Sonho ou realidade?

- Eu disse que iria me vingar de vocês, Dixons malditos, vocês irão se arrepender do que fizeram com meu pai, a justiça será feita hoje.

Eu mal conseguia me levantar, ao meu redor tudo ficava cada vez mais escuro e difícil de enxergar o seu rosto. Mas era ela, bem na minha frente estava Maísa, aquela a quem confiei meus segredos e buscava respostas pra tudo o que vinha acontecendo comigo desde o acidente, eu realmente não conseguia entender o que estava acontecendo bem diante dos meus olhos.

-O que está acontecendo aqui? Maísa, por que você está fazendo isso com a gente, eu achava que éramos amigas, me diz que você não está com esse Jack, o que vocês querem afinal.
- O que nós queremos? Justiça Lyly, essa é a palavra que justifica tudo o que eu fiz pra chegar até aqui neste momento, agora que vocês estão juntos aqui podemos começar.
-Mas e toda aquela história de realidades diferentes, de sermos irmãs, era tudo mentira?como você pode mentir assim pra mim?

Todos naquele salão voltam os olhos para mim surpresos com minha declaração.

-Como é? Do que você está falando garota? Realmente esse acidente afetou sua cabeça. Que história mais maluca é essa?
-Como assim Lyly, do que você está falando?

Susurra Jonathan também confuso com a declaração da irmã.

-No shopping Jonathan, ela havia me contado essa história, de que eu não era dessa realidade e de que no passado éramos irmãs.

Maísa começa a rir da situação.

-Era só o que me faltava, vai pagar de louca agora é? Nós nunca nos encontramos depois do seu acidente, realmente você está ficando louca ou anda sonhando comigo.

Lyly fica confusa com as palavras de Maísa.

-Você lembra Jonathan, não é? Quando você chegou no shopping e deu de cara com nós duas,não é mesmo? Não me faça acreditar que estou ficando louca, aquele encontro aconteceu de verdade, me diz que se lembra.

Jonathan faz um sinal negativo balançando a cabeça.

-Desculpe Lyly mas não faço idéia do que você está falando, nós nunca nos encontramos com Maísa.

Naquele instante penso comigo mesmo o que estava acontecendo, porque na minha cabeça havia aquelas memórias? Eu estava ficando maluca? Eu criei toda aquela parte da história em minha mente? Tudo ficava confuso a cada minuto, eu não sabia mais quem era eu.

-Agora chega dessa conversa de gente maluca, Jack vamos acabar com isso de uma vez por todas.

-Calma minha irmã, tenha calma, por que não esperamos os convidados de honra que ainda estão pra chegar? Tenho certeza que será uma festa linda.
- E quem seria esses convidados querido irmão?
- O senhor é a senhora Dixon, fui informado que eles estão a caminho daqui. Vamos nos preparar pra fazer uma recepção digna pros nossos convidados.
-Ora ora, estou vendo que está começando a ficar interessante minha noite.

Jonathan ainda amordaçado tenta a cada segundo se soltar.

-Seus loucos, deixem minha família em paz,eu vou acabar com vocês. Lyly não dê ouvidos a eles eu vou te tirar daqui, aguenta firme.

Não pude acreditar no que eu acabava de ouvir, parecia um pesadelo e a cada minuto que se passava eu ficava ainda mais confusa com a relação entre Jack e Maísa.

-Irmãos? O Jack é seu irmão Maísa? Como isso pode ser verdade?
-Oh dó gente, ela está confusa, quer que eu desenhe pra você é? Sim, Jack e eu somos irmãos.
-Mas por que? O que está acontecendo
? Por que você me enganou esse tempo todo? Qual é o propósito disso tudo afinal?

A cada palavra que saia da minha boca sentia como se minhas forças estivessem acabando, ajoelhada ao chão tento me manter acordada.

- Parece que seu querido irmão não te contou a nossa história, não é mesmo Jonathan? Ou será que ela se esqueceu? Tadinha,esse acidente te deixou muito mal não é mesmo meu amor, mas quem sabe as coisas daqui em diante não melhore.
- Que história? Do que ele está falando Jonathan.
-Cale essa boca seu desgraçado, você jurou deixar a Lyly fora disso.
-Jurei? Não me lembro disso, mas se o fiz juramentos é como regras, foram feitos pra serem quebrados.
- Eu não entendo o que vocês querem dizer.

