Capítulo 6 - Eu sempre estarei com você
Se houvesse uma forma de dar a sua vida por ele, ele a daria. – Marcus Eragan Amell
LUCAS AMELL
Quando acordei eu estava na cama, alguém havia me colocado lá enquanto eu dormia. Levantei-me e fui para o banheiro onde tomei um banho e escovei os dentes. Voltei ao meu quarto vesti uma calça jeans e uma camisa regata vermelha, calcei os tênis e fui para a cozinha, mas antes que eu entrasse ouvi Marcus discutindo com nossa mãe.
– Eu não aceito isso!
– Continue dessa forma mamãe e vai acontecer tudo de novo. Você se lembra porque eu fui embora?
– Porque você tomou a decisão errada.
– Não seja hipócrita mamãe.
– O que você disse?
– O que eu ouvi. Você se esqueceu de onde veio?
– Não me esqueci.
– Esqueceu. A vovó não se orgulharia do "monstro" em que você se transformou.
– Cale-se!
– Não! Você quase destruiu a minha vida e quer fazer o mesmo com a de Lucas e eu não vou permitir isso.
Algo se chocou com a parede se despedaçando enquanto seus estilhaços caiam no chão. Dei meia volta e fui caminhando para o hospital.
O céu estava nublado, ventava e fazia frio e só agora eu percebera que a camisa regata tinha sido uma péssima ideia além do fato de que havia uma neblina densa naquela manhã, logo o inverno chegaria.
A rua estava tranquila e minha mente começava a trabalhar de uma forma diferente, como se algo crucial fosse acontecer e ao que parecia eu ficaria feliz, porque havia de uma forma inesperada a esperança de que Lucy continuasse viva e a ideia me tranquilizava. Havia algo diferente no ar.
Na maioria das vezes eu conseguia encontrar em mim uma função, o porquê de tudo ainda se escondia de mim, mas uma parte lá no fundo sabia quando chegaria à hora. Talvez uma pessoa só ame outra quando esta disposta a morrer pela pessoa amada e se houvesse alguma forma de fazê-lo eu o faria.
Isso se tornara um fato.
Uma brisa gélida atravessou o meu corpo, algumas árvores deixaram cair suas folhas amareladas no chão enquanto outras já mortiças balançavam seus galhos que chicoteavam o ar.
Ao longe um farol atravessava a neblina em ziguezagues – um motoqueiro bêbado provavelmente em alta velocidade ou talvez um adolescente curtindo a adrenalina de fazer manobras arriscadas em uma rua quase invisível – mas o motor rugia como um de um carro.
Foi quando a "moto" se aproximou e que percebi que não era uma moto ziguezagueando a rua e sim um carro com um dos faróis quebrados.
Fiquei inerte.
O carro se aproximara muito e era impossível desviar a aquela altura e então ele em atingiu e me jogou no ar. Somente naquele momento compreendi que eu daria a minha vida por ele, Lucy ficaria bem.
Minha cabeça tocou o chão, a dor inundou minha cabeça e depois o meu corpo, algo quente escorria da minha cabeça, tudo começara a ficar embaçado e aos pouco a escuridão dominava meus olhos e mesmo com a dor meus lábios esboçaram um sorriso de satisfação, de felicidade.
Ao contrario do que todos pensam a morte não é rápida e eficaz ao contrario ela é lenta e tortuosa e não houve um flashback de minha vida. Fiquei feliz por não ter uma reprise da minha vida. Mas uma imagem apareceu em meio à escuridão, era o rosto dela sorrindo pra mim e foi com aquele sorriso que tudo finalmente chegava a o fim.
Eu iria salvá-la, ele iria ficar bem. Ela provavelmente vai se odiar quando descobrir vai me odiar por não ter lutado, mas eu poderia conviver com isso, eu precisava apenas manter meu coração funcionando, qualquer coisa poderia parar menos meu coração. E eu esperava que pelo menos minha força de vontade me ajudasse com isso.
Aos poucos meus olhos ficaram pesados, só lamento não poder dizer a ela que a amo, que sempre estarei com ela não importasse como, mas eu estaria com ela, lamento não poder beija-la uma ultima vez e vê seu sorriso. Uma lagrima escorria pelo meu rosto, então cansado meus olhos viram os seus como se ela estivesse parada ali na minha frente.
Ela parecia desesperada, seus olhos despejavam lagrimas e ela soluçava. De um breve sorriso e juntei as poucas forças que tinha para tocar-lhe o rosto.
– Eu sempre estarei com você...
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