Capítulo 11

     Di...

  "Aquele seu namorado é um bandido. " Essas palavras ecoavam na minha mente, enquanto eu sentia uma dor de cabeça insuportável de tanto chorar.

   Mas que diabos foi aquilo que Léo inventou?!  Talvez eu só não queira acreditar, mas Arthur jamais faria mal à alguém, mas que merda! Tô tão confusa, eu nunca namoraria um bandido, e tudo que eu queria agora era vê-lo.

   O tempo passou e eu praticamente não saí do quarto, apenas aguardei a noite chegar e fui dormir o mais cedo possível, com a mente perturbada não valia a pena me manter  acordada.

***

   No dia seguinte eu acordei super cedo, meus olhos estavam estranhamente pequenos e avermelhados, o meu rosto parecia mais que eu tinha levado umas porradas enquanto dormia, era terrível, não gostava do que via no espelho, mas também não fiz nada pra melhorar, apenas tomei um banho, me vesti e prendi os cabelos num rabo de cavalo, acho que foi a primeira vez que fui trabalhar sem maquiagem, nem um rimelzinho se quer, (e olha  que eu não resisto a  rímel! ),  do que vale ficar toda bonitona por fora e o interior completamente destruído? Já foi tempo de que eu me montava e sorria pra todos fingindo estar feliz...  

   Léo já tinha saído, passei pela sala sem falar com ninguém, fui trabalhar com Renato Russo gritando como um adolescente nos meus ouvidos '' Quero colo!
Vou fugir de casa
Posso dormir aqui com vocês?
Estou com medo, tive
um pesadelo'', talvez eu estava num momento desse, apenas querendo um colo, ou fugir de casa mais uma vez, melhor dizendo: fugir dos problemas, me poupar das decepções...  Ah, que grande merda é essa minha vida, em.

   Chegando ao restaurante , na porta de entrada, avistei Léo imóvel e pensativo, talvez arrumando um jeito de desmentir o que disse pra mim, resolvi não encarar demais, mas foi inevitável um leve esbarrão em seu braço, me fazendo parar e ele me olhar.

- Foi mal . -olhei em seus olhos fundos.  Ele arregalou um pouco os olhos, talvez por ver o meu estado.

- Não foi nada. -disse e voltou a olhar pro nada.

   Entrei e logo peguei no trampo,afinal a vida não pode parar por qualquer coisa.

****

   Depois de um tempo, havia me trocado , pois estava no meu horário de almoço, encontrei Léo saindo da cabine, já trocado.

   Eu estava apenas me olhando no espelho, sentindo meus olhos ficando marejados aos devagar . Tinha me mantido forte o  dia todo, chega uma hora que a gente cansa.

   . Vi Léo parar ao meu lado, ele tocou o meu braço me fazendo virar-me para ele, subitamente me abraçou. Eu fiquei surpresa, mas retribuí o abraço, foi quando meus olhos não se conteram em só ficarem marejados, as lagrimas jorraram, só estava chorando por causa da confusão que estava o meu coração.

- Eu não vou pedir desculpas... -escutei o sussurro de Léo. -Mas é que... É uma droga  te vê assim. -completou desfazendo o abraço e roçando  o polegar em  meu rosto, afastando uma lágrima.

   Eu apenas assenti com a cabeça, por ele  ainda tinha uma raiva que eu não desejava sentir, um amor que eu não compreendia a presença.

   Ele me olhou nos olhos, e aquele silêncio soou como algo dito que ambos entendemos, ele saiu, eu apenas acompanhei com os olhos os  seus passos lentos.

- Esquisito ser consolada por quem te chateou. -murmurei baixo passando as mãos no rosto e abanando as mesmas na frente da face, tentando me e recuperar.

   Depois de feito, peguei minha bolsa e saí.

- Olá. -tentei sorri para Arthur.

- Que carinha é essa? -ele perguntou me beijando a bochecha.

- Aconteceram umas coisas. -afirmei.

   Já estávamos sentados à um banquinho perto da areia.

- Tipo o que? -indagou.

- A Arthur, eu fui quase assaltada e desde então, tudo começou a dar errado. -falei com raiva.

- Meu Deus!  O que fizeram com você?!  Se machucou?

- Só quando me jogaram no chão, mas o Léo me ajudou.

- Sempre o Léo... -bufou.

