Bônus - Três para a estrada
— Então quer dizer, que vocês dois vieram para Chicago, em época de festival, sabendo que chegariam tarde da noite, decididos a irem em um show na madrugada, mas não reservaram um quarto de hotel? — Mark segurou o sorriso no canto dos lábios e cruzou os braços. — Posso saber exatamente onde pretendem passar a noite?
— Desculpa se sou confiante o suficiente para saber que passaremos o final de semana na sua cama — foi a resposta de JinYoung, afiado como sempre. JaeBeom riu disso e da forma como a pose de Mark bobeou.
— A gente não sabia, mas estávamos pelo menos torcendo pra que você aceitasse nossa proposta — JaeBeom completou e, para não deixar Mark com dúvidas, ele o beijou, um toque sutil dos lábios, mais forte que um selinho, mas não forte suficiente para Mark ficar satisfeito. — E então, vai nos deixar ficar?
— Certo.
— Você tem que aprender que usar "certo" pra tudo, não responde praticamente nada. — JinYoung levantou-se. — Mas vou considerar isso um sim e torcer pra que você esteja pensando em fazer isso agora, porque eu estou louco por um banho.
— Hm, a banda de Alec e Ant ainda está no palco... — Mark olhou para a tela do celular, vendo a hora, eles ainda tinham bastante tempo de show.
— Você não já os ouviu? — JinYoung parecia mesmo cansado e até onde Mark sabia, ele saiu do set de filmagens direto para o aeroporto.
— Ainda tem mais alguns dias de show, hyung, por favor... — JaeBeom que insistiu, uma voz manhosa, com um sorriso caloroso, pedinte, que fazia o coração de Mark pular no peito, correr uma maratona, quase lhe dando um ataque cardíaco. Ele não tinha como dizer não a JaeBeom.
— Tá, tudo bem, vou pedir para nos levarem.
JaeBeom levantou, sorrindo com animação, indo até JinYoung e lhe deu um selinho, o sorriso de Park não dizia muito a Mark, eles ainda tinham bastante estrada pela frente, um longo caminho até se conhecerem e JaeBeom não ser algo que os separe e sim algo que os une.
Mark pegou sua mochila e começou a digitar uma mensagem para Alec dizendo que o moreno e o namorado do moreno tinham ido lhe ver e agora estavam indo para o hotel. Com isso, ele também esperava que o melhor amigo e muito menos Antoine fossem bater na sua porta na madrugada ou pela manhã e provavelmente pela tarde também não. Se Mark sabia bem, eles não estavam indo para o hotel dormir coisíssima nenhuma.
[...]
— Isso é mau, muito mau... — JinYoung murmurou.
— Relaxa, amor, são fãs de rock, elas provavelmente não fazem ideia de quem somos. — JaeBeom tentou acalmá-lo com um afago em seu braço.
Mark sentiu-se intrigado, eles estavam com o carro estacionado um pouco antes do hotel, haviam fãs na porta, como descobriram que o TAC estava hospedado ali não importava, a consequência seria a dificuldade em entrar no hotel, não daria para evitar os alardes. Mas o que lhe intrigava era como JaeBeom e JinYoung conseguiram ficar noivos escondendo tudo isso da indústria deles, não da empresa, nem dos staffs, eles precisavam dessa proteção e ajuda, mas os fãs ainda não sabiam, então não podiam arriscar deixar que fossem vistos, muito menos os dois com um astro do rock. Talvez isso pegasse mal pra carreira de ator de JinYoung.
— Eu vou entrar primeiro, vocês esperam, na recepção eu direi que dois rapazes vão chegar, darei os nomes de vocês e então vão permitir que vocês subam. É tranquilo assim, não tem com o que esquentar a cabeça. — Deu de ombros, se os dois esconderam isso por anos, não deveria ser difícil pra ele, embora ele achasse esquisito a ideia de ter que esconder algum relacionamento.
Mark namorou algumas vezes e, mesmo que ele fosse alguém reservado, praticamente todos os seus namoros saíram em algum site de fofoca, manchetes como: "Guitarrista da banda The A. Chase, Mark Tuan, está namorando a modelo Alicia Brown", ou "Mark Tuan, guitarrista da banda de pop rock The A. Chase, foi fotografado beijando um rapaz desconhecido". Ele teve a sua cota de importunação, mas acreditava que JinYoung e JaeBeom não estavam prontos pra isso ainda.
— Tudo bem, então saímos primeiro. — JaeBeom se inclinou na sua direção e lhe beijou antes de abrir a porta e sair primeiro.
