• Things That You Don't Know About Me •
Havia uma garrafa de água e sua cartela de inibidores na mesa de cabeceira quando Taehyung acordou. Sentia todos os seus músculos estranhamente relaxados e leves como se depois de uma longa e relaxante massagem. Foi preciso cerca de dois segundos para se lembrar do que havia acontecido naquele quarto, das palavras que foram ditas e da forma como suplicou para ser fodido como a porra de uma puta. Bem, Taehy tinha certeza que poderia fritar um ovo em suas bochechas tamanho era o calor ali. Estava envergonhado com suas ações ridículas e pela forma que deixou-se levar pelos instintos como um animal, mas também estava irritado. Irritado por saber que tinha a obrigação de agradecer a Jeon Jungkook por ser a porra de alguém digno e não fodê-lo naquele momento. E isso era definitivamente o fim do mundo.
Não que Tae desejasse que as coisas tivessem sido diferentes, mas em algum lugar meio desequilibrado da sua cabeça, ele tinha quase certeza de que preferia iniciar uma terceira guerra mundial por Jeon ser um babaca do que admitir que talvez ele não fosse, não por completo pelo menos.
De qualquer forma estar sozinho lhe deu algum tempo para pensar no que fazer, sentia-se quente nos lugares inapropriados de sempre mas nada fora do controle, ainda assim engoliu dois comprimidos antes de se enrolar nos lençóis e preparar um banho de imersão para si mesmo. Ele merecia, tinha tido um dia de merda e os próximos não seriam muito diferente. Relaxar em água quente por alguns momentos lhe pareceu o mínimo. No entanto algo o fez parar ao lado de sua mesa de estudos, havia alguns livros ali e folhas cheias de anotações corridas em letra disforme quase ilegível. Havia também algumas embalagens de doce vazias e fones de ouvido. Nada muito incomum para um estudante. Exceto por uma coisa. Era uma agenda de couro velho e marrom com as bordas meio gastas e algumas palavras avulsas rabiscadas na capa. As iniciais J.JH eram ainda bem visíveis na parte inferior direita. O cheiro de couro da agenda era forte o suficiente para Taehyung perceber que aquilo perdencia a um alfa, mas não apenas isso. Pertencia a um alfa morto. Como ele sabia? Bom, Taehyung tinha um bom olfato e uma intuição melhor ainda. Mas o que lhe deu essa certeza mesmo foi o in memoriam escrito logo após o nome com caneta preta e força suficiente para fazer o couro afundar.
Aquilo pertencia a Jeon.
O ômega sentiu seus dedos coçarem nas pontas apenas por uma espiadinha, coisa rápida de no máximo dois segundos. Ele chegou até mesmo a dedilhar suavemente a capa, os dedos se arrastando suave sobre o couro velho enquanto sentia-se como um voyeur o que era totalmente estranho e sem sentido. Mas, bem, aquilo parecia ser importante. Gasto, velho e cheio de rabiscos mas ainda assim importante. E Taehyung odiaria ser o tipo de pessoa que invade a privacidade das outras, então arrastou a mão de volta para junto do corpo antes de fizesse algo idiota do qual se arrependeria depois.
A água ao qual estava imerso já estava quase fria quando ouviu a porta do quarto bater suavemente. Taehyung sentiu-se estranho com o modo como Jeon parecia estranhamente à vontade em sua casa, quer dizer, não é como se ele conhecesse alguém ali. Ele estava sendo pago por sexo, não era a porra de uma visita. Além disso, a ideia de imaginá-lo sentado à mesa da cozinha enquanto tomava um chá da tarde com sua mãe lhe causava náuseas fortes, seria uma puta piada de mal gosto do destino se algo assim acontecesse. Não que o ômega duvidasse, depois dos últimos acontecimentos Tae não tinha esse direito. De qualquer forma, de repente lá estava ele parado no arco da porta com os braços cruzados sobre o peito e uma postura tranquila enquanto encarava Taehyung com seriedade.
- Sua mãe é... legal - falou absolutamente do nada, fazendo com que o ômega se agitasse na banheira indignado.
