extrapolar a gentileza do motorista. Além disso, no momento em que se encontrava, sua desconfiança a impossibilitava de deixar seus pertences com um desconhecido.
- Eu arranjo outra carona! - declarou, observando os arredores. - Tenho que esconder essas malas... vai chamar muita atenção se eu entrar com elas! - Pensou, atravessando a rua e puxando-as. Decidiu escondê-las em um terreno próximo, coberto por plantas altas. Convenceu-se de que, como a rua estava deserta, ninguém encontraria seus objetos. - Vocês ficam aqui, mamãe já volta. Mas você vem comigo! - disse, pegando a maleta com todo o seu dinheiro. - Você vai ficar grudada comigo! - acrescentou, saindo dali e retornando à fachada do hospital para entrar.
Cuidadores com seus pacientes eram vistos circulando pelo jardim. Patrícia caminhou pelo ambiente até chegar à recepção, que estava bem movimentada. Fingindo naturalidade, traçou uma reta em direção a um dos corredores próximos, caminhando pelo local sem ser questionada. Nesse momento, passou a procurar o quarto de sua mãe, que encontrou no fundo do prédio, distante dos demais.
Havia um corredor monocromático em azul, onde todas as portas trancadas possuíam cadeados, com exceção de uma. A última porta à esquerda do corredor estava aberta, e de dentro dela saía uma música ambiente tranquila, acompanhada de ruídos típicos de aparelhos de som antigos, que depois descobriria ser uma vitrola. Cautelosamente, Patrícia se deslocou até a frente do cômodo, observando, ao chegar perto, a decoração do local. As paredes seguiam a cor do corredor, com seis quadros pendurados, dos quais um estava vazio, e os outros cinco possuíam borboletas empalhadas. Os móveis eram de madeira e alguns brancos. A dona do quarto estava junto a uma grande cômoda branca, que abrigava um enorme formigueiro artificial com areia branca. Sua atenção estava totalmente voltada para a rotina das formigas trabalhando, até que ouviu a voz da filha chamando-a.
- Mãe! - disse Patrícia, ainda na porta, receosa de entrar no quarto.
- Faz tempo que não vem me ver, minha filha! - afirmou a senhora em tom sereno, direcionando o olhar para a garota que adentrava o quarto. - Entre, fique à vontade! Mas não tanto. O que lhe traz aqui? - perguntou, indo até sua vitrola e desligando-a.
- Eu... preciso de um conselho.
- Deixa eu adivinhar: você fez besteira e foi descoberta! Ai, ai, Patrícia... Que decepção você me traz - declarou a mulher, passando reto pela filha e sentando-se em frente à penteadeira. Pegou o pente e começou a passar pelos longos fios de cabelo. - Quantas vezes eu pedi para você ser esperta, hein? Não deixar ninguém passar por cima de você e do que é seu? - virou-se de frente para a garota. - Uma mulher tão bonita como você não pode se dar ao luxo de ser pega! Não desperdice tudo o que sacrifiquei para que fosse... igual a mim!
- Sim, mãe! - concordou, cabisbaixa. - Sabe o Jungkook?
- Aquele garoto estranho que você namorava na faculdade? Nunca me desceu...
- Ele conheceu uma pessoa depois que a gente terminou, e agora tem um filho com essa pessoa... um homem rosa.
- Chega! Muitas lamentações para o meu gosto! Você desperdiçou seu tempo e sua beleza com aquele moleque, e ainda vem falar dele para mim! - disse, irritada, pegando o controle da televisão e caminhando até a janela do quarto, que dava direto para o jardim dos fundos. - Eu sei muito bem por que está aqui! - afirmou, ligando a televisão e sintonizando justamente no programa que estava cobrindo o caso da filha.
- Eu não sei o que fazer... Estou com medo! - desabafou, lacrimejando.
- Medo é para os fracos, Patrícia. Lembre-se disso! Você sabe muito bem o que fazer. - aproximou-se da filha, levantando-lhe o queixo e olhando fixamente para ela. - Você não deveria ter vindo aqui. Não deve manter contato com ninguém que conhece! Nem mesmo com o seu pai. Essa maleta que você carrega... é dinheiro, não é? - questionou, vendo-a confirmar. - Não seja burra, não deixe que te peguem! Desapareça do mapa, finja sua morte e, quando todos esquecerem, ressurja como uma nova mulher! Entendeu? Não seja fraca!
- Mas... por quanto tempo?
- O tempo que for preciso, Patrícia! - elevou a voz, autoritária. - Se quiser permanecer livre e não presa em um lugar pior do que este! - apontou ao redor. - Você não vai mais poder ser você! - abaixou o tom, segurando os ombros da filha com as duas mãos. Sua expressão mudou ao escutar vozes no corredor e movimentação no jardim. - Eles já estão aqui, você precisa ir!
