5. TÃO VIVA E TÃO MORTA

Levantei-me do meu leito e caminhei ate a cozinha. Dessa vez eu não usaria o dexclofeniramina. Antes de parar de ir ao colégio, comprei oito frascos de bromidato, quantidade mais que suficiente para me dar uma parada cardiorrespiratória, pelo menos era isso o que eu esperava.

Derramei oito frascos em um copo e bebi gradativamente, voltei ate o meu quarto e me deitei, fechei os meus olhos e esperei. Depois de algum tempo meu corpo ficou tremulo e meu celular tocou. Como ultimo momento de compaixão o atendi.

- Eduarda. - a voz áspera de Aphonso ecoou em minha mente.

- Aphonso. - sussurrei, enquanto deixei o celular cair.

A última coisa que eu pude ouvir foi o grito desesperado de Aphonso ao longe:

- Eduarda!

Eu estava mergulhando em um lago de águas escuras, meu corpo começara a se misturar com a água densa, meu corpo se desfazia de gradativamente. Pude ver o rosto de Aphonso turvo naquela água, ate que ele sumiu.

Ouvi vozes baixas como zumbidos, mas pouco a pouco as identifiquei: Aphonso estava impaciente, enquanto Hans e Liesel tentavam acalmá-lo, eles me examinavam pela proximidade de suas vozes ou meu ouvido e pelos leves toques em meu corpo.

- Ela vai ficar bem. Depois da lavagem estomacal que fizemos e com a administração de antibióticos, ela não vai demorar a acordar. Se você não tivesse chegado a tempo... - a voz de Hans era calma e suave, mas Aphonso o interrompera.

- Se eu não tivesse feito o que eu fiz ela nunca teria tentado se matar. A culpa é toda minha. - o ódio em sua voz se misturava com a tristeza e a angustia.

Abri os meus olhos com dificuldade, eu estava em um quarto amplo e de paredes brancas, enormes janelas de vidro, uma cama grande, macia e cheirosa, a mesa com o computador ligado e duas grandes estantes de madeira, que chegava a tocar o teto, uma a direita perto da janela continha livros e o da esquerda CDs e DVDs; um aparelho de som que eu nunca tinha visto antes estava embutido na parede junto com a TV de LCD de quarenta e duas polegadas.

Quando finalmente consegui abrir a minha boca a única palavra que consegui pronunciar foi o nome dele.

- Aphonso. - eu estava cansada e meu corpo doía.

Sem perceber ele já estava ao meu lado, Hans e Liesel não estavam mais no quarto. Seu olhar me fitava, a culpa nascia e transbordava em sua face inerte. Eu não queria que ele se sentisse culpado.

- Não foi culpa sua. - tentei tirar o peso de seus ombros.

- Não. Você não vai me convencer disso. - ele me olhava inerte enquanto acariciava meus cabelos. - Se eu não tivesse pedido para se afastar de mim, se eu não... Não tivesse...

- Ei.- o interrompi. - Eu ainda estou viva e graças a você.

Havia muitos pensamentos em minha mente, mas acabei percebendo, fato que mostrou que sou desorientada, que eu não estava em casa.

- Onde estou? - a pergunta pareceu idiota, na verdade pra mim era idiota, a resposta era obvia e acabei respondendo com outra pergunta. - Estou na sua casa?

- É. - ele riu. - Necessariamente no meu quarto. - ele me fitou com um sorriso em meu rosto.

- Como e quando cheguei aqui? - o indaguei.

- Nada de perguntas por enquanto esta bem?

- Mas Aphonso... - acabei assentindo com o olhar.

Ele me beijou. Dessa vez senti algo diferente, seus lábios tocavam os meus tão docemente, era inexplicável, na verdade ainda é. Era como se eu estivesse morta e ao mesmo tempo viva. Agora não havia mais nenhuma duvido eu não viveria sem ter Aphonso ao meu lado. Levantei-me com a ajuda dele, eu ainda estava cansada e fraca.

Caminhei ao seu lado pelo corredor de paredes claras, quadros antigos representando a caça pendurados na parede e um tapete vermelho que cobria o corredor. Passei por portas entalhadas com insígnias no canto superior. A curiosidade nascia e eu teria de perguntar o porquê de cada insígnia em cada porta de madeira.

- O que significam essas insígnias?

