XVI


" Você tem que voltar... " As palavras de Charlie ecoavam na cabeça de Mark como um memorando enquanto ele e o promotor se dirigiam até o estacionamento do hospital.

Sabia que ele estava seguro, daquela vez não haviam janelas por onde um atirador poderia atirar, um médico e uma enfermeira de confiança do comandante da força policial estavam cuidando de seus ferimentos, ela havia selecionado os melhores agentes para protegê-lo. Assim como também estavam encarregados da segurança de Jimmy Ashford quando ele acordasse, o garoto assim como Charlie também não havia concordado com aquele plano louco criado por Mark e Jung. Também queria ir junto resgatar o policial Sampton.

Entendia tanto os sentimentos de Charlie quanto os de Jimmy, por que ambos temiam perder alguém. Mais Mark jamais se perdoaria se algo acontecesse aos garotos, ou se seu plano falhasse e mais pessoas morressem, por isso apenas pediu a Jung que os dois garotos não fossem juntos. Ainda podia sentir a dor do olhar triste e desesperado de Charlie,  o sentimento de ser traído e o medo em seus olhos, de sua voz pedindo que ele retornasse. Tinha prometido a si mesmo retornar.

__ Tem certeza que o que está fazendo é o certo? E se aquele garoto bater em você quando voltarmos? __ Perguntou o promotor quebrando o silêncio entre os dois. __ Vai mesmo deixá-lo sozinho ?

__ Não o estou deixando sozinho. Eu só não quero que ele se machuque novamente. __ Disse Mark e suspirou enquanto recarregava sua arma, colocou alguns pentes extras no bolso da calça e vestiu um colete por baixo da camisa. __ Não vou morrer promotor Jung. Eu ainda preciso levar aquele garoto me esperando para jantar.

__ Bem, você sabe o que faz. Se está determinado a isso não irei me intrometer. Apenas desejo que voltemos vivos disso. __ Disse o promotor enquanto temia pela própria vida. __ Eu também tenho alguém esperando que eu volte, e ele não vai ficar feliz se eu não levá-lo para almoçar amanhã.

__ É eu também. __ Disse Mark. Pensou em Charlie.

Com ele seguro poderia facilmente partir no encalço dos dois assassinos, e cumpriria a promessa que havia feito a ele. Estava com medo assim como Charlie, mais aquele era seu trabalho, tinha que fazê-lo.

Saindo do elevador ele cumprimentou alguns policiais que se dirigiam ao andar onde Charlie estava. Entrou no sedã preto ao lado de Jung, que conversava com alguém pelo celular.

__ Era o capitão? __ Perguntou ele enquanto colocava o cinto de segurança. Jung apenas negou com a cabeça.__ Quem era então?

__ Não, apenas meu namorado me cobrando um jantar. Se você acha que é o único em um relacionamento perigoso e complicado, ficará surpreso quando abrir seus olhos e ver o mundo. __ Disse ele e sorriu. __ E você e o senhor Hampton, como estão indo as coisas? A quanto tempo estão juntos? Não me lembro de você se abrindo a ninguém tão profundamente. Achei que sendo selvagem e frio o tempo todo jamais iria conseguir alguém. Agora vejo você e aquele garoto e penso, você não o sequestrou e o obrigou a nada não é mesmo? Cárcere privado e abusos são crimes.

A notícia de seu caso com Charlie havia se espalhado mais rápido do que esperava.

__ Bem. Digamos que ele me bateu e eu me apaixonei, depois quebrei seu coração. Estou tentando concertar as coisas agora. Depois que esse caso acabar terei que reconquistar meu garoto de novo. __ Respondeu ele timidamente. __ Isso se alastrou mais rápido do que o imaginado.

