𝐶𝑎𝑝𝑖𝑡𝑢𝑙𝑜 47
Oh, estou aqui em cima de você
Pensando no quanto eu quero você
O sangue está nas minhas mãos, mas isso nunca me parou antes, amor
Plaza
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Amarás e odiarás com a mesma intensidade;
Definitivamente é um mandamento que pode ser seguido à risca, mesmo que seja egoísta e completamente disfuncional. O trio se encontravam num restaurante local, os pedidos foram entregues e em silêncio, iniciaram o café da manhã, ignorando completamente os olhares alheios; claramente sabiam o que terceiros pensaram, entretanto, não poderiam se interessar menos, afinal, tinham problemas demais para lidar.
Millenna apreciou em silêncio o gosto divino do café forte e fresco, Dante a acompanhava e Pietro optou apenas por suco natural, buscando aplacar o maldito enjôo e a dor de cabeça que pareciam mata-lo de dentro para fora.
— Está horrível neném. — a morena comentou desgostosa com o desconforto do ex loiro. Estava preocupada e não disfarçava tal gesto.
— Normal. — resmungou a contragosto. — Então, o que é tão importante para vocês virem até aqui?
— Não seja rude, Pietro. Per favore. — Grecco pediu, depositando a xícara de porcelana sob o pires arredondados. — Millenna notou algo interessante recentemente. — comentou devagar. — A mulher que Vicent sequestrou para amedrontá-la, não é a Anna. — os lumes azuis estavam tão claros quanto o mar do Caribe. Tal como explícito a falta de sono do moreno.
— Interessante. — comentou apático.
A ressaca o deixava indiferente a tudo, para seu alívio interior, Dante e Millenna compreendam bem e não o repeliram por isso.
— O que me fez pensar novamente no plano. — a mulher se pronunciou depois do silêncio ter se estabelecido por alguns minutos. — Precisamos irritá-lo para fazê-lo agir e ficar exposto. — frisou, capturando o morango que decorava os waffles com chantilly.
— Está confortável com isso ? — o ex loiro retrucou massageando as têmporas com o indicador e o polegar.
— Não. Mas precisamos, certo? Para termos paz, temos que descartar algumas peças neste maldito tabuleiro de xadrez. — o tom de voz alheio, mesmo que firme, era perceptível a mágoa e o medo, ambos não julgavam. Visto que um trauma como o de Millenna, não era fácil de se extinguir. — Temos Vicent, Joseph, Enzo e agora Irina. — ditou separando os morangos, deixando-os um ao lado do outro para melhor explicação.
— Enzo? Porque o Enzo? — Dante questionou franzindo o cenho.
A morena engoliu em seco, Pietro percebeu os dedos da mesma tremerem, e logo ficou em alerta.
— Millenna? Me diga. O porquê de Enzo ter sido mencionado. — Dante exigiu.
— Ele apareceu na sala de treinamento. Não o conhecia até então. — um suspiro longo irrompeu rápido. — Enzo me alertou, na verdade ameaçou e agarrou meu pulso me impedindo de sair… — cada palavra causava ódio em ambos homens, Millenna contava temerosa, pois havia pensado em não dizer, entretanto, não seria correto. E depois da aparição repentina de Irina, tudo parecia bagunçado demais, estranho demais. E quanto coincidências demais ocorrem… O alerta é ainda mais evidente.
— Bastardo. ( Desgraçado ) — Dante xingou, cerrando a destra em punho.
Pietro nada disse, lembrou-se de que também havia sido ameaçado pelo filho da puta, porém não falaria, não era importante, pensou.
— Deveria ter me dito.
— E teria o matado logo em seguida. Dan, per favore. Se acalma. — Millenna pediu, afagando o braço de seu marido, num gesto singelo para que não explodisse, não em um local público.
— Sobre o plano. Como faremos? — perguntou o ex- loiro, mudando o rumo da conversa.
— Acho que isso, não deve ser comentado aqui. — Grecco avisou. — Vamos para casa, é melhor.
— Não! — os dois pares de olhos azuis focaram na mulher. — Se vamos fazer o que realmente pensei, é bom que não conversemos sobre isto na mansão. Visto que Enzo está lá, e no seu apartamento, Irina pode aparecer. Aquela vaca. — explicou um pouco acelerada.
