𝐸𝑝𝑖𝑙𝑜𝑔𝑜 𝐼
Duvida da luz dos astros,
De que o sol tenha calor,
Duvida até da verdade,
Mas confia em meu amor.
Willian Shakespeare
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Alguns meses depois.
— PAPÀ! ( PAPAI ) — o grito infantil de Laura ecoou pela casa.
Dante fechou o MacBook e sorriu para receber sua filha, a menininha pulou no colo do moreno numa felicidade que só uma criança é capaz de usufruir com tanta pureza.
— cos'era la bambola? ( O que foi bonequinha? ) — perguntou curioso.
Desde que salvaram a menininha, adquiriram um amor paterno avassalador; Millenna que decidiu o nome da filha dentre tantos outros, escolheu o nome de sua falecida mãe. Pietro e Dante fizeram questão de ensiná-la Italiano, se divertiam com as palavras erradas da criança e a mimavam até demais. Porém era bom. Millenna se sentia a mulher mais feliz do mundo.
— Papai Pietro achou um coelhinho. Posso ficar com ele?
Antes de responder, Grecco viu Bianchi surgir na sala com um coelho branco, de olhos pretos e o narizinho se movendo freneticamente. Laura desceu do colo do mais velho e correu para pegar o bichinho.
— É melhor perguntarmos a sua mãe.
— Ela deixa. — brincou gargalhando.
— Ainda sim, irei perguntar. Enquanto isso, deixe-o bem escondido. — Pietro avisou baixinho e Dante sorriu.
Não fora complicado para Laura aceitá-lo como seus pais, ainda que achou estranho e fez várias perguntas, ficou feliz por ter dois pais e uma mamãe que a amava.
O casamento do trio fora lindo, Dante tomou a liberdade escolher um lugar bem aberto, um campo florido com a grama bem verde, a decoração foi do jeito que Pietro quis, até porque, era seu sonho maior em se casar com a natureza de testemunha. Convidados, não houve muitos, Natasha e Dylan foi prioridade maior, visto que a ruiva passou semanas ditando claramente como iria tortura-los caso não fosse chamada. A parte difícil foi encontrar um cerimonialista que aceitasse fazer o casamento, Millenna tentou o máximo para que os mafiosos não ameaçassem alguém, e no fim, conseguiram com uma leve ameaça e uma arma carregada que Grecco sacou do cós para a surpresa de Bianchi e Millenna que riram de nervoso.
Apenas a lua de mel não fora escolhido, Laura não podia ser deixada com qualquer pessoa e a morena não confiava em ninguém que não fosse seus maridos. — Natasha se prontificou a levar a pequena para ficar consigo na Inglaterra. Porém, Pietro não gostou da ideia porque achou que a menininha voltaria segurando uma faca e querendo matar alguém. Devido a isso, a lua de mel foi adiada por tempo indeterminado.
— Sua mãe vai chegar daqui a pouco bebê. Vamos tomar um banho? Mais tarde iremos sair.
— Tá bom. O Mickey pode ir?
— Quem é Mickey? — ambos perguntam juntos, franzindo o cenho.
— O coelhinho. Papais per favore. Ele vai ficar quietinho. — implorou os encarando com aqueles olhos azuis enormes.
— Sua mãe vai me matar. — Pietro murmurou nervoso.
— Nos matar. — Dante corrigiu.
Laura sorriu e correu com o bichinho no colo.
Pietro desviou o olhar e beijou o marido.
— Ela está tão esperta, não acha?
— Parece muito com nossa esposa. — elogiou o tatuado, beijando o pescoço de Bianchi.
— Aliás, ela está demorando demais.
— Relaxa Dan. Sabe que nossa mulher gosta de brincar. Deixe que brinque. Nossa vez chegará logo.
— Tem razão.
Algumas horas depois, Millenna adentrou a mansão, o rosto e colo coberto por suor e leves resquícios de sangue, não vendo Laura por perto, correu até o quarto para tomar um banho. O sol já havia se posto, a mesma retirou as roupas e deixou que a água quente levasse embora toda sujeira, junto a tensão e só nervosismo que a cobria como uma luva.
Com os lumes fechados, sentiu mãos envolverem sua cintura e um selar sendo depositado em sua nuca.
— Está tudo bem? — Bianchi pergunta baixinho, a voz levemente pesada arrepiou o corpo menor e esguio.
— Uhum. Onde Dante está? E Laura?
— Nossa filha decidiu brincar de casinha e pelo que pude ouvir, Dante é um príncipe distante que está de passagem pelo reino dela. — explicou sorrindo contra a pele molhada da mulher.
