Capítulo 20


Eu não conseguia pensar. Minha cabeça está enevoada, meu peito sufocante e não consigo tirar o choro do meu bebê da cabeça. Olhei para minhas mãos e braços, ainda sentindo o peso dele. Fechei as mãos em punho vendo-o que ele não está aqui.

— Cadê ele?

Minha mãe está mexendo no celular, encostada na cama.

— Seu pai já está vindo, querida. Vamos te levar para casa.

Já recebi alta, Chris foi resolver as últimas coisas para irmos para casa.

— Não estou falando do meu pai, mãe. O Chris. — Olhei para ela que me olhou de volta com puro tédio estampado no rosto. — Ele... ele já foi faz um tempo. Quero sair daqui. Ir para casa. Esse lugar... — novamente olhei para minhas mãos.

— Seu pai já está vindo, Stella.

Arrumei o casaco nos ombros que estou vestida, sem saber como tirar essa sensação das minhas mãos.

— Mãe o Chris. — minha voz saiu embargada — Mãe, o Christian.

Me encolhi na cadeira de rodas, quando minha mãe trincou os dentes vindo até mim a passos largos. Apoiou as mãos, suas nos braços da cadeira, seu nariz tocou o meu.

— Acabou de dizer que não quer mais aquele garoto. E pela primeira vez, concordo com você. Já brincaram de casinha por tempo demais. Já deu meia-noite Cinderela. Acorda! — Deu uns tapinhas na minha bochecha e voltou para onde estava a pouco.

E comecei a ver tudo nublado, meu peito cada vez mais apertado. Apertei os olhos tentando procurar na memória se o que ela falou é verdade. Nada. Nada me veio à mente.

— Está tudo bem? — ouvir a voz do meu pai, abri os olhos, ele está bem na minha frente, agachado. Tocou minha testa. — Querida, está sentindo algo?

Agarrei-me ao meu pai, enterrando o rosto no seu pescoço.

— Pai, cadê o meu bebê? O Chris foi olhá-lo, ele disse... ele disse... — me calei ao sentir o abraço apertado do meu pai.

— Deus do céu! — Ouvir minha mãe dizer ao passar indo em direção a porta do quarto — Conte logo a ela David, que o moleque não passa disso.

— Querida... — meu pai suspirou, beijou minha bochecha demoradamente, limpou minhas lágrimas. — Eu sei que ainda está em choque, sei também que você vai ficar bem. O Samuel, o pequeno Samuel é uma estrelinha. — concordei sentindo as lágrimas cada vez mais descontrolada. Por um momento esqueci que o meu bebê... — E o Christian, bom, ele também precisa de um tempo, ele precisou ir na frente. Foi com os pais dele.

— O quê? Não. Ele, disse que iria ficar comigo. — minha voz saiu esganiçada e embargada ao mesmo tempo.

Mamãe riu, olhei para ela por cima da cabeça do meu pai. O que não estou entendendo?

— Ele só precisa de um tempo. Depois vocês conversam. — novamente beijou minha testa limpou minhas lágrimas.

E o caminho para casa foi silencioso, quer dizer no carro não se ouvia nenhum barulho, além dele mesmo. Porém, na minha cabeça, ouvi a todo momento choro do meu filho. E um breve momento, cochilei quando acordei eu não estava em mim. Estou sentindo meu corpo, mas não sentia nada. Tentei gritar, espernear qualquer coisa, porém não consegui. Me sufoquei em mim mesma, me afundei, só consegui ouvir o choro do meu filho. Na minha cabeça só tinha o meu pequeno embrulho nos meus braços, que não chorava mais, mesmo assim eu ouvir o seu chorar alto.

Acordei já no meu quarto. As coisas que eram do Samuel não estavam mais lá. Nenhuma foto grávida, que eu tinha sobre a minha penteadeira. Nada. A minha irmã entrou com a bandeja nas mãos. Sorriu ao me ver.

— Oi maninha! Você acordou!

— O que está fazendo aqui? O que eu estou fazendo aqui?

— Eu vim trazer o seu café da manhã. Quer dizer... O seu café almoço. — Ela sorriu colocando a bandeja ao meu lado. Com esforço consegui me ser estar encostada na cabeceira da cama.

— Que horas são? Que dia é hoje?

— Papai falou que você iria ficar um pouco perdida. — Ela colocar a bandeja nas minhas pernas e começou a cortar em pedaços pequenos uma fatia de bolo. — Mas eu estou aqui para cuidar de você. Te dar apoio. É o que fazem as irmãs, não é?

