028| Posso dormir aqui?
Any saiu fechando a porta e eu fiquei com o Noah terminando de ver uns vídeos. Depois a gente foi jogar um pouco, mas como sempre ele perdeu.
— Qual é? — Noah jogou o controle no puf. — Cansei desse jogo. — dei risada.
— Noah, você tem que aprender a perder. — ele me olhou.
— Você já voltou a falar com a Any?
— Naquelas, ela disse que ia me dar o beneficio da duvida, então eu apenas assenti. — Noah se sentou na cama.
— Ela pelo menos aceitou suas desculpas? — o olhei confuso. — Você não pediu desculpas pra ela Josh?
— Não. — digo dando de ombros.
— Josh, não acredito nisso, você tem que superar esse seu orgulho, cara. — ignorei sua fala.
Passou mais um tempo e Noah ainda estava reclamando no meu ouvido que eu deveria pedir desculpas para ela. Estava quase expulsando ele de casa a chutes, mas ele disse que ia parar.
— Obrigado. — digo quando ele cala a boca
— Era só falar...
— Ah!. — Noah parou de falar após ouvirmos um grito. No mesmo instante nos olhamos e saímos correndo.
Descemos as escadas correndo e chegamos na cozinha.
— O que aconteceu? — pergunto vendo ela no chão.
Olhei em volta e tinha uma panela no fogo, desliguei no mesmo instante e só depois notei a cozinha cheia de óleo.
— Vem, deixa eu te ajudar. — Noah ajudou ela a se levantar.
— Você tem merda na cabeça? — digo irritado. — Não sabe cozinhar, porque inventa de fazer isso sozinha? — ela não disse nada, apenas abaixou a cabeça e saiu correndo.
— Você não perde a chance de ficar quieto, não é? — disse Noah jogando um pano na minha cara. Apenas revirei os olhos e olhei em volta.
— Vamos limpar isso antes que meu pai chegue. — digo e ele me ajuda a limpar a zona da garota.
Após deixar terminar, me questionei sobre algo...
— Noah. — me olhou. — Ela não se queimou? — ele encarou o teto pensando.
— Não reparei nisso. — me olhou novamente. — Ela não parecia estar sentindo nenhuma dor. — estranho, onde ela estava tinha óleo...
Josh realmente é um babaca e eu desisto de tentar fazer amizade com esse garoto. Me tranquei no quarto e fui me olhar no espelho.
Voou muito óleo em mim e não vou negar que queimou bastante, mas minha pele se cicatrizou no mesmo momento.
Fiquei um tempo deitada olhando para o teto, até alguém bater na porta.
— Não quero papo. — digo ainda olhando para o teto.
— Any, nós fizemos comida, vem almoçar. — escutei sua voz abafada. Ótimo, eles sabem cozinhar!
— Estou sem fome Noah. — digo me virando para o outro lado.
— Sei que você está com fome, abre logo isso. — ouvi o barulho da maçaneta.
— Vai embora! — digo dando um grito e o barulho para. Senti ele se afastar e suspirei fechando os olhos.
Quer saber? eu vou fazer o que eu deveria ter feito desde o início.
Me sentei na cama e pesquisei comidas. Coloquei o celular em pé na minha frente e me concentrei ao máximo.
É isso mesmo que você está pensando, vou transferir a comida do celular para minha mão, deu certo com a roupa, porque não com a comida?
Fechei meus olhos e me concentrei no filé de frango que deu errado a pouco. Você não achou que eu ia desistir tão fácil, não é?
Alguns segundos depois abri meus olhos e lá estava ele, um frango com molho de tomate e queijo.
Comecei a comer saboreando cada pedaço, ok, isso realmente é muito bom.
Terminei meu almoço e fiz tudo desaparecer novamente. Barriga cheia, Any contente.
Fiquei um tempo sentada, até me dar vontade de ir no banheiro
Desci para o andar de baixo já que não queria usar o banheiro daquele energúmeno.
Os dois estavam na sala ainda almoçando, olha que bonito, eles terminaram o que eu comecei.
Virei a escada e não olhei para nenhum dos dois, apenas ignorei.
Após usar o banheiro fiz o mesmo trajeto, porém aquela maldita voz me parou.
— Any para de ser teimosa e vem comer. — Josh apontou para a mesa.
— Já falei que não estou com fome. — continuei a andar.
— Posso saber porque não usou o meu banheiro? Não precisava descer. — respirei fundo.
— Não sei Josh, deve ser porque eu tenho merda na cabeça! — subi as escadas e deixei ele falando sozinho. Desgraçado!
Fiquei mexendo no celular por um tempo e decidi procurar algo para ouvir. Pesquisei algumas músicas brasileiras e eu vou te falar, que vibe boa.
Coloquei um tal de funk e aumentei o som. Comecei a andar pelo quarto à medida que dançava, o pior era eu entender tudo o que a letra falava.
— Só preciso de você, só você e dando aquela sentada! — cantei alto já que aquilo estava me fazendo muito bem, as letras não eram difíceis de decorar.
Senti uma presença e parei no mesmo instante.
— Any! — abaixei o volume após o grito e fui abrir.
