033| Não ficou ótima?
O sinal encerrando a última aula finalmente toca e eu arrumo meu material.
Peguei minhas coisas no armário e segui até a parte de fora, Noah, Shiv e Sabina estavam juntos.
— Shiv se importa de levar o carro hoje? — Sabi pergunta entregando as chaves.
— Tudo bem, você vai demorar? — perguntou Shiv e ela negou.
— Só vou ver a Any, quer ir junto? — negou arrumando a bolsa.
— Tenho mil lições para fazer, mas manda um beijo. — assentiu e ela saiu se despedindo.
— Vamos. — digo e saio andando.
Sabina ia de carona, depois Noah a levava para casa.
O caminho foi bem silencioso e assim que chegamos Sabina saltou do carro me fazendo rir. Essa menina é realmente doidinha.
Na porta de casa começamos a ouvir uma risada muito alta. Nos olhamos e rindo eu abri a porta.
Na sala estava Any, jogada no sofá com a mão na barriga e rindo de algo que passava na tv.
— Que bom que você está bem meu amor. — Sabi diz se jogando ao lado dela no sofá.
— O que você faz aqui doidinha? — perguntou ela pausando a tv.
— Josh descobriu o que aconteceu e eu vim aqui te ver. — ela me olhou.
— Curioso. — tacou uma pipoca em mim e eu ri.
— Por que você saiu sem dizer nada? — Noah se aproximou dela.
— Não sei, sou assim. — deu de ombros. — Não queria que vocês ficassem se preocupando atoa. — se levantou e eu reconheci sua blusa de frio.
— Eii. — me aproximei tirando a mochila das costas. — O que você está fazendo com isso?
— Eu queria algo confortável e fui no seu quarto pegar uma blusa, não ficou ótima? — disse balançando as mangas que estavam compridas até demais.
— Eu gostei. — disse Noah me fazendo encarar ele.
Resolvemos ficar na sala conversando um pouco. Sabina estava no chão brincando com o cachorrinho, enquanto Noah babava na cena.
Eu estava no sofá ao lado de Any irritando ela pegando o controle, era engraçado ver ela irritada.
— Joshua! — bateu no meu braço e eu ri.
Mais tarde o pai de Sabina ligou para ela e ela teve que ir. Noah se despediu também e levou ela para casa.
— Está com fome? — pergunto enquanto Any fazia carinho no cachorro que mordia sua bolinha.
— Morrendo! — desliguei a tv e seguimos até a cozinha.
— O que você quer comer? — pergunto e ela se senta no banco do balcão.
— Não sei, me surpreenda. — disse sorrindo.
— Ah propósito. — me aproximei. — Foi mal dizer que você tinha merda na cabeça quando tentou botar fogo na cozinha. — ela me olhou e depois soltou uma risada.
— Está tudo certo, poderia ter sido pior. — assenti lentamente.
— Deveria ter perguntado antes, mas você não se queimou? — segui até a geladeira.
— Sim, mas não fiquei com marcas, foi só um susto. — assenti.
…
Estava mexendo na panela e não vi quando Any se aproximou por trás. Com o susto, acabei levantando a colher e acertei em cheio sua cara.
— Meu Deus Any, me desculpa. — digo desligando o fogo. — Eu não queria ter feito isso. — digo preocupado vendo ela com a mão no nariz.
— Olha só, você pediu desculpas. — disse com a voz abafada e deu uma leve risada.
— É sério, você está bem? — assentiu. — Deixa eu ver. — peguei sua mão e afastei do rosto.
Toquei com cuidado e ela não fez nenhuma careta. Meu olhar se encontrou com o dela, e só me dei conta que me perdi ali quando ela riu abaixando a cabeça.
Fugi da situação pouco tensa e peguei uma bolsa com gelo, pedi para ela colocar no nariz apenas para não ficar roxo e ele pegou.
Terminei nosso lanche e servi ali mesmo no balcão. Estava colocando o suco em seu copo quando ela começou a ter uma crise de risos do nada.
— Do que está rindo? — pergunto me sentando ao seu lado
— É que eu estou lembrando da sua cara quando acertou a colher no meu rosto, você tinha que ver. — tombou a cabeça para trás rindo.
Fiquei olhando aquela cena querendo rir junto, como pode sua risada ser tão gostosa de ouvir.
— Mas também, o que você tinha na cabeça para aparecer atrás de mim assim? — me olhou tomando fôlego.
— Não sei, provavelmente merda. — ficamos nos olhando até os dois começarem a rir juntos.
Terminamos de comer e como eu tinha lição para fazer, subi para o quarto enquanto Any disse que ia tomar um banho no banheiro de baixo.
Passou uns minutos e ela apareceu na porta do meu quarto com uma toalha enrolada na cabeça.
— Posso entrar? — assenti. — Está fazendo lição ainda?
— Infelizmente. — digo em um suspiro e vejo ela sentar na minha cama. — Precisa de algo? — girei na cadeira.
— Não, só vim gastar tempo. — disse olhando em volta e eu voltei a me virar para a mesa.
— Você poderia gastar seu tempo me ajudando. — resmungo.
— Com o quê? — me assusto quando ela aparece atrás de mim.
Meu corpo foi para trás e a cadeira passou por cima de algo, que só percebi o que era quando ela deu um grito e se jogou na cama segurando o pé.
— Por deus Any, você tem que parar de me assustar garota. — me levanto e vou até o seu lado na cama.
— Não consigo, é mais forte do que eu. — deitou na cama.
— Desse jeito você vai acabar parando no hospital. — digo e ela dá risada levando a mão na barriga.
— Você ainda precisa de ajuda? — perguntou me olhando.
— Só em matemática. — se levantou e olhei meu caderno na mesa.
— Você não consegue resolver isso? — me olhou rindo.
— Matemática não é minha área. — digo me levantando da cama.
— Garotas são sua área. — disse se sentando e eu revirei os olhos.
Any pegou o lápis e eu fiquei ao seu lado vendo ela resolver tudo rapidamente. Como alguém consegue entender isso?
— Prontinho. — largou a caneta na mesa.
— Muito obrigada minha heroína. — digo fazendo reverência.
— Está me chamando de droga Joshua? — se levantou cruzando os braços.
— Droga? — pergunto confuso e só depois entendo o que ela quis dizer. — Não. — digo rindo. — Eu quis dizer que você é minha heroína de salvar minha vida.
— Droga não salva vidas Josh, elas te corroem. — ela falou isso tão sério, mas eu não aguentei e tive uma crise de risos.
Porque eu achei isso fofo?
Pesquisei para ela o que era heroína e ela conseguiu entender, depois disso ela mesma começou a rir.
Com meus exercícios feitos, chamei ela para jogar um pouco de videogame. Fiquei incrédulo porque ela ganhou absolutamente todas, ainda teve a cara de pau de falar que nunca jogou.
Já de noite, meu pai havia chegado e trouxe nosso jantar. Any e eu apostamos corrida para descer e por pouco ela não se acidentou nas escadas, nem preciso dizer o quanto ri daquilo.
Meu pai perguntou do nosso dia e Any fez questão de dizer que me deu uma surra no jogo.
Assim que terminamos eu disse para o meu pai que tirava a mesa e Any me ajudou, depois disso nos despedimos e fomos dormir. Eu estava exausto.
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