Ao dizer essas últimas palavras, meu corpo quase que adormece e vou ao encontro do chão quando sou alcançada por Jack.

-Opa! Te segurei, não é ora de dormi Lyly, a noite está só começando, vamos acorda.

Sou surpreendida por um jato de água na cara, ele me segurava em seus braços e tudo que eu queria naquele momento é sair de perto dele mas me faltava forças.

-Desgraçado, larga minha irmã.
-Claro, assim que ela ouvir toda nossa história.
-Fale logo de uma vez por todas, quem são vocês, eu não aguento mais.
-Calma Lyly, logo você saberá de tudo. Como eu disse precisamos dos nossos convidados de honra pra festa ficar completa.
- O que afinal meus pais tem haver com isso ?
- Tudo minha querida Lyly, o propósito disso é especificamente por causa deles, e não vejo a hora de encontra-los.

Nessa hora o celular de Maísa toca, e por dois minutos ela o atende. Jack apoia Lyly ao chão e se aproxima de Maísa.

-Quem era?
- Nossos rapazes encontraram eles na estrada.
-Pede pra trazerem eles para cá
-ok... Só tem um problema. Veio com eles um um tal de Dr.fernando, o que a gente faz com ele?
-Traga-o também, depois a gente se livra dele.

O medo e desespero agora toma conta de Jonathan e Lyly ao saberem que seus pais tinham acabado de ser raptados.

-Parem por favor, não machuquei meus pais.

Jack se aproxima, e com suas mãos acaricia o rosto pálido e cansado de Lyly.

- Não se preocupe meu amor vai ser rápido.
-Ei Jack...

Jonathan sussurra.

-Tenho uma proposta pra vocês, o que acham de libertar Lyly e meus pais e ficarem comigo e todo dinheiro que vocês quiserem? Vamos cara, não tem o porque disso tudo, isso não vai acabar bem pra vocês.
- Não Jonathan, eu não vou deixar você sozinho aqui, vamos sair juntos dessa.
-Essa é sua única chance Lyly, eu falhei com vocês, me perdoe por nao ter conseguido de proteger, mas eu vou concertar isso e você vai ficar bem, eu prometo.

Jonathan não contém as lágrimas ao olhar pra sua irmã deitada no chão sem poder fazer nada pra ajudá-la.

- Não fale isso irmão, isso não é culpa sua e eu não tenho nada que te perdoa, você é meu único irmão e eu o amo tanto, a gente vai sair dessa.
- Eu falhei sim Lyly, devia ter contado tudo pra vocês ou pra polícia, mas eu tentei resolver da minha maneira e olha no que deu, eu falhei Lyly, eu falhei...
- Do que você está falando Jonathan ? Eu não entendo...
-Desculpe interromper esse momento família mas não vai rolar Jonathan, quero todos vocês aqui, juntos ja que vocês se amam tanto.

Nos fundos do galpão se ouve os portões serem abertos e uma vam se aproxima.

-Olha quem chegou, agora sim vai começar a festa de verdade.

Da vam descem duas pessoas encapuzados.

-Tragam para cá.

Jack tira os capuz dos prisioneiros e la estão eles, Rute e Manoel.

-Onde está o doutor?
-Desculpe senhor mas ele pulou da van e conseguiu escapar, perdemos de vista.
- Como é? Seus imprestáveis, como isso pode acontecer? Agora ele irá chamar a polícia, temos que resolver isso logo e sairmos daqui, não é mais seguro.

-Mãe, pai, vocês estão bem?.

Manoel e Rute caminham em direção a Jonathan e Lyly.

-Meus filhos, estávamos tão preocupados, graças a Deus achamos vocês.
- O que está acontecendo aqui? O que esses bandidos fizeram com vocês? Eles machucaram vocês? Lyly você parece muito fraca, você está bem?
- Só estou cansada papa, quero ir pra casa.
-Nós vamos minha filha, estou aqui pra isso.

Manoel se levanta e avança sobre Jack na tentativa de acerta-lo com um golpe mas é segurado pelos capangas de Jack.

-Vejam só como ele é valente. Sorte sua que não bato em idoso, essa vou deixar passar. Amarre todos eles, quero a família unida pro gran finale.

Jack se aproxima de Manoel e o provoca.