- São apenas indicadores de perfil. - ele me olhou para a porta e pra mim, mas fitava o corredor enquanto eu o indagava.

- E o que significam?

- Sede, Paciência, Inteligência e Sabedoria.

- Assim você não facilita, porque não me diz a quem pertence cada quarto e o que é cada insígnia? - insisti.

- Em todas as portas são insígnias tribais.

Chegamos à escada e começamos a descê-la. Ele não iria me dizer tudo se eu não forçasse.

- E... - insisti.

- Na seqüência crescente os entalhes são de uma coruja, cachorro, cobra e dragão. Os quartos são o de Hans e Liesel, Rose, Liam e o meu na mesma ordem. E é só isso que você vai conseguir de mim. - ele fitava a sala, então ouvi a voz da minha mãe na sala branca sentado em sofá branco marfim de frente a Hans e Liesel.

A sala ampla com cortinas bege, a mesinha de cristal em seu centro com um vaso de rosas brancas - foi o máximo que consegui ver enquanto minha mãe vinha em minha direção bloqueando meu campo de visão fazendo ver somente seu rosto.

- Eduarda. - ela estava aflita e aliviada a me ver prendendo-me em seus braços.

- Mãe o que a senhora faz aqui?

- O Sr. Huberman me ligou quando você passou mal no passeio a cachoeira e vim o mais rápido que pude.

- Passeio?

- Ela ainda esta um pouco confusa. - explicou Liesel a minha mãe enquanto Aphonso fazia um leve gesto com a boca indicando que eu não falasse nada.

- Acho que não me lembro. Ainda estou muito confusa.

- Não se esforce Eduarda. - Liam falou ao me olhar com um sorriso, naquele momento eu sabia que para ele eu nunca teria sido convincente.

- Mãe será que você pode...

- Ah é claro. - rapidamente fugi de seus braços protetores e me encaminhei ate o Aphonso, minha mãe voltou-se pra Hans e Liesel agradecendo-os por cuidarem de min.

- Que historia é essa de passeio?

- Você não queria que falássemos a verdade queria?

- Bem... - ele me fitou e sorriu.

- Quando vai me apresentar como seu namorado?

Fiquei vermelha e Liam se aproximou.

- Porque vocês não vão namorar em outro lugar? - ele riu maliciosamente.

- Bem... Vamos Eduarda? - minha mãe me fitou.

- Mas já? - eu não queria deixar aquela casa.

- Não vamos mais incomodar os Huberman. - ela veio ate min.

- Nos vemos amanhã Eduarda? - a voz áspera e doce que estava agora atrás de mim tocou os meus ouvidos delicadamente.

- Claro que sim... - um largo sorriso nasceu em meu rosto.

Hans e Liesel nos acompanharam ate a porta de vidro, descemos ate o pequeno estacionamento em frente da casa, ao lado do Gol prata da minha mãe estava estacionado o Logan e o Crossfox.

Entramos no carro, minha mãe engatou a ré e em seguida a primeira marcha, ela acelerou suavemente, atravessamos o portão. Durante todo o percurso minha mãe não me perguntou ou disse alguma coisa. Algo me dizia que ela sabia que eu fora passear e que eu tinha feito alguma besteira, mas naquele momento isso não importava e outro motivo pra que ela se sentisse segura em relação a minha vida era que Aphonso por mais que ele não demonstrasse que gostava de mim eu estaria segura ao seu lado.

Chegamos a casa no mesmo silencio e do mesmo modo entrei no meu quarto, a ultima pergunta que pude ouvir naquela manhã.

- Esta com fome Duda?

O mesmo silencio foi à resposta. Deitei-me na cama e olhei para a mesa do computador e ao lado do monitor estava um caderno pequeno. Levantei-me e peguei o caderno e voltei para a cama, na primeira pagina do caderno negro havia a seguinte palavra:

Antro

As letras bem desenhadas davam um charme a aquela palavra e li com entusiasmo ao ver seu nome na ultima linha daquela pagina. Passei a pagina seguinte eufórica e li atenciosamente o seguinte texto:

Quando você abriu a porta e vi que nunca poderia sair dali. Seu rosto angelical cujos olhos castanhos escuros e profundos me prenderão naquele instante, você é o meu antro, meu fruto proibido. Um pouco desengonçada, cujos pensamentos são indecifráveis e cujo coração que quase tão inerte pareça, te pertence... Aphonso Huberman

Um sorriso nasceu em meu rosto, ele havia descrito a primeira vez que eu o havia visto, vire para as paginas seguintes e estas estavam vazias. Então percebi que dentro de mim havia varias perguntas que giravam em torno de Aphonso. Peguei o meu caderno e na ultima folha fiz uma lista que viam e iam com a presença de Aphonso.

