Capítulo 3: Como tornar-se música
Há tantas perspectivas de uma mesma história, podemos estar todos olhando para a mesma coisa, mas nossos ângulos nunca serão os mesmos, por isso podemos estar vendo coisas diferentes.
JinYoung era a inspiração de JaeBeom e de Mark, isso era inegável. Ele foi o personagem principal das músicas mais românticas do produtor Def e das músicas mais arrasadoras do guitarrista Mark Tuan. Sob seu ponto de vista, ele só estava amando e ele era bom nisso. Desde a academia de artes quando apaixonou-se e foi retribuído por JaeBeom, ou quando ele quis provar a sensação de dividir seu namorado com alguém que sabia ser apaixonado por Lim. Ele podia ser uma incógnita para a maioria das pessoas, mas ele se achava muito simples, as pessoas só tinham que olhar um pouco além de sua aparência.
Mas não vale a pena voltar aos tempos da escola mais uma vez, os anos que o tempo levou não voltariam, ele era alguém que vivia o agora e agora ele estava intrigado sobre seus próprios sentimentos, sobre tudo que ele sabia a respeito de si mesmo, de Lim e até o pouco que sabia sobre Mark.
Mark sim era uma peça confusa do quebra cabeça, o guitarrista sempre pareceu inatingível, mas pessoas inatingíveis não existem, todas elas tem um ponto fraco e, o ponto fraco dele era, evidentemente, Lim e Park.
— Mark! Pelo amor, você está aqui conosco? — Mad já estava a ponto de lhe estapear, chamava o guitarrista a mais ou menos cinco minutos e nada dele lhe responder, distraído demais para prestar atenção nela ou em Dylan.
— Estou aqui, o que estava dizendo?
— O produtor mandou mensagem, ele está enlouquecendo com a saída do Lys, mas concordou que você o substituiria.
— Certo, ent... Como é que é?! Eu não vou substituir Lys, não sou vocalista, ele enlouqueceu? Quanto a você? Você disse que ficaria no lugar. — A baixista sorriu amarelo, não dava para limpar a própria barra.
— Fizemos uma votação e todos concordamos que sua voz combinava mais com as músicas.
— Quando fizemos uma votação? Eu não votei.
— Fizemos isso ontem — respondeu Dylan, ele estava se divertindo, tudo tinha sido ideia de Mad e ele tinha dito que Mark iria surtar.
— Ninguém pensou em me avisar?
— Claro que não, sabíamos que você ficaria resmungando e tentaria fugir da responsabilidade.
— Responsabilidade? Eu não estou fugindo de nada, foi Lys que foi embora.
— Sabemos, sabemos, mas qual é, cara, você escreveu a maioria das nossas letras, essas músicas você conhece melhor que todos e você já tinha algumas músicas que cantava, os fãs já conhecem sua voz e gostam, é a opção mais sensata — disse Dylan.
Mark esfregou o rosto com a palma da mão, ele não estava preparado pra isso, nunca nem tinha cogitado, as músicas que ele gravou como vocalista eram b-sides que não eram cantadas em shows, eram quase como músicas especiais que só eram ouvidas na versão de cd. Ele não tinha cantado em um palco desde sua apresentação no anfiteatro, seis anos atrás.
— Porra, eu não... — Grunhindo frustrado, Mark deixou a sala.
Eles estavam no estúdio da produtora, iriam viajar pra Chicago somente daqui alguns dias, mas teriam pouco tempo para ensaios e para ele se adaptar a cantar todas as músicas que a banda tinha selecionado para o festival. Estava muito irritado, suficiente pra tirar do bolso uma cartela de cigarros e pegar um.
Mark odiava fumar, não era um hábito e ele odiava a sensação que trazia, mas ao mesmo tempo era um escape para os momentos em que mais estava sob pressão. Tinha pegado o primeiro cigarro três anos atrás, era um daqueles comprados em uma lojinha de conveniência. A caixa em seu bolso ainda era a mesma da primeira vez, ele disse a si mesmo que nunca compraria uma segunda, porque se comprasse, saberia que tinha ficado viciado, então ele realmente só fumava em momentos pontuais de sua vida onde ele não sabia o que fazer, ou sabia, mas não queria saber.
Tinha mentido pra si todos esses anos dizendo que o fato de nunca mais ter cantado em um palco, não tinha nada a ver com o fato da última vez ele ter presenciado a pessoa por quem era apaixonado beijando outra pessoa. Mas era. Ele sabia que era. Mesmo que tenha estado em um palco dezenas e dezenas de outras vezes, ele era apenas mais um elemento, o guitarrista, as pessoas não lhe viam cantando, não sabiam se era mesmo a voz dele nas faixas especiais. Agora parecia que ele teria que enfrentar isso e, pior, ele tinha convidado tanto JaeBeom quanto JinYoung para o festival, então, mais uma vez, estaria cantando diante dos dois, mais uma vez sendo porta-voz da trilha sonora da vida deles, onde ele não estava incluso.
Seu celular começou a tocar e ele o puxou, vendo o nome de seu melhor amigo na tela. Não atendeu a primeira tentativa, mas Alec não era alguém que desistia facilmente, então Mark rendeu-se.
— Oi.
— Você está fumando, Mark Tuan?!
— Você contratou alguém pra me vigiar? Eu acho que isso deve ser crime, você é um perseguidor agora?
— Para de graça. Você não fuma, Mark, o que tá fazendo?
— Fumando, como provavelmente Mad já lhe informou.
— Você não fuma! — Alec reforçou, como se precisasse lembrar o próprio Mark sobre isso.
— Você fuma coisas piores, por que tá fazendo esse estardalhaço? — Encostou-se na parede, estava mesmo quente, Los Angeles não era para amadores, pessoalmente achava que era porque ele tinha se acostumado com o frio da Inglaterra.
— Porque quando você fuma é porque está bem na merda.
— Ah, obrigado por me informar o que eu já sei.
— O que aconteceu, Mad só me disse que eu deveria te ligar e que você estava fumando.
— Você não deveria estar ensaiando com sua banda pro festival?
— Minha banda está intacta, nenhum membro idiota saiu, acredite, estamos bem. Agora, não mude de assunto e vá logo ao ponto.
Mark respirou fundo e deu uma longa tragada. Ele realmente odiava aquele gosto em sua boca, mas parecia fazer esquecê-lo que sua verdadeira preocupação não era aquele gosto ou os problemas que a droga traria a longo prazo.
— Como você já sabe, Lysandre deixou a banda, agora o produtor e o restante da banda querem que eu cante no lugar dele.
— É isso? Você tá fodendo seu pulmão porque vai cantar? Cara, você é idiota? — Mark revirou os olhos.
— Pensei que depois de todos esses anos você já soubesse sobre isso.
— Já fiz vista grossa suficiente para você depois de todos esses anos, você quer fazer o favor de me dizer o que exatamente aconteceu pra você não querer mais cantar?
— Cantar não é o problema, nunca foi, eu só não gosto de ser vocalista, se gostasse teria sido desde o princípio, não era no tempo do First Beat e não quero ser agora no The A. Chase.
— Mark, montamos juntos o First Beat, e eu até conseguia entender lá, era uma banda da escola, todos tínhamos oportunidade de cantar quando queríamos, mesmo tendo o Antoine como vocalista principal. Agora no TAC? Isso eu não entendo, você fundou a banda e ela muda mais de integrantes do que eu troco de ficante, você não é só o fundador como o único membro fixo que está na banda desde que ela iniciou. Não sei se você já se ligou nisso, mas a voz do vocalista é importante para a banda e a sua já mudou duas vezes, o TAC não tem uma identidade por causa disso e isso é péssimo pra banda.