__ Nada passa despercebido aos olhos de Eiza Morales.__ Disse ele e sorriu ao mencionar a secretária de seu chefe. Mark a conhecia bem pra saber que seu nome era o novo assunto dos almoços e jantares de seu departamento. __ Ela gosta de uma boa fofoca durante o almoço. Há boatos até mesmo de que você e Hampton irão se casar.

__ Que imaginação Eliza tem.__ Disse ela e sorriu assim como o promotor.

__ Nem me fale.

Ele estava prestes a dizer algo quando alguém o chamou pelo comunicador.

__ Benny o que descobriu? Conseguiram rastrear os desgraçados?__ Aflito Mark ligou o carro quando Jung colocou o cinto de segurança e acenou para seus homem que os seguiam em um veículo logo atrás. __ E o apartamento dos dois suspeitos?

__ Não senhor, mais há algo que você precisa ver.__ Disse o agente. __ Os suspeitos foram interrogados. Eles estão limpos. Além disso, o senhor Noah e seu filho contaram um advogado, os dois estavam viajando no dia do crime no aquário, e estavam trabalhando no dia do atentado ao Policial Sampton. Estão limpos.

Desde o interrogatório de Jimmy e Thomas, o promotor havia conseguido uma autorização para investigar todos os inquilinos do prédio onde o policial Sampton vivia, mais não havia nada de estranho com aquelas pessoas, havia até mesmo alguns a ficarem assustados com a investigação. No apartamento dos suspeitos não havia nada que os ligasse ao crime, ou a algum assassinato. Com a excessão dos remédios para ansiedade e depressão do filho mais novo, não havia mais nada.

Todas as receitas médicas estavam em dia, até mesmo as contas em estavam em dia. Não havia nada de errado. Por isso os dois haviam sido liberados.

__ Droga. Voltamos do zero outra vez. Esses miseráveis se escondem bem. __ Disse Mark irritado.

__ O que aconteceu? __ Perguntou Jung.

__ Os desgraçados fizeram uma nova transmissão. Eles estão em um prédio velho, no terraço e exigem que as testemunhas se entreguem, caso contrário irão explodir uma das vítimas e jogar o policial Sampton na ponte.__ Continuou o agente pelo comunicador. __ Eles o amarraram a pedras. A divisão enviou um comboio para a ponte enquanto a patrulha aérea está fazendo a cobertura no prédio. Mais acabamos de descobrir que o assassino que está no prédio com uma das vítimas é apenas um capanga dos verdadeiros assassinos,  descobrimos que ele é um ex fuzileiro aposentado, e com sérios problemas mentais. A julgar por seu estado, sofreu lavagem cerebral. Esses desgraçados montaram um maldito exército de loucos.

Engolindo em seco Mark sentiu um calafrio e encarou o promotor Jung. Os assassinos tinham um terceiro comparsa, o que comprovava ainda mais as teorias formuladas por Charlie. Havia espiões na polícia.

__ Ok. Eu e o Promotor Jung estamos a caminho de onde o policial Sampton está agora. __ Disse ele e o encarou. __ Peça ao capitão Brusk que leve um atirador de elite e um negociador. Faça o que for, não podemos deixar aquele homem explodir aquela mulher. Eu irei lidar com nossos amigos na ponte.

Desligando ele guardou o comunicador e acelerou o carro, ultrapassando o sinal vermelho.

__ Vamos pegar os desgraçados.

Disse ele e tremeu ao virar uma esquina, ultrapassou alguns veículos. Pensou em Charlie. Pensou em sua promessa. Iria fazer justiça. Desviando de um carro, ele parou o veículo já impaciente e buzinou quando o sinal fechou, ao seu lado o promotor gritava impaciente com seus subordinados pelo comunicador.

__ Droga de sinal... Não avancem ainda, esperem por mim.

Resmungou ele e olhou pelo espelho retrovisor, seu coração acelerou ao observar um veículo se aproximar rapidamente de seu carro, gritou para o promotor que olhou para trás rapidamente.

