𝐔𝐦 garoto 𝐔𝐦𝐚 sombra
Olá, é estranho escrever isso, mas vou me sentir melhor se fizer. Então aproveitem o que minha mente fantasiou.
༄
𝐓aehyung era diferente.
Mas o diferente era bom quando, no seu caso, pessoas do seu vilarejo o desprezavam por isso?
Ninguém sabia, nem ele mesmo.
O único conhecimento que lhe abrangia era sobre aquela sombra de si mesmo. Sobre ela ser insuportável por não fazer nada além de o seguir.
Entretanto, aquilo tinha um propósito.
Ele só não sabia qual.
O Kim se encontrava no lago mais uma vez naquela manhã, esperando algum peixe fisgar o anzol que lançara ás águas. Tinha que arranjar sua própria comida já que os moradores do vilarejo não vendiam mantimentos para si, com a desculpa fajuta de sentirem medo. Medo que sua "doença" também os infectasse.
Estava tão concentrado em pescar que mal notou quando uma sombra apareceu ao seu lado.
— O que eu disse sobre nosso distanciamento de 10 metros? — disse Taehyung, ainda olhando para a água. A sombra apenas o encarou, com uma expressão de "você sabe porque estou aqui".
O Kim suspirou, fechando os olhos por alguns segundos e abrindo-os novamente, virando-se para a imagem escura ao seu lado.
— Sugue minha energia e vai pro' outro lado do lago. — a sombra apenas fez o que foi ordenado, sem pestanejar.
Não é como se Taehyung o odiasse. Só se sentia frustrado já que por conta da sombra, as pessoas o achavam louco. Ou pior... doente. Ele até tentava ignorar este fato e conviver facilmente consigo mesmo e com as pessoas, mesmo que estas o detestassem.
Todavia, sabemos que nada é fácil nessa vida.
A sombra se alimentava de sua energia duas vezes ao dia. Era assim que ele conseguia mantê-la, mesmo sem entender o porquê de fazer tal coisa já que ela lhe causava tanta desgraça.
Mas ele sabia. Tinha um propósito, só não sabia qual era.
༄
Depois de um tempo, Taehyung finalmente conseguiu pegar um peixe, decidindo voltar para sua casa que se localizava perto do lago e terminando os preparativos para o almoço, já que faltava apenas a proteína para completá-lo.
Mesmo morando sozinho, preparava a mesa como se fosse receber uma visita inesperada a qualquer momento. Não que fosse impossível, mas era difícil continuar tendo esperança nisso com todas as circunstâncias. Bastou que se sentasse à mesa para que a sombra aparecesse e se colocasse também na cadeira logo à sua frente.
Sem um propósito sequer, apenas estava ali.
— Soube que o cachorro da senhora Lee "fugiu" novamente, pela manhã. — disse Taehyung, calmamente, enquanto arrumava seu prato em sua frente. — E sei que foi você.
A sombra, ainda olhando para si, encolheu-se na cadeira com medo da reação do Kim pelo ato.
— Não estou bravo com você, sei que é seu modo de diversão. — o garoto continuou, sorrindo levemente, fazendo a sombra sorrir também por saber que, pelos menos naquilo, não tinha o chateado. — Você está quieto...Fale. Ande, sei que tem coisa aí. — disse, assim que terminou de arrumar seu prato e começar a devorá-lo. Estava faminto, tinha passado um bom tempo no lago tentando pescar contando o fato de que ninguém havia o ensinado a fazer aquilo, apenas observava os pescadores locais e tentava fazer igual. — O que foi? — assim que não obteve respostas, parou de comer e olhou para sombra à sua frente.
— Chegou a hora. — disse a sombra em sua mente, já que esse era o único jeito de se comunicarem.
— Chegou hora de quê? Seja mais específico, Suk.
Sem entender, Taehyung perguntou. O garoto nomeou sua sombra quando tinha 9 anos, afinal, era chato ficar o chamando apenas de "sombra" o tempo todo. Então deu-lhe o nome de Suk, que significa imóvel ou sem movimento.
— Da escolha do seu destino, oras. — disse Suk, chocado pelo Kim não lembrar de uma coisa que já deveria ter pensado em qual seria a sua decisão.