Não era mentira, sabia que a identidade da banda estava fragilizada, tinham quatro anos de carreira, o primeiro vocalista tinha saído um ano atrás e Lysandre tinha entrado pouco depois, ele nem chegou a ficar um ano completo e agora estava pulando fora. Outros membros entraram e saíram nessa linha do tempo, Mad e Dylan já estavam ali há uns dois anos, mas antes deles tiveram outros três bateristas e dois baixistas, Mark era realmente o único membro que não pulou fora do barco e também o único membro que ainda falava com todos os ex membros, exceto com Lys e Carl, os dois que sumiram sem explicações e, sinceramente, se Mark os visse agora, a única coisa que iria soar seria um soco na cara de ambos.
— Porra, Alec, sabe qual foi a última vez que eu cantei em um palco?
— Claro que sei, eu estava lá e você saiu do palco chorando, não tem como esquecer isso porque dois dias depois você se mandou da Inglaterra. Você nunca me disse o que aconteceu naquele dia, então pode começar a desembuchar agora.
Mark tragou mais uma vez o cigarro, já estava quase no fim e graças a essa ligação ele quase não fumou, no fundo, esse parecia ser mesmo o plano de seu amigo. Desabafar era provavelmente melhor do que ter câncer.
— Você se lembra que eu queria acabar com aquela música? Então me convenceu de que não deveria fazer isso e me incentivou a cantá-la. Pois é, durante a música JaeBeom e JinYoung estavam aos beijos, eles começaram a namorar enquanto eu estava literalmente me declarando no palco pra um deles.
Falar isso em voz alta fazia com que Tuan se sentisse mal, se sentisse idiota ou infantil, alguém que tinha deixado uma paixão chacoalhar sua vida de uma forma anormal. Passaram-se seis anos e Mark não apenas não voltou a cantar em um palco, como não deixou de ser apaixonado por JaeBeom. Seis anos e ele o acompanhou à distância, sem voltar a falar com ele, sem responder às mensagens e ligações que Lim lhe fez nas primeiras semanas quando descobriu que ele tinha ido embora. Ter visto aquilo, ter passado por isso, mexeu consigo muito mais do que ele gostaria de admitir.
— Mark... realmente não sou a melhor pessoa pra te aconselhar com algo que eu não vivi e nem senti, mas como amigo, preciso dizer que você não pode continuar deixando isso te parar.
— Eu poderia voltar a cantar, cantar no palco não me assusta, Alec. Mas talvez eles estejam lá, droga, eu os chamei para irem ao festival.
— Cara... você não se ajuda. Não era pra ser só uma vez e pronto?
— Nunca falamos sobre isso e... — Ele umedeceu os lábios, recordando um pouco mais do dia dos namorados, foi dois dias atrás, apenas. — E nem sei o porquê convidei, provavelmente eles nem vão aparecer.
— Se você acha que não vão aparecer, deixa isso de lado e volta pro estúdio ensaiar.
Deu sua última tragada antes de deixar a bituca cair e pisar em cima, apagando.
— Como estão as coisas por aí?
— Melhor do que aí, com certeza.
— Estou entrando. — Ele voltou a pegar a bituca, Alec estava certo, Mark era certinho demais para ser um astro do rock.
— Na próxima semana, eu quero ouvir o novo vocalista do TAC, você vai gostar dessa mudança no fim, eu tenho certeza.
— Tchau, Alec, dê um beijo em Ant por mim. — Desligou antes que o outro respondesse.
Voltou para dentro do estúdio, Mad estava afinando o baixo, Dylan estava zapeando no celular, despreocupado, parecia que ambos sabiam que ele acabaria voltando e cedendo.
— É melhor vocês dois me ajudarem a fazer isso dar certo e eu tenho uma música nova que quero incluir no festival.
— Uh, você não acha que está um pouco em cima da hora? — Mad franziu o cenho.
— Então é melhor vocês se esforçarem, eu vou trazer a música amanhã, vamos começar esse ensaio.
[...]
O empresário estava enchendo o saco de todo mundo, a grana que Lys e Carl devia agora parecia ser nada em relação a dor de cabeça que estava causando em todos. Foi uma boa ideia a cláusula de que se qualquer integrante deixasse a banda antes do fim do contrato, iria pagar uma multa para todos. Isso pareceu não ser suficiente para impedir os dois, mas pelo menos todo mundo veria um dinheiro a mais na conta.
Acontece que não só estava trazendo dor de cabeça e ensaios triplicados, como a gravadora estava cogitando não assinar com a banda novamente. Muitas perdas, foi o que o empresário informou. Mark estava pouco se fodendo para o dinheiro e até mesmo para a fama, ele tinha sido esperto com o dinheiro que ganhou nesses anos, investindo, tinha sua própria marca e os holofotes, apesar de serem excitantes, nunca foram sua ambição. Ele gostava da adrenalina do palco, ele curtia cada segundo como se fosse o seu último momento de vida, era isso que ele amava. Além disso, ele só queria continuar escrevendo e tocando.
— Diga para eles decidirem isso depois do festival, tenho certeza que vão mudar de ideia — disse Mark, cheio de uma confiança que os demais não estavam esperando de quem nem queria cantar.
— Tuan está certo, diga a eles que o TAC estará ainda melhor e com uma vibe nova — defendeu Mad.
— Vou dizer todas essas coisas, mas fiquem cientes que eles estão muito irritados e que não vai ser fácil, melhor vocês fazerem um show incrível e arranjarem pessoas decentes pra ficarem nos lugares de Lysandre e Carl.
— Nós vamos dar o nosso jeito — garantiu Dylan.
— Sem estresse agora, Chicago nos espera. — Mad passou o braço pelos ombros do empresário, ela era boa de lábia, todos sabiam disso e era um risco ouvi-la por muito tempo.
Mas Mark parou de ouvir quando sentiu seu celular vibrando com novas mensagens, ele retirou do bolso e constatou uma coisa inusitada, ele estava em um novo grupo.
Grupo "V-Day"
Moreno
17:49
Quando você vai nos mandar os ingressos?
JinYoung disse que você prometeu consegui-los
Mark ficou meio atordoado, ele não tinha pedido os ingressos a ninguém, pra ser sincero, ele não achou que os dois tinham interesse real sobre isso. Ele olhou para o empresário que estava resmungando algo sobre Mad se comportar.
— Você consegue dois ingressos pro final de semana pra mim? — perguntou, meio no automático, se tinha alguém que poderia fazer esse milagre, era seu empresário.
— Uh, provavelmente sim, que tipo de ingressos?
— Conseguiria vip? — Ele não tinha planejado isso, mas se o empresário estava lhe dando a opção, ele não iria desperdiçar.
— Vou ver o que posso fazer. É pra alguém da sua família?
Mark não respondeu, abaixou a cabeça e começou a digitar:
Você
17:53
O que significa V-Day?
Sobre os ingressos, meu empresário vai consegui-los, assim que ele me entregar, eu mando para vocês
Moreno
17:54
Valentine's Day
Está bem, vou estar esperando
Mark olhou para os lados, mas as outras três pessoas estavam novamente entretidas em alguma conversa, não repararam em seu rosto ficando avermelhado com a menção de dia dos namorados, JaeBeom parecia ter perdido todo o senso.
