045| Não consegue se regenerar?
Peguei minhas malas e joguei tudo dentro delas, nem me importei com nada.
Conferi se estava tudo certo e que eu não estava esquecendo nada. Fechei as malas e me levantei do chão olhando o local. Deixei a porta encostada e segui para descer as escadas.
— Me dê isso querida, você está indisposta. — disse ela pegando as malas da minha mão.
— Erick obrigado por me hospedar em sua casa, me diverti muito aqui. — digo dando um abraço nele.
— Não tem de quê, adorei ter a experiência de ter uma filha. — disse nos fazendo ir.
— Bem, nós já vamos, a viajem foi longa eu preciso de descanso. — disse Ale com um pequeno sorriso.
— Claro, vão lá. — disse Erick entregando as chaves de casa.
— Tchau Erick, nos vemos em breve, próximo jantar é por nossa conta. — Alexa disse com um sorriso e eu revirei os olhos rindo. — Manda um beijo para o Josh, diz que estou com saudades e que se quiser pode passar lá.
— Digo sim, até mais. — acenou e nós seguimos até em casa.
Só questão de atravessar a rua e já estávamos em casa. Ale abriu a porta e me deu passagem.
— Como é bom estar de volta ao lar. — digo me jogando no sofá e escuto ela fechando a porta.
— Nem me fale. — deixou minhas coisas do lado e se jogou no sofá. — Erick me contou muitas coisas a seu respeito, viu? E algumas me preocuparam. — franzi o cenho confusa.
— Quando você chegou? — me virei olhando ela.
— Hoje de manhã, você já estava na escola, então fiquei conversando com Erick durante o dia. — a olhei desconfiada mas assenti. — Agora me diz, o que aconteceu? — passou a mão no meu braço.
Me ajeitei no sofá e comecei a contar tudo o que aconteceu nessa última semana. Não queria esconder nada, então disse que estava me sentindo sozinha, que por mais que eu tivesse meus amigos, não tinha com quem conversar quando o assunto era magia.
Contei também que as coisas fugiram um pouco do controle quando inventei de cozinhar sozinha, que voou óleo pela cozinha e Josh acabou gritando comigo. Aproveitei a deixa e joguei a merda toda no ventilador.
Contei para ela que desde o começo já conhecia ele, que ele era o garoto da escola que me causou problemas no primeiro dia. Ale ficou desacreditada e depois se sentiu mal por ter me deixando com ele. Ainda me disse que se soubesse teria dado uma lição nele a muito tempo, eu acabei rindo.
De tudo, eu apenas disse que não tinha com o que se preocupar, nós já estávamos resolvidos sobre esse assunto, pelo menos quase...
Depois de mais algumas perguntas, ela finalmente chegou ao ponto da conversa em que ela queria saber como meus braços ficaram roxos e porque raios eu estava com alguns curativos.
Contei que o motivo dos curativos foi por conta da rede da escola que caiu na quadra e alguns vidros me atingiram. Agora, sobre os roxos… acho que não foi uma boa ideia ter contado a verdade.
— Aquele garoto fez isso? — ela gritou se levantando do sofá e eu me assustei. — Vou matar ele. — Alexa seguiu em direção a porta e eu saltei do sofá indo na sua direção.
— Não, você não vai. — digo rindo. — Ele não teve culpa Ale.
— Acho melhor você inventar uma desculpa melhor. — disse me olhando.
— Vem cá. — peguei sua mão e a fiz sentar novamente.
Contei para ela da caixa misteriosa que chegou na casa de Erick com meu nome, e também sobre o conteúdo que havia dentro. Ale acabou ficando surpresa com isso e eu também disse sobre as baratas no meu armário.
Cheguei na última semana, que foi quando eu tive um desentendimento com Josh e ele acabou perdendo o controle, o que foi o motivo de eu ter ficado com os braços roxos.
— Você só está piorando a situação desse garoto, estou prestes a me levantar e ir na casa dele. — disse ela interrompendo minha história.
— Dá para você relaxar? Já vou chegar ao ponto que ele é inocente. — digo e ela volta a prestar atenção.