— A maldição...é claro. — saltando uma pequena risada em seu rosto, pegou o copo com suco de framboesa frente a si e lhe deu um bom gole. — Então quer dizer que devo escolher meu destino depois de já ter vivido todo esse tempo sozinho?
— Não totalmente sozinho...mas sim. Você deve que escolher seu destino antes dos 20 anos.
Taehyung fora amaldiçoado quando invadiu a casa de um bruxo, com seus 7 anos, após correr sem rumo por minutos quando descobriu que seus pais haviam morrido em um naufrágio. Os Kim mais velhos eram piratas e por isso faziam muitas viagens pelo litoral, mas não levavam o filho junto por acharem que o mais jovem era novo demais para tal coisa.
O choque da notícia foi muito para o pequeno, que só queria reencontrar os pais após a viagem de 3 meses no mar. Então, assim que viu a primeira casa adentre a floresta, entrou. O problema foi a casa pertencer a um feiticeiro que, para piorar, tinha uma "dívida" com o seu pai falecido.
Pobre criança, mal sabia onde tinha se metido.
— Já falei que essa escolha deveria ter sido do meu pai. — suspirou e continuou a dizer. — Então, por que ele insiste que isso tem que ser feito por mim?
— Porque foi uma promessa e os bruxos não deixam uma promessa passar sem ser cumprida.
Assim que terminou seu suco, Taehyung levantou-se e foi para sala. Fugindo - como todas as vezes - do assunto que mais o incomodava.
— Eu sei que queria que seu pai fizesse essa escolha e não você. Mas tem que ser feito, Taehyung. Isso vai mudar tudo. — disse Suk, se aproximando e sentando ao seu lado.
— Mas será que o "mudar" é bom?
— Vamos descobrir. — disse, sorrindo levemente e olhando para o garoto ao seu lado.
— Não me olhe desse jeito. — falou, rindo junto. — Quando vai ser?
— Daqui a três dias... então é melhor ir se preparando.
— Obrigado pelo conselho.
𝐓𝐫𝐞̂𝐬 𝐝𝐢𝐚𝐬 𝐝𝐞𝐩𝐨𝐢𝐬
Logo pela manhã, Taehyung e Suk já se encontravam em frente ao lago. Lugar onde fora marcado o encontro com o bruxo.
— Quando ele vai chegar? — perguntou Taehyung, ansioso.
— Eu não sei, não tenho contado com ele desde a vez que você o viu. Que foi...quando tínhamos 7 anos.
— Pensei que vocês pudessem se comunicar.
— Eu sei que pensou. Sou sua sombra, Taehyung. Mas não, ele nunca fez tal coisa.
Depois de exatamente 2 horas, o bruxo finalmente chegou ao encontro de ambos. Saem, como gostava de ser chamado, não ligava muito para horários, chegava sempre nos lugares quando bem queria. E isso fazia com que seus clientes sentissem raiva de si.
Porém, quem disse que ele ligava para isso?
— Vocês chegaram cedo. — disse o bruxo, saltando uma risada de deboche.
— Ou você que chegou atrasado. — sem paciência, Taehyung disse.
— Hum... verdade. — depois de uma olhada no garoto a sua frente, continuou. — Você cresceu bem, mesmo sem os seus pais.
— Não fale deles!
— Certo, desculpe. Eu esqueço como isso lhe afeta mas... já deveria ter se acostumado com a dor.
— Eu já me acostumei com muitas coisas.
— Imagino que sim. — comentou, olhando agora para Suk que estava logo atrás de Taehyung. Sabia que a sombra estava amedrontada. — Por que sente medo se sabia que ia acontecer? — disse Saem para Suk, em mente, que o olhou com os olhos arregalados — Não tema minha criança... sua liberdade está próxima.
— Como vai acontecer? — Taehyung, estranhando aquela troca de olhares, perguntou.
— É simples. Você fará tudo o que eu disser até o momento da escolha do seu destino. — disse, começando a se aproximar do lago.
— E quais são as minhas escolhas?
Parando o caminhar, virou-se para o menino ansioso
— Você é quem determina isso, minha criança.
Confuso, Taehyung apenas seguiu o bruxo agora mais perto do lago, com Suk logo atrás de si.
— É simples. Essa escolha deveria ter sido do seu pai pela dívida que ele tem comigo. Porém, infelizmente isso não será possível. Então cabe a você, sendo o único filho dele, realizar. Por isso, você terá uma chance e dois destinos. Então pense com sabedoria.