Namorado do Moreno
18:00
Mark eu acabei esquecendo meu casaco aí, não foi?
Você
18:01
Sim
Desculpe, eu não tinha seu número e esqueci de avisar a JaeBeom
Depois que eu voltar de Chicago darei um jeito de mandar entregar para você
Namorado do Moreno
18:03
Não estou apressado, e de qualquer forma, agora eu já sei o caminho até aí, posso eu mesmo ir buscá-lo
Mark quase engasgou, Alec estava certo quando quis dizer que JinYoung esqueceu o casaco propositalmente para poder voltar ao seu apartamento? Não fazia o menor sentido na sua cabeça, JinYoung não precisava disso, ele tinha JaeBeom, procurar qualquer coisa com Mark parecia uma idiotice absurda.
Você
18:05
Como preferir
Eu preciso ir e JaeBeom, mude o nome desse grupo
Moreno mudou o nome do grupo de "V-Day" para "C-Weekend"
Você
18:07
E essa agora?
Moreno
18:07
Nosso próximo encontro, Final de Semana em Chicago
Mark deu por encerrado por agora, guardando novamente o celular, sua cabeça estava girando. Quando ele aceitou o convite de JaeBeom ele pensou em não se preocupar com o futuro porque na sua cabeça isso já estava bem estabelecido, eles teriam aquela noite e depois o casal seguiria seu próprio caminho o deixando para trás. Então por que eles não estavam fazendo isso? Por que pareciam tão insistentes em manter contato, em estar presente, em ter um próximo encontro?
— Ei, eu quero ouvir a nova música que vocês estavam ensaiando quando eu cheguei, parecia promissora.
— Mark escreveu, ela poderia ser a faixa título do nosso próximo álbum, faça a produtora pensar nisso — Mad sugeriu.
— Primeiro quero ouvi-la e digo se eles vão gostar ou não. — Ele cruzou os braços, com o mesmo olhar de quando conheceu a banda em sua formação original e estava decidindo se tentaria levá-los para frente ou não.
[...]
Mark estava no aeroporto, alguns fãs tinham lhe reconhecido, assim como aos demais membros da banda, pediram autógrafos e para tirar fotos, The A. Chase não era de longe uma banda mundialmente conhecida, mas nos Estados Unidos reunia um grande número de fãs. Ali, não apenas fãs, como também alguns fotógrafos marcaram presença.
— Deixe-me tirar uma foto de vocês, é para o artigo da Hollywood life — pediu um fotógrafo.
Mark não era muito de se importar sobre notícias que saíam, mas ao mesmo tempo tinha um desgosto enorme pelas páginas de fofoca. Nenhum deles realmente pousou para a foto, mas pelo menos os três olhavam na direção do jornalista e isso foi suficiente para a mente ardilosa dele perceber o óbvio.
— Onde estão os dois outros integrantes da banda? — perguntou.
Por sorte, Tuan estava de óculos de sol, seu olhar foi direto ao empresário, eles tinham falado sobre isso, não tinham decidido se a melhor decisão era anunciar antes ou pegar todos de surpresa no festival. Naquele momento, ele sabia que o que quer que dissesse poderia ser um problema e não dizer nada também.
[...]
— Você está lindo.
— Eles não fizeram nada de diferente comigo, amor. — JinYoung riu.
— Mas você é sempre lindo, e tem menos maquiagem no seu rosto agora, eu gosto quando você tem menos maquiagem.
O casal estava no camarim, JinYoung tinha passado o dia inteiro filmando e JaeBeom trabalhando no hotel em home office, mas quando a noite começou a cair, ele foi encontrar com o noivo. Park sentou de frente para o espelho, ele tinha uma equipe que poderia vir remover sua maquiagem e cuidar de suas coisas como o figurino, mas ele tinha dispensado todos, só quem sobrou os acompanhando foi um staff, que sentou em um sofá, mais interessado em seu próprio celular.
— Acho que também gosto... — Deu de ombros.
— Está conseguindo se adaptar? Você está parecendo bem cansado.
— Estou mesmo cansado, porém não tem sido horrível, é um ritmo diferente, mas sinto que tenho descansado mais aqui do que lá...
— O que há com essas bandas de rock de hoje em dia? Devem ser jovens sem compromisso — comentou o staff, foi mais um resmungo para si mesmo, mas ambos foram capazes de ouvir. — Se isso fosse na indústria coreana, a banda nem existiria mais.
— Que banda? — JaeBeom cedeu à curiosidade.
— Uma tal de The A. Chase, eles chamam de TAC, mas nunca ouvi falar até agora.
JaeBeom levou apenas alguns segundos para entender e reconhecer o nome, ele não tinha nenhuma vergonha de dizer que tinha procurado saber de Mark muitas vezes e que acompanhava um pouco da banda, apenas para se manter informado sobre o americano. JinYoung sabia disso, ele mesmo já tinha ouvido algumas das músicas, ele não curtia muito rock, mas não era detestável.
— O que tem a banda? — JaeBeom não conseguiu disfarçar o tom de curiosidade latente.
— Leia a matéria, por favor — pediu JinYoung, começando a remover a maquiagem, ele conseguia disfarçar melhor sua curiosidade.
— "Será que a banda TAC chegou ao fim? Talvez o Festival de Chicago seja o último show da banda", essa é a chamada da notícia — falou o staff, então continuou: — "Originalmente, a banda de pop rock The A. Chase começou em 2019 com cinco membros, entre eles James W.S que deixou a banda para fazer carreira solo e Liam Moore que tornou-se baixista de outra banda em menos de uma semana da sua saída, levantando algumas polêmicas em relação a outros integrantes. Atualmente, The A. Chase conta apenas com um membro da line original, o guitarrista e líder Mark Tuan. TAC está listada como uma das bandas mais esperadas para o Festival de Chicago, nesse final de semana, do dia 24 ao dia 26, mas quando o grupo chegou ao aeroporto, não contava com os cinco integrantes atuais, apenas Mark, Mad, a baixista, e Dylan, o baterista atual. Nosso colunista Fred estava presente e pediu para que a banda se pronunciasse sobre a falta dos dois integrantes, Carl, que é o segundo guitarrista e Lys, o talvez não mais atual vocalista da banda. Vale lembrar que a banda já mudou diversas vezes de membros, incluindo mais de uma troca de vocalista. — O staff fez uma pausa. — Essa banda está por um fio — debochou.
JaeBeom ficou irritado com o comentário, ele até abriu a boca, pronto para dizer qualquer coisa em tom ofensivo, mas antes que falasse a voz de JinYoung soou.
— Não me parece algo para se comemorar, mas continue a ler, o tal Mark respondeu ao colunista? — JaeBeom nem deveria ficar surpreso com noivo fingindo que não sabia quem era Mark, mas estava.
— Hm, sim, ele respondeu, ele disse: "Com uma voz muito tranquila, o líder respondeu a Fred dizendo 'Não vale a pena adiar a notícia, mas durante o festival seremos apenas nós três', ao que nosso colunista insistiu perguntando se algo tinha acontecido aos dois membros e ele respondeu 'para ser sincero com os fãs, eu não tenho uma resposta para isso', o que levantou a questão se a banda estava se desfazendo, então Mark respondeu 'Esse não é o fim do The A. Chase, eu diria que é um novo começo, os fãs vão ter uma surpresa durante o festival, eu espero que eles gostem do que está por vir'. Como sempre, Mark parecia muito calmo, o que não indicava que tipo de surpresa ele estava prometendo aos fãs, mas a sobrevivência da banda parece estar por um fio, poucas bandas sobrevivem a tantas mudanças, e o TAC é uma banda relativamente nova. Mark sempre foi um artista promissor, talvez esteja na hora dele deixar a banda e começar algo novo como Liam." — finalizou o staff, dessa vez ele guardou sua opinião para si mesmo.
