› don't make it a personal war
Esse capítulo pode conter cenas de insinuações explícitas à estrupo, se sensível ao conteúdo por favor não leia.
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Ele esperou quatro dias para ligar para sua mãe e irmã. Nesse meio tempo havia garantido um estoque razoável de inibidores e o silêncio de Martha, o que não foi tão difícil já que a beta foi quem o apresentou todas as injustiças do mundo alguns anos antes. Portanto era quarta feira à tarde e Harry estava sentado da mesa da cozinha comendo uma salada de frutas e estudando virologia porque ele era realmente ruim nisso, havia mandado uma mensagem curta à sua mãe porque estava furioso com as duas alfas e mesmo que as coisas tenham saído relativamente bem, ainda era um total absurdo o que havia acontecido. Niall estava sentado do outro lado da mesa com uma caixa de pizza aberta à sua frente enquanto batia os dedos com violência na tela do celular, os livros esquecidos na mochila jogada na sala de estar. Harry realmente gostaria de saber como o amigo havia ganhado uma bolsa integral para medicina em uma das melhores faculdade do estado se nem ao menos se esforçava em fingir que estudava. Para ser sincero isso o irritava um pouco, sabe, o fato do Horan simplesmente saber as coisas enquanto os outros mortais tinham que ler o mesmo parágrafo cinco vezes para compreender minimamente o assunto.
- Você está me atrapalhando - falou com um pedaço de melão entre os dentes.
- E você está um saco, Harry, mas nem por isso está me ouvindo reclamar.
Harry revirou os olhos e bufou irritado porque talvez o amigo tivesse razão, quer dizer, ele estava basicamente trancado naquela casa à dias enquanto tentava ignorar sem sucesso algum todos os acontecimentos da manhã de sábado. Era frustrante e vergonhoso o que tinha acontecido. Além disso, apenas a possibilidade de ver Tomlinson na manhã seguinte lhe causava náuseas. Se bem que tudo lhe causava náuseas nos últimos dias. Sabe, efeitos colaterais dos inibidores.
- Quer fazer alguma coisa? - Niall perguntou depois que a tela do seu celular havia ficado preta e a frase "you lose" em letras sangrentas ocupou a maior parte do espaço. - Alguma coisa além de estudar.
- Eu preciso, Niall, não sou um maldito gênio como você.
- Tá, faça isso durante as aulas - o loiro se levantou e fechou os livros do outro logo antes de roubar um morango. - Isso, claro, quando resolver voltar.
- Eu fiquei doente, ja disse - Harry não pensava na justificativa como uma mentira já que via o cio como a porcaria de uma doença genética incurável.
- Você fica doente todo mês, cara.
- Imunidade baixa, não posso fazer nada quando a isso - deu de ombros tentando parecer convincente.
- Devia ver um médico então.
- Eu sou quase um médico, idiota, sei do que estou falando - ele colocou a tigela na pia e a caixa já vazia no lixo. Niall literalmente tinha comido uma pizza inteira. - E minha mãe é cirurgiã, ela me acompanha.
- Não sei, às vezes você parece estranho demais.
- Coisa da sua cabeça.
- É, deve ser - o beta deu de ombros e digitou alguma coisa rapidamente no celular antes de se voltar para o amigo mais uma vez. - Vamos, estão esperando a gente.
- Quem?
- Ah, você sabe, o pessoal.
Não, Harry não sabia. Mas também não queria ficar em casa nem mais segundo. Sentia-se ótimo, tinha plena certeza que não havia feromônio nenhum em sua pele apesar de não poder garantir. Quer dizer, nada fora do comum havia acontecido nos últimos dias. Apenas o mal estar comum do cio, algumas dores no baixo ventre, sonolência e tremores noturnos. Todos uma droga, mas incontavelmente melhor do que... bem, do que o verdadeiro cio.
Sendo assim, ele resolveu acompanhar o amigo para sabe-se lá aonde eles estavam indo. Não podia ser um lugar ruim já que Niall tinha um gosto razoável para diversão. O que de mal poderia acontecer? Definitivamente nada, as estatísticas de uma tragédia eram pequenas, quase inexistentes e isso era como um sinal verde brilhante então Harry pegou suas coisas entrou no banco do passageiro no velho toyota do amigo.
A rádio tocava alguma música romântica clichê na moda e Harry se sentiu ainda mais enjoado porque aquilo era realmente ridículo dada a situação em que viviam. A existência de romance em uma sociedade onde os instintos falava mais alto que o racional era, no mínimo, utópica. Ninguém naquele mundo se apaixonava por nada além do que um amontoado de feromônios utilizados para seduzir. E era exatamente por isso que Harry evitava esse tipo de coisa, literalmente correndo por aí de qualquer atração que sentisse por outras pessoas além de betas. Seu primeiro beijo havia sido com uma garota beta no colegial, seu primeiro namorado um rapaz beta sorridente no último ano da escola. E só. Não era uma lista muito grande porque ele era realmente péssimo em criar vínculos românticos apesar de se esforçar tremendamente para isso, não importava porque no final todos acabavam percebendo que suas ações chegavam a ser quase teatrais. Não que fosse sua culpa, claro. Quer dizer, ele não conhecia a sensação de se apaixonar. Na realidade ele nem ao mesmo conhecia a sensação de ser seduzido por feromônios. Não que estivesse reclamando, obviamente.
