𝐶𝑎𝑝𝑖𝑡𝑢𝑙𝑜 49


Quem salvará a minha vida?
Como eu acreditaria em alguém?
Por favor, não se importe comigo
Eu apenas me mato às vezes

Falling in reverse

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O quarto era absurdamente grande, estava muito bem iluminado pela manhã. Millenna despertou devagar, moveu-se para o lado esquerdo, entre os lençóis macios e negros, a morena por fim abriu os olhos, demorando alguns segundos para se lembrar de onde estava. — a dor de cabeça se fez presente, o calmante que tomara fez seu efeito, até mais do que deveria, quase não lembrava do que havia acontecido depois de sua crise na piscina. Tudo era muito vago. 

Ao se sentar na cama, ajeitar os cabelos, a porta enorme de mogno se abriu, Pietro adentrou com uma bandeja enorme de café da manhã, e ao vê-la já acordada, sorriu aliviado; Dante veio logo depois, ambos trajados com calças de algodão sem nem uma camisa. Definitivamente para Millenna, este era o ápice de seu paraíso particular. 

— Buongiorno amore mio. — saudou Bianchi, colocando a bandeja entre os lençóis. 

—  Giorno. ( Dia ) — resmungou ainda sonolenta.

Grecco sorriu pegando uma xícara transparente contendo café fresco e entregou a sua esposa. 

— Coma bem meu anjo. Depois lhe daremos remédio para dor de cabeça. — Pietro comentou.

— Como sabe que estou com dor de cabeça?

— Porque está franzindo o cenho por conta da claridade. 

Num assentir, Millenna tomou um gole do café, sentindo o líquido quente fazer seu efeito e a despertar rapidamente. Grecco se acomodou numa cadeira confortável e macia, o tronco despido, era uma visão e tanto; estava concentrado com algo no iPad, e o que mais o deixou atraente além do óbvio, foi o óculos de aros transparente que estava quase na ponta do nariz. É lindo. Definitivamente o homem mais lindo que já vira. Pietro também, mas a diferença era que sua beleza era mais singela, menos bruta, escultural e bem delineada. 

Duas belezas diferentes. Uma junção entre calmaria e tempestade, isso definia muito bem os homens que ali estavam a sua companhia. 

— Piccola. — Pietro a chama. — Dante e eu estávamos conversando. Acho que sua ideia é um pouco preocupante, para si mesma. — frisou um tanto cabisbaixo. — Não iremos lhe perguntar sobre seu passado, visto das crises que vem tendo, melhor que pensemos em outra maneira de provocar Vincent. — explicou, espetando com o garfo pequenos pedaços de manga.

Millenna pensou um pouco, claramente o ex loiro tem total razão, ainda sim, não se sentia pronta para conversar abertamente sobre tudo que passou nas mãos do Diabo. Todavia, cada um ali tinha seus demônios para lidar, e ultimamente tudo tem acontecido rápido, como num propósito infindo para desestabilizá-los e coagi-los a algo imprudente. A morena sorriu para Bianchi, não um sorriso convincente mas um que mostrava o desconforto que sentia com tal conversa. 

— Dan. Venha tomar café conosco. 

O tatuado deixou o iPad na pequena mesa de madeira a frente e caminhou para se juntar aos dois amores de sua vida. Pietro serviu mais um pouco de café que jazia num bule pequeno, havia tudo o que quisessem comer, frutas, pães, queijo e leite fresco. — o momento era tão gostoso que os três quiseram que permanecesse, entretanto, sabiam que teriam que abandonar a paz e voltar ao inferno. 

— Vou tomar um banho. — Millenna avisa, terminando o café e saindo da cama. 

— Precisa de ajuda?

— Não. Pelo amor de Deus, me dêem uma folga. Querem me aleijar é isso? — brincou indo até a mala para pegar tudo o que fosse precisar. 

— Você que pensou coisa errada babe. Somos cavalheiros, apenas nos oferecemos para lhe ajudar, sabe ? — Dante sorriu desconversando. 

— Sei. Ainda sou capaz de me banhar sozinha amor. Volto já. 

Os homens observaram a mulher adentrar o anexo e fechar a porta logo em seguida.

— Joseph mandou uma mensagem. — Dante comentou. 

— O que ele dizia? 

— Que voltará em breve. — respondeu a contragosto. 

— Tem algo errado com ele. — constou Pietro. —Ele está aprontando algo. 

— Você acha? 

— Tenho certeza. — as orbes azuis se mantiveram focadas num ponto cego. — Seja o que for, temos que nos preparar. Joseph adora pegá-lo de surpresa Dan. Todos os anos ele faz isso. — comentou franzindo o cenho. 

Dante pensou sobre, concordava com seu consigliere, sentia em seus ossos que tudo estava terrivelmente fora dos eixos. Mesmo que tenha passado-se muitos anos, desde que era punido, Joseph sempre buscava um meio para ferrar com sua mente e corpo. 

