Capítulo 12 Gil

Meus últimos dias passaram voando. Conheci um menino, o Dani. Acabei contando para meus amigos da escola nova que sou bissexual, mas ainda me questiono se realmente gosto de meninas ou se isso é algo que está na minha cabeça por conta dos padrões estabelecidos pela sociedade.

Depois que combinei um beijo com o Dani, estou muito ansioso para esse acontecimento. Iria acontecer ontem, porém todos nossos amigos estavam perto e ficamos com muita vergonha. Logo foi adiado para o recreio de hoje.

O tempo das aulas parecia não passar nunca, eu estava muito ansioso.

— Tá muito ansioso Gil? — Pergunta Lou.

— Um pouco, na verdade, bastante ansioso. — Respondo.

— Já combinei com o André. A gente descobriu que a última sala do corredor é vazia e aberta. O que acham de ficarem lá?

— Pode ser. Ficarei mais a vontade.

Depois do meu rápido diálogo com a Lou, fiquei mais ansioso, nervoso e com medo do beijo não ser bom.

                                       ***

Finalmente chegou a hora do recreio. Irei encontrar o Dani e fazer aquilo que estou tão ansioso, beija-lo.

Como havia sido combinado, nos encontramos e André nos conduziu até a sala vazia que fica no corredor. Dani não disse nada no caminho todo.

— É estranho mas mesmo que estamos sozinhos, eu estou com muita vergonha. — Digo, e logo me arrependo.

— Também estou.

A sala era normal, com mesas, cadeiras, a mesa do professor, cortinas... Eu estava com tanta vergonha que fui para perto da janela e me cubro com a cortina. Fiquei olhando para a rua, pensando se estava fazendo o certo, se tinha tempo para sair correndo dali.

— Está preparado? — Pergunta Dani.

— Acho que sim.

Fecho meus olhos e então sinto os lábios de Dani entre os meus, sua língua na minha boca. Estávamos conectados e isso era muito bom.

Quando paramos o beijo percebi que ele havia ficado na ponta dos pés para me beijar. O beijo havia sido tão bom, eu havia gostado tanto que pedi outro. Dani me beijou sem demora.

— Foi muito bom. — Disse Dani após afastar seus lábios dos meus.

— Verdade.

Nos abraçamos por alguns minutos, até que Dani me convidou para ir até o pátio, afinal nossos amigos poderiam estar preocupados.

— Gil, posso te pedir uma coisa?

— Claro.

— Eu ainda não sou gay assumido, na verdade ainda estou me aceitando. Pode não contar para ninguém sobre a gente?

— Claro, pode confiar em mim. Vou pedir para meus amigos também.

— A gente pode se despedir? — Diz Dani e da um sorriso de canto.

Entendo o que ele quer dizer e me aproximo mais, dessa vez me inclinando para beija-lo. Nos beijamos e saímos da sala.

Quando chegamos no pátio nossos amigos estavam todos reunidos, vieram na nossa volta para fazer perguntas. Por vergonha, Dani pegou no braço do Nico e se afastaram.

Agora me pergunto se terá outro beijo, se Dani irá falar comigo novamente. Fico pensando naquele beijo, simplesmente inesquecível.

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