— Ele não vai deixar a banda — JinYoung constatou. — Esse cara, ele não é disso, se a banda mudou mesmo de membros tantas vezes e ele continuou, não me parece que ele vai desistir agora. — JaeBeom ainda estava surpreso que JinYoung estava tratando Mark como um artista aleatório.
— Existem bandas de rock a rodo aqui nos Estados Unidos, eu concordo com a revista, seria mais inteligente para a carreira dele se ele entrasse em outra banda, se ele for bom de verdade, pode até entrar em uma banda mais famosa que esteja com alguma vaga e como eu disse, existem muitas bandas de rock, não deve faltar vaga pra um guitarrista. — O staff voltou a se pronunciar.
— Espero que essa matéria nem chegue até ele... — JaeBeom murmurou. — Esse tipo de artigo é uma droga.
— Espere, eu vou pesquisar melhor sobre ele... — disse o staff, JaeBeom não precisava disso, mas também não negou. — Vejamos, isso é um blog de fãs, com informações de artistas, aqui diz: "Mark Tuan, mais conhecido apenas como Mark, é o líder e guitarrista da banda The A. Chase. Mark nasceu em Los Angeles, na Califórnia, estudou na Arcadia Academy até se mudar para a Inglaterra onde estudou na Academia de Artes da Inglaterra e lá formou sua primeira banda First Beat, banda que continua ativa até os dias de hoje, com nenhum dos membros originais, mas como uma banda que toma novos membros quando os antigos vão se formando. Apesar de muitas polêmicas envolvendo ex membros da banda TAC, Mark mantém-se na linha, e ganhou o apelido de 'a salvação do rock'. Além disso, Mark Tuan tem sua própria marca, onde lança roupas e acessórios exclusivos." Tem mais coisas sobre curiosidades e história, mas daqui já dá pra ter uma impressão sobre ele... Ah, essa não foi da academia que você estudou atuação e música, JinYoung-ssi?
— É, foi.
— Vocês não chegaram a se conhecer?
— Talvez, quem sabe? — Deu de ombros. — Mas eu gostaria de ter conhecido. — JinYoung olhou para JaeBeom pelo espelho, quase enigmático, se JaeBeom não o conhecesse tão bem, não havia mentira no olhar do rapaz. — É por isso que quero duas passagens para Chicago, JaeBeom e eu queremos ir ao festival.
— O que, assim do nada? — perguntou surpreso o staff. — Você tem gravações, JinYoung, não pode ir pra Chicago quando quiser.
— Você disse que os shows são nos finais de semana, eu não trabalho nos finais de semana — disse, com um sorriso esperto. — Queremos passagens para ida no sábado e volta na segunda bem cedo, para estar aqui antes das gravações.
— Isso vai ser bastante apertado... Além disso, onde vão arranjar ingressos? Já devem ter esgotado.
— Disso cuido eu, verifique apenas as passagens, hyung, JaeBeom e eu queremos conhecer essa banda.
— Eu não sabia que você gostava de rock, JinYoung-ssi — disse o staff, pensativo. — Sempre vi você ouvindo voz e violão, às vezes um pouco de jazz, mas nunca rock.
— Nunca é tarde para aderir novos gostos, não é? Além disso, JaeBeom-hyung gosta, então eu posso fazer esse esforço por ele.
— Espero que você saiba que essa não é a única banda, podem ter outros estilos de rock mais pesado — alertou-o.
— Bem, vamos ver o quanto disso eu aguento. Hyung, por que está tão calado? Não gostou da ideia?
— Hm? Não, estou apenas pensando...
— Hyung-nim, eu já terminei de remover a maquiagem, você pode ir, não vamos precisar de carona para o hotel, vamos jantar juntos.
— Tudo bem, então vou indo na frente, me ligue se precisar de qualquer coisa. — O staff se levantou, pegando uma mochila.
— Apenas não esqueça das passagens na sexta-feira à noite, o primeiro voo depois das minhas filmagens, de preferência.
— E o hotel? Você vai providenciar isso ou devo me certificar?
— Ah, não se preocupe, se tudo acontecer como esperamos, então teremos onde ficar. — JinYoung riu, JaeBeom não conseguiu deixar de sorrir também.
— Está bem, então até amanhã.
JaeBeom esperou o staff ir embora e então se aproximou do noivo, olhando-o através do espelho, JinYoung retribuiu o olhar, ainda com o sorriso de lado.
— Você por acaso está praticando suas habilidades de atuação? Gosta disso, não é?
— Hm, pra ser sincero, eu gosto muito, mas dessa vez, não é isso.
— Então o que é?
— Já ficaram muito tempo em cima de mim por estar em um relacionamento com você, com toda a mídia xeretando e falando de nós dois em cada oportunidade, não quero trazer Mark-hyung pra dentro disso antes de ser realmente necessário. — JaeBeom ergueu as sobrancelhas, indagando sem precisar de palavras, mas JinYoung não continuou.
— O que você está querendo dizer com "antes de ser realmente necessário", Jiny?
— Você não precisa que eu diga isso, Beom, você mesmo criou um grupo para nós três, eu sei que você adoraria ficar com ele mais vezes.
— Você está sugerindo mantermos isso algo permanente?
— Não sei se permanente e não depende só de mim ou de você, mas nada nos impede de tentar mais algumas vezes.
— Hm... Fiquei surpreso quando você o sugeriu a princípio, mas agora estou ficando confuso... Você sabe que eu gostei dele no passado e que possivelmente quanto mais tempo passar perto dele, vou voltar a gostar.
— Para ser sincero, acho que você nunca deixou de gostar dele, hyung.
— Se acha isso, então por que está fazendo isso?
— Antigamente eu tinha inveja desse hyung, a forma como você gostava dele era diferente da forma como gostava de mim e...
— Eu amo você, JinYoung, espero que não esteja duvidando dos meus sentimentos. — JinYoung riu, virando finalmente para JaeBeom e se levantou, segurando o rosto do noivo.
— Hey, me deixe terminar, eu estava dizendo, senti inveja daquele hyung, porque você gostava de nós, mas de formas distintas. Em algum momento eu percebi que diferente não era ruim, porque somos diferentes, ele e eu, então evidentemente que você gostaria de formas diferentes. Mas você sempre foi sincero comigo, desde o tempo da academia de artes, eu sabia como você se sentia em relação a ele, eu sabia como se sentia em relação a mim. E ficamos juntos, mas ele continuou em seu coração e, sinceramente, perdurou em meus pensamentos também. Mas eu não o conheço tão bem, foi por isso que eu o sugeri, porque eu queria conhecê-lo melhor, queria tentar entender se eu também posso sentir algo por ele como você sente.
JaeBeom não sabia bem o que dizer, sentia-se vulnerável sob a perspectiva do noivo. Ele não poderia nunca mentir para Park, sendo assim, o mais novo estava certo, ele gostava de Mark, sua paixão perdurou mesmo depois dos anos, de forma diferente, uma vez que eles perderam o contato, enquanto os sentimentos por JinYoung foram evoluindo de paixão para amor, algo que não tinha acontecido por Mark, não era igual, as pessoas mudavam e o Mark que ele era apaixonado era o de seis anos atrás, e o Mark que ele via em uma notícia ou outra no mundo da música ou da fofoca. Ele precisava conhecer o atual Mark pra saber o que sentiria por ele.