— Pois não? — digo abrindo a porta e vejo aquele projeto se ser.
— Por que você está ouvindo isso tão alto? — revirei os olhos.
— Você não acha que já estragou meu dia o suficiente? — tentei fechar a porta mas ele me impediu.
— Você não está na sua casa, abaixa esse volume, não vou falar de novo.
— Quer saber? Engole essa merda! — coloquei meu celular na sua mão e sai do quarto.
Desci as escadas correndo e segui em direção a porta de casa.
Noah me perguntou onde eu ia, mas eu não disse, apenas falei que ia para um lugar que não me incomodasse e me deixassem ouvir música tranquila. A única coisa que pedi foi para olhar o cachorrinho.
Josh não queria me deixar ir sem saber para onde eu ia, mas ignorei e cruzei a porta.
Peguei meu carro que estava estacionado em casa e fui para casa de Sabina.
...
Toquei a campainha e quem abriu a porta foi Shiv.
— Any, que surpresa. — ela me abraça.
— Desculpa vir sem avisar. — ela se separa.
— Imagina, vem. — me deu passagem e eu entrei.. — Pai essa é a Any, nossa amiga do brasil. — um cara moreno se levanta e vem me cumprimentar.
Abri um pequeno sorriso e assim que toquei sua mão senti algo estranho.
— Tudo bem Any? — me pergunta e confusa apenas afirmou com a cabeça.
Por que eu sinto que conheço ele de algum lugar?
— Any! — vejo Sabina pular em mim para um abraço.
— Olá Sabi. — digo rindo. — Também estava com saudades. — se separou.
— O que você está fazendo aqui? Por que não me mandou mensagem? — me puxou para o sofá.
— Eu decidi no calor do momento, será que posso dormir aqui? — Sabina olhou para seu pai, que acabou rindo e deixou.
Fiquei sabendo que ele conhecia Erick e pedi para avisar ele que estava aqui, acabei me esquecendo disso.
Depois disso subimos para o quarto, e vou te falar, que quarto bonito em, um pouco claro demais, mas era lindo.
Nos sentamos na cama e eu contei para elas o real motivo de ter vindo.
— Cara esse menino só pode ter merda na cabeça. — disse Sabina irritada. — Ele não está nem aí se você está se sentindo sozinha, se precisa de ajuda, na boa? Vou acabar com a raça dele. — disse levantando, mas Shiv segurou ela rindo.
— Para, vai assustar ela. — disse Shiv e eu deitei na cama rindo.
— Ai, eu precisava era de vocês duas hoje. — digo com um alívio na voz e elas me olham.
Sem nem pensar as duas pulam em cima de mim para um abraço e eu dou risada.
— Está com fome? — perguntou Sabi saindo de cima.
— Não, almocei antes de vir.
— Está com fome sim, vou buscar algo para nós comermos. — disse Shiv deixando o quarto.
— Me conta, sua tia deu notícia? — perguntou Sabi se aproximando.
— Sim, mas ela ainda não sabe quando volta, tinha assuntos sérios para resolver. — forcei um sorriso.
— Você sabe que eu estou aqui para qualquer coisa que precisar, não é? — assenti e ela me abraçou.
De verdade, tem tanta coisa dentro de mim mas que não posso contar, porque isso não envolve aqui, e sim minha vida...
— Cheguei. — Shiv abriu a porta com uma bandeja cheia de salgadinhos.
— Olha não vou negar, vendo isso abriu meu apetite novamente. — digo e elas riem.
Nós passamos o resto do dia conversando sobre várias coisas. Sabi me perguntou do cachorrinho e eu disse que ele estava sendo bem cuidado por Noah, inclusive lembrei que não perguntei para ele quando ia tomar uma atitude em relação a isso...
Começamos a conversar sobre garotos e elas me perguntaram se eu já havia namorado alguma vez, eu disse que não, inventei que não tinha paciência pra isso.
A noite caiu e nós fomos jantar. Estava tudo uma delícia e o pai delas sabia cozinhar muito bem.
Voltamos para o quarto e Shiv deu a ideia de fazer uma noite do pijama, uma pena que não sabia o que era isso...
— Como não? — Sabi perguntou inconformada.
— Calma, não é pra tanto. — digo rindo.
— Vamos Shiv, temos que montar uma noite do pijama. — se levantaram e começaram a jogar alguns edredons e travesseiros no chão.
Sabina me deu um pijama para vestir e eu fui tomar banho enquanto elas arrumavam tudo.
...
Sai do banheiro e já estava tudo lindo. Elas colocaram tudo perto da TV e tinha alguns salgadinhos acompanhados com refrigerantes.
Sabi me chamou para sentar e eu fui.
Começamos a ver filmes e confesso que adorei tudo aquilo. Depois que o filme acabou, Sabi e Shiv se olharam e depois me encararam. Eu não estava entendendo nada, até elas gritarem "Guerra" e começarem uma guerra de travesseiros louca.
Devo dizer que realmente foi divertido, essas duas sabem como me animar.
Após nossa bagunça o cansaço bateu e nós nos deitamos ali mesmo no chão.
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