__ Droga... __ Ouviu Jung dizer antes de um carro branco colidir contra o seu.

Fora tudo tão rápido, quando viu seu rosto estava indo em direção ao volante, pedaços de vidro tocaram seu rosto como pequenas agulhas, sentiu uma dor insuportável na testa, então tudo escureceu aos poucos enquanto Jung o chamava.

......

__ Você deve voltar....

O som de gritos e o cheiro de algo podre fizeram com que Mark despertasse, o rosto machucado, a cabeça sangrando em um lado, estava escuro e apertado onde estava. Engoliu em seco e sentiu os movimentos de um carro.

Estava no porta-malas de um veículo, as mãos amarradas, os olhos vendados. Tinha sido sequestrado. Lembrou-se de um veículo batendo em seu carro enquanto ele e o promotor Jung se dirigiam a ponte onde se encontrava o policial Sampton e os assassinos.

Era uma emboscada. Uma cilada. Pensou em Charlie, se pergunrou se o garoto estava bem enquanto tentava se mover, algo frio tocou seu rosto e fechou os olhos enquanto o carro balançava.

Se perguntou se o promotor estava vivo. Se também tinha sido sequestrado. Controlando sua própria respiração ele  inspirou profundamente antes de tentar soltar as mãos, sentiu os pulsos doer ao tentar se mover, os desgraçados haviam amarrado com força os nos, a menos que o soltasse seria impossível sair dali. Teria que esperar até que o veículo parasse, até mesmo suas pernas estavam amarradas.

Teria que esperar. Pensou em Charlie. Desejou que ele estivesse bem. Desejou está ao seu lado agora. Precisava se manter firme e voltar para o garoto.

⬅️♦️➡️

O som de passos do lado de fora do quarto onde Charlie estava o fez acordar, tentou se mover mais a algema prendendo sua mão o machucava, sentiu um calafrio quando a enfermeira entrou ao lado de um policial. Olhou  para o lado e percebeu que Jimmy ainda dormia, o pulso ainda preso a cama igualmente ele. Suspirou, olhou o relógio em seu braço e percebeu que passava das nove da noite.

Se perguntou como estavam as coisas la fora. Se Mark e o promotor Jung haviam chegado no local esperado pelos assassinos.

__ Ashford? Jimmy ? Você está acordado ? __ Chamou ele e esperou alguma resposta de Jimmy, mais o garoto apenas suspirou enquanto dormia. __ Droga...

Inspirando profundamente ele engoliu o gosto amargo em sua boca e se ergueu um pouco sobre a almofada. Xingou mentalmente o detetive por ele o prender ali daquela forma. Tocou o pulso dolorido e com alguns hematomas e olhou para Jinmy quando ele se moveu sobre a cama, parecia perdido em meio a um pesadelo. Chamou pelo policial Sampton várias vezes até ficar imóvel e em silêncio novamente.

Vendo-o agora, tão perdido enquanto dormia Charlie tremeu ao lembrar que Mark sempre o acordava quando ele tinha pesadelos. Queria ter ido junto com o detetive, queria saber como ele estava agora. Se perguntou se as vítimas também estavam bem.

Aquilo era sua culpa. Deveria ter se entregado antes que aquelas pessoas tivessem se machucado. Antes que o policial Gavin fosse morto e deixado dentro de um porta-malas. Antes que o policial Sampton tivesse virado uma vítima também. Se algo ruim acontecesse com o restante das vítimas jamais iria conseguir se perdoar.

Talvez, se entregar e morrer não seria tão ruim assim, tirando Mark, que havia voltado recentemente a sua vida, não tinha mais ninguém, já tinha perdido os pais, não tinha mais ninguém com quem podesse ficar além do detetive. E mesmo esse, parecia impossível perante o destino. Talvez fosse o destino. Sentiu as lágrimas queimarem sua visão ao se recordar do acidente que matara seus pais. Do cheiro dos corpos queimando enquanto ele assistia tudo ao ser jogado para fora do carro.

