25 de agosto"

É sábado, Lyly se prepara  pra mais uma aula de teatro, o dia será especial, um tanto diferente dos anteriores, afinal Jonathan havia prometido participar da aula. As 8:25 Jonathan aparece buzinando feito um louco na porta de Lyly, parecia animado.

-Você realmente veio.
-Achou que iria desapontar meus fãs?
-Meu Deus, você não cansa de ser convencido?  
-Não, sai naturalmente.

Jonathan da uma leve risada sarcástica.

-Então, vamos ou não?  

Lyly entra no carro.

-Ainda dá tempo de desistir.
-Nem sonhando, a não ser que você esteja com medo de eu roubar seu show.
-Ok senhor convencido, me mostre o que você sabe então.

Ao chegar na aula todos estranham a presença de Jonathan, ninguém ali poderia  imaginar que um dia  ele pisasse na aula de teatro, ou que se quer gostasse de teatro, foi uma grande surpresa sua presença.

-Bom dia professora Raquel, esse é o
Jonathan, ele veio participar da aula de hoje.
-Bom dia Jonathan, que prazer ter o senhor por aqui, então gosta de música e teatro? confesso que estou surpresa com sua presença.
- Bom dia, desculpe professora mas esse é meu jeito, eu sempre acabo sem querer surpreendendo as pessoas.

Lyly põe a mão na altura da testa envergonhada com as palavras de Jonathan.

-Não liga professora, ele é muito do convencido.
-Precisamos de pessoas assim Lyly, alto estima nas alturas, será muito bom te - lo conosco.  
-Está vendo Lyly, finalmente alguém que me entende.

Lyly o ignora virando seu rosto.  

-Então vamos começar nossa aula de hoje? alongando pessoal!  

Jonathan a todo momento se mostra focado e preparado, até parece que fazia aquilo a anos.

-Não falei que te surpreenderia, o que você está achando disso tudo? até sua professora  já conquistei.
-Não conte vantagem antes do tempo senhor convencido. Agora vá alongar pra lá.  
-Minha nossa, você realmente é difícil de agradar. 

Jonathan se prepara pra executar um movimento de giro bastante difícil mas tropeça no próprio sapato e acaba caindo. A cara de espanto é tomada por todos no salão.

-Jonathan!  Jonathan! você está bem?

Raquel preocupada o toma pelo braço tentando o levantar.  
logo atrás está Lyly, não contendo as gargalhadas segurando firme a mão sobre a boca tentando disfarçar.

-Lyly! não vê que seu amigo pode ter se machucado.Não fique ai rindo e vá chamar ajuda.

Raquel fica enfurecida ao perceber a reação de Lyly

-Desculpe professora mas ele teve o que merecia, ninguém mandou ficar ai se exibindo pra todos vocês, bem feito.  

Lyly não contém as gargalhadas.

-Não se preocupe professora, estou bem, só foi um mau jeito, consigo até levantar sozinho.

Jonathan se levanta com uma leve expressão de dor.

-Está vendo professora, esse é duro na queda. Aposto que está pronto pra mais uma.

Lyly olha para Jonathan e percebe a expressão em seu rosto de quem quem queria dizer " você me paga ".

-Tem certeza que não precisa ir ao médico Jonathan?  
-Obrigado professora, mas nada que um gelo não resolva.Vou pra casa e resolver isso.  
-Você quer que eu te leve?  
-Não será preciso, a Lyly me leva.  

Lyly se manifesta não gostando nada da ideia.

-Ei,eu não? minha aula não acabou, acho que você vai ter que chamar a mamãe.  

Lyly volta a ri da situação a qual Jonathan se encontrava.

-Lyly! isso são modos?

esbraveja Raquel.
 
-A sua aula terminou sim, você pode acompanhar seu amigo até em casa.
-Mas professora...
-Sem mas nem menos, podem ir, vocês estão liberados. 

Agora é Jonathan quem começa a ri daquela situação, afinal havia acabado de atrapalhar a aula de Lyly.
  
-Toma Lyly, você dirige.
 
Jonathan arremessa as chaves na direção de Lyly que assustada quase as deixa cair.

-Você me paga Jonathan.
 
Lyly sai resmungando.

-Ei volta aqui, preciso de uma mãozinha até o carro
.
Jonathan se apóia nela pelos ombros e sai mancando.

-Por gentileza a senhorita poderia abri a porta do caro?

Jonathan agora debochava da situação deixando Lyly furiosa.

-Sim claro, como se eu tivesse escolha.
-Lyly, acho que estou desconfortável nesse banco, você pode ajustar pra mim?
-Aaah, você só pode tá de...

Lyly para por um segundo e antes mesmo de dar a partida o encara como quem está prestes a sair do carro.
.  
-É que não consigo apoiar minha perna direito, por favor Lyly.
 
