🌬 Capítulo 6 - O Fascínio do Primeiro Encontro 🐺
"dizem que no primeiro encontro, a primeira impressão é a que fica, isso é um erro, porque o fascínio e o encanto nos deixam cegos para o que realmente importa numa relação. A personalidade."
Freya de La Barthe
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Alcateia de Manroar
Os ânimos não estavam nada bons em Manroar, Ake que já achava difícil lidar com o fato do filho ter saído escondido, quase ser ferido e ter encontrado o companheiro. Como se não bastasse tudo isso, ele ainda teria que lidar com o fato desse mesmo companheiro invadir sua propriedade sem nenhuma cerimônia. Tudo o que restava ao alfa era tentar passar por aquela verdadeira tempestade, que ao seu ver, estava longe de terminar.
—Não irei nem perguntar o que está fazendo aqui.—Suspirou cansado Ake. — O certo e o melhor no momento, é nós dois temos uma conversa…
— Polpe seu tempo! — Interrompeu Nap furioso. —Não terei uma conversa com um alfa que permitiu que um ômega indefeso arriscasse sua vida em uma guerra, ainda mais esse ômega sendo meu! - Nap cuspia furioso.
— As coisas não são tão simples como você imagina, eu não sou um monstro! Estamos falando do meu filho. Que aliás, se eu fosse um péssimo pai como o alfa está sugerindo, meu filho teria sido descoberto há muito tempo. — Ake tentava a todo custo se controlar.
Primeiro porque ele tinha uma dívida de gratidão com aquele lobo, e segundo porque ele era o companheiro de seu filho e Ake precisava conversar com ele sobre o gênio de seu filhote, principalmente a parte de Hento ter ido escondido para a guerra.
— Protegê-lo é o mínimo que seu dever de pai exige. Agora ele não é mais um problema para você, ele é uma responsabilidade minha! Vim até aqui para buscar meu companheiro, e por favor, não me deixe mais irritado do que já estou, e nem tente impedir o que de direito é meu.
— Não é minha intenção me por entre vocês, até porque não faria isso entre dois companheiros predestinado. É o meu filho não é um problema. — Ake disse e em seguida se lembrou de algo. — Talvez ele seja um pouco diferente, é um ômega da lua. É sobre esse detalhe que quero conversar com você.
Nap já estava à ponto de pular no pescoço de Ake, ele não entendia a insistência do homem em manter uma conversa com ele. A situação era simples, ele estava ali para buscar seu companheiro e ponto. Enquanto avançava na direção de Ake, algo o paralisou. O mesmo cheiro que sentiu no Campo de batalha, o melhor cheiro de sua vida.
Nap fitou com adoração um belo garoto de cabelos azuis que descia lentamente as escandas. Agora Nap podia vê-lo de perto em toda a sua perfeição, a vontade do alfa em se ajoelhar aos pés dele era enorme, o fio que ligava suas almas era visível entre os dois. Um fio de amor e adoração, a certeza que um não viveria sem o outro.
Nap percorreu com os olhos ansiosos o corpo do ômega, toda sua perfeição. Nap estudou cada pedacinho dele, os pés pareciam ser lindos e o alfa lamentou que ele estivesse calçado, seus olhos ansiosos subiram até um belo par de cochas torneadas que fizeram seu pau dar saltos de alegria com aquela simples visão. Ele se vestia de uma maneira que o alfa não achava comum, mas isso era o de menos, seu último pensamento coerente morreu quando ele finalmente pôs os olhos no rosto do seu companheiro. Os olhos, de um azul tão lívido e único. Olhos do qual o alfa entrou e se afogou.
Lindo, único!
Nap temia morrer ali mesmo, uma morte feliz e de emoção, ele pensou. Então foi por aquele garoto que ele esperou sua vida toda? Sua existência toda? A resposta era sim! E Nap soube ali que cada ano, cada inverno, toda sua solidão tinha válido à pena. O alfa se deu conta de que esperaria por ele sua vida toda se assim fosse possível. Morreria e nasceria de novo só para pode ver aquele rostinho novamente.
Nap também notou que o garoto não vinha até ele numa posição submissa — o que era uma característica comum de um ômega— ele não estava vermelho, seus olhos tinham um brilho de curiosidade, o queixo erguido, e naquele momento Nap não via aqueles detalhes como um problema.
