𓇬   ݀ ̫ Point of View ˎˊ˗
.  ˇ𓂃 𖥻 Any Gabrielly ⸼ 𓏲 ꕤ᎐݊

19-05 Terça-feira | 11 dias para a lua de sangue

Acordei com alguém batendo na minha porta e respirei fundo para não xingar. Quem precisa descansar não é?

Me levantei na força do ódio e abri a porta.

— Que? — digo com voz de sono.

— Meu Deus, você está acabada.

— Ha, ha, que engraçado Derek. — digo debochada. — Aconteceu alguma coisa? — cocei os olhos.

— Seu namorado meu anjo, esquece do jogo? — arregalei os olhos.

— Nossa, o cansaço falou mais alto. — ele riu.

— Sabe, arrumar o quarto às vezes é bom. — revirei os olhos seguindo até o guarda roupas.

— Se está incomodado, arruma você. — peguei uma roupa e fui tomar um banho.

Não demorei muito ali, afinal, a ansiedade bateu forte para ver o jogo.

...

Sai do banheiro já arrumada e arregalei os olhos ao ver a cena do Derek arrumando minha cama.

— O que você… — parei de falar e ele me olhou.

— Odeio bagunça. — bateu as mãos e neguei lentamente.

— Você só pode ser louco. — ele riu.

— Irmã minha não vai ficar dormindo nesse chiqueiro. — cruzei os braços.

— Um, não sou uma irmã. — sorriu de canto. — Dois, nunca mais mexa nas minhas coisas. — empurrei ele para fora do quarto.

Passei na cozinha apenas para comer alguma coisa e depois seguimos para a sala do conselho. Acho que se eu contar isso para os meus amigos, ninguém vai acreditar. A sala do conselho virou quase um estádio de tanta gente que tinha...

Sentei na cadeira da frente e o primeiro jogo já havia começado. Droga, perdi as meninas abrindo o jogo.

Guilherme estava parecendo um adolescente vendo o jogo. Imagine um cara de 40 anos, vestindo a camisa do time e jogando pipoca na tv a cada falta, pois é. Não teve um minuto que eu não dei risada.

Finalmente o time dos meninos entrou na quadra. Soltei um grito alto e aplaudi quando vi meu loirinho ali.

…

Te falar que esses jogos só servem para testar se você é cardíaco ou não, porque vou te falar viu.

Estava nos minutos finais e nosso time estava na frente, até um lindo garoto do NOSSO time, fazer uma falta. Não é possível uma coisa dessa.

Nesse momento estávamos todos de pé, só esperando a outra escola jogar a porra da bola. Acertando uma, ele fica 1 ponto atrás, acertando a outra, ele passa na frente ficando com 1 de vantagem e ganha o jogo.

Juntei minhas mãos e fechei meus olhos rezando pra esse garoto ser ruim no lance.

— Erra, erra, erra. — sussurrei sem olhar para a tela, até que alguns na sala dão um grito frustrado.

Ele acertou a cesta.

Encarei aquela tv e fiquei vendo o último arremesso. Ele lançou e a bola girou três vezes antes de cair para fora.

Comecei a gritar e pular de felicidade. Eles foram para a final!

— Conseguiram. — Jojo apareceu na minha frente e eu a abracei.

— Não sei se meu coração vai sobreviver amanhã. — digo levando a mão até o mesmo.

— Nem me fale. — rimos.

Voltamos para casa e como não tinha nada para fazer ainda, fiquei jogando conversa fora com minha mãe. 

…

Guilherme havia marcado uma reunião um pouco mais tarde e nesse momento estou caminhando com Joalin até lá. Odeio participar disso, mas fazer o quê…

Chegamos na sala do conselho e eu subi no palco me sentando na cadeira central. Guilherme odiava quando eu fazia isso, até porque esse era o lugar dele. Soltei uma piscada debochada para ele e notei ele rindo enquanto negava lentamente.

Como era esperado, ele falou sobre os ataques e que Ilvermorny estava cada vez mais na reta. Pelo menos dessa vez eles não ficaram surpresos com tamanha notícia.

Depois daquele desabafo que dei no palco, muitas pessoas vieram falar comigo, algumas vieram até com medo, fiquei com dó até. Mas basicamente me pediram desculpas por duvidarem da minha capacidade. Não julgo eles totalmente, acho que se fosse eu ali, também duvidaria um pouco.

…

A reunião foi encerrada e Guilherme avisou que teria uma treinamento de combate mais tarde. Vou participar, mas será por pura diversão.

…

— Vai mesmo fazer isso, Any? — perguntou Joalin enquanto me arrumava.

— Por que não? Vai ser divertido brincar um pouco. — ela me olhou séria.

— São crianças, não pega pesado com eles. — soltei uma risada.

— Se eu não pegar, alguém vai e eles não vão saber se defender. Antes eu do que eles. — pisquei pra ela. — Você deveria ir também, Derek vai ajudar nos treinos.

— Eu vou, mas só pra assistir. — ela se levantou.

— Afinal, como estão as coisas com vocês? — pergunto saindo do quarto.

— Estão bem, está difícil encaixar as duas coisas, mas te agradeço por colocar a gente na mesma missão. — saímos de casa e caminhamos até o local.

— Melhor agradecer mesmo, esse garoto quando quer, consegue ser insuportável. — digo e nós rimos.

— Fico feliz que, em meio a tanta implicância, vocês ainda conseguem se dar bem.

— Ele é chato, mas também é legal, peguei intimidade com ele bem rápido até.

— Ele me disse que quando chegou aqui, ouviu coisas horríveis sobre você, mas ficou feliz em saber que era tudo mentira. — soltei uma risada fraca.

— Na nossa conversa ele disse algo parecido, depois disso levou uma surra minha. — gargalhamos alto e chegamos no centro de treinamento.

— Não achei que estaria tão cheio. — disse Joalin olhando o local.

— Nem eu. — nos aproximamos de Guilherme. — Ei, tudo isso é para treinamento? — pergunto vendo ele se curvar.

— Sim, tem pessoas de nível baixo, então te peço que por favor, tome cuidado. — me olhou sério.

— Que isso Guilherme, até parece que não me conhece. — cruzei os braços.

— É isso que me preocupa. — abri a boca incrédula. — Não me olhe com essa cara, sabe que é verdade. — ele se afastou.

— Abusado. — me viro vendo Joalin rindo com a mão na barriga.

— Desculpa, mas foi engraçado. — soltei uma risada e revirei os olhos.

Fui para o meu lugar me preparar. Isso vai ser até legal, quando acontecia isso eu era a aluna. Já ganhei algumas vezes, mas dessa vez serei professora, o que me deixa muito animada.

Guilherme passou as instruções e regras para ninguém sair muito debilitado. Eu nunca as segui, mas infelizmente tenho que ser um exemplo agora.

Os treinos começaram e vou confessar que a maior parte do tempo eu dava risada. Primeiro pelo fato de ninguém conseguir lançar um feitiço em mim, segundo pela cara impagável que cada pessoa fazia quando via que ia lutar comigo.

Não cheguei a usar meus poderes, apenas minha espada dava conta. Dei um desconto porque metade que lutou comigo, era classe C, que no caso são bruxos aprendizes.

…

Os treinos foram encerrados e os melhores receberam uma recompensa. Nem fiz questão de saber qual era, na minha época nem tinha isso, falta de consideração viu.

A noite não demorou a cair e por incrível que pareça, Charles não atacou ninguém. Isso me preocupa, algo me diz que amanhã ele vai aprontar algo.

Comi e assim que terminei segui direto para o quarto. Banho e cama macia, aí vou eu.