- Dá pra sair daqui? - grunhiu enraivecido enquanto trazia as pernas junto ao peito na vã esperança de se cobrir. - Você não está na sua casa para sair andando por aí quando bem entender, idiota.
- Eu não fiz - com a ousadia que só pertencia ao filho da puta, Jeon entrou no banheiro e sentou-se sobre o tampo fechado do vaso, as pernas cruzadas enquanto parecia completamente entendiado. - Estava estudando quando sua mãe me convidou para me juntar à ela durante o café da manhã, eu preciso comer Kim, você sabe, recuperar as energias.
- Tão cínico - Taehyung revirou os olhos em desdém.
- É, talvez. Deixei seu café na cama, mas precisamos conversar sobre algumas coisas antes de estar ocupado demais colocando coisas na boca.
A insinuação ali fez com que Taehyung sentisse todos os pelos do seu corpo se arrepiar. Ou talvez tenha sido a água fria ao redor de si. É, definitivamente havia sido a água fria.
- E não pode esperar que sair da porra do meu banho? - não era como se o ômega estivesse realmente irritado, para ser bem honesto ele apenas se via incapaz de estar diante de Jeon Jungkook depois da noite anterior.
- Sim, eu poderia mas não quero.
- Idiota.
- Mimado - Tae quis jogar água na cara do merdinha apenas para seu gosto, no entanto não quis lhe dar razão então mordeu o lábio inferior com força. - Sua mãe me pagou por todo o seu cio, todos os cinco dias.
- Minha mãe é louca.
- Ela se preocupa com você, idiota.
- Pagar para um desconhecido me foder não é o que eu chamaria de preocupação - Taehyung assoprou uma mexa úmida do seu cabelo para longe do rosto conforme dava de ombros. - Mas o que eu sei sobre alguma coisa? Provavelmente nada.
- Tenho certeza de que ela tem seus motivos - Jeon garantiu com veemência.
- Claro que tem, controlar minha vida como bem entende está no topo desde a última vez que chequei.
- Você é irritante para caralho.
- E você está atrapalhando meu banho.
O alfa deu de ombros como se não fosse nada demais estar ali confortavelmente enquanto Taehyung
se encolhia na banheira imerso em água fria completamente nu com as bochechas coradas enquanto tentava não pensar na noite anterior. Ou seja, era a porra de uma tortura. E o sorrisinho no rosto do alfa apenas constatava o fato.
- Como eu ia dizendo... - o alfa continuou, os olhos perdidos em qualquer lugar que não fosse Taehyung. Isso era bom porque, bem, o ômega não se sentia em condições de sustentar seu olhar no momento. - Eu vou ficar aqui nos próximos dias, a maior parte com você. Seria interessante não encher meu saco enquanto minto para sua mãe.
- Já disse o quão babaca você é?
- Uh, talvez - Jeon riu largo ao pegar uma revista de moda do aparador ao lado da pia. - Não que seja um problema já que aparentemente você é o único que pediu para ser fodido.
Hora do óbito: Taehy não sabia exatamente, mas havia sido naquele instante e tudo o que ele queria fazer era se afogar naquela água fria, suja e cheia de pele morta microscópicas apenas porque era verdade. Ele podia não se lembrar exatamente se tudo, mas ainda sentia o gosto de Jeon Jungkook em sua língua. "Maldição."
- Se isso voltar a acontecer, bom, acho que precisaremos entrar em um acordo - o alfa deixou a revista no colo e pela primeira vez olhou para Taehyung que foi atingido pela porra de um onda fria bem no meio do estômago. - Ainda que eu seja tecnicamente pago para isso, não toco em ninguém durante os delírios do cio. Seria imoral fazer algo assim, então acredito que...
- Falando dessa forma eu posso até pensar que você tem algum escrúpulo, Jeon - o interrompeu apenas porque sentia-se desconfortável, sentia-se exposto de verdade. Ele Taehyung, não ele o ômega. Não era uma sensação boa.
- Há muitas coisas que você não sabe sobre mim.