— Jura? — gargalhou, virando-se para seu marido e o abraçando.
— Juro. Ah, e agora temos mais um membro na família. — Millenna arqueou a sobrancelha encarando Bianchi que mordeu o lábio para não rir.
— O nome dele é Mickey. Um coelhinho bonitinho que porventura achei perto da propriedade, e Laura viu antes de eu cogitar a hipótese de colocá-lo o mais longe possível.
— Ela é obstinada.
— Uhum. Igual a mãe.
— E aos pais. — completou, beijando-o.
— Sinto sua falta.
— Eu também. Infelizmente não podemos fazer isso agora, Pietro.
— Sei disso. — num selar, o próprio a fitou. — Você ainda nos deve piccola. Sua punição ainda vai acontecer. — relembrou, mordendo a curvatura do pescoço da esposa, que gemeu baixinho, arranhando as costas do ex loiro.
— Não podem esquecer isso?
— Não! — a fim de provocá-la, Pietro deslizou os dedos até chegar na intimidade, penetrando dois dedos com força. — Tivemos tempo para pensar em como iremos fazer, e você princesa. Irá nos obedecer.
— E se eu não quiser? — retrucou segurando o gemido.
Bianchi rosnou baixo e perdeu o corpo da morena contra a parede, seu membro duro roçou contra a buceta que pulsava, implorando silenciosamente para tê-lo.
— Quanto mais desobediente você for. — sussurrou no ouvido de Millenna, fingindo uma penetração e tirando gemidos contidos dela. — Mais nós iremos te punir. Te fazer chorar enquanto nós metemos em você com força e negar seu orgasmo. — ameaçou penetrando-a com certa brutalidade.
— Ai. — exclamou gemendo. — Gostoso do caralho!
Pietro sorriu largo, segurando-a pelo pescoço.
— E você é uma bratzinha filha da puta. Que terei o prazer de domar.
Sem dizer mais nada, e excitado, Bianchi saiu do box, gargalhando ao ouvir os xingamentos da esposa.
— CRETINO! — gritou de dentro do box.
— EU TE AMO PICCOLA. — gritou de volta.
[...]
Millenna ajeitava os cabelos castanhos de Laura, que estava segurando o coelho como se fosse de pelúcia, o vestidinho preto combinava com o da mais velha. Ser mãe é algo novo, intenso e arrebatador, a morena ainda que sem experiência soube lidar perfeitamente com a situação.
Agora a menininha obtinha seu sobrenome e o sobrenome de seus maridos.
Laura Albuquerque Grecco.
E a família nunca esteve tão em paz e satisfeitos.
— Prontinho amor.
— Grazie mamma. — agradeceu pulando do banquinho e correndo porta afora.
Sozinha, Millenna lembrou do que havia feito com Vincent na câmara, o torturou o suficiente para faze-lo dizer onde os documentos da criança estavam, não eram muitos já que não registou, ao menos sentiu certo alívio pelas vacinas da criança estarem em dia. — não fizera a mínima questão de saber quem cuidou de Laura, pois o que importa é que esta cuidando dela agora.
— Está pronta? — Dante perguntou adentrando o quarto. — Uau. Sei bellissima amore mio. ( Esta linda meu amor )
O vestido longo preto, com decote sutil e uma fenda do lado direito, a deixaram elegante, e sensual na medida certa, os cabelos estavam curtos, Millenna os cortou uma semana depois do ocorrido; o corte channel de bico a deixou mais madura, e tão bela quanto.
— Você também está. — seu marido usava um terno preto de três peças, dois dos botões da camisa social estavam abertos, não optou por gravata, o que havia o deixado intimidador, de arrancar suspiros.
Claramente Pietro estava da mesma maneira.
— Grazie piccola.
Ambos saíram do quarto, Pietro surgiu com Laura no colo, e como a mulher havia previsto, Bianchi estava tão intimidador quanto Grecco. Lindos e perigosos.
Uma combinação perfeita, pensou sorrindo para o marido.
— O Mickey não pode ir. — Laura diz chorosa.
— Amor, o restaurante não aceita bichinhos, prometo que amanhã iremos ao parque e você pode levá-lo.
— Tá bom Mamma. Vamos logo, tô com fome.
Os três sorriram e seguiram para saída, a criança foi posta na cadeirinha, Millenna ficou ao seu lado e Pietro assumiu o banco do passageiro e Dante o do motorista.
O jantar decorreu calmo, Laura contava sobre a escolinha em que foi posta, enquanto decorava um pedaço de bolo de morango que logo souberam ser o seu favorito. Millenna a ajudava para não se sujar, os homens observavam a cena, apaixonados e felizes.