— Desculpe o inconveniente... — JinYoung murmurou antes de sair atrás do noivo.
Isso surpreendeu Mark de verdade, não entendia como JinYoung podia achar que estava sendo inconveniente quando o possível alvoroço era na verdade culpa sua. Ele assentiu para os dois, fechando a porta, então o motorista particular deu a partida novamente, dessa vez indo de fato para a entrada do hotel.
Assim que Mark abriu a porta várias mulheres reuniram-se ao seu redor, gritando elogios e pedindo autógrafos. Ele deu seu melhor sorriso social, pegou alguns cadernos e assinou, depois desculpou-se, pedindo que elas voltassem para casa ou local que estavam hospedadas e que ficassem seguras. Ele tentou fazer tudo isso em um curto espaço de tempo, na esperança que desempedissem a entrada, tanto por JaeBeom e JinYoung, quanto pelos outros clientes do hotel que para entrar ou sair tinham que passar pelo transtorno de fãs barulhentos.
[...]
— Isso é meio constrangedor — murmurou JinYoung, mas JaeBeom riu.
— Fizemos isso várias vezes, entrar em segredo no apartamento um do outro.
— Eu sei, mas não torna menos esquisito, digo, ele com certeza não está habituado, viu a cara que ele fez?
— É, a vida de um astro do rock não deve ser muito parecida com a de um cantor ou ator coreano, amor, mas ele pareceu levar numa boa.
— Acho que sim... — Os dois observavam Mark tirando fotos com os fãs.
— Você ainda está incomodado, não é?
— Eu te pedi em casamento, JaeBeom, como espero me casar com você um dia se não posso nem aparecer em público com você?
— Isso não é verdade, já estivemos juntos várias vezes. — JaeBeom tentou amenizar.
— Você me entendeu. — Mark entrou no hotel, então JinYoung olhou para Lim. — Acho que está na hora de começarmos a considerar...
— Não acho que seja o momento certo, JinYoung. — JaeBeom virou para ele também e segurou em seu rosto, com um carinho delicado. — Não com a nossa decisão de envolver Mark. Não dá pra anunciar só você e eu, se for pra anunciar, teria que ser completo porque acabamos de propor isso pra ele. Um casal homo já será um escândalo, mas um trisal homo será uma catástrofe. — JinYoung suspirou, era triste que essa fosse a realidade deles.
— Você está certo.
— Não precisamos pensar nisso agora, amor, aliás, vamos aproveitar toda essa coisa de relacionamento secreto e o quão excitante pode ser. — Lhe deu um selinho rápido, a vantagem de ser um provável desconhecido em Chicago tinha que ser aproveitada. — E vamos entrar, ele já deve estar nos esperando no quarto.
[...]
Mark abriu a porta do quarto, dando espaço para o casal entrar. JaeBeom sorria com animação, entrando na frente de JinYoung que tinha a expressão mais séria do que antes de sair do carro.
— Fiquem a vontade, o frigobar está liberado, querem algo?
— Ah, eu não vou recusar — disse JaeBeom, indo direto para a cama, onde sentou enquanto largava a mochila no chão.
— Beber o quê?
— Não faço ideia do que se bebe aqui na América, então qualquer coisa com álcool está bom pra mim.
— JinYoung?
— Vocês podem começar sem mim, vou tomar um banho primeiro.
Mark assentiu e foi até o frigobar. JinYoung foi para a suíte levando a mochila.
— Aqui... — Mark entregou um copo com alguma bebida, ele tinha adicionado gelo e limão.
— Obrigado, hyung. — JaeBeom aceitou e bebericou, fazendo uma careta antes de sorrir. — É forte, gostei. — Mark riu, afastando-se para servir a si mesmo.
Ele mal teve tempo de pôr a bebida no copo, antes que pudesse levar até os lábios JaeBeom estava segurando em seu ombro, atrás de si. Os lábios de Lim alcançaram sua pele sem pestanejar, um beijo em sua nuca, um beijo úmido que fez seu cabelo arrepiar um pouco e trazer uma gastura deliciosa na espinha.
— JaeBeom... — droga, não deveria ter soado como um gemido tão carente.
— Shiii, apenas aproveite e me deixe aproveitar.
Outro beijo daquele foi deixado na sua nuca, mais um arrepio gostoso e ele sabia que se abrisse a boca para dizer qualquer coisa sairia como outro gemido, então não falou, apenas fechou os olhos e aproveitou, porque JaeBeom deixou sua nuca para começar a abusar da lateral do seu pescoço. Mark experimentou a bebida e a sensação dela queimando em sua garganta enquanto era beijado por JaeBeom só deixava o seu corpo quente.
