038| Só preciso que ela volte.

Terminei de comer e pensei se não seria uma boa eu ia falar com Josh, mas no fim resolvi deixar como está.

Limpei minhas coisas e depois segui para fora de casa com o cachorrinho. Me sentei nas escadas e deixei ele correr para gastar energia um pouco.

Vendo a bolinha de pelos e eu apenas sorria com sua empolgação, isso me faz lembrar dos dragões filhotes de Ilvermorny, são criaturas tão fofas, mas quando crescem ficam assustadores…

Alguns minutos depois o pequeno veio na minha direção e se deitou ao meu lado. Acho que ele cansou.

— Vou sentir sua falta quando você for embora. — digo fazendo carinho em sua barriga.

Fiquei mais um bom tempo ali, até ouvir o barulho de alguém descendo às escadas.

Escutei a porta abrir mas não me virei para ver o garoto.

Josh passou ao lado e sem dizer nada apenas entrou no carro. Vi o carro sumir naquela rua e suspirei frustrada. Não queria ficar sozinha…

Já ia dar uma da tarde e Erick disse que ia chegar cedo, porém eu não ia aguentar até ele chegar, minha barriga já estava roncando e eu queria comer algo.

Voltei para dentro de casa e deixei o pequeno dormindo no sofá da sala.

Para não correr o risco de botar fogo na cozinha, optei por usar magia. Fiz comida para três pessoas e deixei separado. Josh havia saído há um tempo e como eu não sabia se ia voltar para o almoço, deixei reservado na geladeira.

Fiquei na sala vendo tv e no meio da tarde Sabina me mandou mensagem. Ela apenas perguntou se eu estava bem e também me disse que estava muito ansiosa para amanhã, ao que parece terá treino e seria a primeira vez delas. Eu por outro lado estava sem ânimo nenhum para ir.

Erick chegou em casa por volta das 17h. Ele chegou a perguntar se eu estava com fome e quando eu disse que havia feito o almoço ele se assustou. Quando ele provou a comida me elogiou e disse que estava ótima, se ele soubesse que eu não fiz nada além de dizer palavras…

Subi para o quarto, mas antes passei no quarto de Josh e deixei a sua blusa de frio na cama. Deveria lavar? Sim, porém caguei. Ele nem ao menos se preocupou comigo antes de sair e me deixar com fome em casa… idiota.

Fui para o meu quarto e me encolhi na cama com uma sensação horrível crescendo dentro de mim. Acho que o cachorrinho sentiu isso e se enfiou no meio dos meus braços me fazendo sorrir um pouco.

Juro que tentei, mas não consegui me dar cem por cento bem com essa garota, ela também não ajuda.

Quando inventei de sair de casa cheguei a passar no quarto dela, porém ela não estava. Abri a porta vendo ela sentada do lado de fora e ela nem fez questão de me olhar, então eu também só fiz questão de ignorar.

Saí sem avisar e apenas mandei mensagem para o meu pai. Disse apenas que estava indo a praia, mesmo com o clima frio, ir lá me fazia bem.

Passei um bom tempo caminhando descalço pela areia. Não havia ninguém e somente o barulho do mar acalmava.

Talvez Any até tenha razão, tanto em relação à minha mãe, quanto ao meu temperamento. Tá certo, talvez eu não seja a melhor pessoa a se lidar, mas aquela menina não fica muito atrás.

Às vezes nem eu me entendo, minha vida às vezes parece uma montanha russa de emoções, uma hora estou lá em cima, depois vem a queda e tudo muda...

Já estava anoitecendo quando meu pai me mandou mensagem. Ele já havia chegado há um tempo e disse que Any fez o almoço, cheguei a ficar desacreditado mas ele me mandou uma foto. Acho que mandei mal em sair de casa e não deixar nada pronto pra ela comer…

Voltei para o carro e segui o rumo de casa.

O vento gelado estava forte, e assim que desci do carro entrei correndo em casa.