Lyly se ver encurralada diante da situação a qual Jonathan se encontra e mais uma vez não vê outra opção a não ser ajuda-lo.

-Tudo bem.

Lyly então regula seu banco.

-Assim está melhor?
-Tá ótimo, muito obrigado, agora podemos ir.

Lyly liga o carro.

-Então, onde o paciente mora?.
-Vai com calma doutora, não dou o endereço da minha casa assim tão facilmente.
-Jonathan, não seja ridículo que te deixo aqui na rua sozinho.
 
Lyly enfurecida desliga o carro.

-Ei, só estou brincando onde está seu senso de humor?
 
Jonathan sorri para Lyly.
 
-Fica perto do shopping, por aqui eu te guio.  

O percurso é quase todo tomado por um silêncio, mas por alguns segundos  Lyly começar a puxar assunto.
 
-Hoje o senhor convencido teve a lição que merecia não é mesmo.

Ao lembrar da cena "Jonathan se espatifando com a cara no chão" Lyly volta a cair na gargalhada.
 
-Pelo visto você se diverte com a desgraça alheia dos outros não é mesmo?   
-Ah Jonathan, me perdoe mas não teve como não rir.
-Mas confessa, eu estava mandando super bem, até sua professora já estava caidinha na minha. Me diz uma coisa, ela é solteira?  
-Faça me o favor Jonathan, tu vai querer dar em cima da minha professora de teatro agora? era só o que me faltava.
-Mas o que que tem? ela me pareceu interessada .
-Olha não sei, mas acho que ela não está interessada em ninguém não, ainda mais ne um um estudante medito como você, acho que você deveria baixar a bola se não vai tomar outra queda.
 
Lyly volta a cair na gargalhada.

-Ou será que você só está falando isso por que está com ciúmes, afinal eu estava dando um show lá, aposto que ficou impressionada comigo.  

Ao chegar na casa de Jonathan Lyly para o carro.

-Você não se enxerga mesmo né garoto, nem mesmo pagando mico.
 
Jonathan tira o sinto e se aproxima, seu rosto fica tão próximo de Lyly que era possível ouvir seu coração acelerado.
 
-É que ultimamente eu tenho enxergado outras coisas. Onde você estava esse tempo todo Lyly?
 
Por alguns segundos Lyly e Jonathan trocam olhares, a respiração ficava ofegante a medida que Jonathan se aproximava e um beijo parecia inevitável, até que Lyly ao perceber a intenção de Jonathan se desvia.
 
-Pronto,  já fiz minha boa ação do dia, está entregue em casa.

Lyly se afasta e abre a porta do carro ajudando Jonathan a sair.

-Como você é pesado.

Lyly quase que sem força o puxa apoiando em seus ombros.

-Obrigado Lyly, apesar do incidente foi muito divertido hoje.  
-É, até que foi sim,me avise quando quiser outra aventura dessas.  
-Claro, por que não.  

Jonathan se aproxima mais uma vez de Lyly encarando seus olhos.

-Você tem os olhos mais lindo que ja vi.

Lyly sorri sem jeito, não acostumada a receber elogios de garotos.

-obrigada.

O momento é interrompido por gritos ao fundo.

"Jonathan! Jonathan! Jonathan!  

Era Isabelle vindo em direção a eles gritando e com um olhar furioso.

-Jonathan, por que você não atende minhas ligações?  e o que diabos você está fazendo aqui parado com essa garota?

Lyly se afasta assustada com a reação de Isabelle. Jonathan demora a responder buscando uma desculpa pra inventar sem que Isabelle desconfiasse mais ainda de seu envolvimento com Lyly.
 
-Calma Isabelle, a Lyly só estava de passagem aqui, e eu estava chegando do escritório, acabamos nos encontrando e ela veio me pedir informação, não é mesmo  Lyly ?
-Sim, é verdade.  

Lyly  vira pra Jonathan com um olhar de mágoa. Ele acaba de ignora-la completamente.
 
-Tenho que ir. Até mais.

Lyly se despede.
 
-Vamos entrar? Já estava com saudades, por que não me atendeu a manhã toda?
-Desculpe é que a bateria do meu celular acabou.  
-Você está mancando Jonathan?  
-É...acabei topando o joelho na escrivaninha.

Antes de entrar Jonathan confere mais uma vez se Lyly ainda estava por lá,  mas ela já tinha sumido na esquina.  

"Lyly me perdoa, mas não poderia
contar pra Isabelle sobre nós, não agora. Mas nada apaga a nossa manhã de hj e tudo que você vem se tornando pra mim, quero muito ser seu amigo, você é especial. Mas agora não dá, me desculpe, por favor me responda ou me ligue de volta assim que chegar em casa. "

Uma hora depois...

"Jonathan não me ligue e não me  
procure nunca mais. "