Havia algo ali em suas palavras, algo que fez Taehyung se lembrar do diário em couro velho. Algo que fez Taehy se sentir a um passo da linha limite. Linha essa que ele não iria ultrapassar independente de tudo porque se tinha uma coisa com a qual ele era familiarizado era com a importância da privacidade. Sim, ele definitivamente não sabia nada sobre Jeon Jungkook e, para ser sincero, não tinha certeza de gostaria ou não de saber. E essa incerteza o assustava. Assim como a forma que seu estômago estava inquieto dando giros frios dentro de si como uma maldita azia.
Inconscientemente, o Kim se encolheu mais na água e passou os braços ao redor das pernas apenas para descansar as bochechas nos joelhos enquanto procurava entender como as coisas tinham chegado ao ponto dele estar nu no meio de um banho com Jeon Jungkook sentado na sua privada folheando seu exemplar de inverno da Vogue como se fossem íntimos o suficiente.
- De qualquer forma, acho que devemos estabelecer alguns limites aqui - o alfa continuou depois de ter certeza que Kim não tinha nada estúpido na ponta da língua para fazer o desprazer de soltar por aí. - Profissionalmente, claro.
- Não - Taehyung falou depressa. - Não importa o quando eu implore, você não pode encostar um dedo sequer em mim.
- Sim, eu acho que nós dois já entendemos isso - deu de ombros. - A questão aqui, para ser sincero, é exatamente o contrário.
- O que quer dizer com isso?
- Sobre você me tocar - o alfa quase rosnou como se estivesse puto da vida, mas não estava porque o ômega dentro de Taehyung não se assustou, na verdade ele ronronou em resposta.
- Eu não...
- Você sim.
Tae mordeu os lábios com força e desviou o olhar quando ficou insuportável continuar encarando aquelas orbes azuis que pareciam capazes de rasgá-lo ao meio. Sentia suas bochechas quentes e vermelhas e sabia que suas mãos estavam tremendo suavemente então apertou os dedos contra as pernas, as unhas arranhando sua própria pele o bastante para deixar finos vergões. Mas ele não se importava porque tudo o que conseguia pensar era em como aquelas mesmas mãos passearam pelo peito do alfa enquanto sua língua lambia a curva daquele pescoço. Seu ômega havia assumido o controle, coisa que nunca antes tinha acontecido. Nunca antes Tae havia cedido aos seus instintos e nunca, até aquele momento, ele se sentiu tanto um animal.
- Sinto muito - susurrou envergonhado, com raiva de si mesmo e da biologia como um todo.
Mas, merda, ele sabia. Ah, ele sabia que não era tão verdade assim.
"Vai chegar um momento em que você não vai mais poder me culpar, Taehyung, e você sabe disso" seu ômega praticamente zombou dentro da sua cabeça. Só que não havia ômega nenhum, era apenas seu subconsciente lhe enfiando verdades goela abaixo à força.
- Tudo bem - Jeon deu de ombros como se não se importasse muito com isso. - Todos pensam que nós alfas somos os únicos vilões e que vocês são pobres coitados à mercê de feromônios. Não é mentira, mas também não é toda a verdade. Não há inocentes em nenhum dos lados.
Aquela era uma meia verdade, ao menos, e Taehyung tinha que admitir. Ômegas eram a parcela frágil da população, sujeitos a abusos e vistos como incapazes de fazer determinadas coisas apenas por suposições baseadas em biologia hormonal. O que era ridículo. Já os alfas estavam no topo, sempre e em todas as ocasiões. Se em qualquer caso fosse necessário uma escolha entre as duas classes, não precisaria ser um gênio para saber quem sairia vitorioso. A vida era assim e era uma bosta. Porém não era tudo. Não quando alguns ômegas faziam de seus feromônios uma arma, seduziam alfas em troca de favores e alcançavam seus objetivos pulando de cama em cama. Era vergonhoso. E era também por isso que Kim detestava ser um. Quer dizer, metade dos ômegas que conhecia já haviam recebido esse tipo de proposta durante entrevistas de emprego. Até mesmo Nayeon, durante o primeiro semestre, havia sido coagida a passar o cio com um professor de ética médica. Um professor de ética lhe garantiu que ela teria notas altas o suficiente para uma carreira. Taehyung quebrou seu nariz antes de arrastar o filho da puta até a reitoria e exigir demissão.
