Levantei lentamente sentido certa dor pelo meu corpo,minha pele branca estava quente e quando fiquei de pé quase perdi o equilíbrio sentido uma forte dor na cabeça. Iria abrir a cortina mas com o Sol que estava fazendo lá fora resolvi deixar fechada. O que foi estranho já que eu sentia um frio danado.

Caminhei para fora do quarto ainda de pijama, minha garganta estava dolorida e espirro diversas vezes enquanto pego água na geladeira. Não estava nada bem então tomei um remédio pra gripe e febre,o problema era que hoje não conseguiria ir para empresa,por mais que eu quisesse. Liguei pra Júlia a mesma mostrou bastante preocupação é disse que avisaria para o Rafael.

Voltei pra cama e me cobrir com o edredom mais quentinho que tenho,tentei dormir mas fui acordada pelo barulho da perturbador da campainha. Vou conversar seriamente com o porteiro,que fica deixando as pessoas subirem e não liga antes. Minha cabeça doía a cada passo que eu dava,acho que o remédio iria demorar pra fazer efeito.

Ajeitei meu cabelo e abrir a porta. Juro que quando vi quem era tive vontade de fechar a porta,mas eu não era mal educada a esse ponto. Seus olhos verdes pareciam preocupados e não tinha em seu rosto o sorriso presunçoso de sempre,ele usava um terno sem gravata de cor azul royal e seu cabelos estava levemente molhados, se eu não estivesse gripada sentiria nitidamente seu perfume viciante. Notei que seu olhar por um momento desviou para o meu corpo, além do mais meu pijama mais mostrava do que cobria,meu coração batia como sempre e eu tentei controla-lo mas sem sucesso. Notei que ele segurava algumas sacolas, quando percebi que estávamos nos olhando já fazia alguns minutos resolvi quebrar o silêncio.

_O que o senhor faz aqui?_Perguntei um pouco baixo devido a essa bendita dor de cabeça.

_Posso entra?_Rafael perguntou com os olhinhos brilhantes,porque eles tinham que ser assim? Me afastei dando passagem para ele entrar e quando o mesmo já estava dentro fechei a porta, o olhei ainda confusa.

Ele colocou as sacolas na mesinha de centro da sala e veio até min. Repousou a mão na minha cabeça , especificamente na minha testa.

_Você está bem quente,é melhor ir descansar _Ele retirou a mão e me olhou_O que foi?

_Voce não respondeu a minha pergunta _Digo meio irritada. Rafael suspirou e sem meu consentimento me pegou no colo, me deixando meio assustada_Me solta Rafael!

_Nossa finalmente disse meu nome_Ele disse irônico abrindo aquele sorriso que me deixava as vezes boba_agora me diz aonde é seu quarto senhorita,você precisa descansar.

Apenas apontei e ele me levou até lá carregada,foi bem desnecessário,mas não vou ser hipócrita e dizer que não gostei do calor que sentir em estar nos seus braços. Ele me colocou gentilmente sobre a cama e me cobriu com o cobertor.

Sentando na cama ele colocou uma mexa do meu cabelo atrás da orelha.

_Vim aqui pra cuidar de você _Disse meio baixo_Julia me informou que você estava doente,ela queria vir mas não deixei e pedi para ela e Alexandra cuidar das coisas enquanto eu estivesse fora.

_Quem é Alexandra?_Pergunto curiosa.

_Minha nova secretária _Responde com um sorrisinho idiota.

_Que bom pra você _Digo com a voz meio irritada.

Isso realmente me irritou e se eu já estava quente devido a febre agora eu estou fervendo de raiva. Não deveria dar importância mas não consigo. Desviei o olhar para a parede do meu quarto e fiquei ainda mais seria cruzando os braços sobre o meu peito. Ele notou rindo baixo e se levantou da cama me fitando com seu olhar.

_O senhor não pode ser tão irresponsável assim senhor Castro!_Solto muito irritada olhando em seus olhos_ Não pode simplesmente deixar a coordenação da empresa nas mãos de duas secretárias! Não tem que ficar perdendo seu tempo comigo,amanha já vou voltar pra empresa,essa gripe é...

_Melinda você não vai amanhã para empresa se não estiver 100% bem, e já está decidido _Ele me interrompe,seu tom havia ficado sério e autoritário_ E quanto a coordenação da empresa,Julia e Alexandra são muito competentes vão da conta. E não estou perdendo meu tempo com você,me preocupo com seu bem estar. Agora tenta descansar que vou preparar algo pra você comer.

_So toma cuidado pra não colocar fogo no apartamento _Digo provocativa me cobrindo com o cobertor.

Ele saiu do quarto me deixando sozinha,comecei a pensar em como fiquei irritada quando ele abriu aquele sorrisinho ao falar da "secretária" aposto que é uma oferecida qualquer. Não acredito que to com ciúmes desse idiota infantil.