— Tenho uma propriedade em Florença. Podemos ir para lá. — Grecco resmungou.
— Perfeito. Vamos para lá.
Pietro pensou em refutar, infelizmente uma nova pontada de dor o fez trincar o maxilar e ficar quieto.
Após o café da manhã, o moreno pagou a conta e os três saíram do estabelecimento, rumo ao veículo negro que se encontrava no acostamento próximo ao restaurante. — no caminho, Pietro foi deixado em seu apartamento, para que arrumasse uma bolsa pequena apenas com o necessário e esperasse para ser pego dali uma hora e meia. Dante e Millenna não tardaram a chegar à mansão, Enzo não estava por perto e sorte a dele, pois com a raiva que Grecco precisou conter, seria capaz de rasgá-lo ao meio. No quarto do casal, Millenna pegou uma mala pequena, andando de um lado a outro pegando os itens mais precisos para levar.
— Amore. — Dante a chama.
— Sim?
— Tem certeza de que está confortável para o que faremos? — o corpo alto e musculoso alheio aproximou-se do menor e esguio.
Dante Grecco obtinha um respeito imensurável por Millenna; a compreendia tanto que poderia ver seu eu jovem nos olhos acastanhados da mulher. Por isso, sempre pedia permissão para se aproximar quando a própria não estava bem. Temia que sua presença pudesse desbloquear lembranças e gatilhos que claramente a fariam se encolher e se trancar no quarto por dias ou semanas. — Bianchi fazia o mesmo. O ex loiro sempre teve necessidade de cuidar de Grecco, e agora sente o mesmo pela morena, a responsabilidade é imensurável; visto que sustentar duas pessoas para que não desabem era desgastante. Ainda sim, o fazia. Pois amava ambos como nunca, chegou a pensar que amaria apenas Dante, assim como seu chefe pensava sobre si.
A vida novamente se mostrou impressionante.
O amor era um sentimento que poderia sim, ser dividido e multiplicado. Só que, não é todos que podem usufruir de tal dádiva.
Então Pietro e Dante expandiram seus sentimentos para envolver Millenna.
A paixão. O amor. São sentimentos para serem apreciados e não contidos e desvalorizados.
O moreno acariciou a bochecha de sua esposa, que fechou os olhos, para melhor sentir a palma quente alheia.
— Preciso ter, Dan. — respondeu. — Prometi a mim mesma que iria melhorar, que não iria temer Vicent ou qualquer um. Então, isso que pretendo será o início literal desta promessa.
— Sabe que cuidamos um dos outros, não sabe? — Millenna concordou em silêncio. — Não se esqueça disso, ok? Vamos sempre cuidar de você. Sempre. — relembrou antes de selar seus lábios nos de sua esposa.
— Confio em vocês.
— É bom saber disso.
De malas prontas, Dante deu ordens explícitas para matar qualquer visita indesejada que ouse se aproximar dos portões. Enzo observava de longe, escondido atrás de uma pilastra, gravando tudo para mandar para seu chefe.
Grecco levou as malas para outro veículo, Millenna se acomodou no banco de trás, deixando o do passageiro livre para Pietro. Precisava pensar, mesmo não querendo, se via com culpa, e acima disso, sentia estar atrapalhando os homens, dificuldade ambas vidas. Odiava a sensação, então fechou os olhos, buscando afastar tal sensação, que era dolorosa e agonizante.
[...]
A viagem não foi longa, a propriedade luxuosa se encontrava proximo a uma vínicula. Grecco guiou o carro numa pequena estrada de terra, Millenna observava a diversidade de tons de verde, era como um capo infinito e bem aparado, Pietro dormiu um pouco, pois a dor de cabeça havia se dissipado, dando lugar a exaustão. — Dante apertava o volante, enquanto sua mente o torturava, levando-o a lembrar de momentos tempestuosos de sua vida, do quanto suas cicatrizes são profundas e ainda abertas, sangrando e inflamando qualquer sentimento bom que ouse se sobrepor as ruins.