Cumprimentei meu pai e subi para o quarto, precisava de um banho quente. Abri a porta e ao me aproximar da cama vi a blusa que Any havia roubado.

Peguei ela lentamente e ao sentir seu cheiro na blusa suspirei. Joguei ela em cima da cadeira e fui para o banheiro.

Assim que terminei meu banho me joguei na cama e fiquei mexendo no celular. Dez minutos depois meu pai me chamou e eu me levantei saindo do quarto.

Fechando a porta vi meu pai virando para descer e segundos depois vi Any saindo do seu quarto. Ela passou por mim de cabeça baixa e não disse nada, apenas desceu. Depois eu que sou bipolar.

O jantar estava bem tranquilo, meu pai perguntou da escola e ambos dissemos que não fomos hoje.

Eu já estava no fim do meu prato, e ao olhar Any vi que a mesma nem havia tocado em sua comida. Ela ficou o tempo todo assim, de cabeça baixa e brincando com os grãos de arroz...

— Vocês estão quietos, aconteceu algo? — meu pai perguntou quebrando aquele silêncio enorme na mesa.

Any levantou a cabeça e só agora notei seus olhos meio vermelhos e inchados...

— É só que... — disse ela dando um longo suspiro. — Sinto a falta dela, não está sendo fácil ficar aqui sem ela, quando algo acontecia era com ela que eu podia desabafar... — seus olhos começaram a encher de lágrimas e sua voz ficou embargada. — Tem tanta coisa acontecendo e eu não posso conversar com ninguém porque não iriam me entender, só preciso que ela volte. — Any tirou o guardanapo que estava em seu colo e colocou na mesa. — Licença.

Any subiu correndo e meu pai e eu ficamos nos olhando por um tempo.

Em momento algum me passou pela cabeça que ela se sentia sozinha, não a esse ponto de querer falar com alguém não poder, nem com as meninas.

Não vou negar que ver ela assim me deu um certo aperto e eu ia até falar com ela, mas meu pai disse que era melhor deixá-la um pouco sozinha.

Ajudei a tirar a mesa e segui para o quarto. No corredor, parei na porta do quarto de Any e pensei em bater, mas ao ouvir seu soluço em meio ao choro dei para trás.

Segui para o meu quarto e fechei a porta soltando o ar lentamente. Que sensação péssima é essa?

Me sentei na cama e fiquei pensando se seria uma boa falar disso com Noah ou as meninas, porém Any já me disse para eu não me meter mais na vida dela…

Não sei se aquele foi o melhor momento para desabafar, mas eu simplesmente não aguentava mais.

Me sinto sozinha e embora tenho amigos, não posso simplesmente contar tudo como se fosse normal as bruxas existirem.

Enfiei minha cabeça no travesseiro tentando abafar o som do meu choro. Só queria que tudo isso acabasse logo.

Tentei controlar minha respiração e me sentei na cama. Em meio a um soluço senti a presença de Josh do outro lado da porta, porém não demorou muito e ele logo se afastou.

Não consigo mais esconder isso, preciso conversar com alguém. Será que posso confiar o suficiente em alguém para contar meu segredo? Se tudo der errado eu apago a memória da pessoa…

Balancei minha cabeça para afastar isso, é muito arriscado Gabrielly, esquece.

Peguei um pijama e desci para tomar um banho. A água quente me fez relaxar e eu me troquei ali subindo para o quarto depois.

Apaguei a luz do quarto e me joguei na cama rezando para esse sono vir logo...

Para quem acompanhou a primeira versão dessa história, deve lembrar que tinham 37 capítulos, bem, chegamos no 38 KKKKK. Muita coisa realmente mudou, e como eu avisei no começo, o número de capítulos havia aumentado.

A história agora terá 70 capítulos, podendo aumentar ainda, já que estou adicionando pequenos detalhes.

Então, a partir de agora os cap vem do zero, digo em relação a visualização e votos. Eu não cobro comentários, até porque a história está finalizada passando apenas por processo de reescrita, tudo o que peço mesmo é que vote, isso já ajuda bastante. ❤️

Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top