Já que Lim tinha lhe dito expressamente para aproveitar, a melhor forma disso estava em ele próprio retribuir aqueles beijos, então, um pouco relutante, porque seu cérebro insistia em não querer que os beijos em seu pescoço parassem, ele virou-se para ficar de frente para o outro e então capturou os lábios de JaeBeom para si, compartilhando o sabor da bebida.
Ainda havia necessidade no beijo deles, os beijos trocados no dia dos namorados não tinha sido suficiente, eles ainda tinham muito para descobrir um sobre o outro e aquele beijo era um processo dessa descoberta. O coreano tinha uma mão firme na cintura do outro, a outra mão estava na nuca de Mark, mantendo-0 perto e impossibilitado de afastar-se; já o americano segurava o copo com uma mão, a outra estava na cintura de Lim, talvez na mesma intenção de não permiti-lo afastar-se.
Eventualmente eles precisaram de ar, mas isso não significava que eles dariam espaço para se separarem, ao invés disso, Mark deu uma golada grande da sua bebida, finalizando ela de uma vez, apenas para deixar o copo na mesa onde ele tinha largado a garrafa, JaeBeom tinha largado o copo dele no momento que começou a beijar a nuca de Mark, então tinha as mãos livres e soltas para explorá-lo.
— Vem cá... — Mark puxou o mais novo para seu colo assim que sentou na cama e JaeBeom não mostrou nenhuma hesitação, sustentando a maior parte do seu peso nos joelhos pressionados contra o colchão, então segurou no cabelo de Mark, voltando a beijá-lo.
Ao invés de ficarem saciados, cada novo beijo parecia mais faminto, chupavam a língua um do outro, mordiscavam os lábios, tentavam explorar o calor úmido e agradável que só um beijo pode transmitir. Não parecia uma briga, nem um mar de provocações, eles estavam aproveitando, exatamente como fora proposto.
Bom, pelo menos até o calor entre eles realmente incomodar e JaeBeom ser o primeiro a quebrar o beijo para tirar a camisa.
— Chicago é assim quente mesmo ou sou só eu?
— Acho que somos nós dois — Mark respondeu com um sorriso de lado, inclinando-se para trás enquanto com uma mão acariciava a curva da cintura do outro, observando o quanto JaeBeom é lindo em todos os sentidos da palavra. — Porra, não tem como não ficar excitado com você assim, tirando a roupa em cima de mim.
— Que bom, porque eu quero você excitado. — Sorriu de lado, inclinando-se na direção dele para um selinho antes de afastar e segurar a jaqueta dele. — Mas eu agradeceria se você também começasse a se livrar da sua. Mark riu, mas não tinha nenhuma objeção quanto a isso, pelo contrário. — Sabe, eu não disse isso no tempo do reformatório, mas você fica tão gostoso com essa pinta de rockstar, jaqueta de couro e roupas desleixadas.
O olhar de JaeBeom sobre si era totalmente faminto agora, embora ele também tenha começado a lhe ajudar a remover a jaqueta. Mark não podia deixar de notar que na verdade os três eram especialmente diferentes, ele próprio com um estilo rocker como Lim tinha sugerido, já o próprio JaeBeom tinha um jeito mais urbano, roupas largas e confortáveis, algumas vezes monocromático, agora JinYoung, ele era tão clássico e sofisticado que destoava completamente dos dois.
Mas, sinceramente, roupa era a menor de suas preocupações, ele queria tanto JaeBeom quanto JinYoung sem qualquer vestimenta.
— Você não quer esperá-lo? — A pergunta coçando em sua garganta era se JinYoung não ficaria chateado deles começarem antes dele retornar.
— Você não acha meio inútil tomar banho pra suar e ficar cheio de porra depois? — JaeBeom ergueu as sobrancelhas com a sugestão óbvia. — não se preocupe, ele está tentando nos dar algum tempo só nosso.
Mark assentiu, surpreso com a informação, mas se JinYoung tinha escolhido assim, não iria reclamar. Ele voltou a beijar os lábios de JaeBeom, agora ambos estavam sem suas camisas, ele tocou a cintura do outro e em resposta Lim rebolou em seu colo. Um sorriso sapeca tomou os lábios do coreano quando ele levou ambas as mãos aos mamilos de Mark, brincando com os piercings ali.