- Certo...
Observando melhor Taehyung, percebeu seu nervosismo assim como em Suk, mas não havia o tão comum medo no garoto como havia na sombra... estranho.
— Aproxima-se minha criança, para que eu possa descobrir qual será seus dois destino através do que viveu até hoje.
Meio receoso, Taehyung aproximou-se melhor do bruxo e estendeu seu braço para que o mais velho pudesse tocar em sua mão quente e áspera. Bastou um período de tempo curto para o bruxo finalmente descobrir os dois destinos do garoto e mandar este aproximar-se das águas geladas do lago.
— Seu primeiro destino está localizado no reino de Todala, ao Sul. Lá você irá encontrar o que seus pais deixaram para você. — com Taehyung de costas para si, prosseguiu. — Seu segundo destino está nos oceanos, no mais profundo deles. Haverá um barco para isso, mas terá que navegar até encontrá-lo.
— Espera! Essas escolhas são referentes aos meus pais, não a mim. Eu não sou um pirata como eles eram. Não sei navegar em um oceano. — Virando-se, Taehyung indaga, indignado.
— O seu destino irá orientá-lo, então não se preocupe. — suspirou e continuou. — Não é como se gostasse de viver aqui, creio que no mar será melhor para si. Essas pessoas menosprezam você, acham que é maluco e insano. Então, pra' quê continuar vivendo assim? Não faz sentido, Taehyung. — pensativo, o garoto não diz nada. Saem continua. — Vá. Não há mais nada para você aqui.
Com isso, o Kim correu para casa e arrumou suas coisas o mais rápido que conseguiu. Suspirou, juntou tudo o que podia e conseguia e já do lado de fora, deu uma última olhada na pequena casa que construiu com a ajuda de Suk.
Até nunca mais.
— Pensei que tivesse fugido. — Saem proferiu, sorrindo, observando o garoto aproximando-se com três bolsas.
— Não tenho muita escolha para isso, tenho?
Depois de alguns minutos, um barco apareceu logo à frente onde estavam e o garoto reconheceu assim que o viu. Olhou atônito do barco para o bruxo ao seu lado, chocado.
— O barco dos meus pais...Como?
— Não foi difícil de achar, mas agora ele é seu.
Taehyung aproximou-se e tocou na lateral do barco, sentindo a textura da madeira já desgastada. Colocou suas coisas no veículo marítimo e voltou seu olhar para o homem atrás de si, indo falar a última vez com bruxo.
— Obrigado pelo barco, acho que nunca teria encontrado.
— Eu sei que não... Mas agora precisa ir. Antes que as águas do oceano fiquem fortes demais por causa da maré.
O Kim assentiu, se despediu de Saem e adentrou o barco para começar, enfim, sua jornada.
Entretanto, antes que sequer pudesse perceber uma movimentação estranha ao estar imerso pelas lembranças antigas daquele navio amadeirado, perdeu o momento em que Saem encarava Suk, lhe falando em mente o que deveria ser dito antes da partida de ambos.
— Sabe o que tem que fazer. É sua única chance.
༄
Taehyung havia escolhido o caminho do reino de Todala, já que era um lugar que sempre quis visitar. A jornada seria longa, mas era seu destino, tinha que ir mesmo com receio de algo que não sabia explicar o que era.
Era um sentimento parecido com... medo?
Talvez. Mas não estava preocupado com aquilo, ainda.
— Suk? — Chamou a sombra, que ainda não tinha dado as caras. Não obtendo respostas, andou até a parte de trás do barco e ali olhando para o mar, encontrou Suk. Parecia que não estava naquele plano, pelo menos não a sua mente. — Suk? — chamou novamente, tentando acordar a sombra de seu transe.
— Preciso dizer uma coisa a você. — disse Suk, ainda olhando para o mar.
— Fique à vontade para iniciar, mas olhe para mim. — não respondeu de imediato, mas virou-se para o garoto ao seu lado como lhe foi pedido, olhando profundamente naqueles olhos cor de mel.
Pensando em como iniciar aquela conversa.
— Eu...Eu menti para você. — com a voz falha e os olhos ainda conectados aos de Taehyung, continuou. — Menti quando disse que só tinha encontrado o bruxo hoje, desde muito tempo.