Terminei de contar tudo o que ocorreu hoje, sobre Joalin ter aparecido na escola. Ale chegou a me perguntar como ela conseguiu chegar aqui, eu apenas disse que foi através do portal, o mesmo que foi aberto com sua chegada a Ilvermorny.
Contei que no meio da nossa discussão na escola ela me contou que foi a autora da caixa, das baratas e de ter manipulado Josh, fazendo ele perder o controle sobre seu corpo.
Contar isso me fez um bem tão grande, parecia que eu tinha tirado um enorme peso das minhas costas. Poder dizer a verdade, que o Josh foi enfeitiçado e que ele nunca teria feito aquilo… não sei, é bom realmente desabafar sobre tudo.
Alexa finalmente relaxou, me disse que sentia muito por tudo isso e que se fosse por ela, isso nunca teria acontecido. Tudo o que eu disse é que ela não precisava se culpar, que tudo o que fez foi para me ajudar.
Nos abraçamos novamente, mas no meio desse eu gemi baixo pela dor e ela me olhou preocupada.
— Any, você não consegue se regenerar? — perguntou segurando de leve meu braço.
— Consigo, mas no meu estado isso vai tomar muita energia. — digo preocupada e ela me olha.
— Vem. — se levantou e me estendeu a mão.
Seguimos para o meu quarto e ela abriu a porta me dando passagem.
— Se deita. — apontou para a minha cama e eu tirei o tênis me deitando ali.
— O que você vai aprontar? — pergunto olhando ela.
— Você não pode continuar ferida. — se sentou ao meu lado. — Terá que se regenerar e por isso te trouxe aqui, vai que você desmaia. — disse rindo e eu fiquei foi preocupada.
— Mas e o pessoal da escola? Eles vão estranhar se não me verem mais assim amanhã, ninguém aparece curada da noite para o dia. — ela riu novamente.
— As bruxas se curam da noite para o dia, até no mesmo momento se quiser. — disse me fazendo rir.
— Alexa é sério. — digo ficando séria e ela me olha.
— Prefiro quando você me chama de tia. — soltou uma risada. — Não se preocupe com seus colegas, eles ainda vão ver seus hematomas, só você que não. — assenti.
— O que vai acontecer? — ela fez um coque no cabelo.
— Você precisará se concentrar agora, vou ter que te ferir e isso vai doer. — fiz uma careta já imaginando. — Assim que você começar a se regenerar, use seu poder e eu irei te ajudar, assim você não irá se esgotar e não correrá o risco de alguém sentir seus poderes. — assenti.
Alexa fez aparecer uma lâmina grande na sua mão e eu me assustei. Ela notou meu leve desespero e me pediu para não me preocupar.
Ale me entregou um pano e eu coloquei na boca, não seria uma boa os vizinhos ouvindo uma adolescente gritando de dor.
Ale me olhou querendo saber se eu estava pronta para isso. Foi respirando fundo que eu fechei os olhos e assenti esperando pela dor, que veio segundos depois.
Alexa havia enfiado a lâmina em cheio na minha coxa e soltei um grito alto que foi abafado pelo pano.
A lâmina foi retirada e eu senti meu corpo reagir sozinho. Vi ele se cicatrizando e fiz o que Ale me pediu, me concentrei e usei meus poderes para ajudar.
Ela se levantou e rodou suas mãos fazendo uma luz roxa aparecer. Elas foram direcionadas para mim e aos poucos senti meu corpo cada vez melhor.
Não demorou muito e a luz diminuiu aos poucos. Meu corpo havia parado e a magia do local sumiu de uma vez.
Ale tinha razão, minhas energias não foram todas consumidas, mas eu fiquei extremamente cansada. Naquele momento agradeci por já estar na cama.
Ale tocou meu corpo para ver se eu ainda estava com dor e eu neguei. Meu corpo já estava cem por cento recuperado, eu só precisava ficar um pouco deitada.
— Só descansa agora meu bem, vou fazer algo para comer e mais tarde te chamo, ok? — assenti já fechando os olhos.
Ale me deu um beijo na testa e me cobriu com o edredom. Escutei a porta se fechar e apenas relaxei. Ela agora estava comigo novamente, eu finalmente poderia conversar sobre tudo…
Aos poucos meu corpo foi se entregando ao cansaço e eu apenas me rendi.
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