Capítulo 14 - A chuva, o beijo e a viagem.
Era manha se segunda.
O sol brilhava no horizonte, as nuvens brancas e fofas dançavam no céu azul celeste. A brisa da manhã balançava a copa das arvores naquela manhã em uma sinfonia singela. Tudo parecia perfeito.
O sonho permanecia em minha mente tão claro como a luz do dia. Cada palavra, cada frase e cada imagem e a imagem dele. Mesmo que eu não pudesse realmente vê-lo, mas a voz me soara estranhamente familiar, como se eu a conhece-se há muito tempo.
Levantei-me sem pressa alguma e fui para o banheiro, tomei um banho de água quente pensando no estranho sonho que me parecera real de mais, como se não fosse algo imaginativo e sim algo que realmente aconteceu, mas quando? Depois do banho peguei a farda que estava guardada em algum canto esquecido do guarda roupa.
Depois de passar tanto tempo pensando decidir o que deveria fazer. O sonho parecia algo distante algo que já havia acontecido há muito tempo, mas veio a calhar como um conselho atual como se ele tivesse acontecido de propósito.
Por mais que minha mente tentasse encontrar uma explicação ela não encontrava e eu continuaria a procurar por respostas? Vesti e sai para a cozinha. Não houve um chamado de Jhon para que me levanta-se ou para dizer que o café estava na mesa. Ele estava com eu sempre o vira todas as manhãs antes de...
John me olhou com ternura seus olhos verdes estavam vividos como há muito tempo eu não vira, não pareciam os mesmos olhos de alguns meses atrás, o cabelo preto continuava desalinhado e lhe dava um charme sobrenatural.
– Como foi sua noite?
Ele me olhou brevemente e pelas suas feições não esperava uma resposta da minha parte, já que eu não falava com ele a mais de quatro meses, me sentei e peguei uma xícara.
– Foi tranquila – esbocei um leve sorriso anunciando o fim do período do castigo que eu impusera a ele.
O segui com os olhos enquanto ele colocava na mesa uma jarra de suco de laranja, a leiteira e a garrafa térmica com café.
– Tome seu café – ele me olhou com um meio sorriso e acariciou meu rosto – Me perdoa?
– Não se preocupe com isso pai. Já passou.
Tomamos o café da manhã com uma pequena e entusiasmada conversa – para ele – sobre minhas notas e após o café ele me levou para o colégio.
Bruna se postou ao meu lado como sempre, entramos e seguimos para a nossa sala.
Math estava sentado no lugar de sempre com fones de ouvidos. Ele olhava pela janela. Ele estava diferente do que era alguma coisa mudara sua forma de agir. Ele parecia pensar em algo distante e franzia o cenho com certa freqüência talvez pensando em respostas as suas perguntas.
O sinal soara. As aulas daquele dia passaram monotonamente. Não fiz menção há nada durante o dia todo ate quando Math se aproximou de mim.
– Eduarda.
– Oi Math. – esbocei um leve sorriso.
Ele riu por um momento.
– Acabou o castigo?
Ri com a frase.
– Sim. Acabou.
– Fico feliz com isso. – ele deu o sorriso que há tempos eu não via em seu rosto. – Então será que posso acompanhá-la ate sua casa?
Math me acompanhou em silencio pelo corredor ate sair do Elite.
O céu der repente começara a escurecer e o vento começar a se tornar agressivo. A rua não estava movimentada como de costume a essa hora da tarde. Poucos carros pareciam estar circulando nas redondezas do colégio.
– E então perdoou Jhon?
Ri brevemente.
– Perdoei vocês dois.
– Geralmente quando você enfia uma coisa na cabeça não há quem tire. O que houve?
– Hmmm... Tive um sonho esclarecedor.
Ele riu.
O céu ficou em um cinza tão escuro que uma garoa fraca começou a cair e o vento se tornou ameaçador. Olhei para o céu por um instante. Eu não estava preocupada em me molhar.
Math me olhou e perguntou:
– Tudo bem?
Não respondi.
– Eduarda, você esta bem?
Pisquei com a água me meu rosto e o olhei. Ele parou na minha frente e me olhou nos olhos.
– Estou. – ri brevemente.
– Temos que ir. Você esta toda ensopada.
Eu ri.
– Não tem problema.
– Não?
– Não.
A garoa se tornou uma chuva que nos molhava. O cabelo de Math estava encharcado e pingava água. A rua estava praticamente deserta no final daquela tarde em meio à chuva onde apenas se encontravam nos dois na calçada.
Por causa da chuva que nos encharcava eu podia ver o tecido da farda colada no corpo de Math que estava mais forte do que eu imaginava. Eu podia ver cada músculo do seu peitoral e os braços fortes. Eu podia ver a água escorrendo pela pele branca de seus braços musculosos. Eu olhei nos seus olhos azuis que estavam profundos. Ele se aproximou de mim devagar e me abraçou.
– Eduarda – disse ele quase como um sussurro.
Seu rosto de encaixou com o meu e senti seus lábios nos meus, de uma forma tão tranqüila e serena. Ele me abraçou forte enquanto me beijava e me levou para mais perto do seu corpo. Senti seu corpo forte no meu enquanto minhas mãos acariciavam seus cabelos.
Um trovão. Ele se afastou lentamente de mim enquanto eu tentava administrar o que havia acontecido e porque havia acontecido. Eu ainda estava apaixonada por ele? Sim. Eu estava apaixonada por ele.
Eu ainda estava presa em uma espécie de êxtase. Eu não havia dormido direito naquela noite pensando no que fizera com Math no final da tarde anterior. Jhon me olhava de forma curiosa durante o café da manhã.
– Aconteceu alguma coisa?
– Por quê? – perguntei nervosa.
– Por nada. Você parece diferente.
– Diferente como?
– Humm... – ele pensou um pouco – fazia um tempo que eu não a havia desse jeito, com um brilho nos olhos. Só a vi assim uma vez... E pensei que não veria mais esse brilho no seu olhar.
Fiquei vermelha. Ele riu.
– Não vou me intrometer, mas quem fez você ficar desse jeito?
Olhei para o lado, procurando por algo com o que distrair meu pai.
– Tudo bem. Não pergunto mais sobre isso. E filha você esta atrasada. – ele apontou para o relógio na parede da cozinha.
– Que?!
Levantei-me rapidamente, peguei uma maçã e a mochila e sai em direção à porta e quando sai de casa esbarrei com alguém e cai no chão.
– Você esta bem? – disse a voz de Math estendendo a mão.
Déjà-Vu. Eu não havia vivido isso antes? Então tudo parou. Olhei para ao meu redor e vi que Math estava estático olhando para mim, os carros, as pessoas e ate mesmos os animais estavam parados em uma imagem em preto e branco. Eu estava louca? O que estava acontecendo? Isso não é normal.
Então um ponto colorido surgiu na minha frente, como se fosse um chiclete velho grudado no chão e ao me aproximar esse ponto se alargou e quando dei por mim o ponto se tornara uma tela enorme que me engoliu. Perdi o chão e comecei a cair em um buraco negro sem fim com listras coloridas distorcidas que me ofuscavam. Fiquei enjoada e tonta e de repente senti novamente o chão abaixo dos meus pés.
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