Cap. 06 - Porque

A luz do dia entra de forma abrupta o interior do quarto, meus olhos se abrem de mal grado em uma faixa estreita em direção a janela.

Edgar.

- Feche essa cortina Edgar. - retruquei de mal humor.

- Vai se atrasar no seu primeiro dia de aula senhor? - disse ele com aquela voz formal e sem vida.

Suspirei e me obriguei a levantar da cama, arraste-me até o banheiro, tirei minha roupa e entrei debaixo da agua quente que relaxava o meu corpo, sai do chuveiro e peguei a toalha me sequei e segui para o quarto. Caminhei até o guarda roupa e peguei uma calça jeans, uma camisa preta. Calcei meus tênis e desci as escadas indo em direção a cozinha.

- Bom dia sr. Rodrigues.

- Bom dia Ana. E não precisa me chamar de Sr. Rodrigues. Me chame de Claudio ou Chaves. - disse pegando uma maça e a mordendo.

- Tudo bem sr. Rodrigues.

A olho e sorriu.

- Claudio.

Pego a maca e atravesso a cozinha, onde Edgar já me esperava com minha mochila em mãos, a pego dando um sorriso em agradecimento. Sigo até a garagem e pego o Sedan e sigo em direção a minha antiga escola.

O alvoroço de jovens que iam e vinham pela escola era enorme, era difícil distinguir o que se passava em meio a tanta algazarra e conversas animadas. Até que eu o vejo.

Ele caminha com a mochila nas costas, vestia uma calca jeans e uma camisa de mangas longas que estava dobrada até seu braço. Ele estava sorrindo então eu vi que ele segurava a mão de uma menina baixinha e de cabelos longos que usava uma calça jeans e uma blusa cinza, carregava os livros na mão direita.

Ambos param em frente a uma sala e vejo ele se aproximar da garota que eu ainda não havia visto o rosto. Então vejo os lábios dele indo em direção a ela. Me aproximo mais e só então percebo de quem se trata.

Chiquinha.

Ele namora com a Chiquinha. A mesma garota que havia me beijado no hospital. Então ela entra na sala e Quico anda pelo corredor até entrar no banheiro. Eu entro logo em seguida. Ele me vê pelo reflexo e abaixa a cabeça.

- O que você faz aqui? - ele me olhou com indiferença.

- Como você pode está com ela? - eu o fuzilo com os olhos.

- Não se intrometa aonde não é chamado. - ele se aproxima e me olha sério.

- Ela não gosta de você! - gritei.

Ele riu de uma forma esquisita.

- Ela te ama. Eu sei disso... - ele me olhou com desprezo.

- E porque ainda?

- Porque eu odeio você. Por isso.

- Quico.

- Cale-se! Meu nome é Frederico. Não somos mais crianças. E eu não vou chorar novamente por sua causa Chaves. Eu não posso mais.

- Porque está me dizendo isso?

- Porque eu te amo Chaves e é por esse motivo que eu te odeio. Por te amar.

Eu estava estático. Não esperava ouvir isso dele. Não esperava que ele também me amasse como eu o amo. Eu...

Meu corpo se aproximou dele, fazendo com que ele recuasse até que ele alcançou a parede. Coloquei minhas mãos na parede impedindo que eu fugisse.

- Frederico.

Eu o olhava nos olhos e ele fazia o mesmo. Minha mão encostou em seu rosto e os olhos dele se fecharam.

- Não faça isso por favor - sussurrou ele.

Então meus lábios se encostaram nos dele. Não houve resistência. Suas mãos seguravam meu corpo e as minha o dele. Até que nos separamos devagar. Ele abriu os olhos e eu sorri para ele.

- Eu te amo Quico.

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