Hento passou por ele, chegou até seu pai e se ergueu na ponta dos pés, uma cena que Nap achou fofa, o alfa estudava cada movimento dele, ele sabia que jamais conseguiria desgruda seus olhos de seu ômega. Quando Ake se inclinou, Hento deixou um beijinho no rosto de seu pai, em seguida foi até sua mãe e a abraçou. O ômega chegou na porta e virou seu rosto na direção do seu alfa, com um gesto de cabeça convidou Nap à acompanha-lo. Não como humano, mas sim como lobo. Hento queria correr livre.
Logo a frente de Nap, havia um lobo raro que tinha uma pelagem em várias nuances de azul, os dedos do alfa pinicaram com vontade de passar sua mão por toda aquela pelagem em vários tons de azul. Mas no momento o fio que os ligavamclamava pela união, aquele fio que só era visível para ambos, e foi por essa ligação que Nap trouxe seu lobo alfa para a cena.
Azul e marrom.
Um enorme lobo marrom avermelhado que assustava facilmente qualquer outro lobo, aproximou-se de um lobo azul que era bem menor que ele. Não existia medo ali, tudo o que havia era curiosidade. Nap encostou seu focinho no pescoço do lobo azul, ali ele pode saborear o cheiro que estava viciado. Sem nenhuma cerimônia ou reservas, ambos se entre olharam, e nada precisou ser dito. Eles saíram correndo pela floresta a dentro no meio da neve, em um belo final de tarde de um inverno. Para além do inverno.
🌬🐺
Hento não se cabia de felicidade, seu sonho finalmente estava realizando, ele podia ser livre como sempre quis. Naquele dia, a floresta de inverno era a única testemunha do encontro de duas almas, dos seres que corriam no meio daquela imensidão de neve. Dois lobos, duas almas que na verdade era uma só. O lanço que os unia, permitia sentir a felicidade um do outro, a emoção.
Hento sabia que jamais apagaria a visão do alfa, do seu alfa, de sua mente. Ele parecia um guerreiro, um homem forte. Tinha o cabelo grande que usava de forma despojada, suas roupas se assemelhavam com as roupas que os guerreiros do velho mundo usavam a milhares de anos atrás. O rosto másculo e viril foi o que roubou toda atenção do ômega. Ele amava aquele homem mesmo sem conhece-lo. Hento sentia que ele era um bom guerreiro e o ômega faria de tudo para mostrar que ele, mesmo sendo um ômega e menor que o alfa, também poderia lutar ao lado dele.
Os dois lobos chegaram até uma clareira, eles começaram a brincar um com o outro. Nap deixava leves mordidinhas que mais se assemelhavam a carícias, já Hento também aproveitava para morde e lamber o outro lobo. Em determinado momento, Hento viu um coelhinho e saiu para brincar com ele, Nap ficou paralisado saboreado a cena linda que era ver aquele lobo azul brincando na neve. Nap sabia que lembraria daquele dia para sempre. O melhor dia da sua vida.
Em determinado momento, Hento se cansou de brincar com o coelho e se deitou de barriga pra cima no meio da neve. Nap não perdeu tempo e se aproximou veloz do ômega, com a língua ele lambeu por toda a barriga do lobo ômega, Hento sorria feliz pela cócegas que seu companheiro deixava. Nap deitou-se ao lado de Hento, nenhum dos dois podia dizer ao certo quantas horas eles passaram brincando na neve, o fato é que chegara a hora de ambos se conhecerem.
— Seu nome? —perguntou Nap ainda deslizando seu nariz lupino pelo pescoço de Hento.
Hento estremeceu ao ouvir a voz do seu companheiro, o alfa tinha um encantamento no timbre de sua voz, que Hento chegou a ficar completamente arrepiado com uma simples pergunta.
— Hento.
—Azul. — Murmurou o alfa apaixonado.
— E o seu?
— Napayshni kurohk.—Nap ainda estava perdido com a beleza de seu companheiro.
— Eu nunca vou conseguir pronunciar esse nome. — Revelou Hento em tom de brincadeira.
