Amigos Não Dizem Adeus, Dizem Até Logo
×Visão de Finn
– Você não sente ciúmes? – Alec me pergunta. Estávamos dentro do meu carro indo até a casa da Emma.
– Não sei, acho que não. – falo. Eu nunca tinha sentido ciúmes na minha vida e como eu cresci com Emma e sem me envolver em muitos relacionamentos, meu primeiro contato com o ciúmes verdadeiro eu estava vivenciando com Aaron.
Não gosto. Se tem uma coisa que eu posso dizer com precisão é que eu não gosto desse tal ciúme. Ele consegue me entristecer e faz com que eu me sinta um traidor sem ter traído. É, eu nunca fui alvo de ciúmes, como disse, afinal Emma sempre cuidou de mim como uma mãe, mas nada além disso. Ela nunca foi ciumenta e nunca discutiu muito sobre a minha vida pessoal, o que, com Aaron, obviamente se tornou recorrente.
De qualquer maneira, eu entendia e respeitava completamente o seu lado. Sabia que Aaron jamais machucaria ninguém ou me machucaria por causa disso, mas não preciso dizer que mesmo assim me sentia incomodado com algumas atitudes ou desconfianças dele.
– Então se você ver um cara dando em cima do Aaron... – Alec começa a falar, mas eu o interrompo.
– A menos que ele me peça ajuda, não farei nada. – falo, ainda olhando para frente. – O Aaron sabe que está comigo, como eu sei que estou com ele, então apenas espero respeito.
– Que maneiro... – Alec reflete para si.
– E então, vocês já pararam de conversar sobre o Aaron como se o Aaron não estivesse dentro desse carro? – ele fala e eu olho para o lado por alguns segundos. Ele estava sentado do meu lado, me encarando. Alec e Amber estavam no banco de trás, mas Alec estava apoiado entre o meu banco e o de Aaron, quase se metendo entre nós.
– Para de ser chato. – Amber fala. – Finn, sua irmã vai dar esse almoço em homenagem a que? – pergunta e eu dou de ombros, não sabia a resposta.
– É só um almoço. –digo. – Ela disse que tem algo de importante pra dizer, mas não quis me falar o que.
– Bom, espero que tenha muita comida. – Alec ressalta sua fome.
– Deve ter, a Lisa foi pra lá ajudar ela. –digo e ele esfrega uma mão na outra, mostrando-se animado.
Chegando no apartamento percebi que ele estava cheio. Muitos amigos do trabalho de Emma e algumas pessoas que eu não conhecia estavam ali. Entrei com Aaron, Alec e Amber, cumprimentando todos que vi pela frente. Wes já estava lá, ajudando Lisa e Emma com as comidas então ele foi o mais difícil de acompanhar para cumprimentar, mas felizmente consegui.
No final das contas, uma coisa me chamou atenção: o delegado Dominic também estava no lugar e mesmo não querendo tanto, fui cumprimentá-lo, principalmente para saber se ele tinha conhecimento do motivo pelo qual Emma estava dando aquele almoço.
Fui andando até ele, que segurava um copo com cerveja e parecia estar totalmente relaxado. O delegado mantinha um óculos escuro na cabeça e estava de bermuda, tênis e blusa preta. Eu nunca tinha reparado, provavelmente porque só tinha o visto com roupas de manga cumprida, mas ele tinha seus dois braços fechados por tatuagens que se aproximavam do pulso, mas não chegavam até ele perfeitamente.
– Olá. – falo e ele se vira, sorrindo e me estendendo a mão. Aperto-a em seguida, cumprimentando ele.
– Olá, Finn. – ele fala, me cumprimentando.
– Sabe o que a Emma quer falar hoje? – ele sorri, olhando para o chão e me olhando novamente em seguida.
– Deixa pra mais tarde, não se preocupa com isso.
Eu estava achando estranha toda aquela movimentação, mas acabei por deixar aquilo de lado e fui me divertir com Aaron, que estava claramente mais animado que eu aquele dia. Ele se mantinha dentro de uma conversa com Alec e Amber, quando apareci ele se encostou em mim e ficamos lado a lado.
– Eu só espero que as líderes que entrarem no colégio saibam honrar o nosso papel. – Amber fala e depois dá um gole na própria bebida.
– Se acha demais... – Alec rebate.
– Não, não me acho. Eu conheço nosso valor, fomos as melhores líderes de torcida do colégio por anos.
– E agora você vai fazer o que? – pergunto.
– Matar o Martin do coração. – Amber fala e eu encaro ela.