— Você quer dizer que vai tentar se aproximar dele? E depois o quê, Nyoung? Vai querer trazê-lo para nosso relacionamento? Ou quer apenas aproveitar um pouco? Tenho medo de começarmos a ser injustos com ele, não dá pra começar a entrar na vida dele e depois sair como se nada tivesse acontecido.
— Não estou fazendo isso para brincar com ele, e preciso acreditar que ele não está entrando nisso de forma inocente também, ele sabe o que queremos e também sabemos o que ele quer.
— Sabemos?
— Você, evidentemente. — JaeBeom, afastou-se, suas bochechas coradas, mas isso o desmotivou.
— Não posso fazer isso com ele, Jiny, isso soa como se estivéssemos defraudando ele.
— Não estamos defraudando ninguém, se preferir, podemos deixar bem claro nossas intenções.
— Eu sequer estou entendendo as suas, quanto mais as nossas.
— Quero conhecê-lo, JaeBeom, quero saber se posso sentir algo por ele, e naquele dia eu descobri, pelo menos desejo, o que mais posso sentir? — JaeBeom mordeu o lábio inferior.
— E se puder? Se começar a gostar dele e se começar a se apaixonar?
— Talvez a gente possa fazer isso funcionar, se ele também achar que pode gostar de mim — JinYoung insistiu, se aproximando mais uma vez, dessa vez ele deixou um beijo carinhoso nos lábios de JaeBeom. — Para que você pare de pensar no que poderia ter sido, e comece a pensar no que pode ser. Agora me faça um favor.
— O quê?
— Aquela matéria foi muito contundente, pareciam estar querendo ir em cima dele especificamente, os outros membros mal foram citados, seria bom ver como ele está.
JaeBeom sorriu, a expressão de JinYoung era muito monótona, mas ele sabia melhor, ele o conhecia como ninguém, sabia que na verdade estava preocupado com Mark. JaeBeom começou a pensar que tinha sido mais que desejo o que JinYoung passou a sentir no dia dos namorados.
Grupo "C-Weekend"
Moreno
20:42
Mark-hyung?
Você pode falar agora?
Mark olhou para a notificação no celular, o tal grupo com JaeBeom e o namorado, ele já estava com o aparelho em mãos, uma vez que estava lendo a página da Hollywood life, na matéria que tinham feito sobre suas palavras no aeroporto. O empresário havia reclamado no início, mas no fim concordou que não dava para esconder por muito tempo a saída de Lys e Carl da banda, portanto não tinha muito o que Mark fazer.
Ele não tinha certeza se queria falar com nenhum dos dois, especialmente porque estava começando a ficar nervoso com o desfecho que o festival traria. Ele não se considerava um vocalista adequado, mesmo que tivesse feito aulas de canto, porque estava incluso em sua grade curricular, e ele mantinha suas cordas vocais bem treinadas, porém, ainda não se via com potencial suficiente para tornar-se um vocalista, ele não tinha a desenvoltura, o jogo de cintura, os modos extrovertidos para interagir com o público, ele só queria tocar a sua guitarra.
Moreno
20:50
Hyung
Só queria dizer que não importa o que esses sites de fofoca falam, eu acho você um artista incrível, espero que você não desista da sua banda.
Você
20:52
Não se preocupe, eu não tenho nenhuma pretensão de desistir
Você leu?
Moreno
20:52
Eu vi
Eles estavam em cima de você como abutres
Você
20:53
Eles gostam de experimentar até onde aguentamos antes de responder e transformar isso em uma polêmica
Eu não me importo realmente
Continuaria tocando e cantando mesmo se já não houver mais fãs para ouvir
Moreno
20:54
É isso aí, esse é o espírito!
20:55
Aliás, saiba que foi JinYoungie que me disse para me certificar de que você estava bem depois da matéria
Você
20:55
??
JinYoung? Por que?
Namorado do Moreno
20:56
Aqui vemos que JaeBeom-hyung não é bom em manter os dedos calados
20:57
Eu só queria saber, também sou um artista, eu entendo a pressão, empresário, produtora, todas essas coisas que são um inferno
Só quis me certificar que estava tudo bem com você
Você
20:58
Estou bem
Mas tem que admitir que é estranho
Ou pelo menos, que eu tenho razão em estranhar
Namorado do Moreno
20:59
Eu estava na sua cama algumas noites atrás, você deveria ter se surpreendido lá
Agora não deveria se surpreender com mais nada vindo de mim
Você
21:01
Acredite, eu estava surpreso lá e estou surpreso agora e provavelmente vou ficar surpreso com muitas outras coisas quando se trata de você
Moreno
21:02
Provavelmente sim, eu ainda me surpreendo com ele em muitas coisas
Namorado do Moreno
21:03
Certo, eu vou dar bons motivos para você se surpreender no futuro
E quanto aos nossos ingressos?
Você
21:04
Já os providenciei, para enviar eu preciso do endereço do hotel
Moreno
21:05
Vou enviar para você
Obrigado, hyung, tenho certeza que sua banda vai superar esse momento.
Você
21:07
Tenho certeza disso também
Eu preciso ir, meu empresário está aqui
Vejo vocês no final de semana
Tudo isso era muito esquisito, na opinião sincera de Mark, mas não significa que ele não tenha gostado, saber que despertou algum interesse em JinYoung era bom para sua autoestima, não é todo dia que se chama a atenção do Senhor Perfeito.
[...]
— Aí está você! — Braços sufocadores rodearam seu pescoço, propositalmente de forma exagerada e Mark nem se debatendo conseguiria escapar de Alec. — Admita, estava morrendo de saudades de mim.
— Menos, bem menos, Alec — murmurou, o outro só o apertou mais. — Desse jeito vai me sufocar, pelo visto era você quem estava morrendo de saudades de mim.
— Estava, mas nem tanto, você consegue arranjar problemas suficientes pra que estar longe não pareça tão ruim assim. — Finalmente o inglês lhe soltou. — E aí, como foi a viagem?
— Normal, eu deveria ter vindo de carro, seria um dia e meio, mas me pouparia a chatice dos fotógrafos inconvenientes.
— É, talvez devesse ter feito isso, já li as fofocas, mas eles vão ter uma surpresa e tanto com você.
— Espero que seja uma surpresa boa... Aliás, cadê o Ant?
— Eu disse que viria na frente, ele deve chegar a qualquer momento... Mas então, agora você vai me atualizar sobre o seu moreno e o namorado dele.
— Eles fizeram um grupo e me colocaram, de vez em quando mandam mensagem, me deixam muito confuso.
— Estão sugerindo repetir o que fizeram? — Alec jogou-se na cama do quarto de hotel, Mark apenas sentou na beirada, ficando em uma posição de lado, mas de frente para o amigo.
— Não, não foram assim tão longe, mas não consigo entender, se era pra ser só uma vez, não tem motivo pra continuarem com o contato, nem de insistirem nos ingressos.
— Isso está me cheirando a relacionamento aberto, não sei se posso dizer aberto pra todos, mas pelo menos aberto pra você... Já parou pra pensar nisso?
— Alec... Você sabe que eu não sirvo pra isso, meu plano é ficar sozinho até você terminar todos os seus rolos, lá para os sessenta anos e vir morar comigo para criarmos o Leon, Louis e Milo juntos em uma casinha no campo.