- O quê? Como eles me acharam? - indagou, assustada.
- Eles sabem tudo sobre você, tudo o que gosta e todos com quem tem relação! - disse, empurrando-a para fora do quarto. - Fuja por aqui! - falou, tirando uma chave do bolso e abrindo uma das portas trancadas do corredor, que dava para uma passagem direto para a lavanderia do hospital. - Siga reto e vire à direita. Nos fundos, há um carro velho, mas funcional. Não deixe que te peguem! - concluiu, fechando a porta e trancando-a com o cadeado novamente. Prestes a voltar para seu quarto, foi surpreendida pela polícia.
- Mãos na cabeça, senhora Yang! - declarou um policial com a arma em punho.
- O que está acontecendo? Vocês quase me matam de susto! Isso só pode ser coisa do meu marido!
- Sua filha, Patrícia Yang, é uma fugitiva da polícia! Onde ela está? Sabemos que ela veio lhe ver.
- A Patrícia? Fugitiva? - perguntou, fingindo surpresa, colocando a mão no peito e encostando-se à parede.
Vendo a reação da senhora, o policial ficou desconfiado enquanto gesticulava com as mãos, indicando que seus colegas averiguassem o quarto e os arredores.
- As câmeras de segurança mostraram que Patrícia entrou no hospital e caminhou pelos corredores até o seu quarto. Diga-me, para onde ela foi? - questionou o policial, colocando a mão no ombro da mulher.
- A Patrícia... ela veio me ver... - falou com os olhos lacrimejando, levando a mão direita à cabeça e olhando rapidamente para a parte superior das paredes e do teto do corredor, reparando na ausência de câmeras naquele lugar. - Ela veio me ver... me abraçou, ficou um pouco e saiu... não falou quase nada!
- Ela não está no quarto, e o pessoal não a viu pelo jardim! - informou um dos policiais, voltando para o corredor.
- O que ela falou para a senhora? Seja breve!
- Só que... ela iria ficar muito ocupada e não conseguiria vir me ver por um tempo, ela parecia estar com medo. - disse a senhora, percebendo que o policial revirou os olhos.
- Ela ainda deve estar no hospital! Nosso pessoal cercou o local. Procurem em cada canto! - afirmou, autoritário, afastando-se da senhora e voltando para o início do corredor. Olhou firmemente para seus colegas, que confirmaram a ordem. Mas, antes de sair dali, reparou nas portas com cadeados.
- Essas portas fechadas... - A senhora o interrompeu.
- Eu sou a única que tem quarto nesse corredor. O pessoal do hospital trancou as outras portas... eles têm as chaves!
- Mandem trazer as chaves dessas portas! Vamos revirar cada canto deste lugar! - declarou para um colega, que entendeu e saiu correndo para atender à ordem.
Seguindo as instruções da mãe, Patrícia chegou aos fundos do hospital, avistando o carro que a senhora havia mencionado. Prestes a entrar no veículo, cuja chave estava jogada em um dos bancos da frente, a jovem preferiu ir até a moto grande que estava encostada na parede. Como a moto também estava com a chave, Patrícia pensou estrategicamente, entendendo que seria melhor um veículo pequeno para realizar ultrapassagens e despistar a polícia.
- Vai ter que ser você! - disse, referindo-se à moto. Olhando ao redor, pegou uma corda grossa, passou-a entre a cintura e a alça da maleta e a amarrou firme, para que não caísse durante o trajeto. - Espero que o tanque disso esteja cheio - desabafou, subindo na moto e dando a partida.
Desconfiada, a jovem olhava para todos os lados enquanto se direcionava ao portão de saída dos fundos. Respirou fundo, ponderando sobre a possibilidade de haver alguém esperando por ela do lado de fora. Ao abrir o portão, acelerou o máximo que pôde, passando por cima de alguns oficiais presentes ali. Conseguiu prosseguir pela estrada após frustrar a tentativa de ser parada, mesmo com os tiros disparados contra os pneus do veículo.
Todos os policiais de prontidão no local foram comunicados da fuga de Patrícia, sendo então orientados a retornarem às suas viaturas, iniciando uma perseguição pela estrada.
Com a adrenalina a flor da pele, Patrícia olhava para trás, entendendo a distância que possuía das viaturas policiais. Começando a tentar despista-las antes de voltar para a avenida principal.
Desacelerando e acelerando novamente ao entrar numa rua a sua esquerda, o motor gritou em protesto, mas respondeu ao comando. Os policiais, surpresos pela audácia, reagiram se comunicando pelo radio.