– Por quê? O que ele te fez? Não devemos matar ninguém, Amber... se tem alguma coisa acontecendo nós vamos na polícia, falamos com seus pais... – começo a falar preocupado e ela começa a rir.
– Oh, não... – ela fala. – Desculpe, Finn. Não é nada disso, é que eu tô indo pra Harvard.
– É sério? Parabéns, Amber! – Aaron fala e eu continuo parado e calado, sem entender o que estava acontecendo.
– É, é sério... terminei com ele ontem.
– Você sabe que não precisava, né? – Aaron pergunta e ela concorda com a cabeça, bebendo mais bebida em seguida.
– É, mas já deu. – ela fala. – Eu não vou me prender por homem, quero ter uma ótima carreira e me dedicar ao máximo na faculdade que eu sempre sonhei... fora que quando eu disse eu passei ele sequer me deu parabéns, apenas me perguntou se eu ia deixá-lo.
– E você, disse o que? – Alec pergunta.
– "Claro que vou". – Amber fala, fazendo Aaron e Alec começarem a rir.
– Queria ter a sua coragem e maturidade do Alec pra lidar com términos. – Aaron fala e eu o observo.
– Olha, namorar a distância era uma opção, mas eu não tinha nada sólido com o Martin como você e o Finn tem, por exemplo. Acredito que no término do Alec também foi mais fácil, ou melhor... menos doloroso, pelo mesmo motivo. – Amber fala e eu continuo observando a conversa deles.
– Acontece que com a gente não foi um relacionamento pensado para durar. – Alec fala. – Pelo menos o meu com o Evan não, agora com o Wes eu penso um pouco mais sobre futuro. Nada muito nocivo pra minha mente, mas penso.
– É... acho que os nossos relacionamentos anteriores foram só uma parada de crescimento pessoal que deu certo por um tempo, mas passou. – Amber fala.
– Exatamente. – Alec começa. – Términos acontecem, a gente só tá preparado pra eles. É como a morte... pode demorar ou vir rapidamente, mas vai acontecer.
– Isso não pode ser aplicado a todo mundo. Tem casais que ficam vivos até a morte... – Aaron fala e eu passo a minha mão por suas costas, segurando em sua cintura devagar.
– É, mas isso é exceção, não regra. – Alec fala. – Quer ver? Quantos casais você conhece que eles foram casados por 90 anos e só acabaram quando ambos... veja bem, ambos morreram. Não um ou o outro, porque quando um morre primeiro, é um termino. – Aaron olha pro chão, voltando a atenção para Alec em seguida.
– Bom, pode ser, mas discordo de você. – Aaron fala.
– Direito seu. – Alec fala bebendo mais um pouco de bebida.
– É foda isso. – Amber fala retraindo a atenção de todos pra ela.
– O que? – pergunto.
– Estamos juntos agora, mas daqui alguns dias você volta a correr, Aaron vai jogar futebol americano e Alec... espera, você vai fazer o que?
– Vou começar a escrever com a minha mãe. – ele fala. Alec, com aquele jeito reservado dele ainda não tinha nos dito seus planos par ao futuro, por isso todos ficaram curiosos.
– Romance gay? – Aaron pergunta.
– Hetero. – Alec fala tomando mais um pouco de bebida.
– Engraçado isso. – Amber fala.
– O que?
– Sua mãe é hetero e escreve romance gay, você é bissexual e quer escrever romance hetero. – Amber fala e Alec sorri, bebendo mais um pouco de bebida em seguida.
– É né, a gente não escolhe o rumo da nossa criatividade.
– E ela vai te ajudar? – Aaron pergunta.
– Dizendo ela que vai. Me levar pra festivais, me apresentar pra editoras... eu sei que são privilégios, mas acho melhor aproveitá-los.
– Então vai ser isso, Aaron vai jogar, Finn vai correr, eu vou estudar pra caralho e Alec vai escrever. – Amber reflete em voz alta.
– Um em cada estado. – Alec diz e Aaron o encara.
– O que? – Amber pergunta.
– O Aaron vai pra Washington, Finn vai pro Kansas, você vai pra Massachusetts e eu... vou conhecer todo o país. – ele explica e todos ficam em silêncio por alguns segundos.
– Verdade... – Amber quebra o gelo. – E vocês, vão casar? Se forem vão me chamar, né?
– Vamos sim, mas deixa a gente se estabilizar. – Aaron responde.
– Namoro à distância por agora? – Alec pergunta.
– Provavelmente sim, mas só até a minha primeira corrida. – falo.
– Preciso ressaltar que são corajosos pra caralho? – Alec pergunta.