Porque ele controla os meus beijos? Porque ele não desejava que eu o amasse? O que houve na cachoeira? Como fui parar na casa dos Huberman? Como Aphonso poderia ser tão bom em tudo? Qual o segredo que ele tanto guarda? Porque ele pediu que eu o ignorasse que o esquecesse? Porque eu tenho a sensação que isso é só o começo?

Nada de extraordinário nesta lista, eu poderia colocar outros itens, mas os achei bobos de mais, pelo menos para mim. A campainha tocou interrompendo meu raciocínio. Corri ate a porta passando pela minha mãe.

- Eu atendo. - um sorriso estava estampado em meu rosto.

Dei uma leve ajeitada no meu visual e abri a porta, era Liam minha face demonstrou decepção.

- Eu sei que não sou quem você esperava. - a voz calma de Liam em todas as situações possíveis me fazia esquecer todos os meus problemas, seu sorriso malicioso me fez fita-lo. - Eu vim deixar o caderno da Rose.

- E onde esta ela?

- Bem... - ele fez uma breve pausa e continuou. - Ela esta viajando, bebendo uma água fresca se é que me entende. - o sorriso estava intacto no seu rosto, mas seus olhos mentiam.

- Obrigado. Então o que...

- Aphonso esta fazendo? - ele me interrompeu completando a frase. - Ele preferiu não te incomodar, depois do passeio e do seu mal estar, ele se sente culpado. - ele deu de ombros.

- Diz pra ele que eu gosto muito dele. - fiquei pensativa.

- Digo sim, então... Ate. - ele virou para o Crossfox.

Até. - fechei a porta.

Voltei ao meu quarto com caderno de Rose em punho, olhei a primeira matéria.

Inglês

As letras bem organizadas - pareciam em perfeita harmonia como se todas tivessem o mesmo tamanho e ocupassem o mesmo espaço - eram de dar inveja a qualquer um. Olhei para o conteúdo escrito e desisti de copiar, era bem mais pratico fotocopiar. Eu estava preocupada com outras coisas e o foco de tudo...

Aphonso.

Deitei-me na cama, o silencio tomava conta da casa. Peguei o MP4 que estava no criado mudo junto com o livro que eu ganhara de Rose, há algum tempo atrás. Coloquei os fones em meus ouvidos e iniciei minha leitura no mundo fantástico que às vezes eu desejava pra mim.

As horas se passaram enquanto eu lia o meu livro. Com um pouco de dor de cabeça, coloquei um marcador na pagina em que parei , tirei os fones de ouvido e fui par o computador.

Abri o meu email e na minha caixa de entrada havia uma mensagem de Aphonso ha duas semanas. Dei um duplo clique e li o que estava no email.

"Já faz algum tempo que eu tento falar com você. Porque não vem mais ao colégio? E os telefonemas? Você deve saber que sou eu e provavelmente não quer falar comigo. Eu não sei como você está, se esta se alimentando, se está dormindo. Estou ficando preocupado, na verdade eu já estou. Com certeza você não leu meus outros emails já que não respondeu nenhum. Eu só queria dizer que você é a única capaz de me entender, mesmo não me entendendo. Eu só quero te dizer que Te Amo."

Meus olhos chegaram a lacrimejar. Eu estava tão ocupada em fazer o que ele queria... Que nem vi que ele me queria de volta ao seu lado. Se eu tivesse... Eu não me perdoaria se o fizesse pensar que foi por sua causa que eu... Agora aquele fato infeliz estava sendo arquivado em minha mente e se eu tivesse sorte ele seria apagado.

Foi então que me lembrei de Felipe, eu teria que evitá-lo ao máximo eu não poderia correr o risco que ele se afastasse de mim novamente e se isso ocorresse... Ele não iria voltar.

Eu precisava esquecer um pouco dos problemas que ele me causara então decidi assistir meus animes favoritos, o que eu não fazia há muito tempo, bem desde que o conheci isso tinha virado algo supérfluo para mim. Comecei a assistir Vampire Knight. Iniciei o programa de conversas instantâneas, mal tenho entrado o primeiro a falar comigo é Felipe.