De qualquer forma, sentiu-se arrastado de volta para o presente momento quando o carro parou em frente à um boliche. Isso o animou de imediato porque Harry era ótimo no jogo, tinha mãos grandes e dedos longos e força suficiente nos braços para fazer strikes regulates. E, depois de dias tendo Martha como sua única companhia, aquilo era puro deleite. Estacionaram ao lado de um mustang antigo mas muito bem conservado que, definitivamente, pertencia a um alfa já que estava cheirando a um por todo o couro. Harry revirou os olhos em desdém, sério, nunca entenderia aquela obsessão da classe ao lado de marcar território, era um instinto tão mas tão animalesco. Se bem que haviam poucas coisas naquele mundo que não eram.
Não demorou para encontrarem Kacey esperando-os do lado de fora. Ela estava acompanhada pela garota da festa, a beta de cabelo loiro palha que literalmente rosnou para Harry assim que o viu, uma carranca no rosto e as mãos bem firmes ao redor da Kacey. Hum, aquilo era interessante.
- Oi - Kacey tinha as bochechas coradas e olhos brilhantes. - Essa é a Cara, minha amiga. Cara, esses são Harry e Niall.
- Amiga, uh? - Niall riu alto e deu um soquinho no braço da garota porque ele era assim. - Pode me chamar de capitão Horan, ao seu dispor.
Harry apenas ofertou um sorriso em silêncio já que a beta continuava o encarando como se estivesse prestes a abrir sua barriga e arrancar as tripas fora com as próprias unhas. O que era estranho já que Harry não era uma ameaça ali, Kacey era como sua irmã basicamente.
- Certo, certo. Eles chegaram? - Niall parecia ansioso, o que seria suspeito se ele não fosse sempre assim. - Não? Ótimos, podemos pegar os sapatos menos fedidos. Vamos.
Todos os quatro seguiram para dentro do prédio onde uma ômega simpática lhes atendeu com um sorriso largo, Harry determinou que ela tinha um cheiro agradável e sorriu de volta fazendo questão de deixar seus dentes de coelho à mostra assim como as covinhas fundas em suas bochechas. Escolheram a pista três e Niall pediu batidas geladas de cereja com mel e alguns nachos enquanto esperavam os outros chegarem. Outros que Harry ainda não fazia ideia de quem eram, mas não se importou muito já que estava bastante envolvido numa conversa animada com Cara que, depois da estranheza inicial, se mostrou alguém bem interessante e coerente em seus posicionamentos e não havia nada que Harry admirasse mais do que pessoas coerentes.
De alguma forma estranha, nenhum deles pareceu se importar quando Maya e Liam se juntaram à eles com as mãos entrelaçadas e distribuindo flertes grátis aos quatro ventos. Eles ficavam bem juntos e isso não era surpresa nenhuma já que Maya era dona de uma beleza comum mas que, de alguma forma, se sobressaia sempre. E Liam era um alfa com cheiro incomum que compensava com seu bom humor e bom papo. Harry já estava habituado à sua presença então sentia-se bem confortável ali como um todo.
Ele bebia de seu copo meio vazio e ria alto sentindo-se estranhamente quente no interior das coxas quando o sentiu. Fez um esforço quase sobrehumano para engolir ao invés de se engasgar e morrer bem ali, se bem que não teria sido uma má ideia porque meio segundo depois três alfas e uma ômega estavam parados ao lado da mesa como se fossem os donos da porra do lugar. Harry amaldiçoou seu carma antes mesmo de levantar o olhar para encarar o que já sabia que iria encontrar porque ele era fodido demais para ter um pouco de sorte sequer. Liam cumprimentou os amigos e logo Maya fez o mesmo. Niall fez alguns de seus comentários idiotas e as outras duas apenas ofereceram sorrisos amargos. E Harry, bom, ele apenas fingiu que aquelas pessoas não estavam ali. Ou melhor, fingiu que ele não estava ali enquanto todos eram devidamente apresentados. Acabou descobrindo que a alfa era uma veterana na pós de economia, era bonita e cheirava a coquetel de ameixa seca (se é que isso fazia algum sentido). A ômega era caloura no curso de medicina e estava junto com a alfa porque eram melhores amigas desde criança, basicamente. Zayn parecia desconfortável no meio de todas aquelas pessoas e Harry não pôde deixar de se lembrar do que havia acontecido na festa no último sábado, a carranca em seu rosto naquele momento lhe pareceu uma máscara partida nas bordas. Também notou que Liam não o cumprimentou ou fez qualquer coisa que indicasse que havia visto o outro alfa. Estranho.