– Não é coragem, é amor. – falo e Aaron me olha, me beijando no queixo e sorrindo em seguida.
O almoço aconteceu normalmente. Emma me apresentou alguns novos amigos, aqueles que eu não conhecia e a comida estava incrível. Amber revelou que iria fazer a matrícula na faculdade no dia seguinte e por isso acabamos curtindo aquele momento com ela ainda mais, já que era provavelmente uma despedida.
No final da tarde, finalmente Emma ficou em pé e para a minha surpresa ela ficou em pé ao lado de Dominic. Eles já estavam demonstrando uma união superior a de um delegado com uma moça qualquer faz tempo, mas como eu nunca fui de fazer perguntas, sequer liguei, até aquele momento.
– Pessoal, eu fico muito feliz que todos estejam aqui comigo e queria dizer pra todos que torciam que eu namorasse um rapaz bacana que aconteceu. Dominic e eu estamos namorando. – Emma fala e eu continuo observando, calado.
– Precisou de um almoço pra isso? Pensei que já ia comer bolo de casamento? – um dos amigos de Emma fala.
– Mais fácil o Finn casar antes de mim. – Emma fala e todos começam a rir. Eu, então, dou um aceno para todos.
– Parabéns, linda... você merece. – uma das mulheres que trabalha com Emma fala.
– Palmas pro novo casal! – outro amigo de Emma fala e todos aplaudem.
Eu estava feliz por Emma, mas mesmo assim não deixaria de observar os comportamentos de Dominic com ela. Era importante que ele soubesse que, mesmo ele estando com ela, eu não deixaria de observá-lo e por isso deixei clara a minha posição antes de ir embora.
– Legal o novo relacionamento de vocês. – falo e Dominic estende a mão pra mim, apertando-a em seguida.
– Obrigado, Finn. – ele fala. Aaron, Amber e Alec ainda conversavam com uma das amigas de Emma e ela com outro amigo, um pouco distante de nós.
– Mas eu tenho uma pergunta. – falo e Dominic me observa por alguns segundos, olhando ao redor e percebendo que não tem ninguém por perto.
– Diga...
– Você viu o que eu fiz com a cara do Marc, não é? – pergunto.
– Sim.
– Vou fazer pior com você se eu ver ou souber que tocou na Emma de forma negativa. – Dominic me encara por alguns segundos.
– Eu jamais faria isso. – ele fala e eu respiro fundo.
– Espero que não, até porque não é porque você tem uma arma que eu não vá quebrar todos os ossos da sua cara caso faça. – ele respira fundo, confirmando com a cabeça.
– O que os homens da minha vida estão conversando? – Emma pergunta se aproximando de nós e deixando com que Dominic a abrace.
– Estamos marcando um próximo almoço, dessa vez na casa do Finn e do Aaron. – Dominic fala e eu não digo nada. Se ele quis mentir, foi uma escolha dele.
– A gente pode marcar quando vocês voltarem. – Emma fala.
– É... – vou começar a falar, mas sou interrompido.
– Vamos, amor? – Aaron pergunta, se aproximando com Emma e Alec.
– Vamos. – falo.
Me despeço de Emma e em seguida saímos. Enquanto saia dali, encarei Dominic o tempo inteiro. Embora eu estivesse feliz pela minha irmã, não iria perder a minha atenção sobre ela.
Passamos o resto da tarde na casa de Amber, acompanhando ela enquanto arrumava suas malas que levaria pra faculdade. A mãe dela parecia estar tão animada quanto Amber e embora ela nunca tenha dito o que tinha vontade de cursar, não percebi que Aaron ou Alec estavam tão surpresos.
– Vocês viram que a minha bebê vai cursar direito em uma das melhores faculdades do mundo? – a mãe de Amber fala, entrando no quarto dela e nos servindo sucos. Estávamos sentados no chão, enquanto Emma organizava tudo na mala, andando de um lado para o outro.
– Chega, mãe... – Amber fala.
– Agora é "chega mãe", quando a carta chegou ela chorou o dia inteiro. – amãe de Amber fala e faz com que Aaron e Alec riam.
– E a senhora, dona Lu, como vai ficar quando ela for? – Aaron pergunta a ela.
– Vou sentir saudades, mas pelo menos ela vai estar onde sempre sonhou, né? Estudando o que gosta. – a mãe de Amber fala e Aaron sorri, ela sai em seguida.
– Sua mãe é ótima. – Alec fala.
– É, ela é. Eu sei que ela tá abalada, mas sei que não me impediria de ir.
