Prólogo

Era uma noite escura, sem luas e nem estrelas. Podiam-se ver apenas nuvens de tempestades ocupando todo o céu. A única iluminação que vez ou outra aparecia vinha dos relâmpagos. Fortes trovoadas intercalavam com o som das gotas de chuva que caíam fortemente na terra e no oceano. Ondas imensas eram vistas a partir da praia e para um observador mais atento, era possível ver mais ao longe pequenas embarcações que se chocavam contra um rochedo. Partiam-se facilmente e desmanchavam-se feito papel na água.

Apenas três pequenos barcos conseguiram escapar da fúria do mar e aportar seguros na praia. Dos tripulantes que ainda restavam vivos dos terríveis naufrágios, um homem se destacava. Ele nadava furiosamente, tentando se distanciar da parede de rochas e chegar à praia. Mas era uma missão quase impossível, ainda mais com uma mulher inconsciente segura em seus braços.

Outro homem que nadava ao lado do amigo observou a cena perplexo.

− Solte-a, Alessandro! Vai morrer também se não abandoná-la! ­− bradava o amigo desesperado. Ele estava com um profundo corte na lateral do rosto, quase atingindo seu olho direito e apesar de não estar carregando ninguém, mal dava conta de se manter na superfície. Não estava obtendo muito progresso e apenas evitava se chocar contra as rochas. E sabia que o amigo, apesar de mais resistente do que ele, não estaria em uma condição tão boa de salvar sua esposa e ele mesmo daquela situação.

− Eu não vou soltar a minha mulher! Se for para morrer, que morramos juntos então! ­− Alessandro já estava ficando sem forças para resistir por mais alguns minutos e tanto ele quanto os outros tripulantes que restavam vivos não conseguiam se distanciar das rochas. Porém ele não queria desistir da única coisa que ainda o mantinha vivo depois de tudo que já havia perdido.

Uma corda com uma pequena boia foi atirada próximo ao ombro direito de Alessandro. Ele ouviu um grito abafado ao longe, mas a fúria dos trovões era tamanha que não distinguiu o que era e nem precisava. Ele e os outros tripulantes se agarraram à boia ou a corda, que prendia a ela, enquanto eram resgatados da fúria da natureza.

Os homens de uma embarcação ao longe que haviam jogado a boia, agora puxavam as cordas com toda as suas forças.Não ousavam chegar mais perto do rochedo para não sucumbir perante as forças poderosas das ondas que a atraíam para a parede de rochas. Sendo assim, socorreram apenas as pessoas que conseguiram alcançar as cordas e assistiam impotentes alguns que morriam na tentativa de salvar-se. Ao chegarem à praia, os sobreviventes, com o resto de forças que ainda dispunham e ignorando o imenso frio que atingiam a sua pele e enregelavam os seus ossos e o cansaço, juntavam-se aos outros que lá estavam para construírem cabanas improvisadas para se abrigarem da tempestade.

Os gravemente feridos foram levados para as primeiras cabanas recém construídas e seus ferimentos foram tratados inicialmente com os precários materiais de curativos que dispunham. Na manhã que se seguiu, apesar de todos estarem exaustos, as pessoas não souberam explicar como os doentes tinham melhorado tanto. Até os que achavam que não passariam daquela noite, já estavam de pé.


🐇Olá, pessoal! Espero que tenham gostado desse primeiro capítulo. 😘

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