Capítulo 20

Acordei com uma dor de cabeça horrível, senti meu corpo todo dolorido. Olhei em volta sem entender onde eu estava, e o que havia acontecido comigo.

- Mãe.

Ela se levanta depressa do estofado que estava sentada, corre até mim.

- Graças a Deus você acordou. - Diz sorrindo. - Como está se sentindo?

- Como se eu tivesse sido atropelada. - Digo tentando me mecher. - Estou com sede. O aconteceu comigo?

Tento me levantar mas mamãe não deixa.

- Eu vou chamar alguém para te atender.

Sai do quarto antes mesmo que eu consiga dizer algo, e sem me explicar nada.

Minha garganta dói um pouco, e estou com a boca seca.

De repente alguém entra no quarto. Sorri para mim.

- Oi Celeste. - Diz o estranho.

O encaro por um segundo.

- Quem é você? Pergunto desconfiada.

Seu sorriso morre nos lábios.

Minha mãe volta para o quarto, antes que eu tenha a chance de saber de quem se trata o rapaz que me encara.

- Como está se sentindo Celeste? - Pergunta um homem de cabelos grisalhos.

- Minha cabeça dói um pouco, e meu corpo.

O homem pega um copo de água, e me entrega.

- Beba em pequenos goles.

Obedeço o doutor.

- O que aconteceu comigo? - Pergunto confusa. - Alguém pode me dizer?

- Você não se lembra de nada? - Pergunta minha mãe.

A única coisa que me lembro é que estava saindo do meu emprego e... e daí em diante não consigo me lembrar o que aconteceu.

O rapaz me olha demoradamente, sorri para mim, e sai do quarto.

Tenho a sensação que o conheço de algum lugar, mas não estou o reconhecendo.

- Não me lembro de nada. - Digo suspirando.

- Você foi atropelada meu amor. - Diz minha mãe triste.

Fico estranhando o comportamento de minha mãe. Ela nunca foi de demonstrar muito carinho.

- Atropelada?

- Sim. Mas graças a Deus você sobreviveu. - Pega minha mão e a beija. - Você estava saindo do trabalho, foi atravessar a rua e acabou sendo atropelada. Dominic estava com você.  Mas agora não é hora para lhe contar os detalhes.

- Quem é Dominic? - Pergunto confusa.

- Você não se lembra de Dominic? - Minha mãe arregala os olhos.

- Não. - Passo as mãos pelo meu rosto.

- Você está morando na casa dele Celeste. Dominic é filho de Camy e o reverendo.

Camy e o reverendo eu sei quem é, mas Dominic...

- Não consigo me lembrar.

Minha mãe me olha assustada, depois olha para o doutor. 

- Isso é normal doutor? - Pergunta apreensiva. - Ela irá se lembrar dele?

- Possivelmente foi pela pancada na cabeça, mas com o tempo ela irá se lembrar sim. - Diz confiante.

- Quando eu posso ir embora doutor? - Pergunto.

Não sou muito fã de hospitais.

- Temos que fazer alguns exames primeiro, ver se está tudo em ordem. Conforme os resultados, poderá sair em uma semana. Temos que ficar de olho em você por enquanto.

- Obrigada.

- Daqui a pouco eu volto. - Diz sorrindo, e indo rumo a porta.

                                  ☆

Karem, Camy e Fred já vieram me visitar, todos demonstraram muita alegria em me ver acordada e bem.

Minha mãe e Patrick não saíram do meu lado, enquanto meu pai nem se dignou a aparecer.

Dominic também não voltou mais a meu quarto. Camy falou que ele teve alguns compromissos. Provavelmente ele está fugindo de mim.

Os exames estão tudo em ordem. Não tem nada de errado comigo, a não ser minha pequena falha de memória. Mas os médicos disseram que irei me lembrar logo.

Agradeci muito a Deus por ter me dado a chance de viver por mais algum tempo. A vida é uma dádiva, e devemos sempre agradecer a Deus por ela.

Minha mãe e Camy estão conversando animadamente enquanto observo. Escuto minha mãe dizer a ela que vai me levar para casa.

- Eu não vou mãe.

- Como? - Me olha assustada.

- Se Camy permitir continuarei em sua casa. - Digo. - Não vou voltar com a senhora. Antony ira fazer um escândalo se eu chegar perto daquela casa. Quero evitar isso, e evitar que vocês dois briguem por minha causa.

De um jeito ou de outro Antony sempre arruma alguma coisa para humilhar minha mãe, e não ficarei calada enquanto isso acontece perto de mim.

- Mas Celeste...

- Não mãe. Eu te agradeço por te-lo enfrentado para poder estar aqui comigo, mas eu não quero voltar para aquela casa. - Digo. - Qualquer coisa vendo meu carro, e vejo se consigo comprar um pequeno apartamento com o dinheiro.

- Você sabe que é bem vinda em minha casa. - Diz Camy. - Se você quiser pode continuar morando comigo. Me acostumei com sua presença. - Sorri para mim.

Eu me acostumei tanto com Camy e Fred, que não me vejo dentro daquela mansão que só existe ódio e rancor.

- Obrigada Camy.

- Tudo bem então, mas eu quero te visitar sempre que eu conseguir. - Diz minha mãe.

- Será bem vinda sempre que quiser ir visitar Celeste. - Diz Camy pegando em sua mão.

Sorrio triste, porque eu sei que meu pai não irá deixar isso acontecer tão fácil.

- Eu vou estar te esperando. - Sorrio para ela com carinho.

                           
                                  ☆

Saí do hospital hoje, minha mãe ficou triste por eu não ter voltado para casa com ela. Patrick também não ficou muito feliz, mas aceitaram minha escolha.

Em pouco tempo que vivo com Camy, fui mais feliz que a minha vida toda. Aquela é uma casa onde reina o amor, respeito, amizade. Eu sei que estou incomodando, será ainda pior pois dependerei de sua ajuda por causa de minha perna quebrada. Ela não viu problema nenhum em me ajudar, mas eu sei que incomoda.

- Bem vinda de volta Celeste. - Diz Fred sorrindo.

- Obrigada Fred. - Retribuo o sorriso.

Está sendo um sacrifício andar de moletas, esse negócio é mas complicado do parece.

- Deixa eu te ajudar a ir para o quarto. - Diz Camy já ao meu lado.

- Camy você já fez demais por mim. - Digo sorrindo. - Eu tenho que pelo menos conseguir andar só.

- Você é tão teimosa quanto Dominic. - Diz sorrindo.

Dominic não voltou ao hospital, e eu não consegui me lembrar dele. Passei as noites em claro tentando me lembrar, mas foi em vão.

Camy deixou eu ir para o quarto sozinha, mas ficou de longe me observado.

- Olá Celeste.

Me assusto e acabo escorregando. Mas antes que eu caia, sou amparada por Dominic. Ele me levanta como seu eu fosse uma boneca.

Nossos olhares se encontram, ele sorri de lado. Chega para mais perto, meu coração se acelera com sua proximidade.

- Por que não consigo me lembrar de você? - Pergunto baixinho.

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Bom dia amores 🌹
Espero que gostem do capítulo novo.
Até o próximo. ❤

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