No final das contas ele foi transferido para outro campus e Tae tomou uma advertência por comportamento violento. O reitor? Um alfa velho que fodia a secretária todas as quartas antes de sair mais cedo do trabalho para jantar com os netos.
Taehyung odiava demais aquele mundo e todas as suas malditas perspectivas, mas sim, no final talvez Jungkook tivesse um pouco de razão. Uma parcela de ômegas não eram vítimas, no entanto todo o resto sim porque alfas não tinham limites. Nenhum deles. Em algum momento de suas vidas eles iriam usar de sua posição de classe para subjulgar um ômega. Era inevitável. Fosse sufocando-lhes com feromônios em banheiro de boliche ou os obrigando a contratar um disk sexo com sua voz de alfa. Não importava qual o nível ou gravidade porque no final das contas ainda seria contra a vontade do ômega. E Taehyung jamais estaria bem com isso.
- Não vai acontecer novamente, Jeon - garantiu. - E se acontecer, sinta-se à vontade para socar o meu nariz com a porra dessa sua força de alfa.
Com uma expressão completamente séria, o ômega se levantava nu enquanto olhava bem nos olhos do alfa como se o desafiasse a fazer algo. Mas Jungkook não fez, então Taehyung se enrolou em seu roupão e saiu do banheiro em passos firmes antes de se enfiar em uma cueca e moletom quente.
Jungkook apareceu logo depois de Taehyung se enfiar sob as cobertas quentes, a bandeja do café esquecida em sua mesa de cabeceira porque ele simplesmente se via incapaz de comer com todas aquelas ondulações em seu corpo. A raiva, a indignação, o frio sem fim no estômago e as mãos tremendo. As lembranças da noite anterior passando em sua cabeça como um filme ridículo do qual ele arrancaria os olhos pela chance de voltar no tempo e mudar. Taehyung não queria Jeon. Definitivamente nunca iria querer Jeon.
Jungkook era um alfa e o Kim um ômega, um ômega que havia jurado há muitos anos naquele mesmo quarto que jamais em toda a sua vida teria um alfa tocando-lhe novamente. E ele não tinha a porra de nenhuma intenção de quebrar esse juramento.
- Não vai comer? - o alfa perguntou ainda encostado no batente da porta do banheiro.
Taehyung não respondeu, apenas se virou para o lado e cobriu a cabeça com os cobertores sem se importar com o roupão úmido no chão do quarto ou seu cabelo molhado no travesseiro. Ele apenas apertou bem os olhos e as mãos unidas sob o queixo enquanto se utilizava de todas as duas forças para não deixar uma lágrima sequer escorrer. Ele não ia chorar. Ele não ia chorar por uma coisa que não havia sido sua culpa porque ele não estava triste, não, ele estava puto. E ter um alfa por perto não ajudava.
Antes de cair no sono novamente, foi capaz de ouvir Jeon sussurrar injúrias conforme dizia o quão ele era mimado enquanto recolhia o roupão do chão e tirava a água da banheira.
[ ... ]
No final no quinto dia eles estavam a ponto de pular na garganta um do outro por qualquer mísero motivo. Taehyung sentia-se sufocado com a presença do alfa e Jungkook irritado porque o ômega era a porra de um mimado de merda que não sabia fazer outra coisa além de reclamar e espalhar roupas pelo chão, deixar água na banheira, se recusar a comer e dizer toda maldita hora que Jungkook estava respirando alto demais.
- Você pode parar? - Taehyung falou enquanto sentado na sua cama com livros espalhados ao seu redor. - Eu preciso estudar, idiota.
- Se eu parar de respirar eu morro, seu imbecil - Jungkook gritou porque sabia que não havia ninguém além dos dois na casa toda. Os horários daquela família eram bem regrados. - Você quer um cadáver no seu quarto?
- Eu quero paz - Tae gritou de volta.
- Sabe o que você é? - Jeon se levantou tão subitamente a ponto da cadeira da mesa de estudos bater no chão com um barulho alto. Segundo depois ele estava apontando o dedo para Taehyung enquanto rosnava. - Você é a porra de um mal agradecido de merda. Acha que eu gosto de ficar aqui com você nessa porcaria de quarto a porcaria de dia todo? Não, porra. Então para de encher o caralho do meu saco e cala a boca.