E havia Louis Tomlinson olhando a todos eles com superioridade e tédio como se tivesse um milhão de outros lugares mais importantes para estar do que ali, para ser sincero o alfa lúpus agia como se estivesse fazendo um favor às pessoas ali simplesmente por se fazer presente. Harry teve que morder a língua para não deixar palavras venenosas sobre como ele garantia uma grana extra lhe escapar por entre os lábios. Ambos fingiram ignorar a presença um do outro mutuamente, o que foi bom porque Harry sentia sua energia acumulada nas pontas dos dedos prontos para fazer alguns strikes e humilhar Tomlinson que com aqueles bracinhos curtos provavelmente mal faria algum ponto.
Os times foram separados igualmente, Niall se autoproclamou o capitão dos rangers que eram basicamente ele, Harry, Cara, Kacey e Maya. O outro time foi nomeado estupidamente de warriors e o capitão era o insuportável Tomlinson. Liam, Zayn, Bebe e Ella também estavam no time.
O jogo começou equilibrado, os rangers na frente por dois pontos. Todos riam e trocavam farpas amigáveis a cada partida e a única disputa que parecia real ali era entre Styles e Tomlinson que a cada strike que o ômega fazia, ele fazia outro. Obviamente nenhum dos dois estava disposto a perder.
Kacey era a pior dos rangers e ficava ainda mais ruim com um Harry a pressionando a acertar pelo menos cinco pinos porque era a última rodada e ele nunca em sua vida admitiria perder para alguém incrivelmente babaca quanto Louis Tomlinson. Ella havia feito um strike que compensou relativamente o fracasso anterior da ômega que não havia derrubado pino nenhum. Eles estavam com a vantagem de quatro pontos, o que não significaria absolutamente nada se fosse a vez de qualquer outra pessoa. Mas não, era Kacey e Kacey tinha nadadeiras no lugar das mãos.
- Dê o seu melhor, doce - Harry colocou ambas as mãos nos ombros da amiga, apertando suavemente enquanto sorria mostrando dentes demais. - Relaxe e derrube aqueles pinos para nós, uh? Não podemos deixar os idiotas ao lado ganhar, seria desastroso.
- Na verdade eu não me importo muito com isso, Harry - a ômega falou baixinho conforme coloca uma mexa dos fios escuros atrás da orelha. - Nós só estamos nos divertindo aqui, não transforme isso numa guerra pessoal, que tal?
- Vou fingir que não ouvi isso - depositou um beijinho de boa sorte no rosto da amiga. - Cinco pinos, Kacey. Está tudo nas suas mãos agora.
Kacey revirou os olhos e deu de ombros porque realmente não se importava com aquilo, tipo, ninguém estava levando a sério. Só Harry. E Louis. Porque eles eram dois idiotas com egos maiores que o Empire State. Mas ela não disse isso, apenas se concentrou e realmente tentou acertar o máximo de pinos que conseguiria. E conseguiu. Conseguiu derrubar quatro. Mas quatro não era um bom número porque significava empate e, bom, empate aparentemente era inaceitável. Não que ela se importasse já que estava novamente sentada à mesa com sua bebida nas mãos e sorrindo para Cara enquanto ignorava efetivamente Harry soltando fumaça pelos ouvidos.
No final das contas ninguém queria começar outro jogo para desempatar e isso foi como uma facada no coração do Styles. Empate era ainda pior do que uma derrota assim como a incerteza era uma maldição. Então com ombros caídos e olhar de cachorro perdido, Harry avisou aos amigos que iria jogar uma água do rosto a fim de tirar a tensão do corpo. Mas ninguém pareceu se importar com isso e ele também não insistiu, o banheiro ficava a literalmente cinco segundos da pista três e a conversa parecia interessante demais para valer o esforço de ser interrompida. Sendo assim, lá estava Harry encarando seu reflexo no espelho manchando tentando entender porque sua vida às vezes era tão difícil. E sim, ele sabia que provavelmente estava sendo fútil para caralho já que tinha boas condições de vida, um quarto legal e mesada gorda o suficiente para lhe sobrar bastante para bobagens. Mas para ele isso não valia muito já que toda sua vida fora das paredes da sua casa era basicamente uma mentira. Bufou cansado antes de pegar a cartela de comprimidos na bolsa e tomar dois de uma vez. A seco. O gosto amargo ficando em sua língua por algum tempo, como uma mancha de água no asfalto em dia de sol. Ficava lá por tempo suficiente para ser lembrada mas inevitavelmente desaparecia.