— Meu aniversário está chegando. — falou com desdém.

Bianchi massageou a mão alheia, acariciando lentamente, o acalmando ao menos um pouco. 

— Acha que ele fará algo, não é? 

— Sempre faz. 

— Vamos nos manter com os pés no agora Dan. Deixe para se preocupar com isso quando chegar, tá? — Pietro depositou um selar na curvatura do pescoço do mais velho. 

— Tem razão. — o sorriso não era amistoso, ainda sim, Grecco beijou os lábios avermelhados de Pietro e mordiscou a carne inferior macia, chupando e se afastando para fitar o mais novo. 

— Ainda temos algumas horas antes de irmos, não é? — perguntou maliciosamente, acomodou-se sobre as coxas grossas e firmes do moreno. — Podemos aproveitar. O que acha? 

As mãos tatuadas se mantiveram sobre a cintura fina do mais novo, fechando os lumes e sentindo os beijos cálidos de Pietro, o modo como as mãos quentes e macias massageavam seu pescoço. 

Um pigarro próximo chamou a atenção de ambos.

— Desculpe atrapalhar, mas temos um problema. — Millenna estava de braços cruzados, a toalha felpuda em tons escuros cobria sua nudez. 

— Que tipo de problema? — Grecco perguntou.

Pietro saiu do colo do mais velho e se sentou na cama. 

— Preciso de, como posso dizer isso. — a morena pensou um pouco, as maçãs do rosto estavam coradas, muito aliás. — Necessito de item íntimo feminino. Agora. 

Sua menstruação havia passado da data prevista, visto que as mudanças de humor, junto a crises constantes de pânico, destruíam o ciclo, fazendo a regra vir sempre dias depois do dia marcado. 

— Vou me trocar e vou buscar. — Pietro avisou saindo rápido do quarto. 

— Agora entendo o porque te vi chorando na cozinha de madrugada, quando perguntei você chorou mais ainda mostrando o copo quebrado. — Grecco brincou, contendo o riso.

— Ridículo! Não me infernize, ok? Se não, eu nego sexo. — ameaçou.

— Tenho o Pietro. — retrucou.

— Foda-se! — xingou já nervosa. 

Dante gargalhou desviando de um travesseiro.

— Calma piccola. Sente alguma dor? 

— Muita cólica. 

— Vou cuidar de ti, enquanto Pietro vai buscar o que precisa. Tudo bem?

Millenna assentiu voltando ao banheiro para se vestir. 

Dante continuava preocupado, a volta de seu pai não era motivo de comemoração e sim atenção, portanto, terão que adiar o plano e voltar mais cedo. 

Um tempo depois, Pietro voltou com algumas sacolas, entregando um a Millenna que de novo ficou chorando, ambos não faziam ideia de como lidar com a mulher, porém concordaram em mimar e cuidar para que ela ao menos não sinta desconforto com tal período. 

[...]

As malas já estavam no porta malas do carro, Millenna já se acomodou no banco de trás, o remédio que tomou a deixava sonolenta, portanto, Pietro decidiu ir também no banco de trás, a morena se encostou no ex loiro e dormiu; não estando alternativa para Grecco assumir o motorista. 

Não tardou para que retornassem, a estrada sempre tranquilas facilitou a volta, Dante se perdia em pensamentos enquanto conduzia o veículo. Millenna despertou com dor, causando um susto em Bianchi.

— O que foi? O que está sentindo? 

— Tem algo errado. Não era para eu sentir esse tipo de dor. — a voz falhava, à medida que as fisgadas em seu ventre intensificavam. — Me leve ao hospital, definitivamente há algo errado. 

Dante acatou a ordem, fazendo o retorno e pisando no acelerador. Pietro xingou ao sentir o quão quente a mulher estava. 

Não sabiam com certeza o que estava acontecendo, entretanto, Millenna pensava e pensava no motivo. Pois a dor era familiar.

Tão familiar que a fez chorar em desespero.

Pararam no hospital em instantes, Pietro pegou a mulher no colo e adentrou o local chamando por um médico rápido, Dante saiu do carro mas parou ao sentir o celular vibrando no bolso; ao verificar pelo ecrã bloqueado, sentiu um ímpeto de arremessar o aparelho longe. Era Vincent. 

A mensagem era breve, mas o suficiente para arrancar o pingo de sanidade que o moreno tinha naquele momento. 

Como o filho da puta sabia que Millenna precisaria de um hospital? 

Tal questionamento se findou na mente de Grecco, enquanto guardava o celular e entrava no hospital. 

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Infelizmente o cap está mesmo curto, peço desculpas, mas a criatividade tá fazendo drama hoje.
Enfim, desculpe caso aja erros ortográficos...

Até o próximo cap ...!

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