- Mas tá tudo bem, se é que isso te importa.

- Claro que importa, que bom que não aconteceu nada.

- Ai Arthur, as vezes eu me arrependo tanto de ter vindo pra cá.

- Acho que você tem outro problema, me conta o que está acontecendo.

- Eu só preciso sair daquela casa.

- O que aquele cara fez contigo, Ester?!

- Nada, Arthur!  Para com isso, eu só não quero mais morar lá, a família dele não vai com a minha cara, exceto o Seu Marcelo e seu filho...- falei, era uma meia verdade.

   Na discussão com Léo, eu disse que estaria lá por pouco tempo, uma vez que ele diz que é impossível me esquecer porque eu moro sob o mesmo teto que ele.

   Arthur vendo minha aflição, apenas me abraçou e disse:

- Tudo vai se acertar, morena.

- Assim espero. -falei.

- Você disse que quer sair de lá, por que não vem morar comigo?

- Tá louco, é?

- Não. Vai ser melhor, você ainda vai economizar a grana do aluguel.

  Seria uma boa?!

- Não, Arthur, eu vou me virar. -disse séria.

- Imagine, Ester, acordar todos os dias juntos, vai ser bom. -disse fazendo carinha de cachorro pidão.

- Ok. -ri fraco

- O que você disse?! -perguntou sorrindo.

- Ok. Eu acho que no momento vai ser melhor  morar contigo. -falei como se fosse a pessoa mais séria e ajuizada desse mundo, mas na verdade estaca com receio, e não sei bem porque aceitei. Talvez a possibilidade de dormir e acordar nos braços do lindo do Arthur.

- Nem acredito! -ele me abraçou e logo me invadiu com um mega beijo na boca.

- Hoje mesmo vou buscar suas coisas! -ele se anima.

- Não, Arthur, vamos deixar para o fim de semana. -disse.

- Mas está tão longe. -reclamou.

- É melhor, porque não vou ter nada pra fazer e dá pra resolver com calma. -falei.

- Tudo bem, você é quem manda. -disse rindo. Se fosse sempre assim estava ótimo.

- Acho que está na hora de eu ir. -falei.

- Mas Já ?

- Claro,  o tempo voa.

- É... Também tenho que trabalhar. Mas você vai ficar bem?

- Não sei, talvez sim.

- Eu não sei exatamente tudo que aconteceu, porque você nunca deixa as coisas clara pra mim. -reclamou. -Mas, conta comigo.

- Obrigada. -falei pensando que ele não gostaria nada nada se eu deixasse tudo claro pra ele.

   Depois de beijos e abraços, eu voltei para o restaurante comendo uma barrinha de cereal, Léo estava novamente na porta me observando caminhar.

   Pensei que numa próxima discussão ele diria: "Sou eu quem fica parado na porta do trabalho zelando pela sua segurança, e você me agradece dessa forma!  Sua  ingrata! ", já que ele não perde a oportunidade  de jogar na minha cara que "cuida" de mim.

  Passei direto, ele logo entrou e voltou ao seu trabalho.

***

   Voltei pra casa, ouvindo novamente os conselhos do meu querido Renato Russo, dizendo alto em  meus ouvidos que " É preciso amar as pessoas
Como se não houvesse amanhã", talvez esteja até certo, mas o amor é uma coisa tão complicada, que fica difícil segui seu conselho, eu consigo odiar as pessoas como se não houvesse amanhã, acho que  vale a pena  fazer ou sentir qualquer coisa como se o dia seguinte não fosse chegar, é bom aproveitar cada momento, mesmo que o dia não seja tão proveitoso, se é que me entendem.  Mas ainda sim, eu preferia sofrer aos pouquinhos, "Como se não houvesse amanhã " é coisa demais pra sofrer.

  Cheguei em casa e tentei organizar minhas idéias, tentar chegar à uma conclusão do que fazer da minha vida, e revisando o dia que tive, tudo que conseguier concluir foi que um homem como Arthur não poderia ser bandido algum, e Léo jamais inventaria uma coisa dessas.

   Então, nada me ajudou , só causei confusão, e ganhei na mente  mais pontos de interrogação.

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   Desculpem a demora!  Pretendo postar mais hoje, se tudo der certo.
   Votem e comentem o que estão achando, please!

Bjs.
By: Pri.S.

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