— Primeiro, eu não vou terminar meus rolos aos sessenta anos, eu pretendo ser um velhinho charmoso, até meus oitenta anos ainda estarei fazendo as pessoas arrastarem um caminhão. Segundo, é doloroso, mas na realidade, quando tivermos essa idade, teremos já a terceira geração dos nossos filhotes e terceiro, hm... casa no campo, você me conquistou, que tal irmos agora? — brincou, Mark riu, mas não tão animadamente quanto Alec esperava. — Agora deixa de graça, fala sério, você não acha mesmo que pode entrar em um relacionamento aberto? É só imaginar que está ficando com um dos seus casos, você não é santo, Mark, eu sei que você tem seus casinhos por aí.
— Nunca disse que não tenho, só que isso é diferente, eu tenho casos com pessoas solteiras, pelo menos até onde eu sei. Eles estão em um relacionamento e se não me falha a memória, até noivos estão... Quando eu começo um caso, eu sei que posso, por algum milagre, me apaixonar e querer mais do que só ficar, aconteceu algumas vezes, você sabe disso. Nesse caso, eu não posso me apaixonar porque ambos estão comprometidos e, para piorar, eu já estou apaixonado, começar a me envolver mais profundamente vai me foder de verdade.
— A má notícia é que fodido você já está, em todos os sentidos da palavra, amigo. — Mark revirou os olhos.
— E a boa notícia?
— Não tem boa notícia — zombou. — Você tem que falar com eles, saber quais as intenções deles e falar o que pensa, se quer se envolver com eles, deixe claro que não quer ser usado como eles bem entenderem. Se não quiser se envolver, melhor cortar isso de uma vez.
— Você sabe que eu sou idiota, é claro que eu não quero perder a oportunidade de ficar mais vezes com o moreno.
— Só com o moreno? — Alec lhe lançou um olhar questionador e um sorriso de lado. — E quanto ao pseudo noivo dele?
— JinYoung é... interessante também, eu não sei, antes daquilo eu não tinha nenhum interesse verdadeiro nele, na verdade, não gostava dele, agora... bem, não posso negar que ele é um gostoso e que me deixou excitado.
— Porra, Mark, você transou com os dois, e eles ainda estão atrás de você, seja lá o que deu na cabeça deles, você deveria aproveitar.
— Alec tem razão. — Os dois na cama olharam na direção da porta, Antoine sorriu para ambos, jogando o longo cabelo loiro tingido para trás. — E aí, americano, você tem dois caras na sua e nem me contou? Quem são?
— Ah, você pode entrar, Ant, mesmo que já esteja dentro — provocou Tuan, mas Antoine não ligava a mínima para seu deboche e apenas entrou. — Lembra do moreno?
— Vagamente... exceto que eu sei que praticamente todas as suas músicas são sobre ele, mas geralmente finjo que não sei, continue.
— Bom, simplificando tudo, transei com ele e com o noivo dele.
— Puta merda, Mark! Eu achei que você ia morrer sendo o rockstar mais chato de todos os tempos, mas seus fãs nem sonham com o devasso que você é.
— Já terminou?
— Não, eu ainda posso atribuir muitos adjetivos, mas então, como foi isso? Como se meteu nisso?
— Longa história, mas basicamente achei que seria só uma vez, porém acho que não é o que eles querem.
— Hahaha, por essa eu não esperava.
— Você é muito sínico. — Mark revirou os olhos novamente. — Você me procurou novamente depois que transamos pela primeira vez.
— Tenho que dar o crédito, você é bom com os quadris.
— Espera, vocês transaram? — Alec perguntou, verdadeiramente surpreso, o que surpreendeu Mark, que sempre achou que ele sabia.
— Umas duas vezes, eu acho... — disse Mark, incerto.
— Três — corrigiu Antoine e Alec deixou o queixo cair ainda mais.
— Uau, eu não fazia ideia... Isso foi no tempo da academia de artes?
Antoine e Mark se entreolharam, Mark corou um pouco, Antoine sorriu satisfeito com o constrangimento do amigo.
— Houve uma vez, quando fui visitar o Mark em Los Angeles, isso tem alguns anos, mas foi bem depois da academia de artes.
Alec olhou pra Mark com o cenho franzido, como se lhe cobrasse uma explicação, Mark cruzou os braços.
— O que foi? Você e eu transamos mais vezes que isso — ele jogou, esquecendo que Antoine era ciumento, mas também, ele não tinha o que falar.
— É mais, é diferente... — Alec ainda fazia uma expressão engraçada, na concepção de Mark, o inglês estava claramente confuso com tudo isso.
— Claro que é diferente, se vocês namorassem eu obviamente não dormiria mais com nenhum dos dois, enquanto isso, sou solteiro, vocês também, se flertarem comigo e eu estiver afim de corresponder, vou fazer e se eu estiver afim e um dos dois corresponder, também vou fazer. Agora, se deixarem de cu doce, isso não vai mais se repetir.
Não era comum que Tuan perdesse a paciência, mas Antoine e Alec se gostavam, disso ele tinha certeza, essa coisa de não assumirem um ao outro era completa idiotice. Antoine tinha se tornado, nas próprias palavras do francês, um devasso, ele tinha alguém em sua cama sempre que desejasse. Alec não era tanto quanto o outro, mas ele sempre dizia que gostava de ter experiências com outras pessoas, que não queria se apegar a ninguém. Talvez o problema de Mark com toda essa enrolação dos dois se devesse ao fato de que ele era o oposto, ele queria viver um relacionamento sério com alguém, nas suas fantasias esse alguém tinha sido Lim JaeBeom, mas ele teve verdadeiros relacionamentos e ele os vivenciou de verdade, dando o melhor de si para a pessoa com quem esteve.
— Hm, depois a gente conversa, eu vou indo. — Alec levantou, desconfortável, e saiu do quarto, deixando os outros dois pra trás.
— Ele...
— Claro que ele gosta de você, Antoine, é por isso que ele continua fugindo, tem medo de se prender a alguém. Se eu fosse você não perdia mais tempo, conversem, se entendam e Antoine... não seja impulsivo, você sempre diz coisas erradas quando é impulsivo.
O francês, que geralmente tinha uma boa piadinha na ponta da língua, dessa vez apenas assentiu e saiu do quarto do americano. Mark suspirou, se jogando na cama.
[...]
A sexta-feira entardeceu bem, Mark estava no camarim com Mad e Dylan, faltava algumas horas para a apresentação deles. Mad estava com o cabelo preto solto, batia na altura de seus seios e falando nisso, ela estava sem camisa, apenas um colete que cobria o necessário, ou nem tanto assim, ela também usava calça preta tão colada ao corpo que parecia humanamente impossível de se movimentar, mas ela continuava graciosa, ainda com uma bota cano curto, que quase deixava ela da altura de Mark, quase, porque ela era realmente baixinha. Dylan estava não muito diferente de Mark, camisa e jeans, o que os diferenciava era apenas a cor, ele usava azul e Mark vermelho.
O celular de Mark tocou, ele não se orgulhava de admitir que tinha colocado um toque diferente para as notificações do grupo com JaeBeom e JinYoung, mas isso ao menos garantia que ele soubesse quando os outros dois entrassem em contato e ele estava ansioso por isso. Exceto que quando leu a mensagem, seu rosto caiu em decepção.