— Vou te contar uma coisa. — Ele riu se afastando. — Acho que você destravou um novo fetiche em JinYoungie, ele nunca admitiria em voz alta, mas ele comentou pelo menos umas duas vezes sobre esse detalhe, ele não faria isso se não tivesse gosto mesmo. — Riu.
As sobrancelhas de Mark se ergueram um pouco e ele olhou instintivamente para a porta da suíte, mas JinYoung não estava ali.
— Você deveria usar isso ao seu favor, só dizendo. — JaeBeom deu de ombros e rebolou novamente no seu colo.
— Você já deveria ter tirado essa calça — respondeu, não querendo demonstrar o quanto realmente ficou interessado na informação.
JaeBeom obedeceu, levantando do seu colo, ele tirou os sapatos e meias, depois a calça, Mark aproveitou para fazer o mesmo, livrando-se dos calçados, mas ele não chegou a tirar a calça antes de JaeBeom se adiantar e estar de joelhos entre suas pernas. Lim tirou as mãos dele da frente e terminou o trabalho, abrindo o fecho da calça e a puxou para baixo, junto com a cueca, parando no meio das coxas de Mark, porque ele se sentia ansioso demais para se preocupar em terminar de despi-lo.
Envolveu o caralho de Mark com uma mão, já estava excitado e meio duro, JaeBeom só precisou masturbá-lo um pouco até que estivesse completamente duro e suspirando com o prazer que não podia controlar.
— Jae...
— Shiii, só aproveite, hyung.
Mark fechou os olhos, tentando não apressar as coisas, mas nem precisou, o próprio JaeBeom estava salivando e não perdeu mais tempo, deslizando a língua por toda a extensão antes de colocá-lo na boca praticamente por completo, o que roubou de Mark um gemido surpreso, mas completamente prazeroso. JaeBeom foi rápido em segurar as mãos de Mark, mantendo-o longe de si, porque ele queria tomar seu próprio tempo. Ele estava muito afim de testar os limites de Mark, o provocando enquanto afundava até o pau bater em sua garganta, depois o retirava completamente e lambia apenas a glande. Mark estava ficando cada vez mais impaciente.
— Você está testando a minha sanidade? — Mark grunhiu, já de olhos abertos, jogando o quadril para cima, mas perdendo a boca de Lim que se afastou, com uma risadinha.
— Sim, ele está — JinYoung falou, escorado no batente da porta, ele estava apenas com um roupão, o cabelo molhado ainda pingando denunciava que ele havia acabado de terminar o banho.
— Estou só me divertindo — Jae respondeu lambendo o lábio inferior. — Resolveu se juntar a nós?
— Eu pensei que vocês dois já estariam sem as roupas quando eu voltasse, mas parece que precisam de mim.
Mark precisava observar novamente o quanto JinYoung sempre parecia calmo e casual, absolutamente nada parecia ser capaz de abalá-lo. O coreano mais jovem simplesmente desfez o nó do roupão e o retirou, deixando que caísse no chão. Seus passos até os dois foram quase ensaiados e Mark estava tão vidrado que não notou quando JaeBeom o colocou na boca de uma só vez, a percepção só veio quando era tarde demais e ele gemeu mais alto do que gostaria.
— Gostando da vista, hyung? — JinYoung provocou, estando agora praticamente de frente para ele, seu membro ainda não estava ereto, mas estava começando a se excitar, ainda assim, Mark não deixou de salivar.
— Sim, mas acho que melhor do que ver seria tocar você. — As mãos dele, no entanto, ainda estavam sendo seguradas por JaeBeom.
— É realmente uma pena que você ainda tenha que cantar amanhã, ou eu deixaria você colocar na boca. — Provavelmente essa foi a primeira de muitas vezes que Mark amaldiçoaria o fato de ser o atual vocalista da banda.
— JaeBeom... — Ele gemeu em um pedido, Lim o olhou. — Me deixe tocá-lo.
JaeBeom o soltou sem cerimônias, mas isso não significava que ele facilitaria para Mark, com as mãos livres ele conseguia provocar de outras formas. Primeiro Tuan sentiu as unhas arranhando sua coxa, depois sentiu suas bolas sendo seguradas pela outra mão de Lim e a forma como ele o apertou ao mesmo tempo que o chupava, fez o americano se contorcer, quase esquecendo o propósito de ter as mãos libertas.