- Oi Eduarda. - ele me cumprimentou.

- Oi - digitei em resposta.

- Podemos conversar?

- Não - digitei imediatamente e sai do chat.

Eu não desejava ter o menor contato com o Felipe, nem hoje e nem nunca. Eu me perguntava o que Aphonso estava fazendo naquele instante. Ouvi minha mãe ligar a TV da sala, eu não sabia quem jogava com quem, mas ela gritava gol com tanta euforia que eu confundiria com a vizinha que gritava freneticamente Gol. Pelo menos só foram duas vezes poupando a minha vergonha que quase transbordava os pequenos excessos dela. Para bloquear ruídos que eu francamente achava desnecessário liguei o meu som e comecei a ouvir Flow - Sign.

A noite chegou e eu não estava preocupada em comer, nada que minha mãe não resolvesse em uma tarde ela me trouxe três lanches diferentes com intervalo de duas horas, não demoraria muito e eu estaria inchada e como havia sido previsto ela me trouxe o jantar. Comi, coloquei o prato na pia da cozinha e voltei ao meu quarto, eu estava cansada então me deitei, virei meu rosto para o chão do quarto e lá estava o meu celular. Um rápido pensamento me veio à mente e a pergunta sai pelos meus lábios.

- Onde estão os frascos? E como Aphonso entrou aqui?

A cada dia que passava minhas perguntas cresciam, enquanto as respostas se perdiam no vento e foi graças às essas perguntas que eu adormeci.

No dia seguinte minha rotina voltara ao normal. Minha mãe anda me policiava, agora com menos freqüência. No horário tomei um banho, me vesti no meu típico jeans, blusa branca e o clássico tênis, peguei o meu livro e o caderno de Rose. Quando abri a porta o Logan estava estacionado me esperando e encostada em sua traseira estava Aphonso me esperando. Ele se aproximou e me beijou tudo voltara ao normal, eu estava do lado dele e era isso o que me importava.

A sensação de estar tão viva me dominou meus braços se preparavam para trazê-lo para perto de mim, mas lembrei que eu não poderia forçá-lo então me afastei dos seus braços com um leve sorriso, não precisamos dizer nada um ao outro naquele momento. Ele abriu a porta do Logan, eu entrei e em seguida ele a fechou e rapidamente já estava sentado no banco do motorista. Chegamos ao colégio em dez minutos, Felipe estava na frente do colégio conversando com Liane e Day.

Aphonso saiu do Logan e abriu a porta do carro para mim. Felipe me fitou. Eu desviei o meu olhar enquanto Aphonso colocava seus braços ao redor da minha cintura, passei por ele sem olhá-lo diretamente, eu queria evitá-lo ao máximo e eu o faria do jeito que eu pudesse.

Lauren passou por mim como leve brisa de outono, rápida e suave, não me olhou e ignorou Aphonso. Eu não sabia o que havia acontecido, mas algo me incomodava. Liam se aproximou e com um sorriso nos indagou:

- Quando vão oficializar?

- Do que esta falando? - eu estava confusa.

- Sobre o nosso namoro. - ele deu de ombros

- E então. - Liam insistiu.

- Isso vai depender. - Aphonso retrucou.

- Do que? - eu fiquei vermelha.

- De quando você vai me apresentar aos seus pais. - ele sorriu.

- Você ainda nem me apresentou. - rebati.

- Ele já te apresentou - Liam riu - Quando fomos à cachoeira...

- Aquilo foi uma apresentação?

- Ela não sabia? - Liam olhou Aphonso com um sorriso no rosto.

- Não cheguei a contar foi tudo tão rápido. - Aphonso se explicou.

Havíamos subido as escadas e eu nem havia percebido. O Sr. Collin já estava na sala, quando entramos, ele falava algo sobre algo uma redação se não me engano que entregaríamos na semana seguinte. A cadeira de Rose estava vazia e eu sentia sua falta então decidi interrogar Aphonso sobre o seu paradeiro.

- Onde esta Rose? - sussurrei.

- Viajando.

- Para onde?

- São Raimundo Nonato.

- Fazer?

- Respirar um pouco de ar puro, faz bem para ela.

- E quando ela volta?

- Não sei. Mas ela não demora a chegar.