Moreno
19:12
Perdemos o voo
Não conseguimos outro no sábado também, já está lotado
Você
19:14
Ah, tranquilo
Não estava mesmo tranquilo, Mark decidiu deixar o celular de lado, ele estava chateado, decepcionado, mesmo que não fosse culpa de nenhum dos dois. Ele não sentiu só por JaeBeom, sentiu por JinYoung também, talvez ele quisesse mesmo provar ao Park que ele era um bom músico, e a JaeBeom que eles foram a inspiração da maioria das músicas, porque querendo ou não, JinYoung era inspiração das outras.
Quando chegou por volta da meia noite, o The A. Chase foi chamado ao palco, eles foram recebidos por uma multidão infindável de fãs e de outras pessoas que estavam pela música e outros artistas em geral, mas todos pareciam animados. O trio subiu ao palco e Mark foi ao centro, onde o pedestal estava com seu microfone vermelho, era seu próprio microfone, sua marca. Eles começaram a tocar como abertura do show uma das músicas mais famosas da banda, as pessoas foram a loucura, a voz de Mark sendo uma surpresa aparentemente positiva porque os fãs reagiram gritando e cantando bastante. Quando a música acabou, eles deram uma pausa para Mark cumprimentar o público.
— Boa noite, Chicago! — ele gritou no microfone, Dylan bateu na bateria fazendo barulho e a plateia vibrou com gritos eufóricos. — Estar no palco de Chicago é uma loucura, vocês são quentes! — As pessoas vibraram novamente, Mark estava em um modo extrovertido que era um pouco diferente do que os fãs estavam habituados, mas era positivo também. — Nós viemos aqui para esquentar ainda mais. Sei que vocês não estão habituados com a minha voz nas músicas, mas espero que vocês curtam o show que preparamos para vocês.
Ele olhou para Mad e depois para Dylan, dando o sinal e novamente outra música começou a ser tocada. No geral, quem conhecia as músicas estavam cantando com empolgação, quem não conhecia estava curtindo e se Mark pudesse ouvir alguns comentários, saberia que algumas pessoas até elogiaram e achava que sua voz combinava mais do que a que tinha sido originalmente gravada. É claro, também tinham aqueles que não curtiram muito, não dava para agradar a todos, porém, parecia que a grande maioria estava curtindo o show. Mark estava se sentindo eufórico.
— Essa última música que iremos cantar, ela ainda não está em nenhum de nossos CDs, quem sabe não teremos ela no próximo? — Mark não era bobo, ele queria que tanto o empresário quanto os produtores vissem a reação do público, ele obviamente não queria o fim da banda. — O nome da música é lonely, espero que gostem.
Ele começou sozinho tocando a guitarra, Mad e Dylan esperariam a deixa para começarem na segunda estrofe, então Mark começou a cantar:
"Duas garrafas para mim
Eu sei que é ruim para minha saúde
Mas eu não tenho ninguém para compartilhar
Jogue fotos da prateleira
Não, eu não quero nenhuma ajuda
Às vezes eu desejo que ninguém se importe"
Os outros dois finalmente entraram no ritmo da música, as pessoas reagiam positivamente, mesmo que não soubessem cantar, dava para ouvir os gritos animados. Ele continuou:
"Uma respiração direto para dentro de mim
Três doses eu os tomo silenciosamente
4 horas essas luzes estão me cegando agora"
O ritmo ficou mais forte, o ponto alto do refrão chegando e as pessoas gritaram mais. Mark fechou os olhos, cantando com sinceridade.
"Eu gosto mais quando estou sozinho, sozinho, sozinho
Eu nunca precisei de você para me abraçar, me abrace, me mantenha perto
E você sabe que eu te dei tudo
Então você foi e me disse
Que você gosta mais solitário, solitário sozinho"
Ele estava expressando o quão miserável sentia-se com aquela situação, enquanto dizia que estava bem estando sozinho, dizia que não precisava ser abraçado, quando na verdade era o que ele queria, estar abraçado por quem ele sabia que deu sua paixão por tantos anos. Ele repetia que preferia estar sozinho, mas na verdade, não era ele, estava repetindo o que imaginava vir dessa pessoa. JaeBeom.
Ele entrou na segunda parte da música, o ritmo tornando-se mais calmo novamente, mais cruel com suas palavras, era para si mesmo que ele estava cantando, se ele fosse sincero. Bastava de escrever para JaeBeom ou para JinYoung, era sobre ele próprio e como ele se sentia.
"Eu sei que minha vida é uma bagunça
Penso em fazer as pazes
Mas eu vou ficar fodido em vez disso
É mais fácil assim
Eu encontrei uma maneira de escapar
Os maus pensamentos dentro da minha cabeça"
Seu problema, todos esses anos, era não ter aceitado as coisas como elas eram, ele perdeu uma paixão, ele não precisava ter levado isso tão longe, não precisava ter alimentado tanto tempo algo irreal. Mas agora as coisas estavam ficando bagunçadas, não conseguia entender, se ele deveria abandonar a ideia estúpida de tentar algo ou de enfrentar aqueles dois e dizer como se sentia.
"Uma respiração direto para dentro de mim
Três doses eu os tomo silenciosamente
4 horas essas luzes estão me cegando agora
Eu gosto mais quando estou sozinho, sozinho, sozinho
Eu nunca precisei de você para me abraçar, me abrace, me mantenha perto
E você sabe que eu te dei tudo
Então você foi e me disse
Que você gosta mais solitário, solitário sozinho"
Finalmente a música chegou em sua ponte, o ritmo que de repente tornou-se suave, apenas com a voz dele e seu instrumento, Mad e Dylan já não tocavam, esperando aquela parte tão melancólica e reflexiva.
"Vivendo em silêncio
Parece tão atemporal
Quando ninguém está aqui
Eu durmo com todas as sirenes
Porque ninguém me mostrou
Como ser solitário
Quando estou sozinho
Eu nunca sou realmente o único
E é perfeito
Você olha para a superfície
Não é o que parece
Estar sozinho tem um propósito
Então garota não me ligue
Garota não me ligue
Porque eu não estarei lá para te pegar quando você estiver caindo"
Ainda era sobre si, era sobre o que ele queria ter coragem de fazer, era sobre o que ele sabia que deveria ter feito, mas como ele sabia que não seria capaz de ser. JaeBeom e JinYoung não estavam ali, ele sabia que quando tudo acabasse, quando ele voltasse para Los Angeles ele tinha que dar um basta, tanto nos seus sentimentos quanto no que quer que seja que aqueles dois queriam consigo.
Mark finalizou a música com intensidade, o refrão estourando excitação, algumas pessoas já conseguiam repetir partes do refrão, o coro de Dylan e Mad soava em sua cabeça repetidamente, como vozes lhe dizendo o que tinha que fazer. Ele olhou para o público, tantas pessoas, quantas delas se sentiam como ele? De repente, ele não se sentia tão sozinho, ele com certeza não era o único que tinha passado por desilusões amorosas, algumas dessas pessoas o entendiam.
[...]
— Estou exausta, então vou para o hotel, vem junto? — Mad perguntou, pegando a mochila pra sair do camarim.
— Vou esperar pelo Alec e o Antoine, vocês podem ir sem mim.
— Falou, até amanhã. — Dylan lhe deu um toque, diferente da baixista ele não ia embora, ia curtir muito o restante do festival.
Mark ficou tentado a pegar o celular e olhar se tinham mais mensagens, mas ele ainda se sentia frustrado. Jogando-se no sofá do camarim, ele cobriu os olhos com o antebraço, tentando trazer um pouco de coerência para seus pensamentos.
