Vencendo a Primeira Crise*
—Minha senhora esta é a maior área de Amell sem proteção a senhora tem certeza? – Silfy me perguntou com um olhar cheio de proteção, mesmo usando seu poder curativo em mim assim que desmaio por duas ou três vezes eu sempre volto a desmaiar e fico exausta por dias, suspirei entendendo suas preocupações aquela seria uma semana cansativa onde os cuidados de Gaya e Anael se elevariam até ao ponto de me sufocar.
—Mestre Silfy hoje preciso terminar de instalar as ferramentas mágicas, se eu desmaiar após a quinta vez vou pedir para o mestre me curar e não desistir de mim.
Silfy arregalou seus olhos antes de suspirar resignado.
—Como minha senhora mandar. – Ele respondeu. – Por fim eu comecei a instalar as ferramentas mágicas, uma hora depois suor escorria por minha testa, eu já me sentia cansada após instalar a última ferramenta, agora era hora de conjurar o feitiço para ativar o escudo protetor.
—Ignis et aer, ut spiritus audiant verba mea, vetitum est bestiam post haec moenia transire, ut ignis eos exurat, donec nihil sit reliquum, quod scutum aeris protegat et globus ardeat...
Assim que comecei a recitar o feitiço um círculo mágico brilhou em azul sob meus pés as runas já se formando, assim que estendi minhas mãos em direção ao muro, as ferramentas instaladas também começaram a brilhar e vários círculos mágicos saíram dos dispositivos em formas de escudos com as runas girando ao seu redor, enquanto eu repetia o feitiço outra cor apareceu dentro do círculo em um círculo menor desta vez em tom laranja cor de fogo enquanto os símbolos em azul giravam para a direita, os símbolos em laranja giravam para a esquerda, a luz foi ficando cada vez mais intensa e as palavras giravam cada vez mais rápido, até que estivessem em sincronia se encaixando umas nas outras então uma luz dourada se sobrepôs a elas fazendo as inscrições nas runas do feitiço ficar imóveis então alguns clicks que vinham das ferramentas mágicas foram ouvidos indicando que estavam ativadas, naquele momento fui sentindo minha visão ficar turva e uma pressão aguda em minha cabeça parecia querer esmaga-la, eu sabia que iria desmaiar, Gael que naquele momento ainda era um aprendiz me apoiou assim que minha visão escureceu de vez e meu corpo caiu, ele havia se afeiçoado muito mim desde que salvei sua irmã mais nova de ser morta por um basilisco que invadiu os muros não protegidos por magia há um mês trás, o mesmo havia acontecido no passado, aquele basilisco não estava sozinho e aquele seria o primeiro ataque de monstros que Amell sofreria após a partida de Kael, no passado quando Amell foi atacada por um grupo de basiliscos Liah a irmã de Gael foi a primeira a ser morta, não houve tempo para reação já que bastava olhar para o basilisco para morrer, aquele ataque foi devastador e a área onde o sangue da besta fluiu ficou contaminada fazendo com que um terço do vilarejo de Amell ficasse inabitádo por quase cinco anos, Leah estava colhendo flores próximo aos muros de Amell mesmo sendo avisado aos moradores para não se aproximar dos muros alguns eram teimosos especialmente as crianças, Gael se sentiu culpado por não perceber o ataque a tempo e por isso se tornou um homem triste as vezes amargo que se cobrava em excesso, quando partiu para a guerra ficou responsável por ser minha escolta junto com o senhor Karlick, uma vez havia me dito que eu o fazia se lembrar de sua irmã mais nova mesmo eu sendo dois anos mais velha que ele, e em aparência não ser nada parecida com a criança morta, mas em personalidade ousada e teimosia nos assemelhávamos muito, então nesta nova chance de viver por que não dar a mesma chance a sua amada irmãzinha? Eu pensei uma noite antes do ataque ao ver a lua cheia no céu tão intensa e brilhante que me fez lembrar que no dia seguinte a uma noite tão deslumbrante o manto escuro da morte e desolação havia caído sobre Amell, na manhã seguinte convoquei os cavaleiros e os alertei para um ataque de oito ou mais basiliscos no lado leste do vilarejo próximo aos muros, Gael que passava por nós gritou na mesma hora.
—Minha senhora por favor me permita ir junto, minha família mora no lado leste da aldeia!
—Minha senhora todos os muros que não estão protegidos por magia estão fortemente vigiados por cavaleiros então o que minha senhora afirma não tem sentido, se houvesse uma crise tão grande já teríamos sido alertados. – Kaleb Giell me lançou outro de seus olhares cheios de desprezo ao cuspir suas palavras, diante de mais de vinte cavaleiros que pararam para nos olhar, eu estava preocupada que já poderia ser tarde, eu só sabia que o ataque começaria ao amanhecer e quando o sinal de alerta soasse já seria tarde, era claro que ele não me reconhecia como senhora de Amell e diante de sua total falta de respeito por mim, eu não pude mais conter minha raiva e indignação até mesmo alguns cavaleiros reprovaram sua atitude desrespeitosa.
—Senhor Kaleb Giell! Eu sei e entendo por que você odeia meu pai, se ele destruí-se minha família eu também o odiaria, há espera, ele também destruiu minha família! Um homem cruel que usou sua esposa sugando todas as suas forças até levá-la a morte... Um homem que... – Eu me calei por um momento enquanto gritava em meu coração que abandonou e abusou física e verbalmente de sua filha pensando apenas em que ponto também poderia espremer alguma utilidade dela... Aquilo era algo que eu não poda revelar, feria meu orgulho contar aos outros que a filha de um nobre era tratada pior que um criado ou mendingo, então respirei fundo e continuei. – E eu também o odeio com todas as minhas forças! E odeio que o sangue repugnante daquele homem também corra por minhas veias, mas sabe de uma coisas senhor Giell eu do graças a deusa Vita por não ter apenas o sangue sujo dele, por ter o sangue da minha mãe limpo e puro correndo em mim, então não sou cem por cento meu pai, ainda tenho cinquenta por cento da minha mãe, então por favor senhor Giell não derrame em mim todo o ódio do meu pai que você guardar em seu coração por que eu não sou ele! Nem mais uma Bryer eu sou! Desde o dia em que pisei neste território sou uma Cedrick sou Alyna Cedrick! Que também ama Amell e que também quer que Amell prospere e também quer proteger este pedaço de terra por que aqui é a alma e o coração de Kael. – Falei com toda a minha sinceridade e amor, por que Amell um dia já foi a alma e o coração de Kael e agora ainda era seu orgulho e conquista, então eu também tinha que protegê-la.
Kaleb arregalou seus olhos com surpresa, mas logo vergonha passou por seu rosto e ele estava ciente de seus erros, eu valorizava muito a vida de cada cavaleiro que lutou e perdeu sua vida naquela horrível guerra então não queria envergonha-lo por isso mudei de assunto antes que seu constrangimento aumentasse.
—Então eu senti que um grupo de basiliscos se aproxima da área leste, muitas vidas serão perdidas se não nos apressarmos! – Naquela manhã eu finalmente havia ganhado o respeito de todos os cavaleiros que ficaram em Amell incluindo Kaleb Giell.
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