Capítulo 14


  Os dias se passaram, era dia de sábado, dia de acertar as minhas contas com a dona da casa e logo partir para morar com Arthur.

   Era essa minha decisão, não tinha nada a perder, pelo menos o emprego já estava perdido ...

- Dona Divina, será que tem um minutinho pra mim falar contigo? -perguntei e todos na sala, me olharam.

- Tudo bem,  o que quer? -perguntou.

- Podia ser em particular?

- Ai meu Deus, o que está acontecendo?!

   Ela foi comigo até a cozinha.

- Diga. -ela falou se encostando numa cadeira.

- Não há nenhum problema, é que eu vou me mudar daqui e preciso te pagar tudo que devo. -falei séria.

- Ora, por que vai embora ?-perguntou como se fosse com a minha cara.

- Porque tenho de fazer. -falei sem dá detalhes.

- Entendi. -desdenhou .

   Conversamos um pouco, paguei o aluguel e fui arrumar minhas coisas. O dia todo eu não tinha visto Léo, levando em consideração que eram duas horas da tarde, levando também em consideração que eu não tinha saído do quarto até então.

   Nas malas, eu embolei minhas roupas, sapatos e afins. De cabeça cheia e barriga roncando, me joguei na cama.

   Talvez eu não tinha tomado a decisão certa, mas isso com o tempo se esclareceria.

   Durante algum tempo eu pensei na vida, e depois de me alimentar, liguei para Arthur, assim como ele pediu, avisei que estava tudo pronto, ele só precisava me buscar.

-Ester? -ouvi dona Divina me chamar.

- Pois não?

- Posso dá uma palavrinha com você?

- Claro, entre. -falei estranhando.

- Então quer dizer que você vai morar com aquele garotão? -ela perguntou se sentando ao meu lado.

- Bom, se você estiver falando de Arthur, sim, eu vou morar com ele. -esclareci.

- Vocês namoram a quanto tempo?

- Olha, não é tanto tempo assim, mas é que eu realmente preciso ir.

- Por mim você pode ficar.

- Tudo bem, mas não dá.

- Ultimamente Léo tem ficado tão pra baixo, é por causa disso? Porque eu sei que ele é doidinho por você. -falou rindo pouco.

- Ele ainda não sabe.

- Você tem certeza que é a decisão certa?  -perguntou me pondo ainda mais em duvida.

- Já tomei minha decisão, dona Divina. E agradeço muito por terem me hospedado aqui. -falei séria.

- Eu ainda acho que deve ficar, você mal conhece o rapaz, vocês jovens são muito precipitados, mas Ok, eu não posso me meter na sua vida. Só que as portas aqui estarão sempre abertas, tá? -ela me surpreendeu com esse momento amigável e aparentemente sincero.

- Dona Maria,  minha mãe, fica agradecida por estar fazendo o papel dela agora. -falei rindo, pois minha mãe me perturbaria para que mudasse de idéia, assim como a torrona Divina estava fazendo. -Mas como sempre faço, não vou mudar de idéia, e obrigada.

- Tudo bem, querida. Eu vou lá  arrumar a sala. Boa sorte. -disse se levantando.

- Obrigada. -sorri.

   Quem diria, dona Divina mãezona!

  Meu celular tocou, era Arthur.

- Oi. -atendi.

- Estou aqui em frente te esperando. -falou.

- Tá, é melhor que fique aí, já estou descendo. -falei e desliguei.

  Só tinha duas malas, e a minha bolsa, suspirei e peguei as duas grandes malas de rodinhas, assim que abri a porta tive a visão do paraíso.

   Léo sem camisa, com um short bem soltinho, daqueles de futebol e levemente suado, uau, que corpo!

   Meu sorriso se desfez quando ele arregalou os olhos e veio bem perto de mim.

- O que está acontecendo? -perguntou.

- Estou indo embora, Léo. Não te vi hoje, se não teria te falado. -falei soltando a mala.

- Por que?  Para aonde você vai? -perguntou sério.

- Vai ser melhor pra você me esquecer. -disse olhando para o chão.

- Eu não quero te esquecer, Di. -falou chegando mais perto.

- Tem que ser assim, é melhor assim. -falei não tendo tanta certeza.

- Aonde você vai morar?

- Com Arthur. -falei um pouco baixo.

- Você é louca?! -ao contrário, ele diz alto.

- Não estou não, por que? -cruzei os braços.

- Eu já disse que aquele cara é perigoso. -voltou a acusar Arthur.

- Você que é louco, acusar os outros sem provas ,Léo! -falei alto também.

- Você mal conhece o cara e já tá indo morar com ele, MORAR, Di!  -gritou.

- A Léo, eu não quero discutir contigo! -falei entrando no quarto, pois havia esquecido o  meu celular.

  Ele foi atrás de mim e nisso se iniciou uma discussão daquelas.

- Isso não tá certo! -dizia ele.

- E quem é você pra ditar o certo pra mim?  Eu sei o que faço da minha vida, cara!

- Morar com aquele bandido, você acha mesmo certo?  Seguro pra você?

- A faça-me o favor, Léo!  Ele não é bandido nenhum! Meça suas acusações, cara.

- Você é uma louca, mesmo!

- A e você é o que, queridinho?

- Sou um cara estupido. Eu te amo , porra!

- Não vem com essa!  Você me confunde, cacete! -gritei irritada. -Eu não sei mais o que sinto por você. -falei baixo torcendo para que ele não me escutasse.

   Léo que estava próximo a sacada, me encarou com aquele olhar furioso, e veio caminhando rápido e ofegante, com certeza sem pensar ele chegou bem perto de mim e me puxou pela cintura, invadiu minha boca com sua lingua,  e quando eu percebi já estava amando aquilo tudo.

   "Eu te amo,porra! " suas palavras ecoavam na minha mente, enquanto eu viajava naquele beijo com raiva, amor e culpa ao mesmo tempo.

  

   O beijo terminou e ele me abraçou apertado.

   Se já não estivesse tudo pronto, eu desistiria de me mudar e morava naquele abraço.

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