— Mamma. Eu tenho um amigo.
Na hora, Dante engasgou com o vinho e Pietro por pouco não se engasgou também.
— Nada disso amor. Ele não é seu amigo.
— É sim. Ele disse que meus olhos são bonitos.
O ciúme percorreu os mafiosos e Millenna soube que isso desencadearia uma longa conversa.
— Como é o nome dele bonequinha? — Grecco pergunta quase como um grunhido.
— Papais, não precisa disso. Ele é meu amiguinho. E também, me defendeu de umas meninas malvadas.
Agora quem ficou nervosa foi Millenna.
— Resolveremos isso amor. Não se preocupe.
— Tá bom.
Na volta para casa, Laura dormia no colo da mãe, o veículo foi colocado na garagem, Bianchi saiu primeiro para ajudar a esposa a sair com sua filha.
— Vou colocá-la na cama e já volto.
— Tá.
Sozinho com Dante, ambos se entreolharam.
— Segure esse ciúme querido.
— Laura não pode ter amigos Pietro. Não até ter vinte e oito.
Pietro gargalhou, acariciando o rosto levemente franzido.
— Pare com isso. Todos nos conhecem, e você ameaçou metade da unidade escolar da nossa filha. Não acontecerá nada. Não precisa disso.
— Você também tá com ciúme.
— Sim. Porém sei me conter, então por favor, faça o mesmo.
Dante concordou, envolvendo a cintura do ex- loiro com o braço direito e o guiando para o interior da casa. — o fogo crepitava na lareira, tornando o ambiente confortável, Millenna logo se juntou aos maridos, bebendo um pouco, acomodada no colo de Bianchi.
— Essa era a vida que queriam? — senhora Grecco pergunta, degustando do vinho tinto.
— Está muito melhor do que havíamos planejado amor. — Dante quem responde.
— Concordo. Quem diria que seríamos pais? Nunca pensei sobre isso, mas confesso que é uma experiência nova e interessante.
Os três concordaram com um menear de cabeça.
— Temos que conversar sobre algo importante. — o anúncio foi feito pelo tatuado.
— Se é o que estou pensando, já adianto que não quero qualquer uma cuidando da Laura enquanto nós. — pausou rápido e por fim completa. — Vocês sabem.
— Não é sobre isso, apesar de eu estar satisfeito por estar ciente do que eu e Pietro planejamos para você. Acho que temos que matar Joseph. Ele tem muita influência e enquanto ele viver, teremos certos problemas.
— Tem certeza disso amor?
— Não sei. Creio que sim.
— Vamos pensar melhor e decidir o caminho mais viável. — Millenna diz, saindo do colo do ex loiro.
— Onde vai?
— Dormir. Estou cansada.
— Nós vamos também. — Pietro comenta malicioso.
Os copos foram deixados em lugares aleatórios e juntos, subiram as escadas.
A noite seria longa.
Muito, muito longa.
A quem diga que o amor não é o suficiente, de fato pode ser verdade, porém, tal sentimento se torna o suficiente quando a reciprocidade é compartilhada, quando é sintonizada na mesma frequência, dando espaço para o que tal sensação acompanha.
Se pensam que não é possível três pessoas se amarem igualmente. Estão redondamente enganados. — Millenna, Pietro e Dante não só se amam igual, como se completam, sem tirar nem por. Simples assim.
O poliamor, ainda que mal visto pela sociedade, não repele o destino de unir três almas diferentes mas que são completamente compatíveis.
Corações que batem como um. Numa nuance rara, sem igual e perfeitamente aceitável.
Soneto 116
De almas sinceras a união sincera
Nada há que impeça: amor não é amor
Se quando encontra obstáculos se altera,
Ou se vacila ao mínimo temor.
Amor é um marco eterno, dominante,
Que encara a tempestade com bravura;
É astro que norteia a vela errante,
Cujo valor se ignora, lá na altura.
Amor não teme o tempo, muito embora
Seu alfange não poupe a mocidade;
Amor não se transforma de hora em hora,
Antes se afirma para a eternidade.
Se isso é falso, e que é falso alguém provou,
Eu não sou poeta, e ninguém nunca amou
Willian Shakespeare
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Sou muito boiolinha por essa família.
MISERICÓRDIA COMO EU AMO.
Laura é um xuxuzinho né ?
Estou inspirada, né ?
Enfim....
Até o epílogo II
Por fim terá o capítulo extra.
E por fim, agradecimentos.
Aviso para que vocês não fiquem desesperadas. Me preocupo com minhas piccolas...
BOA NOITE ANJOS ❤️
Perdão pelos erros, caso aja. . .
FUIIII....
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