Ele foi arrancado de seus pensamentos quando ouviu a porta do quarto abrir e uma enfermeira entrar, ela segurava um buquê com rosas vermelhas, colocou as flores sobre o criado mudo ao lado da cama e ajustou a almofada.

__ Está sentido alguma dor senhor Hampton ? __ Perguntou ela quando ele se moveu. Aquela enfermeira, ele não a conhecia, até mesmo seus saltos e roupas não transmitiam o ar de alguém que trabalhava naquele lugar.

Sentiu um arrepio e por um momento ouviu um zumbido em seu ouvido. Como um sussurro agourento.  Espirrando algumas vezes ele coçou o nariz e olhou para o lado.

__ Sou alérgico a flores. Meu nariz está coçando.__ Disde ele e se moveu um pouco sobre a cama.__ De quem são essas rosas ? Do Detetive Chader?

__  Sim. Ele pediu que eu o entregasse antes de sair.__ Disse a enfermeira e sorriu, suspirou e o encarou.__ Ele parecia muito preocupado. Mais vai ficar tudo bem, logo logo tudo vai acabar.

Arrepios, a mulher lhe dava arrepios. Aquele monólogo, parecia um aviso ruim. Ainda sonolento, ele fechou os olhos, sua intuição lhe dizia que algo não fazia sentido naquele lugar, aquela enfermeira, sua roupa, e a agulha em sua mão, estavam lhe dando calafrios na espinha. Mais além dela havia algo ainda mais estranho. As flores, Mark sabia que ele era alérgico a flores, geralmente tinha coceira nos braços, d espirrava muito. Coçando a ponta do nariz ele continuou a olhar as flores, e pensou em Mark. Onde ele estava agora. Se estava bem.

__ Que estranho, ele sabe que eu não gosto de flores. __ Disse ele e olhou para o vaso com flores. Eram lindas rosas vermelhas. Mais o cheiro incomodava um pouco. __ Bem, obrigado. Enfermeira, poderia tentar acordar o senhor Ashford, ele estava tendo um pesadelo a algum tempo atrás. Sinceramente estou me sentindo solitário aqui dentro, gostaria de conversar um pouco com meu amigo.

__ Está bem. __ Disse a enfermeira e sorriu ao se aproximar de Jimmy, mediu sua temperatura com um termômetro, depois ajustou o equipo do soro e sorriu quando o garoto se moveu e abriu os olhos. __ Bem, ele está bem....

__ O que está acontecendo? __ Indagou o garoto ainda sonolento, fechou os olhos e abriu novamente e encarou Charlie. Por ser míope Jimmy tinha que espreitar os olhos para enxergar a sua volta. __ Por que estou preso ? Hampton é você?

__ Sim. __ Disse Charlie. __ Sou eu Jimmy. Também estou preso como você. O detetive Charder e promotor Jung nos deixaram para trás, foram tentar uma negociação com os assassinos. Mais ainda não retornaram. Eu sinceramente estou preocupado.

Fazendo as últimas anotações a enfermeira pegou a jarra com água e saiu da sala para buscar mais água. Sozinho ele se moveu sobre a cama e olhou para Jinmy que procurava os óculos sobre o criado mudo. Sentia que algo iria acontecer, ouviu o zumbido novamente. Como um alerta. E de repente como um aviso, ouviu um zumbido. A palavra perigo estava se formando em sua mente, mais foi interrompida quando Jimmy começou a se mover freneticamente sobre a cama de hospital.

__ Mova a mão para a esquerda. Isso.__ Disse ele e sorriu o garoto encontrou o óculos e o colocou sobre o rosto. __ Você ainda consegue abrir portas como abriu aquela porta do armário lá no aquário? Como daquela vez quando Sam perdeu as chaves dele? Você consegue?