— Como assim? Vocês tinham se encontrado antes? — estava confuso, mas já sentia que a sombra escondia algo de si. Será que a sensação de medo era por isso?
— Sim...porque ele queria me fazer uma proposta.
— Que proposta?
— De ser livre.
— E você não é? Sempre dizia que estava satisfeito com o que eu fazia para você. Quando disse que queria morar afastado da civilização por causa do seu medo das pessoas, eu aceitei e fomos morar na floresta. Sempre deixei você livre por lá, só o chamava quando dava a hora de comer.
— Não Taehyung. Eu não tinha medo das pessoas, só não gostava do jeito que elas tratavam você por minha causa. Por isso pedi que a gente se mudasse para a floresta e você aceitou sem nem pensar, porque isso era o que você queria, só que não dizia. Tudo que você pensa eu vejo, então não precisa esconder mais isso.
— Então, todas as sugestões que você me deu um dia não foi porque você quis, mas sim... foi porque eu quis. — olhando para o mar, Taehyung disse.
— Entende que tudo foi a sua vontade e nunca a minha? É por isso que eu quero ser livre, Taehyung. Sendo a sua sombra, eu não consigo fazer minhas vontades e minhas escolhas a não ser que sejam as suas. Então por favor... entenda-me.
Suk não estava errado e Taehyung sabia disso. Ele percebia o afastamento que eles estavam tendo com o tempo, não eram mais como na infância.
A ligação que tinham estava sumindo e isso preocupava os dois.
Taehyung também sentia o desejo da sua sombra de ser livre. Conseguia sentir sem precisar fazer esforço. Mas seria difícil deixá-lo partir, já que Suk é sua única família desde a morte de seus pais.
— Tem um "porém" na conversa que teve com o bruxo, não tem? — depois de um tempo, continuou com a conversa que estava o destruindo lentamente.
— Tem...
— Diga de uma vez, Suk. Eu estou cansado.
Me desculpe pelo o que fiz, Taehyung...
— "A liberdade de uma sombra, tem um preço a pagar. Uma alma em troca de uma nova"...
Por um tempo, Taehyung não conseguiu processar o que lhe foi dito. Mas agora pensando com mais calma...não podia acreditar naquele absurdo. Sua sombra o sentenciou à morte?! Depois de tudo que ele fez por Suk?!
— VOCÊ FICOU MALUCO, SUK? QUER DAR A MINHA ALMA EM TROCA DA SUA? — dando passos para trás, Taehyung gritou com toda força que tinha. Não conseguia reconhecer Suk naquele momento, o garoto doce que era seu amigo desde sempre não estava mais ali.
— EU QUERO VIVER TAEHYUNG! TER MINHA VIDA, A MINHA HISTÓRIA. MAS NÃO VOU CONSEGUIR ISSO SENDO A SUA SOMBRA!
— Só que você se esqueceu que ainda é minha sombra, porque EU escolhi que continuasse sendo. Eu podia matar você também, o bruxo não lhe contou isso? — soltando uma gargalhada, continuou. — Claro que não contou, garoto ingênuo.
— O quê?
— Exatamente. E mais. Se eu morrer, você não pode pegar minha alma pois somos um só, Suk. Ele mentiu pra' mim e pra' você. Tentou me enganar, mas acabou sendo enganado no meu lugar.
— Não, não.... NÃO! — Suk andava em círculos sem saber o que fazer. O bruxo havia o enganado. Bastou essa notícia para que sua única esperança de ter uma vida normal morresse.
— Agora você deve entender o porquê de se alimentar da minha energia. Sem ela, você desaparece. — ainda olhando a sombra andando em círculos, entrou na frente deste e continuou. — Você é a minha maldição, mas nunca o vi dessa maneira. Mesmo às vezes eu pedindo o distanciamento de 10 metros, ainda o considerava como um irmão. Você era minha família, droga! Então por que estragou isso por uma liberdade que não pode ter?!
— Porque eu pensei que podia! Eu não queria trair você, Taehyung. Só queria ter a minha vida como você tem a sua, não é difícil de compreender.
— Realmente não é... — suspirou, olhando para baixo, logo levantando o olhar novamente para continuar seus questionamentos. — Mas o que vai fazer agora? Me matar e depois ter sua "liberdade" que é a morte também? Me diga, estou curioso.
