𝐶𝑎𝑝𝑖𝑡𝑢𝑙𝑜 14

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𝑀𝑖𝑙𝑙𝑒𝑛𝑛𝑎 𝐴𝑙𝑏𝑢𝑞𝑢𝑒𝑟𝑞𝑢𝑒

Eu vou atrás de você Millenna. Farei com que se arrependa amargamente por ter me deixado.           17:30 p.m 

Perdi as contas de quantas mensagens Vincent me mandara. Todas eram semelhantes a essa, suas ameaças me causavam pavor, à medida que o celular vibrava meu coração dava um salto imenso. O medo tomou proporções imensas, me fazendo lembrar novamente dos momentos em que sentia minha vida por um fio, meu ex não era um homem calmo e paciente, jamais fora, ao menos quando se trata de relacionamiento; meu corpo todo lembrava da dor, da sensação de pânico, dos arrepios constantes e dos imensos pensamentos dolorosos que vinham como uma avalanche me mantendo ainda mais nervosa e inquieta.

Dante e Pietro não dera sinal desde a noite passada, poderiam estar resolvendo algo importante ou fazendo coisas que é melhor eu nem perguntar sobre. 

Ao menos poderia caminhar pela propriedade ou ler um bom livro, conhecer melhor aquela mansão imensa, infelizmente me mantive trancada no quarto, me ocupei o máximo que pude, de minuto a minuto eu olhava o celular na cama, os dedos trêmulos e um frio que fazia todo meu corpo tremer ainda mais. Não entendo o motivo da obsessão amarga que Vincent tem por mim, quer dizer, um psicopata geralmente é assim certo? Me arrependo de tê-lo conhecido, e, bom, não dava para prever o futuro também.

Leves batidas soaram na porta, me ajeitei na cadeira e respirei pesadamente ao notar uma empregada adentrando com meu café, uma bandeja imensa com comida demais para meu gosto, agradeci gentilmente e logo se retirou deixando-me sozinha. Odiava ficar sozinha, me sinto vulnerável, sinto que a qualquer momento Vincent apareça com aquele sorriso maldito e um olhar frio mostrando tudo o que fará comigo quando estivermos a sós.

Servi um pouco de chá, o cheiro delicioso trazia calmaria lenta, aos poucos se instalava por meus nervos, a cada gole o frio se dissipava, trazendo calor e normalidade. Comi em silêncio enquanto observava a tarde, o céu em tons alaranjados misturados a rosa tão fraco que poderia passar despercebido, o vento balançava as folhas das árvores preguiçosamente, uma visão linda, um lugar lindo, parecia uma pintura renascentista de tão perfeito. Parecia um sonho. Sendo mais franca, queria não me sentir tão à vontade, e é estranho me sentir tão acolhida por um mafioso e temer demais ao meu ex abusivo e psicótico.

Ajeitei o último fio de cabelo antes de sair para o jantar, estava apreensiva para caralho, passei a me arrepender de ter aceito esse acordo louco e totalmente suicida, através do espelho vi Dante parado na porta me fazendo quase gritar de susto.

—MEU DEUS! —exclamei.

—Te assustei ?

— Imagina. Quase senti meu coração explodindo mas tá tranquilo. 

Esse homem é tão imenso que eu não me sentia menos do que um grão de arroz, as mangas da camisa social preta estava dobradas até o cotovelo, as inúmeras tatuagens espalhadas pelos braços, algumas apareciam por seu pescoço já que alguns botões da camisa estão abertas, os cabelos bem penteados, os olhos tão azuis, enfim. Lindo para caralho. 

—Está pronta? Pensei em levá-la para jantar. Está presa demais aqui. Aliás eu estive ocupado, desculpa por deixá-la sozinha. 

Me virei para fitá-lo, lembrei de ter pedido a ele e ao Pietro que me protegesse do meu ex, portanto, peguei meu celular  e mostrei as mensagens para Dante. 

—Figlio di puttana. ( Filho da puta.) —xingou após alguns segundos.

—Irei lhe dar outro celular enquanto esse mandarei grampear. Ele não chegará perto de você novamente isso eu garanto. —prometeu, me devolvendo o aparelho.

—Ta. Onde está Pietro ? —perguntei.

—Está no carro, nos esperando. —disse um pouco sem jeito. 

—Preciso me trocar ?

—Está linda desse jeito. 

Óbvio que eu estava linda, apenas perguntei porque parecia algo que se usa para um restaurante chique e luxuoso, o que me leva a crer que é exatamente para onde vamos, o decote era discreto, alça fina e não era tão longo, deixava meus joelhos à mostra e o salto um pouco considerável, deu o acabamento perfeito. Saímos do quarto seguindo para o andar debaixo, não havia sinal de seu pai, apenas dos seguranças sempre aos montes, armados até os dentes e com feições de que mataria até uma mosca se encostasse em nós, adentramos o carro rapidamente, cumprimentei Pietro que assumirá o volante e saímos da propriedade quase em alta velocidade. 

—A festa foi marcada para daqui alguns dias. —falou Dante.

—Jura? A que droga. 

— Terá muitas pessoas perigosas, então por favor não saia do meu lado. —avisou e dessa vez não estava brincando, seu tom de voz deixou claro o quanto estava desconfortável e preocupado. 