__ Eu... Eu não... __ Disse ele e sorriu. __ Eu não me lembro de como fiz aquilo. Mas acho que consigo se eu tiver um grampo de cabelo.

Acenado que sim o garoto retirou um grampo do colar que usava e depois de alguns minutos conseguiu soltar a algema que prendia uma de suas mãos. Desceu da cama meio cambaleante e libertou Charlie. Era isso que passava na mente do garoto antes dele voltar para a realidade quando a algema fria tocou seu pulso. Pensar e fantasiar era mais fácil que tornar o ato real.

Xingando mentalmente Charlie inspirou.

__ Você vai fugir do hospital? __ Acho que os corredores estão cheios de policiais, e também aquela enfermeira estranha poderá voltado a qualquer momento.

__ Não. __ Disse ele depois de alguns minutos em silêncio e pensativo. __ Acho que só nos resta esperar.

__ Eu também acho. __ Disse o garoto e ficou em silêncio.

Aquela era a primeira vez que ele e Charlie conversavam por mais de cinco minutos. Talvez fosse o fato de estarem ali, presos e a espera de alguma notícia que podesse acalmar suas mentes e corações.

__ Eu só quero que tudo isso acabe logo e Spencer volte bem. __ Disse o garoto e voltou a se deitar. Tomou um comprimido quando a enfermeira retornou para o quarto com remédio e uma jarra com água.

__ É, eu também.. Só espero que Mark volte logo.__ Disse Charlie e inspirou cansado. Sentiu seu nariz coçar novamente e espirrou. __ Acho que vou pegar um resfriado. Você pode diminue a temperatura do quarto?

Perguntou para a enfermeira. A mulher apenas sorriu afetuosa, Charlie notou suas unhas, o caminhado, aquela mulher, estava lhe dando arrepios cada vez mais. Ela insistia que ele e Jimmy tomassem remédios, era como se esperasse por algo.

__ Sim. Irei fazer isso assim que você tomar o seu remédio.__ Disse a enfermeira e entregou a ele um comprimido e um copo com água.

__ Obrigado.__ Disse e sorriu. Colocando o comprimido na boca Charlie o colocou para baixo da língua e engoliu a água sentindo um pouco da amargura do remédio.

__ Descanse senhor Hampton. __ Disse a mulher e sorriu. __ Mais tarde eu volto para ver como você e seu amigo estão?

__ Está bem. Tenha uma boa noite.

Sorrindo gentilmente, ele inspirou quando a enfermeira deixou o quarto, olhou para as flores e pensou em Mark, cuspiu o remédio na mão e o jogou dentro do jarro de plantas. Se perguntou como ele estava indo em sua missão. E os assassinos, o que será que estavam aprontando. Só queria que aquilo tudo acabasse e ele pudesse voltar a sua rotina normal. Fechou os olhos sonolento.

__ Hampton... Hampton.... __ Despertou ao ouvir a voz de Jimmy totalmente em desespero enquanto se debatia e pedia que o soltassem. Charlie estava sonolento e imóvel, a visão turva, estava drogado, alguém havia injetado algo nele.

__ Cale a boca do garoto. __ Disse alguém e ele ouviu os gritos de Jimmy serem sufocados e depois de alguns minutos ele ficou quieto e em silêncio. __ Leve ele primeiro.

Sentindo um arrepio, ele ouviu a porta abrir e passos saírem, depois virem em sua direção, tentou abrir os olhos mais estava sonolento, o corpo pesado, tentou enxergar a pessoa mas sua visão estava embaçada, sentiu o cheiro de um perfume doce quando alguém se aproximou de seu rosto e beijou levemente sua face.

__ Mark... __ Sussurrou e sorriu, ele havia voltado, o que significava que tudo havia acabado bem. Se perguntou se os assassinos estavam presos. Queria muito vê-lo, mais  o sono e o efeito do calmante o impediam. __ Você voltou.