Olhando firmemente para Taehyung, Suk pensava qual seria seu próximo passo. Não podia deixar-se enganar novamente
Mas quem estava dizendo a verdade?
Era confuso demais, e precisava tomar uma decisão logo. Com isso em mente se lembrou das poucas palavras do bruxo sobre o assunto:
"Não deixe ele fazer sua cabeça, com certeza vai dizer que isso é impossível de acontecer. Mas confie em minhas palavras criança. Traga a alma de Kim Taehyung e eu lhe darei uma vida."
E assim ele fez. Empurrou Taehyung e correu para alcançar uma espada que tinha em um baú próximo onde eles estavam. Como era um barco de piratas, tinham muitas armas à sua disposição e de espada empunhada, voltou-se para o garoto caído e tentou acertá-lo. Taehyung foi mais rápido e desviou.
— Consegue pegar os objetos? — sorriu levemente. — O bruxo realmente pensa em tudo, permitiu até que tocasse nas armas e mesmo com isso não consegue enxergar que ele armou tudo.
— Para de falar! — assim que disse, avançou novamente em Taehyung. Este conseguiu desviar outra vez, mas teve seu braço arranhado.
— Pare com isso! Vai matar nós dois!
— Não, vai matar você! — com a distração de Taehyung, conseguiu acertá-lo em cheio na barriga, fazendo o garoto cair de joelhos no chão.
Após encarar a cena e perceber o que tinha feito, Suk voltou a lucidez em um tapa. Mas já era tarde. Decaiu junto, vendo ali a pessoa que mais amava e considerava como irmão, tendo seus últimos minutos de vida. Isso o fez agachar e tentar tirar a espada da região que foi atingida, mas Taehyung o impediu.
— N-não toque! Vai acabar pi-orando...
Deitou seu irmão em seu colo e começou a chorar como uma criança desesperada em busca de sua mãe. Não podia ter realmente feito aquilo.
— Me desculpe, meu irmão. Eu não queria que resultasse nisso, me perdoe!
— Shh, tá tu-tudo bem... v-você fez sua escolha. E-eu te amo, me-meu irmão.
— Eu também te amo, meu irmão. — inclinou-se e beijou sua testa, mesmo que não pudessem sentir, sabiam que tal ato estava acontecendo.
Ficaram naquela posição até Taehyung soltar seu último suspiro, Seu último suspiro do mundo que um dia lhe deu boas vindas.
Suk não conseguia tocar mais em Taehyung e isso o desesperou, mas depois lembrou-se que ele não estava mais ali para que isso acontecesse. Kim era o único que conseguia tocar e este sempre falava que seu toque era muito especial para ser feito em qualquer um. Riu com a lembrança, e lembrou-se também que tinha uma alma a entregar.
Porém, assim que levantou sentiu-se estranho. Era como se a energia de seu "corpo" estivesse se dissipando. Não conseguia andar, então acabou caindo no chão e foi aí que olhou para suas pernas.
Elas estavam...sumindo?
Não sabia o que estava acontecendo consigo, até se lembrar das palavras de Taehyung.
"se eu morrer, você não pode pegar minha alma pois somos um só, Suk"
— Não, isso não pode acontecer! — tentou levantar, mas suas mãos também estavam sumindo. Começou a chorar novamente, pois ali percebeu que seu irmão sempre disse a verdade.
Ele não pode viver sem Taehyung.
Isso quebrou o que ainda não estava destruindo dentro de si. Seu último suspiro foi olhando para o céu, ao lado de Taehyung.
Dois irmãos mortos um pelo outro.
Dois garotos que foram enganados e que agora navegariam com seus corpos sem alma até o abismo sem fim.
"O destino ajuda a crer que existe uma ordem para tanta merda, mas as vezes ela vem em forma de morte" - Gerald , um bruxo (The witcher)
FIM
Não sei se ficou muito bem entendido, mas os dois garotos são a maldição um do outro.
O Reino de Todala é do livro "Destruidor de Mundos" da Victoria Aveyard ❤
Bom, é isso kkkk é uma oneshot, então não vai ter mais capítulos e nem uma continuação :( sorry nenéns
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Obrigada pela sua leitura, borboleta 🦋💜
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