Capítulo 06
Narrador...
Em algum lugar do passado... Anos atrás, Stella deu entrada na emergência do hospital Providence. Os batimentos do coração do bebê, quase não eram ouvidos. Quinze minutos após entrar na sala de parto, Chris rompeu as portas do hospital adentro com o coração já lhe avisando pior, numa sala não muito longe de onde agora Chris corria, Stella se recusava a fazer forças até que seu namorado chegasse para lhe segurar a mão. Para lhe dar apoiou e ele mereceria estar presente nos primeiros minutos de vida do filho.
— Ele está vindo! — esbravejou para uma enfermeira ao seu lado. — Ele está vindo. Fizemos planos para esse momento. Ele não pode...
— Seu filho vai morrer se ficar mais tempo. Faça força empurrando. — a parteira exigiu. Stella procurou os olhos da mãe em busca de apoio, que estava ao seu direito.
— Ele está vindo. — disse com tranquilidade e nesse momento, um Chris suado e já vestido devidamente entrou no quarto, correu para o lado da namorada, que sorriu abertamente para ele. "Estou aqui e nunca vou sair do seu lado." O rapaz sussurrou no ouvido dela.
Em menos de cinco minutos, um menininho, apesar de ser prematuro, gritou a plenos pulmões.
Chorando Chris olhou para seu filho nas mãos da enfermeira que o limpou, colocando-o na incubadora. No primeiro pre-natal, ficaram sabendo que a gravidez seria de risco, caso chegasse no estágio final seria um milagre. De certa forma foi.
— O meu bebê. — Stella estendeu a mão na direção em que estão levando-o seu filho.
Lhe foi dito, que o veria ainda hoje, que o parto foi antes do tempo, devido à dificuldade de nutrição, devido uma placenta malformada, como já tinham lhe dito. Seu filho precisará de ajuda de aparelhos, para respirar, por exemplo, só irá para casa depois que estiver igual ou próximo a um recém-nascido não prematuro. Essa foi a maneira mais resumida e leve que seu namorado conseguiu lhe dizer naquele momento, apesar de ouvirem ele chorar.
Enquanto Stella dormia, Christian perambulava pelo, os corredores a procura da ala pediátrica, encontrou. Conseguiu ver seu pequeno filho, que nem escolheram um nome para ele. Ele sentiu seu peito apertado e chorou. Testa encostada no vidro, se sentiu um inútil, um nada.
Uma hora depois, Stella acordou e viu seu namorado segurando sua mão enquanto dormia, a posição em que ele está lhe causará dores pensou. Uma batida de leve na porta foi ouvida, uma médica pediátrica, e seus familiares a reboque. Charlotte, David pais da Stella, Francesca e Jeremy pais do Chris. Ao notar a cara deles Stella já sabia serem portadores de notícias ruins. E foram. Com um grito estrondoso, Stella abraçou Chris ao receber a notícia de que seu filho não resistiu. O pequeno viveu apenas seis horas. A cena todo foi melancólica e de parti o coração do mais frio dos homens. Minutos depois, a enfermeira Cooper que acompanhou desde a chegada deles ao hospital, trouxe um pequeno embrulho entregando a mãe da criança, que estava mais calma. O silêncio reinou no quarto, ninguém se atreveu a dizer nada. Christian com o braço entorno da namorada, que pegou a criança no colo aos prantos.
— Ele chorou. — Stella disse passando o dedo no rostinho do filho, depois olhou para Chris.
— Eu ouvir. — o rapaz disse no mesmo tom baixo, como se fosse uma confissão. A dor inimaginável habita nos dois, ele tentando ser o mais forte possível para assim quem sabe, sua namorada também venha ser.
— Não podemos enterra-lo sem um nome. — disse Stella sem conseguir tirar os olhos do filho.
— Não tínhamos chegado em um consenso, lembra? — eram muitas opções que se tornam poucas.
— Sim. Mas eu gostei quando sugeriu Samuel. — um fantasma de um sorriso brotou nos lábios do jovem.
— Disse que odiara.
— Para não te dá muitas esperanças e talvez encontraríamos um melhor. Não gostou?
— Amei. Samuel. — sufocando um soluço, ele beijou os cabelos da namorada.
Embalaram o bebê o tempo que puderam, registrando cada pequeno, inesquecível e dolorido momento. Ao tirarem o pequeno Samuel dos braços da mãe, a avó prometeu cuidar de tudo, ao ver levando-o talvez a ficha tivesse caído de fato naquele momento, pois a jovem jogou os lençóis de lado, aos tropeços correu de encontro a sua mãe e ao seu Samuel, gritando, chorando, Chris a segurou pelo, os braços a abraçando em seguida, Stella esperneou, gritou pedido o filho e perguntando o motivo de tudo aquilo. Foi necessário lhe sedarem e assim foi feito.
Dois dias tinham se passado, Stella acabou de receber alta. Inerte deitada na cama, Chris pediu para o médico a examinar uma última vez, ele sugeriu uma consulta ao psicológico. Ele já pensara nisso, porém estava com esperanças que ela melhorasse um pouco, antes de ir para casa. Beijando a testa da namorada, Christian saiu para organizar direitinho a partida da namorada e marcar algumas outras consultas e tudo que fosse necessário, para que Stella volte a ser ela mesma ou o mais próximo disso.