-Muito bem senhor Dixon, aposto que você nem imagina quem somos nós, não é mesmo?
- O que vocês querem? É dinheiro? Eu dou a vocês, agora deixe minha família em paz.
- Não estou atrás dinheiro senhor Dixon e sim justiça.
- justiça? O que quer dizer com isso?
- vou refrescar sua memória. Lembra de Jorge Biersark?

Manoel se assusta ao ouvir aquele nome.

- O que você sabe sobre ele?.
-O que eu sei? Eu sou o filho dele, o meu pai que sua impressa maldita assassinou e vocês saíram impunes. Mas como eu disse a justiça será feita hoje.

Rute sem entender questiona Manoel.

- Do que ele está falando querido? Quem era esse Jorge?
-Foi um acidente Jack, a polícia investigou, pelo amor de Deus, não tivemos culpa em nada.
-É sempre assim senhor Dixon, os fracos sempre levam a culpa, tiraram meu único pai de mim e agora vão pagar caro, eu jurei que ia ter minha vingança, chegou a ora.

O desespero toma conta do galpão, Jack aponta arma na direção de Manoel.

-O que você acha de começarmos com ele Maísa?
-Ótima escolha irmão.
-Calma Jack não tem que ser assim, foi um acidente, por favor não faça isso.

Jonathan implora pela vida do pai. Lyly e Rute são tomadas pelo choro constante. Jack estava fora de si.

-Alguém nos ajuda por favor, Socorro!

Grita Rute por ajuda.

-Desgraçado a gente tinha um acordo, você disse que ia deixar minha família em paz.
-E você acreditou Jonathan? Você achava mesmo que me subordinar naquela época com o seu dinheiro ia me fazer parar? Eu só te usei pra ganhar mais tempo.
-O que ele está dizendo filho? Você já sabia dessa história?
-Sim pai, me perdoa mas eu quis poupar Lyly de saber de toda verdade, eu ofereci dinheiro pra esse maldito sumir de nossas vidas, e mais tarde quando soube que eles não estavam mais juntos pensei que ele havia desistido.
-Mas pena que seu plano não deu certo é cá estamos nós.
-Mas eu vou concertar isso.
-Me diga como Jonathan? Que estou curioso.

Jonathan se contorce tentando se livrar das cordas.

-Ja que estamos revelando segredos é hora de mais um vir a tona, saiba que como você Jonathan eu também andei fazendo pesquisas sobre vocês na internet, e sabe que eu descobri Lyly? O seu amado e querido irmão na verdade é um bastado, ele não é seu irmão, eles te enganaram esse tempo todo, por que a meu ver só você não sabia disso, não é mesmo
Senhor Dixon.
-maldito, pare com isso.

Lyly olha em direção a Jonathan com olhos de tristeza.

-Isso é verdade Jonathan?
- Isso não importa agora Lyly, não de ouvidos a esse maluco.
-Mãe pai,me digam que isso não é verdade...

Por segundos o galpão é tomado por um silêncio até que Maísa os interrompe.

-Vamos parar com esse teatro,Jack precisamos terminar com isso de uma vez, lembre-se que o doutor fugiu e a polícia pode está a caminho, nós precisamos ir.
-Você está certa, bom então é isso, adeus família Dixon, quero todos vocês de joelhos agora.

Jack aponta a arma em direção a Jorge se preparando pra atirar, nessa hora um filme passa em minha cabeça, Jonathan não era mais meu irmão, minha família participou de um assassinato no passado e eu sequer sabia, a filha problemática sem memória com um passado e um futuro incerto, parecia um fim horrível para uma família que se amava tanto mas que acabava ali com o barulho ensurdecedor da arma de Jack sendo disparada. Na minha frente um vulto enorme e rápido passa por mim me derrubando no chão, quando consigo me levantar ele estava la caído no chão, com uma bala bem no meio do seu coração.
Ouve se os gritos eufóricos, Rute só sabia gritar e chorar. Meu filho! Meu filho!
Foi tão rápido que quase não percebemos Jonathan se soltar e pular na frente do pai sendo atingindo pela bala.

-Olha mas que imbecil, estava a fim de morrer primeiro é. Não faz mal, quem é o próximo?

Antes que Jack apontasse a arma pra próxima vítima ouve -se sirenes ao redor.

-A polícia chegou Jack! A polícia!

Grita Maísa.

Antes de saírem Jack dispara mais uma vez. Foi ai que tudo se tornou escuridão.

-Vamos embora agora, vamos...

Jack, Maísa e seus capangas fogem dali imediatamente.