— Cloe, cadê a mamãe? Na verdade, não quero saber. Quero saber do Christian, onde ele está? — Ela deu de ombros, os pequenos ombros, mexendo para cima e para baixo. Espetou o bolo o levando até meus lábios — Não o vi.

— Que dia é hoje? Cadê o papai?

— O papai? Ele está descansando. Acabou de sair daqui. Agora é minha vez de ficar do seu lado.

Olhei para minha irmãzinha, que ainda está com um pedaço de bolo espetado no garfo na altura do meu rosto. A minha vontade era de gritar, chorar. Eu só quero...

Apertei os olhos com força. Cloe, enxugou os cantos dos meus olhos com guardanapo delicadamente. Abri os olhos e vendo-a assim, só me deu mais vontade de chorar. Vendo-a cuidar de mim, me faz lembrar que nada do que eu vivi nesses últimos dias, foi um sonho e sim um pesadelo terrível. Pesadelo que nunca vou acordar. Voltei a olhar para as minhas mãos e braços, sentindo-o novamente o pequeno embrulho.

.

.

Acordei agitada, os cantos dos olhos molhados. Me arrumei na cama, puxando a coberta. Alguém entrou silenciosamente, dando para ouvir só os passos um pouco pesados.

— Quem está aí? — mal reconheci minha voz, quase não existe.

— Sou eu. — reconheci a voz do meu irmão.

— Por que entrou furtivamente, feito um ladrão? — o ouvir rir, o colchão se baixou ao meu lado.

— Vim ver como você está. — passou o braço sobre meu ombro, me trazendo para si.

— E não acendeu a luz? — ele riu de novo.

— Mamãe falou que...

— Faz quase uma semana Scott, que estou aqui. Mal piso no chão. Não me tornei uma inválida.

— Só queremos o seu bem.

— Então concorda em me manter aqui? — não ouve resposta, além do aperto mais firme da sua mão.

Acho que cochilei, quando despertei um pouco grogue com o peso amais ao meu lado. Tentei sair mas também estou presa do outro lado. Sentir o cheiro da Cloe. Então estou entre meus dois irmãos. Sorrir.

— Estou me sentindo sufocada. — falei para mim mesma. A minha mente e lembranças estão turvas. Além do banho, comer e dormir. Essa vem sendo minha rotina desde o hospital.

As lembranças cada vez mais distante, porém não consigo dormir, não consigo parar de pensar no Christian e toda vez que alguém entra no meu quarto, me bate uma esperança que seja ele. Mas não. Não mandou notícias e minha mãe não me deixa falar com ele.

— Posso te arrumar um jeito de falar com ele. — a voz do meu irmão soou baixa, um leve sussurro. Engoli em seco tentando não alimentar muito as esperanças. Mesmo assim, sentir cada célula do meu corpo vibrar de excitação.

— Como? Ele...

— Não sei o que aconteceu. Eu mesmo tentei falar com ele, mas... — ele se remexeu na cama se sentando.

— Quero ouvir dele...

— Que não te quer mais? — virei o rosto para o lado mesmo Scott não conseguindo me ver, devido o quarto escuro. — Vocês não estavam bem. Você me falou uma vez.

— É diferente, Scott.

— O que é diferente? Talvez ele tenha encontrado o momento certo para terminar.

Me nego a aceitar. E ele simplesmente não voltou, isso não é terminar.

— Momento certo?

— Uso de palavras erradas. — o ouvir se levantar, caminhou até a porta a abrindo, entrou claridade do corredor — Posso está falando merda. Em dez minutos saímos.

Nesse meio tempo Cloe acordou, me ajudou a me trocar toda prestativa e animada. Ela é uma florzinha.

Meu coração está apertado, como um pressentimento.

Recado!

Me desculpem a demora, o mesmo motivo da outra vez, mas irei ressaltar novamente. Então, minha irmã teve bebê e está aqui em casa, só vai embora em janeiro, estão aqui desde quinze de novembro. Estou aproveitando cada segundo com minha nova e cheirosa paixão que é Lavínia, só voltarei vê-las pessoalmente em junho ou mesmo dezembro do ano que vem, pois moram longe. Outro motivo pelo o atraso, este capítulo e o próximo foi de última hora. Não iria escrevê-los, mas achei necessário devido aos acontecimentos do anterior e do que vem a seguir, a continuação.

Essa é minha princesa!!!!
Espero que tenham gostado, próximos capítulos daqui a pouco.
Não esqueçam de votarem e comentarem o que acharam. Obrigada e até mais!✌️

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