A casa absurdamente grande pode ser vista, a cor negra se fez perfeito a inúmeras paredes e enormes janelas de vidro temperado. O veículo parou na entrada da garagem, com carinho, Dante acordou Pietro, Millenna destravou o cinto de segurança e saiu primeiro, para dar privacidade aos dois. Caminhou tranquilamente, deixando evidente o quão imprensionada e admirada estava pela casa.
O interior era da mesma dor que o exterior, a cor escura foi usada de modo luxuoso, cada móvel, cada objeto foi posto para deixar o ambiente neutro e confortável, a morena se manteve ocupada para conhecer cada cantinho. Já Pietro parecia alheio, e Dante não estava diferente.
— Vou levar minha mala para um dos quartos. — murmurou, prestes a passar por Grecco.
— Não! — impediu calmo. — Ficará conosco no mesmo quarto Pi. — o ex loiro arregalou os olhos, a feição outrora fechada, se mostrou surpresa por ouvir tal coisa do tatuado.
— Não é sensato. Melhor não.
— Não é um pedido piccolo. — o próprio o puxou pela cintura, se inclinando para sentir melhor a fragrância deliciosa do menor. — É uma ordem. — o timbre tornou-se pesada. — Irá contrariar seu dono? Hum? — questionou, mordendo levemente a curvatura do pescoço do menor, que conteve um gemido.
— N- não senhor.
— Bom garoto. — elogiou. — Fique conosco Pietro. Não pense em nada além de nós três. Sabe que merecemos isso, então porque não aproveitar essa oportunidade que nós é tão rara? — Dante lhe depositou um beijo rápido. — Per favore.
— Tudo bem.
— Eu te amo.
— Também o amo Dan.
Dante sorriu feliz, dando outro selar antes de puxa-lo para mostrar o quarto em que iram ficar.
[...]
A sala de jantar se encontrava silenciosa, exceto pelo tintilhar dos talheres, a escuridão tornava impossível ver qualquer coisa através da parede de vidro, o fogo crepitava preguiçosamente na lareira, Pietro pensava tanto que sentia novamente uma nova onde de dor de cabeça. Dante fitava-o preocupado, buscando pensar em algo coerente para dizer. Já Millenna, não desviava o olhar da taça de vinho posta do lado direito, quase sem o líquido rubro e fresco.
— Conversaremos sobre o plano ou não? — a voz de Grecco chamou a atenção de terceiros.
— Sim. É bom que tudo seja esclarecido para que não aja erro algum. — indagou o ex loiro.
A mulher por fim respirou profundamente, era difícil mas necessário. Todavia, a própria teve tempo o suficiente para arquitetar tudo, e francamente, era um plano muito bom. Tão bom que a deixava ansiosa e um pouco nervosa. Não de modo ruim, vale lembrar. — após intercalar o olhar entre um e outro, deu início a explicação.
Levou cerca de uma hora, pois Dante fez perguntas um tanto evasivas, Pietro concordou com um sorriso malicioso.
— Isso é Interessante. — Grecco argumentou, bebericando o liquido amadeirado no copo transparente. — Faremos amanhã a noite?
— Sim. Precisamos fazer e voltar. Para que os seguranças e outros pensem algo errado.
— Pietro. — Millenna chamou-o.
Esvaziando a taça, a morena se levantou, caminhando para dar a volta na mesa e indo até o ex loiro, sem dizer nada, se sentou sobre as coxas alheias, beijando-o.
— Sei que a vinda daquela mulher o deixou assim. Distante de nós. — outro beijo foi depositado na trave do lábio do homem. — Agora é nossa vez de cuidar de você neném.
Dante sorriu travesso, relaxando sobre a cadeira, dando permissão total para que Millenna proceguisse.
E assim ela o fez.
O beijo a seguir não foi nada calmo. Foi bruto, necessitado e desesperado. Pietro segurou a cintura fina da mulher, pressionando os dedos pálidos e magros ainda que por cima da camisa longa da mulher; a língua quente era gostosa ao envolver a sua, o ósculo obsceno estalava pelo espaço, causando ereção ao moreno que assistia com atenção e devoção enquanto massageava o membro ainda coberto pelo jeans escuro.
— Me faça sua Pietro. — a mulher pediu manhosa ao se afastar dos lábios deliciosos do homem.
— Eu farei.
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A frase posta no início; é o primeiro mandamento Satânico.
FUUUUI
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