A porta de uma das cabines se abriu e um senhor de meia idade saiu ajeitando o cinto antes de parar ao lado de Harry na pia. Era um alfa lúpus mas não se parecia com um, seus dentes eram amarelados e tinha olheiras profundas sob os olhos. Seu cheiro era uma mistura escrota de tabaco e nozes tostadas. Harry torceu o nariz sutilmente para aquilo.
- Está um lindo dia hoje, não concorda rapaz? - a voz do homem era grave e sonora, era a voz de um alfa.
Imediatamente Harry sentiu-se enrijecer em alerta, felizmente seu alfa estava devidamente contido dentro de si. Mas, bem, ainda era preciso apenas a quantidade suficiente de feromônios para despertá-lo em seu pior estado.
- Perdeu a língua? - o alfa insistiu.
Harry deu de ombros e fechou a torneira diante de si, movendo o corpo rapidamente para o secador de mãos do outro lado do banheiro, longe do alfa mas ainda não o suficiente. Ele poderia correr, claro que poderia, mas era óbvio que o alfa não estava disposto a deixar isso acontecer. Harry sentiu-se aquecendo no abdômen quando uma nova onda de feromônios o atingiu.
- Seu cheiro é bom - o alfa o encarava através do espelho, um sorriso nojento preso em seu rosto como que por fios invisíveis. Harry quis vomitar. - Quase indetectável, mas ainda muito bom. Esses inibidores não são naturais, rapaz. A natureza tem que seguir seu curso devidamente, não devia se esconder atrás de comprimidos. Não com um cheiro tão... hum, doce.
- Não me lembro de ter pedido sua opinião, senhor.
O ômega sabia que estava em uma posição difícil ali, sabia que aquele alfa era experiente o suficiente para submetê-lo às suas vontades e saber disso o emputeceu ainda mais porque se deu conta de quantos ômegas não estiveram na mesma situação em que ele se encontrava no momento. Quantos ômegas mais fracos já não estariam com as calças baixas e vazando enquanto ronronavam como cachorrinhos necessitados. Bom, Harry não tinha uma resposta mas sabia que não seria uma lista de poucos nomes. Estuprador estava basicamente tatuado na testa do alfa.
- Língua afiada demais para alguém da sua classe, ômega - a voz alfa quase rugiu nos tímpanos do Harry, um calor quase febril em seus membros agora. - Vai ser tão divertido te foder.
O homem deu um passo à frente enquanto Styles deu dois para trás lutando contra seu próprio corpo, seu ômega roendo as barras da gaiola com dentes afiados. Quase suplicando para empinar a bunda para alfa.
- O que mais me surpreende é um velho como você supor que seu pau ainda levante - Harry zombou porque se ele fosse cair definitivamente iria cair atirando.
O alfa rosnou e uma terceira onda de feromônios atingiu Harry em cheio, seus joelhos se curvaram inconscientemente e ele se viu mordendo o interior de sua bochecha com força suficiente para sentir o gosto de sangue em sua boca. Apoiou ambas as mãos no chão e tudo o que enxergava no momento era a ponta gastas das botas do alfa. Suor escorria pelas suas têmporas e ele se sentia doente e enojado de si mesmo por não ser capaz de fazer absolutamente nada. Seu ômega dava saltos dentro de si enquanto umedecida sua entrada e lhe dava uma ereção indesejada.
O alfa agachou diante de si e escorreu as mãos até seu rosto apenas para obrigar Harry a olhá-lo conforme ele tirava seus cachos rebeldes da frente dos olhos. Mais uma onda de feromônio o atingiu em cheio fazendo-o sentir o vômito na garganta. O alfa pareceu notar pois escorreu uma de suas mãos até o maxilar do ômega e o manteve fechado até que Harry engolisse de volta.
- Ouça bem o que vai acontecer agora, ômega - o homem sorriu próximo o bastante para Harry olhar bem para sua íris escura. Ele jamais esqueceria aquela imagem. - Você vai ficar quietinho enquanto eu fodo essa sua bunda, vai ser divertido. Eu vou adorar e você vai... bom, eu estou me fodendo para você.
O alfa riu e Harry tentou empurrá-lo para longe com toda sua força, ele nem ao menos se moveu. Ao invés disso agarrou os cabelos longos do ômega e o arrastou até a cabine mais próxima, debruçando-o contra a privada enquanto o barulho de cinto sendo aberto era tudo o que Harry conseguia ouvir enquanto seu corpo pesava uma tonelada, seus olhos mal viam um palmo diante de si e ele chorava alto. Seu ômega, o filho da puta traidor, uivava em antecipação.
Ele se encolheu quando sentiu seus jeans serem puxados para baixo, lágrimas gordas em seus olhos enquanto esperava agonizante e em desespero pelo próximo toque.
Toque esse que nunca veio.
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