Patrícia não conhecia a cidade, e isso tornava tudo ainda mais perigoso. A medida que cruzava alguns locais, com ruas estreitas e tortuosas, sentia que qualquer decisão poderia encurrala-la, mas seguiu firme. Prédios baixos, fachadas de lojas fechadas e postes de luz enferrujados criavam um labirinto.
Ela virou à direita numa rua de paralelepípedos, quase perdendo o equilíbrio. A traseira da moto derrapou, mas Patrícia manteve o controle. Seus olhos vasculhavam os arredores, buscando alguma saída. Não podia voltar para a avenida principal até despistar os policiais.
- Bloqueiem a saída! Ela está indo para o sul! - A voz metálica no rádio da polícia era clara. Os carros atrás dela se dividiam em grupos, tentando antecipar seus movimentos.
A cada manobra arriscada, ela ouvia as sirenes se afastarem um pouco mais. Sabia que não podia depender da velocidade; precisava de estratégia. Avistou um pequeno mercado com um beco lateral e decidiu agir. Entrou no beco, desligou os faróis da moto e aguardou por alguns segundos, enquanto os carros de polícia passavam direto pela rua principal. Quando o silêncio tomou conta novamente, Patrícia sentiu o alívio crescer. Acelerou pela saída do beco, pegando uma estrada paralela que parecia levar de volta à avenida principal.
Ao chegar a uma rua deserta, começou a acreditar que havia despistado os policiais. As sirenes estavam distantes, quase inaudíveis, e tudo ao seu redor parecia tranquilo. Reduziu a velocidade e olhou ao redor, tentando se localizar. Podia perceber que a avenida principal estava próxima, ao conseguir ouvir alguns barulhos de carros velhos passando.
- É minha chance - Pensou esperançosa.
Acelerou em direção à avenida, mas, assim que virou a esquina, foi recebida por várias viaturas bloqueando a saída. Seu coração disparou. Antes que pudesse reagir, viu mais carros surgindo pelos espelhos retrovisores. Estava encurralada.
- Você está cercada, Patrícia! Entregue-se agora. - Grita um dos oficiais, enquanto os outros permaneceram dentro do carro, ou apontando armas para a fugitiva.
Ela olhava ofegante para a situação. Com uma expressão de raiva em seu rosto, olhou para sua mão no guidão, apertou com força e respirou fundo.
- Vocês não vão me pegar! - Pensa alto, lembrando das palavras de sua mãe.
Decidiu fazer algo arriscado, acelerou em direção a uma brecha estreita entre duas viaturas estacionadas. Os policiais tentaram reagir, atirando nos pneus, mas a jovem jogou a moto para o lado, derrapando e passando raspando pelo bloqueio. O plano quase deu certo, mas a manobra desestabilizou a moto, que derrapou no asfalto solto.
Patrícia foi lançada ao ar, seu corpo girando em meio a poeira e a luz do sol quente. O impacto no chão foi brutal, e ela deslizou até parar no acostamento. A moto, agora destroçada, ficou a alguns metros de distância, enquanto ela, ofegante e dolorida, tentou se mover, mas a dor irradiava pelo corpo, tornando cada tentativa de levantar impossível. Suas mãos tremiam enquanto pressionava o corte na testa, o sangue escorrendo em meio ao suor.
Os policiais chegaram até ela rapidamente. Um deles a segurou pelo braço, ajudando-a a se levantar, enquanto outro mantinha a arma em punho, atento a qualquer movimento suspeito.
- Patrícia Yang, você está presa por formação de quadrilha, sequestro, tentativa de Homicídio, obstrução de medida judicial, falso testemunho e tentativa de fuga. Você tem o direito de permanecer calada, tudo que você disser pode ser utilizado contra você no tribunal! - Declara o oficial algemando ela, direcionando seu corpo para a parte traseira da viatura.
- Você não vai precisar mais disso! - Diz o policial que está no comando do caso, retirando a corda e a maleta amarrada na cintura dela. - Deve ser dinheiro, estou certo? - Ela olha pra ele, mas permanece em silêncio. - Você deu um show e tanto, hein. Mas facilitou para mim quando foi ver sua mãe... Além de que - Aproxima-se mais dela. - Não adiantou em nada mudar o visual, andando por aí com aquelas suas malas. - Afirma sorrindo. - Podem Leva-la. - Manda afastando-se do carro.
[Continua...]
O Próximo Capitulo será o último. Estão ansioso? Pois eu estou! (^ω^)
Obrigado a todo mundo que está acompanhando essa reta final.
Até o último Capitulo! <3
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