-Sra. Longdon - o Sr. Collin me chamou a atenção - Quer dividir com a turma o seu assunto que parece bem mais excitante do que o que eu estou expondo aqui na turma. - ele retrucou com a face inerte, fiquei em silencio enquanto abaixava a minha cabeça. - E o Sr. Huberman pode repetir o que eu acabei de expor para a turma?

- Na comparação entre as frases: Ele pegou a doença porque andava descalço e Não ande descalço, porque você vai pegar uma doença.

"No primeiro exemplo, há forçosamente uma relação de causa e conseqüência. No segundo exemplo, não há essa relação, apenas se dá um motivo para que não se ande descalço."

- A adverbial causal pode ser transformada em outra, reduzida de infinitivo, indicada pela preposição por. A coordenada explicativa não admite essa transformação. - explicou ele enquanto dava de ombros.

Ele tinha um dom maravilhoso, ele podia se concentrar em duas coisas totalmente diferentes. As aulas daquela tarde passaram com tanta rapidez que nem vi quando o sinal de saída soou. Peguei os meus livros e caminhe com Aphonso ao meu lado nos dirigimos ao Logan, abri a porta e coloquei os meus livros dentro do carro. Aphonso encostou-se no carro, eu me aproximei e o beijei. Pude ouvir ao longe a voz de Felipe com indignação.

- O que ela esta fazendo com aquele idiota?

Aphonso segurou levemente o meu rosto enquanto me beijava. Aos poucos todos os sons ao meu redor foram se dissipando e só que restou foram os batimentos do meu coração. Ele me olhou nos olhos e sorriu maliciosamente, cabei rindo também, eu sabia que ele me beijava por gostar de mim, mas também para provocar Felipe. Ele me abraçou, e minha face encostou-se em seu peito, pude ouvir seu coração batendo lentamente, como se fosse uma única batida cada minuto.

Eu o olhei e ele sorriu.

- Quer ir agora?

- Infelizmente quero. Eu não consegui assistir nenhuma aula hoje, eu preciso revisar os assuntos. - dei um doce sorriso.

Abri a porta do carro e entrei, quando a fechei Aphonso acabara de entrar. Ele acelerou o Logan, o percurso seria rápido com ele n o volante. O silencio tomou conta do interior do carro.

- O que houve nos dois meses que eu não fui para o colégio?

- Nada de mais. Não cheguei a prestar atenção no que acontecia na sala. - ele deu de ombros.

- Como não prestou atenção? - fiquei surpresa.

- Eu estava preocupado de mais com você para notar algo diferente. - sua face inerte mostrava um sorriso.

Ele parou o carro em frente a minha casa, saio primeiro e abriu a porta para mim, segurou a minha mão, me olhou nos olhos e me beijou. Eu nunca iria ficar cansada da sensação de estar tão viva, mas ao mesmo tempo tão morta. Ele pegou os meus livros e me entregou, entre eles estava o caderno de Rose, o entreguei.

- Você pode devolver para Rose?

- Sem problemas.

- Tchau. - ri

- Tchau. - um leve sorriso nascia em seu rosto.

Abri o portão no terraço estava sentada minha mãe, inexplicavelmente minha surpresa foi enorme.

- Quem veio te deixar?

- Aphonso.

Ouvi o Logan acelerar e sai em alta velocidade rua acima.

- O filho do Sr. Huberman?

- É...

- O que há entre vocês dois?

- Nada de mais.

- Você não pode enganar a sua mãe.

- Eu to cheia de dever, eu vou para o meu quarto. - desviei do assunto, meu rosto estava corado então caminhei ate o meu quarto.

Flutuando. Era assim que eu me sentia quando estava com Aphonso e quando ele ia, a sensação de euforia continuava atrelada ao meu corpo. Agora eu tinha que resolver outra questão. Como e quando eu iria apresentar Aphonso como meu namorado. Quando se é um garoto tudo é mais fácil, mas quando se é uma garota o protecionismo rompe barreiras normais. Minha mãe seria ate bem mais fácil de dobrar. Eu fui apresentada como namorada dele e nem ao menos fui avisada.

Bem essa questão era preocupante, mas eu me perguntava se haverias perguntas piores do que essa. De uma coisa eu tinha certeza todos me aprovaram: Hans, Liesel, Liam e é claro Rosa, mas alguém se incomodava com o nosso namoro.

Lauren.

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