Afastei esses pensamentos e tentei dormir,mas pra variar eu estava inquieta. Me virei umas cinco vezes e esse sono não vinha,olhei o relógio e já era quase hora do almoço ,estava sem fome. Não aguentei ficar na cama e já ia levantar quando ele entrou no quarto sem ao menos bater.

_Eu disse pra você tentar descansar _Ele disse com um vidro de remédio e uma colher.

_Você não manda em min_Sussuro_Ja tomei remédio.

Aviso olhando para o vidro em sua mão.

_Comprendo mas esse é pra garganta,Julia avisou que você estava com dor de garganta _Explicou enquanto se sentava na cama, colocando o remédio de cor verde clara na colher_abre a boca.

_Nem pensar! Odeio xarope_Digo cobrindo minha boca com as mãos,arrancando risos de Rafael.

_Você parece uma criança desse jeito,é só um xarope vai te fazer bem,o que você quer em troca?_Ele perguntou calmamente abrindo um sorriso sedutor _Te dou qualquer coisa,você só precisa tomar esse xarope.

_A proposta é tentadora,mas obrigado não vou tomar esse negócio _Digo ainda com as mãos na boca.

_Okay,entao só vou embora quando a senhorita tomar esse xarope_Disse enquanto me olhava .

Eu queria que ele fosse logo embora e me deixasse em paz então que saída eu tinha.

_Tudo bem_Digo brava abrindo levemente a boca.

Ele me fitou meus labios antes de me dar o xarope. Foi difícil engolir,isso era muito ruim ,aposto que fiz uma careta. Logo me veio a vontade de vomitar .

_Te odeio sabia! Esse negócio é horrível _Reclamo enquanto começo a tossir.

_Você não me odeia Melinda sei disso, seus olhos me dizem_Sussurando ele se aproximou de min.

Parecia que mil borboletas haviam levantado vôo na minha barriga,provocando aquele frio horrível que tanto odeio novamente. Quanto mais Rafael se aproximava minha mente dizia que ele ia me beijar,mas ele realmente me surpreendeu,seus labios foram até minha cabeça num beijo doce e carinhoso.

_Já volto_Avisou antes de sair do quarto.

Não sei porque sinto uma pontinha de decepção. Okay eu dei um fim e tudo,numa coisa que não havia nem começado,mas não sei. Me sinto como uma adolescente confusa,e odeio me senti assim.

  Ele trouxe pra min uma sopa de carne que ele havia feito, estava muito bom,mesmo eu não estando com muita fome. Rafael havia tirado o casaco ficando apenas com a camisa social,ele ficava me observando comer e as vezes ria como uma criança, depois que terminei já me sentia muito melhor. A dor de garganta não era mais presente e a dor de cabeça já estava bem pouca.

Ele levou a bandeja e saiu do quarto. Não demorou muito voltou,e um leve sono me invadia.

_Entao senhorita,já está se sentindo melhor?_Perguntou baixo. Suas mãos foram para os meus cabelos e devagar ele começou a fazer cafuné,arrancando um sorriso de min.

_Sim, amanhã já estarei na empresa_Digo sendo embalada pelo sono,com a mão de Rafael me fazendo carinho _Obrigado Rafael.

Já havia dormido por completo e sentindo seu toque no meu rosto. Senti o leve beijo que ele me deu na bochecha. Acho que alguém que roubar o meu coração ou o que ainda restou dele.

Acordei com o toque de alguém sobre minha testa. Abri lentamente os olhos meio sonolenta e notei que era Julia que estava vendo minha temperatura.

_Oi, a febre já estar bem baixa senhorita ,como se sente? _Ela perguntou carinhosamente.

Me sento na cama e bocejo tentando aliviar o sono.

_Me sinto melhor,mas onde estar o Rafael? E o que você estar fazendo aqui?_Perguntei meio confusa,olhando ao redor, notei sobre o criador mudo uma linda rosa vermelha com um pequeno envelope.

Olhei para Júlia e ela abriu um sorriso de quem havia descoberto algo.

_Bom,o Rafael nosso chefinho foi embora quando cheguei,eu não sabia que ele vinha aqui fiquei bem surpresa quando o vi_Ela falou sorridente_Fiquei preocupada então depois que acabei o meu trabalho resolvi passar aqui.

_Entendo_Digo sem jeito, sei que Júlia não ia pedir explicações sobre a visita do Rafael ,mas como consigo ler as expressões das pessoas pra min ela parecia muito curiosa.

Peguei a rosa e o pequeno envelope, com o olhar curioso de Julia sobre min. Abri o envelope e notei que era um cartão que tinha uma linda caligrafia. Que dizia:

Minha querida Melinda tive que ir embora,por min ficava o dia todo com você,mas tenho que resolver algumas pendências. Espero que esteja melhor,e também que aceite ser minha amiga.

Rafael Castro.

" Amiga" porque sinto essa sensação de decepção me pergunto mentalmente. Cheiro a rosa que tinha um doce aroma.

