Capítulo 14

Minha família está me encarando. Meu pai está muito bravo. Sinto meu estômago revirar.

- O que você pensa que está fazendo em minha casa? - Pergunta Antony muito irritado.

- Só vim pegar algumas coisas que eu precisava. - Digo o encarando.

Peço a Deus forças, para não fraquejar nesse momento.

Percebo que minha mãe está mas magra do que o habitual, suas feições estão tristes. Sinto pena dela nesse momento.

- Pelo jeito arrumou alguém para te sustentar. - Diz Antony com malícia. - Nunca imaginei que você iria virar uma vadiazinha.

Seu sorriso perverso se alarga no rosto. Sinto nojo de seu sorriso debochado.

- Pai. - O repreende Patrick.

- Cala a boca! - Rosna Antony.

Eu sinceramente gostaria muito de entender, todo o ódio que ele sente por mim. Eu sei que sempre fui caprichosa, mimada. Mas isso não é motivos, para ser odiada.

- Vamos embora. - Dominic diz.

Pega minha mão, e começa a me puxar rumo a porta.

Somos impedidos de passar, quando Antony entra em nossa frente.

- Antony. - Diz minha mãe, segurando seu braço.

Ele empurra sua mão de forma ríspida. Ela se encolhe no canto. Seus olhos se enchem de lágrimas.

Não sei o que se passa na cabeça de minha mãe, continuar com um homem assim, que odeia a todos, não tem um pingo de amor no coração. A única coisa que o interessa, é lucros. Não é carinhoso com ela, a trata com grosserias. Ela merece um marido melhor, como eu mereço um pai que me ame.

- O que ela te deu para você vir até aqui? - Pergunta Antony segurando o braço de Dominic. - Não precisa nem dizer, eu já imagino. - Sorri com desdém.

- Solte meu braço agora mesmo. - Dominic diz com a voz ameaçadora.

Antony sorri ainda mas com a atitude de Dominic.

- Se não o quê? - Pergunta.

Me assusto com Dominic esmurrando o rosto de meu pai. Antony cambaleia para trás, e cai no chão.

Seu nariz começa a sangrar. Minha mãe e Patrick correm para junto dele.

- Você deveria ficar aí no chão, que é seu lugar seu verme. - Diz Dominic furioso.

- Fora da minha casa agora. - Grita Antony.

- Não precisa dizer duas vezes. - Diz Dominic com desdém.

Pega minha mão e me puxa para fora de casa.

Minha mãe nos interrompe de continuar a andar.

- Como você está minha filha? - Pergunta aflita.

A encaro por um segundo.

- Eu estou bem mãe, graças a Deus. - Digo sorrindo.

- Fico feliz. - Sorri para mim.

Somos interrompidas de continuar a conversa, com meu pai gritando.

- Vai. - Digo a ela.

Ela me abraça demoradamente. Beija minha testa, e me dá as costas.

- Isso foi intenso. - Diz Dominic. - Sua família sempre foi assim? - Pergunta sorrindo.

- Oh não! Isso tudo foi depois que aceitei Jesus. Mas meu pai sempre foi assim, autoritário, exigente, não aceita ser contrariado. - Digo. - Eu no seu lugar, viveria a minha vida toda, agradecendo a Deus pela família que tem.

Ele não diz nada, apenas me encara.

- Droga!

- O que houve? - Pergunta Dominic.

- Acho que esqueci a chave do meu carro. - Digo procurando na bolsa.

- Deixa eu adivinhar... É um carro caro, que chama atenção por onde passa.

- Sim, é. - O respondo.

- Pelo jeito bateu saudade de sua vida fácil, e cheia de dinheiro. - Diz com desdém.

Aquilo me irrita profundamente.

- Deixa eu te explicar uma coisa seu idiota. Não diga que minha vida é fácil, você não sabe pelo que eu já passei, então não venha dar sua opinião sobre uma coisa que você não sabe. - Digo furiosa. - Você acha que é fácil perder as pessoas que você ama? As amizades que um dia achou que existia? Sua família te virar as costas, no momento que você mais precisava? Temos a definição errada do que é fácil. Eu era egoísta, mimada, não me importava com ninguém, mas  hoje sou outra pessoa. Graças a Deus e seu pai que me aconselhou muito. Então se você não tem nada de inteligente para falar, cale a boca. E não me julgue sem me conhecer direito.

Lhe dou as costas, e começo a andar rápidamante. Meus olhos ardem pelas lágrimas não derramadas.

- Idiota! - Murmuro baixinho.

Não olho para trás, para saber se ele está em meu encalço. Sei que é errado, mas nesse momento eu queria muito tirar do rosto dele, aquele sorriso debochado com uns belos tapas.

Deus que me perdoe por isso, mas ele passou dos limites.

Percebo que as pessoas sempre irão me julgar pela antiga eu. Mas Deus conhece meu coração, e para mim, isso é o que importa.

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