—Sem problemas.E você, Pietro? 

—Ficarei cuidando da segurança. —respondeu um pouco amargo. 

O silêncio se estabeleceu durante o resto do percurso, todos nós entretidos nos próprios problemas, era até difícil pensar em qual de nós está mais desconfortável. Se formos disputar, tenho certeza de quem ganha é Pietro. Ver seu namorado fingir estar com outra pessoa só para manter as aparências,não deve ser bom, aliás, não é bom, eu no lugar dele chorava de ódio todo dia. 

Fomos recepcionados pelo gerente do restaurante, graças aos céus, não me sentia nervosa ao lado de dois homens. Eu deveria me sentir adorável, isso sim.

Dois machos, lindos para caralho ao meu lado? Deus abençoe. 

Deus me ajude. Isso sim. 

—Porque não vamos à sua boate ou em qualquer outra? É sábado. Por favor. Precisamos fingir que não estamos à beira de um colapso. — Peguei o cardápio para escolher algo que não me faça morrer de vergonha por não conseguir comer. 

—Nós vamos. Não beba demais e só isso que lhe peço. —Dante não deixava o ar de chefe nem fazendo um simples pedido modesto. 

—Eu não costumo beber demais, então relaxa. Tenho vocês então pra que me preocupar né ?

Os dois não disseram nada, e eu muito menos, fomos atendidos rápido e começamos um diálogo banal e sem sentido, mesmo estando em seus domínios a algumas semanas, eu praticamente não sabia nada sobre eles. 

—Estão juntos há todos esses anos?. Cacete. Nem meus pais ficaram tanto tempo assim. 

É sério, foi um choque saber que estavam juntos desde que Dante completou vinte anos, tudo sempre por debaixo dos panos, só de ouvi-los compartilhando isso comigo, me sinto sufocada, presa; estou ciente de que não deveria comparar, mas era quase como meu antigo relacionamento, diferente do meu, o deles por mais escondido que seja, tinha sentimentos, tinha reciprocidade. 

—Qual sua idade, Pietro?

— Tenho vinte e sete. —respondeu descontraído. 

—Uau. Realmente incrível— Comentei, a  taça de vinho quase vazia.  

Terminamos o jantar e fomos a uma boate próxima, Dante encarava as ruas enquanto Pietro se mantinha focado a frente, as mãos sobre o volante e o semblante franzido. 

A boate parecia incrível, por dentro era ainda melhor, era espaçoso o suficiente para as pessoas não ficarem grudadas umas às outras, as luzes coloridas, o som alto; Dante e Pietro se mantiveram ao meu lado, me guiando ao bar, algumas pessoas próximas olhavam para eles e cochichavam entre si, tirei minhas conclusões de que não era a primeira vez deles ali. Cervejas nos foram entregues, tomei um gole longo e fui dançar sem perguntar se podia, a batida era envolvente o suficiente para que eu fechasse meus olhos e dançasse conforme o ritmo, parecia que fazia anos que não me sentia tão livre e leve, sem preocupações e dançando por minha própria vontade, antes eu o fazia para pagar as contas, agora posso fazer simplesmente por prazer pessoal. 

Na troca de música voltei para pegar minha cerveja e notei os dois me olhando de um jeito diferente, não era malicioso, era um olhar de admiração e surpresa, compreensível, até porque me viram dançar uma vez, eu acho. 

—Querem dançar ? —perguntei um pouco ofegante.

Os dois se entreolharam e concordaram em seguida, a música que tocava era uma batida mais envolvente, sensual. Dante estava a minha frente,minhas mãos apoiadas em seu ombro, conforme a música seguia, Pietro me puxou mais para si, minhas costas nuas praticamente colada em seu peitoral. Santo Deus, a sanidade foi para puta que pariu ali.

Dois homens atraentes, focados apenas em mim e a mais nada ao redor, o clima não era mais tão suave, agora havia desejo, luxúria pairando por nós, queria me sentir envergonhada e me afastar, porém. Ser desejada era algo novo, e dessa vez senti que não era só um que me desejava, mas sim os dois. Se era por conta da bebida, não sei dizer, mas decidi aproveitar ao máximo.

Por longos três anos e meio, me mantive sozinha, sem absolutamente ninguém, o fiz por medo. Medo de que Vincent pudesse aparecer e me machucar como sempre fazia, então, foquei no meu trabalho e na busca implacável por meu espaço. 

A música nos envolvia cada vez mais, sentia os lábios de Pietro em meu pescoço enquanto Dante me olhava como quem me pedia permissão para avançar, suas mãos tatuadas passeavam por meu corpo assim como as de Pietro. Com toda certeza irei me arrepender disso amanhã, por ora, não sinto nada que não seja um desejo irrefreável de beijar os dois.

......

Olá. Boa noite.

Espero que tenham gostado do cap.

Votem e comentem, obrigada desde já.

Obs : Ainda estou sem óculos, me esforcei um pouco para escrever esse cap, caso aja algum erro ortográfico peço perdão.

Caso tudo de certo, logo pego um óculos novo, mas venho avisar qualquer coisa.

Obrigada e ótimo final de semana a todas ( os ).

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