_Esta tudo bem?_Julia perguntou com a sombrancelha arqueada _parece triste.

_Nao é nada_Respondo tentando sorrir_mas você não deveria vir aqui a essa hora _pego meu celular para vê a hora,já eram 21:00horas._Ja estar bem tarde,você deveria ir pra casa Júlia ,Carlos deve estar preocupado.

_Que nada já avisei pra ele_Diz olhando para a rosa que eu segurava_Quem deu pra senhorita?

Tentei não sorrir mais foi quase impossível, eu confiava na Júlia até demais,acho que não tinha mal em contar pra ela sobre o Rafael. Talvez sobre o meu passado que odeio lembrar,mas ela me considera uma amiga não se compara a falsa da Nicole.

_Julia me desculpe por ser sempre fria com você..._Me desculpo sendo interrompida por ela.

_Nao precisa se desculpar! A senhorita me deu uma oportunidade de trabalhar na empresa eu a que tenho que agradecer _Ela repousa a mão dela sobre a minha_a senhorita é um exemplo pra min. Uma mulher determinada e forte que nunca se rebaixou pra nem um homem mesmo quando eles a desafiavam.

_Bom mas eu sinto que tenho que me desculpar,as vezes eu era grossa e mandona_Digo sorrindo_mas assim como você também a considero uma amiga e queria que você aceitasse minha amizade e parasse de me chamar de senhorita, sei que sempre disse que não gostava de misturar as coisas mas é por medo,eu sofri bastante no passado não só com o abandono da minha mãe.

_Eu lhe entendo completamente,e mesmo não precisando eu aceito suas desculpas_Ela disse docemente_ e se quiser conversar sobre isso eu estarei aqui.

Ela piscou um olho me fazendo rir. Seguimos conversando e contei para ela desde a morte do meu pai até o dia em que peguei a Nicole com o meu ex Daniel. As vezes ela fazia graça me fazendo rir,e pela primeira vez depois de anos me senti aliviada de um peso que sentia desde de criança.

_Nossa esse Daniel é um idiota por ter traido você com uma serperte_Ela diz indignada _Mas.

_Mas, o que?_Pergunto confusa arqueando uma sombrancelha.

_É que o senhor Castro parece gostar muito de você,já notei o jeito que ele olha e sorrir pra você e você tem que confessar ele é muito lindo!_Ela fala de uma vez me fazendo corar.

_Nao,até parece ele simplesmente é igual a todos os homens Júlia_Digo fazendo ela revirar os olhos_o Carlos é uma excessão você teve sorte,ele parecer um ótimo pai e marido pelo pouco que conheci dele. Agora o senhor Castro é só um mimado infantil,pode ater ser lindo mais não confio nele.

_Sei, mas se você quer acreditar nisso tudo bem _Ela fala levantando as mãos se rendendo _Nao vou mais contrária você,nao quero perder meu emprego.

Dei um leve empurrão nela fazendo a mesma se acabar de rir.

_Éssa rosa foi ele quem deu pra você não foi? Junto com o cartao_Apemas assenti_eu sabia! O que tá escrito no cartão?!

_Curiosa, ele só perguntou se aceito se amiga dele_Digo tentando não mostrar decepção,uma coisa que eu não devia sentir_eu disse que ele não queria nada e mesmo que quisesse eu não gosto dele_Tento me convencer disso.

_Ata,vou fingir que acredito _Ela diz de forma sarcástica _Voces já se beijaram?

_Que?!_Acabo falando alto demais.

_Isso responde tudo,vai me contar né?_Ele pergunta fazendo olhinhos de cachorrinho _por favorzinho?

_Nao tem nada pra contar_Sussuro.

_Vai não vou contar pra ninguém_Insistindo eu acabo me dando por vencida.

Cada vez que eu contava ela arregalava os olhos e levava a mão a boca como se estivesse surpresa. Disse também que o conheci na boate que nos fomos.
Depois de uma hora liguei para um táxi vim levar ela.

_Ate amanhã Melinda_Ela se despediu de min com um abraço _ja ia esquecendo.

_O que foi?_Perguntei curiosa_Aconteceu alguma coisa?

_Uma mulher apareceu hoje na empresa,tenha que confessar que achei ela um pouco parecida com você,principalmente pelo cabelo ruivo_Ela disse distraída _Ela estava procurando por você.

Senti um frio intenso passar pelo meu corpo ao escutar aquilo,nao poderia ser o que eu estava pesando. Olhei para ela e tentei sorrir.

_Bom já vou_Ela disse acenado.

Apenas assenti vendo ela entrar no elevador, entrei e fechei a porta. Me sento no sofá atordoada ,pensando seriamente no que ela disse eu não consegui acreditar que poderia ser ela.

Afasto esses pensamentos da cabeça e vou jantar. Depois de um banho fui deitar com a cabeça cheia de coisas. Olhei para rosa sobre o criador mudo que eu havia colocado em um delicado vasinho. Amiga será mesmo ser só isso?