__ Sim, baby.__ Aquele não era Mark, concluiu ele. O cheiro, a barba por fazer, as mãos frias. Ele só pensava que era seu namorado por causa do efeito do remédio. Ele estava alucinado.

__ Não. Não... Mark...

__ Você vai vê-lo em breve e ficarão juntos no paraíso. __ Ouviu alguém dizer próximo a seu ouvido e lágrimas rolaram no canto de seus olhos.

Prendendo a respiração Charlie tremeu e tentou gritar quem quer que estivesse no quarto tapou sua boca com a mão enquanto acariciava seu rosto. Tentou se mover mais era como se estivesse perdendo suas forças, seus músculos pareciam paralisados, sentiu seu coração acelerar quando a pessoa sorriu. Não conhecia aquela voz.

__ Querido, você acha que pode escapar de mim. Eu peguei seu querido policial, agora vou levar você.

Tentando se mover, Charlie ouviu mais passos entrarem no quarto, sentiu seu corpo ser colocado em outra maca, mesmo imóvel e com a visão turva ele pode ver que estava sendo levado até o estacionamento do prédio, ouviu o som de  uma porta sendo aberta, algo perfurou seu braço e ele sentiu quando um automóvel começou a si mover.

__ Quem... é... você? __ Conseguiu dizer e sentiu uma mão macia e quente tocar seu rosto.

__ Em breve você saberá meu bem.

....

Acordando de repente Mark gemeu ao se mover, olhou para o lado e tremeu ao notar o policial Sampton amarrado a uma cadeira, os olhos e a boca vendados, assim como ele. Engoliu em seco ao ouvir o som de cirenes e o barulho de uma explosão.

De repente dois homens vestidos em roupas pretas entraram na sala acompanhados por dois sujeitos armados. Ele reconhecia bem os dois homens parados a sua frente. Um era mais velho que ele, era alto e forte, o cabelo ainda com porte militar, a barba rala, agora estava feita, lhe dando uma aparência bem mais jovem que a sua, a perna a qual vira mancando antes agora estava nova em folha, ele estava acompanhado por um jovem entre 29 a 31 anos, um pouco mais baixo que ele, os cabelos negros, vestia um terno azul, e segurava uma arma.

Já tinha visto aquele garoto antes. Durante o depoimento das testemunhas do prédio onde o policial Sampton morava. Aqueles dois homens, eram os vizinhos do policial e de Jiimy Ashford. Eram Noah Nelson Stones, e seu comparsa, Allan Stones. Ambos não eram pai e filhos como diziam ser, eram na verdade dois farsantes, dois assassinos frios e sanguinários.

__ Sampton... Policial Sampton.__ Chamou ele mais o homem não se moveu.

__ O polical Sampton não pode ouvi-lo. Ele está dormindo. __ Disse um dos homens. Noah, diferente do mais velho não era muito paciente.

Ouviu passos vindo atrás de si e tremeu quando uma mão fria tocou seu ombro. Era a mão dr Allan.

__ Eu dei algo pro policial e ele dormiu. __ Continuou Noah.

__ Que bom que você acordou detetive. __ Disse uma voz antes de uma venda ser colocada em seus olhos. Tentou se mover mais não conseguiu. __ Nos vamos dar um passeio e você e o policial Sampton são nossos convidados.

__ Quem são vocês? __ Perguntou ele.__ Por que estão fazendo tudo isso?

__ Daqui a algumas horas você saberá. __ Disse o homem. __ Você e seu namorado Charlie Hampton, vocês vão se ver em breve.

__ O que vocês querem? __ Indagou Mark e sorriu friamente. __ Vão me matar como fizeram com aquelas mulheres? O que há, vocês bandidos de merda, não gostam de pessoas felizes? Tem suas vidas deploráveis a ponto de massacrarem uma pessoa feliz? São mesmo uns filhos da puta loucos.