- Não sei do que está reclamando já que minha mãe te pagou uma fortuna para me foder e nem isso você fez.
Oh, wow.
Mas que porra...? Taehyung arregalou os olhos tão grande quanto possível enquanto tentava entender por que diabos aquelas palavras haviam saído da sua boca sem que ele nem ao menos estivesse pensando nelas. Porque ele não estava. Taehy estava bem, estava tomando seus inibidores e batendo uma no banheiro quando sentia-se quente demais. E estava irritado também. Irritado com a presença constante do alfa e como Jungkook parecia tanto não um babaca porque era muito, muito difícil odiar alguém que cortava o pão em triângulos sem casca depois dele ter comentado que gostava assim. Era difícil odiar alguém que secava o seu cabelo nas últimas duas noites porque Taehyung simplesmente não tinha saco para isso. "Você pode pegar pneumonia, seu merdinha. Senta a bunda nessa cadeira e cala a boca" foi o que ele disse na primeira vez. Taehyung dormiu com o toque suave em seu cabelo e acordou na cama muito bem enrolado nos cobertores enquanto Jungkook dormia curvado na mesa. Todos os dias sem nunca reclamar.
Então sim, Taehyung estava tão irritado por ser tão difícil odiar Jeon Jungkook que havia começado a implicar com pequenas coisas porque era insuportável a forma como o alfa organizava suas roupas no armário ou ria alto enquanto via algum vídeo idiota no celular. Ou como seus olhos brilhavam quando recebia mensagens de alguém que deveria ser importante o suficiente para aquela reação. Era insuportável como Jungkook não era um babaca ainda que fosse um alfa.
- Você deveria controlar a merda da sua língua... - Jeon rosnou, os olhos faiscando e as pupilas completamente dilatadas.
- Ou o que?
Por um segundo Taehyung pensou que Jungkook lhe socaria a cara, seus olhos estavam acesos o suficiente para isso e ele realmente parecia estar se controlando para não fazer algo. E esse era o problema. Jeon era ótimo em se controlar. Não importava o quanto suas palavras eram ácidas e ásperas, ele nunca saia fora da linha. Nunca tinha nenhuma reação além da esperada e Taehy sentia-se agonizando por isso porque a cada segundo sabia estar mais perto de um colapso. Ele precisava de uma reação, qualquer que fosse, apenas para se lembrar de quem Jeon Jungkook era.
Só que, porra, ele não tinha ideia de quem o alfa era. Não de verdade. "Há coisas que você não sabe sobre mim", ele havia dito. Mas era mentira. Tae não sabia absolutamente nada sobre ele porque ele não era nada do que Taehy supos. E isso era irritante.
- Foda-se - o alfa disse por fim. - Eu tô dando o fora, Kim. Chega. Chega de você.
- Você não pode ir!
- Que pena porque é exatamente isso que estou fazendo - disse enquanto jogava todas suas coisas na mochila e a colocava nas costas. - Da próxima vez chame alguém que te foda, seu bosta, porque eu nunca mais piso nessa casa.
- Jungkook...
O alfa parou com a mão na maçaneta, parecia ter dificuldade em respirar.
- Eu tentei ser legal, tentei fazer disso algo menos desagradável - falou com os olhos na porta. - Mas você é um bostinha realmente difícil de lidar, Kim.
Taehyung sabia que era verdade, mas não queria que o alfa fosse embora daquela forma. Tae queria que... bem, ele não sabia o que queria.
- E se quisesse que eu tivesse te fodido, era só ter falado - rosnou. - Estou mesmo sendo pago para isso, não é?
Jungkook saiu batendo a porta com força enquanto Taehyung se obrigava a permanecer no lugar mesmo que todo o seu corpo quisesse ir atrás do alfa. Mas ele não iria, não quando seu sangue fervia nas veias. O pedido de desculpa seria feito no dia seguinte em um lugar onde não houvesse perigo de nenhum dos dois acabar sem roupas.
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