– Se é o que você quer, deve ir sem olhar pra trás, mas não pode esquecer-se de quem te apoia. – digo.
– Obrigada, Finn. – Amber fala e eu sorrio. – Agora entendo o motivo pelo qual desde a primeira vez que o Aaron te viu ele nunca mais conseguiu pensar em viver sem você. – ela fala e eu olho para Aaron, que da de ombros e sorri olhando pro chão.
– Como eu odeio despedidas... você vai voltar, né? – Alec pergunta a Amber.
– Vou, vou sim. Mala feita. – diz, fechando a mala, colocando-a no chão e ficamos de pé. – Agora vou tomar um banho pra minha mãe me levar pro aeroporto. – Alec abraça ela com força. Em seguida Aaron também abraça e me puxa, fazendo com que se forme um abraço grupal. – Não vou esquecer de vocês, amigos.
×°×
– E então, vão fazer o que amanhã? – Alec pergunta, depois de descer do carro. Tinha acabado de parar na frente da casa dele.
– Transar bastante. – Aaron fala.
– Que grosseiro... – Alec rebate e acaba rindo em seguida.
– Te respondi, tô me adaptando a sinceridade do Finn.
– Tá, tanto faz. – Alec diz.
– E você? – Aaron pergunta.
– Vou viajar com a minha mãe e com o Wes pra um lançamento de livro dela.
– É sério?
– É, ela tá bem animada e quer que eu veja como é. – Alec fala, olhando ao redor.
– Te aconselho a criar uma forma de se comunicar com seus fãs.
– Eu nem tenho fã ainda. – Alec lembra.
– E, mas terá. – Aaron fala e Alec sorri.
– É, talvez. Enfim, boa transa pra vocês... – Alec diz, se distanciando do carro.
– Boa viagem pra você. – Aaron fala e cumprimenta Alec, que me cumprimenta em seguida.
– Até mais. – digo e ele sorri, dando as costas e indo em direção à entrada de sua casa em seguida.
Saio com o carro e vou dirigindo até o nosso prédio. Agora Aaron não tinha mais escola no dia seguinte e por isso quando chegamos tiramos nossas roupas e deitamos apenas de cueca na cama, para assistir a qualquer filme na Netflix por horas seguidas.
Já de noite, ainda estávamos deitados na cama. Aaron passava a ponta dos dedos pela minha barriga, me provocando arrepios o tempo inteiro quando começou a beijá-la. Ele passou seus olhos pelos meus rapidamente, mas logo se virou e começou a beijar minha barriga ainda mais, descendo sua língua até o elástico da minha cueca.
Aaron começou a estimular meu pau por cima da cueca devagar, até sentir que ele já estava duro. Quando sentiu, Aaron puxou a minha cueca para baixo e começou a chupar meu membro ali mesmo, colocando ele inteiro com dificuldades na boca, deixando que ele fosse até sua garganta.
Aaron me chupou inteiro, mas ele não parecia querer sexo. Era como se ele estivesse com saudades de me chupar e por isso fez. Ele continuou até me fazer ejacular e quando fez, ele chupou um pouco mais, para só depois ajeitar minha cueca no lugar.
– Você é tão delicioso, amor. – Aaron fala e eu sorrio sem dizer nada. Continuamos por mais algumas horas vendo filme, até o celular de Aaron tocar e ele atender. – Oi, pai. Não, não temos compromisso pra amanhã. Tá, podemos sim. Tá... – ele continua respondendo o pai por alguns minutos, até desligar.
– O que houve? – pergunto.
– Meu pai quer dar um jantar importantíssimo amanhã. – Aaron fala e eu fico apreensivo, vendo ele se aproximar e me abraçar para se deitar.
Naquela noite nada demais aconteceu. Já de manhã, quando me levantei, fui tomar um banho e realizar minha higiene pessoal. Troquei de roupa e coloquei minhas próteses de corrida, para me exercitar.
Quando saí do quarto, vi que Lisa já tinha terminado o café da manhã e agora arrumava algumas coisas. Sentado no banco do balcão da cozinha estava James, que se virou quando escutou o som das minhas próteses, enquanto andava e me encarou.
– Bom dia, James. – falo e ele me encara mais um pouco.
– Finn, precisamos conversar. – já sabia que problemas me esperavam.
Continuo andando e só quando entro na cozinha posso ver Jamal encostado no balcão. Ele estava sério, como se estivesse assustado com alguma coisa. Lisa se virou e eu pude perceber que ela também permanecia séria, esperando que alguém falasse alguma coisa.
– O que aconteceu? – pergunto assustado.
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