Soltando uma risada curta e fria, um dos assassinos avançou sobre o detetive e o socou no rosto, enquanto gritava e xingava. Pelo visto, Mark havia ofendido o homem, ainda rindo e sentindo o gosto amargo de sangue em sua boca ele sentiu quando uma mão fria tocou a parte de trás de seu pescoço.

__ Eu simplesmente os matei por que eram insetos. Pessoas cuja a vida não tinha importância alguma pra mim e para meu parceiro aqui. __ Disse o homem em um sussurro proximo ao ouvido do detetive __ Eu adorei matar, eu adoro isso. Quando eu estripar seu namorado na sua frente, vou abusar o corpo dele, e depois eu vou torturar você antes de separar sua cabeça do corpo, polícial.

Deixando escapar uma risada fria e maliciosa, Mark balançou a cabeça. Qualquer pessoa em seu lugar teria ficado horrorizado, teria se borrado, mais ele  não se intimidava assim tão fácil, ele mesmo já havia matado e feito coisas ruins quando jovem, talvez fosse poderia ser mais cruel até mesmo que aqueles dois assassinos. Mais isso não significava que os deixaria livre para cometerem crimes, principalmente quando Charlie estava em risco. Ele precisava protegê-lo.

__ Que tal um último pedido ? __ Disse ele descaradamente.

__ E o que você quer agora? __ Disse um dos homens.

Sorrindo ele inspirou profundamente.

__ Nada em particular. __ Continuou ele. __ Só quero que vocês morram. E um cigarro, eu preciso de um cigarro.

__ Seu senso de humor detetive, eu gosto disso. __ Disse Noah. __ Formariamos um ótimo trio de amigos. É uma pena que você siga as leis.

_

_ Dispenso, já sou comprometido. __ Disse ele.

__ É mesmo um grande desperdício.

Disse o garoto antes de começar a sorrir como louco.

__ Por que não encontramos suas digitais antes nas cenas dos crimes ? Como conseguiram enganar a todos esse tempo todo?__ Indagou Mark friamente.

__ Ora, eu sou um ex-militar, tenho meus truques. Ah é, caso não saiba eu tinha pessoas infiltradas no seu departamento, na promotoria e até mesmo entre os seus amigos. __ Disse Noah e apontou para dois jovens parados em um canto. Eram os novos recrutas de seu departamento. __ Seus homens eram meus homens. A policial Jones, pobre leine, tive que me livrar dela quando ela ameaçou se entregar. Garota perturbada. Serviu ao seu capitão.

__ Não esqueça do policial Denzel, embora ele não trabalhasse pra mim, ameacei matar sua esposa e filho. Mais ele escolheu morrer. __ Disse Allan friamente e sorriu. __ Enquanto despistavamos você e a policia, com provas e teorias falsas, também tínhamos o policial Sampton e Ashford por perto. Sempre estivemos a par de toda a investigação, e por um momento, por um breve momento vocês quase nos pegaram. Mais vocês focaram apenas em Ashford e esse foi seu erro.

__ Ainda vamos pegar vocês seus desgraçados. __ Disse Mark e sentiu seu rosto arder quando um tapa lhe acertou na face novamente. __ Eu irei enfiar uma bala na sua cabeça.

__ Calado. Você não está no direito de ameaçar ninguém. Vai morrer em breve. Você e aquele mergulhador. __ Disse Allan.

__ Tragam eles para baixo.

Sentindo uma picada de agulha em seu braço, Mark xingou irritado quando sua visão começou a escurecer. Pensou em Charlie. Só queria que ele estivesse bem.

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Quando Jung acordou, era tarde demais, o detetive Mark já havia sido levado pelos assassinos. A última coisa que recordava era de seu carro sendo atingido por um outro veículo maior, enquanto ele falava com seu assistente.