Nap sorriu e queria dizer a Hento que não era necessário chama-lo de nada, tudo que bastava era o ômega está presente. Nome era algo tão singelo que jamais poderia está no meio deles. Mesmo assim, Nap repetiu em sua mente várias vezes o nome do Ômega, Hento, azul. Seu Hento, seu lobo azul.
— Todos me chamam de Nap, você pode me chamar do que quiser. — Sussurrou Nap, não importava do que Hento o chamava ele sempre iria atender.
— Nap combina com você. Você tem cara de Nap. — Hento disse, em seguida ele ficou intrigado, o ômega tinha certeza que já havia escutado aquele nome em outra ocasião.
— Eu esperei tanto por você, não houve nenhum dia do qual eu não sonhasse com esse momento. — sussurrou Nap.
E era verdade, ele passou por toda sua existência com uma certa curiosidade em conhecer seu parceiro, saber o gosto dele. E agora que ele estava ali em sua frente, tudo o que o alfa queria era protege-lo contra tudo e todos.
— Eu também ansiava por esse momento. — Hento queria pode compartilhar todo seus sonhos com o alfa, mas na hora que ele ia falar Nap o chamou.
— Vamos para casa!
—A sua casa? — Questionou Hento.
— Não! A nossa casa, sempre foi nossa, ela estava só aguardando sua chegada.
Hento sorriu emocionado e seguiu Nap até o Castelo de Kurohk. Eles estavam um pouco distantes, porém nenhum dos dois contava o tempo enquanto estavam na presença um do outro.
Era por volta das três da manhã quando eles, como lobos, cruzaram os portões de Kurohk. Hento fez uma nota mental de explorar o ambiente no dia seguinte, o ômega estava deveras feliz, ele teve muitas emoções naquele dia e mal podia esperar para repetir a dose no dia seguinte. Ainda mais porque no outro dia seria lua cheia, dia de caçar.
Nap estava preocupado com o esforço que seu ômega enfrentou para chegar até suas terras, o alfa fez uma nota mental de que iria deixa-lo descansar bastante e depois iria mima-lo pelo resto do dia.
Sem tempo para explorar o ambiente a sua volta, Hento atravessou os portões do Castelo negro e seguiu seu alfa até o quarto dele, de ambos. Hento sorriu quando Nap deu a ele privacidade para voltar a sua forma humana. Hento notou que no closet do alfa, haviam várias túnicas, ele escolheu uma azul que lhe chamou atenção. Assim que Hento vestiu, sorriu. Pois o tecido era enorme, e decerto cabiam dois dele naquela roupa, Hento parecia um menininho, vestindo a roupa de seu pai.
Quando Hento retomou ao quarto, Nap também se encontrava em sua forma humana, vestido como Hento o viu mais cedo, como um guerreiro. Ambos trocaram um olhar intenso, cheio de desejo e amor, aquele fio que ligava a alma dos dois era forte e intenso. Sem resistir Nap aproximou-se de Hento, e com um rosnado feroz, avançou na direção do ômega e com um beijo ávido capturou os lábios que tanto amava.
A investida do alfa era cheia de desejo e pura necessidade. Desejo que ele vinha guardando a mais de vinte anos. Os lábios dele eram tão exigentes e ao mesmo tempo amorosos. Hento não o deixou por menos, correspondia o beijo com a mesma intensidade, mesmo com inexperiência, seu desejo falava mais alto. Enquanto seu corpo era tomado por pequenos tremores, Nap sem controle deslizou sua mão pelas costas do seu ômega, ele desceu e sem desistir o agarrou firme pelas nádegas.
Nap o levantou do chão e o encostou na parede, sem interromper o beijo. O alfa estava enfeitiçado pelos lábios de seu ômega, o único som audível no quarto era o gemido de ambos e estalos dos beijos avidos deles. Hento destruiu todas as defesas e controle que Nap tinha, o alfa queria dominá-lo, possui-lo e proclama-lo como sua posse. Hento envolveu o quadril de Nap com as pernas e gemeu, em resposta o alfa pressionou seu corpo contra o do ômega e eles roçaram suas ereções uma na outra, mostrando que ambos estavam dispostos e prontos para se entregarem ao amor. Para ir até aonde o desejo poderia leva-los, para além do inverno.
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