— A música nova é boa, mas espero que você não esteja mesmo querendo ficar sozinho.
Mark se sobressaltou ao ouvir aquela voz, sentando rapidamente, olhando de um para o outro. JaeBeom e JinYoung estavam ali, ambos de mochila nas costas e pareciam cansados, mas sorriam pra ele.
— Como... vocês não tinham perdido o voo? — Mark perguntou, confuso.
— Perdemos, mas conseguimos trocar por um no último voo do dia, chegamos e viemos direto para o festival — explicou JinYoung, sorrindo ainda maior com a expressão do guitarrista.
— E como entraram aqui? Esse lugar tem acesso restrito.
— Bom, os ingressos que você mandou tinha acesso, hyung — respondeu JaeBeom.
Mark lembrou-se vagamente do empresário perguntando se era pra um familiar, talvez ele tenha achado que sim e portanto conseguiu ingressos de bastidores também.
— Certo... bom, eu não achei que viriam mais... vocês conseguiram assistir ao show?
— Quando chegamos você já estava cantando... — JaeBeom começou a se aproximar dele. — Ouvimos ainda umas três músicas...
— Eu disse que não era sobre você ter voz ou não, era sobre você ter coragem — disse JinYoung, com ar de quem estava certo. — E para ser sincero, eu fiquei impressionado, você é muito bom.
— Você estava falando a verdade, hyung? Você acha melhor estar sozinho? — JaeBeom perguntou.
Mark achou que seu cérebro estava derretendo, muitas informações, JinYoung lhe elogiando, JaeBeom querendo saber sobre a música. Ele tinha pensado consigo mesmo que precisava dar um basta, ou pelo menos ser sincero com esses dois.
— Talvez... não é sobre o que eu quero, é sobre o que acho que deveria ser o certo.
— Acha que ficar sozinho é o certo? — JinYoung franziu o cenho.
— Acho que tenho que parar de ser um idiota apaixonado por alguém que está muito bem resolvido em um relacionamento sério.
Um silêncio desconfortável pairou sobre eles com as palavras grosseiras proferidas pelo guitarrista. JaeBeom olhou com certo receio e aflição para JinYoung, porque eles tinham conversado mais a respeito no voo e eles queriam conversar com Mark sobre isso.
— Em outras circunstâncias, eu diria que você está certo, Tuan — disse JinYoung, calmamente também caminhando na direção dele e sentou em uma cadeira mais próxima. — Mas essa situação é diferente.
— Diferente como?
— Eu sei dos seus sentimentos pelo meu noivo e sei dos sentimentos dele por você. Talvez, o que você não saiba é que no tempo da escola, ele também gostava de você.
Mark não pôde deixar de olhar surpreso para JaeBeom que pela primeira vez em seis anos pôde admitir isso para ele.
— Sim, eu estava, gostava de você, mas você simplesmente foi embora.
— Vocês já estavam namorando, você mesmo me disse isso.
— Sim, eu estava, mas... eu gostava dos dois, eu queria saber como resolver aquilo, só que você foi embora, você resolveu o "problema" assim. Eu não tive que escolher, eu não tive nem mesmo que conversar sobre isso, você só se foi.
Mark mordeu o lábio inferior. Certo, ele tinha tomado uma decisão precipitada, mas o que isso mudava agora? Por que estavam lhe dizendo tudo isso?
— Isso não muda nada.
— Acho que muda a partir do momento em que eu deixei vocês dois experimentarem isso juntos e eu também me envolvi.
— Não estou conseguindo entender o seu ponto, JinYoung, seja mais específico.
— O que eu quero dizer é, se você nos deu a chance de uma noite, por que não poderia nos dar uma chance de tentar um relacionamento?
— O que? Está tentando me propor um relacionamento aberto? — Mark perguntou descrente.
— Um relacionamento aberto não, um relacionamento com nós dois — JaeBeom explicou mais rápido.
— Com... os dois? — Ele olhou de um para o outro. — Eu não acho que isso possa dar certo, eu não... Você nem gosta de mim. — Apontou pra JinYoung.
— Correção: eu não conheço você direito ainda, e se você for ser bem sincero, não me conhece direito também, nem a JaeBeom. Nenhum de nós dois te conhecemos bem, vocês foram a paixão um do outro na época da escola. O que eu sei é que obviamente nós três já provamos que temos química na cama, falta descobrir se temos coisas em comum suficientes para um relacionamento. E eu não vou entregar JaeBeom de bandeja, eu o amo. Então, se você quiser tentar, eu estou disposto a isso.
Mark achava tudo isso inacreditável, transar uma vez, foi louco, excitante, diferente, excêntrico, ele com certeza gostaria de experimentar novamente. Mas um relacionamento a três? Como seria isso? Ele estava disposto a ver constantemente JaeBeom e JinYoung trocando afeto? Ele conseguiria ser sincero com JinYoung? Conseguiria ter sentimentos por ele?
— Não sei... vocês dois estão noivos, eu posso gostar muito de JaeBeom, mas não tenho pretensão nenhuma de fragmentar relacionamentos alheios.
— Não pense nisso como se estivesse nos fragmentando, hyung. — JaeBeom segurou em sua mão. — Eu realmente acho que podemos fazer isso, pelo menos tentar, o primeiro passo é estar disposto.
— Quanto tempo vocês vão ficar? Porque eu não tenho pretensão de sair de Los Angeles. Isso já começaria ruim se for pra ter data de término.
— Não vamos voltar, JinYoung não falou? — JaeBeom olhou para o namorado que deu de ombros, ele tinha mencionado que Mark perguntou sobre isso, mas ele não deu uma resposta muito explicativa. — JinYoung pretende continuar com a carreira de ator em Hollywood e eu estou em uma parceria com a minha gravadora, estamos expandindo o negócio para os Estados Unidos, eu estou gerenciando essa parte, vou ficar em Los Angeles, temos uma parceria com a Warner Music.
Mark piscou lentamente com as novas informações, isso significava que eles ficariam em Los Angeles por tempo indeterminado, sendo assim o maior problema que ele tinha em mente já havia descido pelo ralo. Ele ainda mordeu o lábio, indeciso e cheio de preocupações.
— Mark, você não quer nem mesmo testar? — JinYoung perguntou.
— E se você e eu não nos dermos bem? Está mesmo disposto a dividir seu namorado com alguém que você pode nem curtir a companhia? — JinYoung sorriu de lado e deixou a cadeira para sentar ao seu lado.
— Mas quem disse que não curto a companhia? Gostei do tempo que passamos juntos tanto no quarto, quanto na cozinha.
Mark não expressou, mas seus pensamentos o levaram de volta tanto ao quarto, com lembranças da forma como ele e JaeBeom foderam e como JinYoung lhe fodeu. Depois seus pensamentos lhe levaram até o tempo conversando os dois enquanto o terceiro ainda dormia. Não foi ruim, só esquisito. Ele podia encontrar coisas em comum com JinYoung? Provavelmente sim.
— Hyung... — JaeBeom chamou, e quando Mark virou para si, a mão de Lim estava sobre sua bochecha o impedindo de virar pra outro lado e o beijou. — Pelo menos tentar... o que nos diz?
Mark pensou nos lábios de JaeBeom e que ele adoraria passar a vida o beijando.
— Certo — respondeu.
— Certo o que? — JaeBeom precisava ouvir todas as palavras.
— Certo, podemos tentar.
Mark concluiu que ele não era melhor sozinho, e queria descobrir se ele podia ser melhor se estivessem em três.
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