Depois de acorda, ele ficará sabendo por seu próprio pessoal que tanto todas as quatro testemunhas do caso Ana Potter haviam sido levadas pelo inimigo, que agora exigia uma grande quantia e passaportes para saírem do país. Entanto estava inconsciente por algumas horas, seu pessoal finalmente haviam conseguido as peças que faltavam do caso, no início ele pensara que os verdadeiros culpados eram Jimmy Ashford, por sua dupla personalidade e o policial Sampton por cumplicidade, ambos os dois homens estavam presentes no dia da morte da mergulhadora. E Jimmy por gostar da jovem era um provável suspeito, ele poderia muito bem ter se vingando da jovem quando ela o recusara.

Spencer por amá-lo poderia ter acobertado seus erros. Ele também havia pensado o mesmo de Charlie e Mark. Ambos os dois casais eram suspeitos. Ele também havia conseguido descobrir os informantes da dupla de assassinos, e conseguido as informações sobre os verdadeiros culpados por trás daquela investigação. Dentre os informantes, estavam dois de seus assistentes, a policial que havia sido encontrada multilada em seu apartamento, onde o principal suspeito fora Thomas Ashford, o policial Denzel, cujo os assassinos haviam ameaçado matar sua esposa e filhos.

Mais o que ninguém esperava era que os assassinos estivessem por perto o tempo todo, sempre desconfiara que havia algo de errado com um de seus superiores, e depois de descobrir que o mesmo havia sido morto e que alguém se passava por ele o tempo todo, aquilo deixará furioso. O desgraçado estava desviando a atenção da polícia, e tentando incriminar o policial Sampton e seu namorado.  Como seus planos não iam bem o mesmo ordenara a morte do policial e do garoto.

Sempre fora dois assassinos, um perseguia Mark e o mergulhador, enquanto outro vigiava de perto o policial e o garoto. Os miseráveis haviam até mesmo implantado provas falsas. Mais a justiça prevalece sobre o mal, os dois haviam falhado e agora iriam pagar por seus crimes. A mídia havia sido informada e agora os retratos dos verdadeiros assassinos do aquário estavam em todas as estações de TV e jornais. Ambos pegariam prissão perpétua.

As pessoas antes aterrorizadas, agora estavam maus tranquilas, a polícia tinha a localização dos assassinos, e em breve prenderia os culpados. Mais ainda assim ele e seus homens estavam sendo pressionados, pois os superiores queriam um fim para aquele caso. Sua carreira como promotor estava ameaçada.

__ Eu quero esses desgraçados mortos. Eles mataram o comandante Hauss, e tentaram matar vários dos nossos incluindo eu. __ Disse ele enquanto colocava a foto de Zane e Leon, os verdadeiros assassinos sobre uma mesa. __  Não se enganem por sua aparência bondosa e dócil. Zanetti Bouden, ele está aposentado mais entende muito bem de armas 2 bombas, e também de infiltração, o desgraçado estava se passando por um dos nossos superiores esse tempo todo. Ele também assassinou e se livrou do corpo de um senhor aposentado e de seus três filhos mais novos em um prédio para vigiar o policial Sampton e seu namorado Jimmy.

Pegando uma segunda foto ele colocou ao lado da primeira e inspirou.

__ E este é seu cúmplice, que para uns pode ser um estudante universitário, um nadador experiente, um policial, mais na verdade ele é um assassino sádico e insano, que não escolhe quem vai matar, e além disso sofre de transtornos bipolares e psicológicos. Um verdadeiro sociopata. Ele nos fez correr atrás de Jimmy Ashford somente por ele ter dupla personalidade. __ Continuou Mark e tocou o ferimento em sua testa. Estava com um dor de cabeça horrível. __ Esses miseráveis nos fizeram correr atrás do próprio rabo. E agora vamos fazê-los pagar. Eu quero toda a polícia, todos os nossos agentes atrás desses doentes miseráveis.

__ Certo, senhor.

Dizeram seus homens em uníssono enquanto ele guardava sua arma. Queria prender os assassinos e salvar Mark e os outros.

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