Menos de vinte minutos, Christian retornou, encontrou a porta entreaberta, iria bater, porém, ouviu seu nome. Iria sair, deixa-las terem essa conversa em particular, porém ficou paralisado com o que ouviu.
— É culpa dele também, mãe. Se... não tivéssemos feito essa promessa idiota de estar um ao lado do outro sempre, meu filho estaria aqui.
— Stella, não pense assim.
— Todo mundo pensou isso. Ninguém teve coragem de falar. Eu o odeio por ter me feito perder Samuel. — ao dizer isso Stella caiu em um choro silencioso, por mais que tivesse dito isso, não era o que real pensava.
— Vamos para casa. — disse a mãe dela.
— Não quero mais... — disse olhando para as próprias mãos sobre o colo.
— Não quer ir para casa?
— Não, mãe. O Christian. Esse namoro idiota. Não temos mais o Samuel para dar sentido a gente. Não... não vale mais a pena.
Engolindo o nó que se formou em sua garganta, Christian saiu dali o mais rápido que conseguiu, encontrou seus pais na recepção, correu para os braços da mãe pedindo para que o tirassem dali. No mesmo dia, Christian recebeu uma carta terminando tudo. Com o coração em pedaços ele foi embora de vez de Portland. Não conseguindo nem sequer voltar a vê-la.
Ao chegar em casa, já acomodada em seu quarto Stella perguntou pelo namorado, sua mãe apenas balançou a cabeça dizendo em seguida, que ela merecia coisa melhor. Todas às vezes que o nome dele foi citado, sua mãe tinha algo a dizer sobre, assim se passaram dias, semanas, meses e anos.
Com o coração duplamente partido, Stella guardou cada dor ao lembrar dele, cada mágoa e rancor na esperança de que, quando voltassem a se verem, ela o odiaria, mas não.
Dias atuais...
Eu podia jurar que ouvir um bebê chorar. Ascendi o abajur do lado da minha cama, olhei envolta no meu quarto, não tem nada nem ninguém. Voltei a deitar, porém, mantive a abajur ligada. Se eu acreditasse em algo no céu, quem sabe não rezaria agora.
Tentei pegar no sono de novo, não consegui. Não ouvir mais choro, nem nada, mas os pensamentos daquele dia me voltou a mente. É assim quase todas as noites.
Me levantei indo até às janelas, abrindo todas as cortinas. Ainda é madrugada em Portland.
— Será que ele se lembra? — perguntei-me.
Diariamente lembro deles. Meu pequeno amor, que me é tanto amado que chega a doer.
Sentei de frente para a enorme janela de vidro, que vai do chão ao teto. Vivi todos esses anos... remoendo cada palavra torta, cada momento feliz que se transformaram em dor. Treze anos assim. Eu sei que... estive aqui o esperando e me odeio por isso, mas ainda estou aqui. Mais morta do que viva, mas estou.
O vira no aeroporto, antes de, de fato nos encontrarmos. Ele chegando em Portland e eu indo em uma viagem rápida a Nova Iorque. Bati e volta para pegar um contrato importante para a CCH. Não acreditei quando ele passou bem do meu lado, não me reconheceu obviamente, mas eu o reconheceria se passasse mil anos mais. Retirei o celular do bolso ligando para meu pai, só para confirmar o que ele falou a meses atrás, que os Harris teriam novamente uma participação mais ativa, aqui na filial de Portland. E sim. Meus olhos não estavam me pregando uma peça. Não sei como conseguir, seguir com a viagem, jantar, reunião e finalmente voltar para casa.
Olhando agora para a paisagem, a minha frente, as janelas embaçadas um pouco. Procurei o celular entre as cobertas, ao achar, liguei para minha amiga. Naomi. Ela chegou o mais rápido que pode.
— Pesadelo de novo? — ela perguntou ao me abraçar, assim que abrir a porta.
— Não sei se é pesadelo, Na. — fechei a porta, fomos para a minha cozinha.
— E a terapia? — olhei para ela, que entendeu meu ponto, que é, terapia não funciona comigo. Principalmente com a mãe que tenho. Um mês de terapia, a senhora Charlotte destrói em cinco minutos.
— Entendi. Mas você sabe que tem outros métodos, não sabe? — me encostei na bancada, antes de pegar uma garrafa de vinho e duas taças.
— Já tentei isso ou não se lembra do meu caso com seu irmão?
— Não estou falando de sexo adoidado, Stella. — disse sacudindo a mão no ar.
— Dê que então, Naomi? Me diz. Por que eu não sei mais o que fazer. — minha voz embargou.
— Não estou aqui para pôr sal na ferida. Mas... — me olhou como se eu já soubesse o que ela irá dizer, talvez eu saiba mesmo — Ou você faz uma força maior para superar de vez. Ou vai atrás dele de uma vez por todas.
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Esse é o capítulo bônus, da primeira história da série promessas. A partir daqui, a história se passa na mesma época em que "sempre e para sempre". Espero que gostem. Qualquer dúvida fiquem a vontade, para perguntarem! Próximo capítulo no domingo. Até lá!
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