38

Nuzlock 2

Acordo com um trovão interno,
Lágrimas confusas descem pelo meu rosto bronzeado,
Sinto-me quebrado, partido,
Um pesadelo? Uma dúvida.
O exterior se mostra familiar,
Mas o movimento me enjoa,
Uma porta se abre e adentro o mundo fantástico e curioso,
Vejo criaturas estranhas voarem pelos céus,
Por um segundo, tais são substituídas por dragões gigantes,
Fragmentos de memórias vem e desaparecem,
Algo ressoa entre elas...
O nuzlock ainda não começou.

Saúdo minha figura materna,
Adentro minha nova casa,
Criaturas musculosas carregam as bagagens de um lado para o outro,
Não parecem chegar a lugar algum,
Ignoro e prossigo ao meu quarto,
O único da casa inclusive, quem foi o lunático que cometeu tamanho erro de design?
Um Game Cube repousa no centro, sinto falta de um inexistente SNES por algum motivo,
O relógio de parede estava quebrado, como minha alma,
Na verdade não, apenas redireciono os ponteiros,
E o tempo volta a correr normalmente.
Algo parecia errado em tudo isso, o eco continua,
O nuzlock ainda não começou.

Saio da casa às pressas,
Sinto que o tabu precisa ser quebrado para que a história prossiga,
Seja lá o que isso significa.
Caminho em direção a saída da cidade,
Em busca de fugir de mim mesmo,
Mas na borda vejo um adulto sendo atacado por um espécie de cachorro,
Patético, meu olhar julgador vai de encontro ao dele,
Ele aponta para sua mochila atirada,
Nela havia três esferas vermelha e branca,
Eu atiro uma delas e de tal sai uma criatura alaranjada com semblante de galinha,
Ela arranha o cachorro, que desaparece rapidamente entre a grama alta.
O Nuzlock....o Nuzlock....

Brevemente memórias de vidas passadas brotam em minha mente,
O nuzlock acabou a muito tempo.
Todos foram para vala.
Dragões devoraram toda minha razão de viver,
E o mundo foi resetado.
Sinto-me quebrado, desespero,
Lágrimas de ódio e melancolia,
O sol do eterno dia as evapora.
O pesar das mortes fortifica o rancor,
Enquanto o conhecimento se acumula com as covas,
"Talvez dessa vez..." me iludo e motivo,
Com sua pá apoiada nos ombros, o coveiro prossegue sua nova jornada.

Poeta: Lucas Denom

Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top

Tags: #poesia