JinYoung finalmente subiu na cama e antes que Mark pusesse as mãos nele, ele estava com as mãos nos ombros do americano, o empurrando para afundar mais no colchão. Mark sabia que estava perdido, não era como se a dupla ainda precisasse impressioná-lo para que ele aceitasse, seja lá o que estava sendo proposto, ele estava entregue, mas mesmo assim o casal estava lhe levando a loucura.
Ele se contorceu novamente quando JinYoung levou os lábios a um de seus mamilos, chupando e dando uma leve mordiscada, experimentando o gosto da pele e do metal.
— Porra...
— Eu disse que você destravou um novo fetiche no JinYoungie. — JaeBeom tinha se afastado levemente, apenas para fazer o comentário provocativo.
— Você gosta de caras com piercing? — Mark olhou nos olhos do ator, ele não parecia fazer o tipo que apreciava piercings. JinYoung levou apenas um segundo para responder:
— Eu gosto de piercings em você.
E como se o casal não quisesse lhe dar tempo para pensar sobre essas palavras, em uma sincronia de invejar, ambos tinham as bocas em partes do seu corpo. Ele iria enlouquecer.
Dali para frente Mark esqueceu sua confusão interna, ele decidiu que não importava muito como as coisas seriam no futuro, ele só precisava se preocupar com o agora. E não era só porque o Moreno estava ali, mas de repente ele percebeu o quão sortudo era tendo os dois em sua cama e, talvez, em sua vida dali em diante.
Ele puxou Lim para cima, o coreano lhe olhou e aqueles olhos nublados, cheio de desejo, também tinha tantos outros sentimentos que fez o coração de Mark disparar como a sensação de ter se apaixonado novamente. Mark o beijou, sentindo seu próprio sabor agridoce nos lábios alheios. JinYoung tinha se distanciado um pouco e quando quebraram o beijo, Mark o procurou. Era diferente do dia dos namorados, JinYoung parecia olhar com curiosidade, mas um sorriso pequeno adornava seus lábios.
— Venha aqui... — Mark o chamou.
No primeiro instante, JinYoung permaneceu parado, apenas o encarando, como se decidisse se gostaria ou não de obedecer ao americano.
— Venha aqui, JinYoung — chamou, com mais firmeza.
JaeBeom observou com certo brilho nos olhos, o decidido e impetuoso JinYoung obedecendo ao rockstar. Era quase impressionante, se JaeBeom não conhecesse o ator suficiente para dizer que Mark estava sendo muito assertivo. Park se aproximou o suficiente para que Mark o puxasse para seu colo, onde de repente o ator não estava mais no controle.
Mark exigiu os lábios de JinYoung de uma forma pecaminosa, ambos se moviam em coerência e as línguas dançavam entre si, deslizando e se enroscando, o beijo esquentando ainda mais os corpos, não apenas deles, porque JaeBeom logo tratou de retirar o que restava das próprias roupas. Quando os lábios se separaram, os deixando ligados apenas por um fio de saliva que foi Lim quem quebrou, passando o polegar pelos lábios de Mark, parecia que algo tinha mesmo se formado entre Mark e JinYoung, pelo menos eles estavam caminhando no mesmo caminho.
— Preservativos? — JaeBeom perguntou.
— Na minha mala. — Mark apontou para o canto onde estavam suas coisas.
— Hm, você estava nos esperando ou... — JinYoung deixou a frase no ar.
— Eu gosto de estar prevenido. — Não seria a primeira nem a última vez que ele tinha companhia depois de um show, essa até podia ser uma companhia inusitada, mas ele não podia fingir que nunca tinha levado desconhecidos depois da adrenalina de uma apresentação misturada com boas doses de álcool.
JinYoung levantou para buscar preservativos e lubrificantes, ao passo que JaeBeom tomou seu lugar no colo de Mark. Ele sorriu com travessura enquanto suas nádegas se acomodavam bem na ereção do americano e ele rebolava nada sutilmente.
— Hyung, eu não quero você sozinho, eu acho que você com nós dois soa muito bem — falou Lim, enquanto deixava beijos pelo maxilar de Mark.
Mark sabia que Jae estava respondendo sua música. Ele não queria pensar nisso, não queria pensar em nada agora. Por isso segurou nos cabelos de JaeBeom e o beijou enquanto seus dedos deslizavam para a entrada do moreno, brincando, sem realmente penetrá-lo, apenas desviando a atenção da conversa.
JinYoung retornou, jogando as camisinhas perto dos dois enquanto vestia uma em si mesmo.
— Você foi ótimo na outra noite, mas hoje eu quero você, hyung — Lim disse e não soava como um pedido.
Ele saiu do colo de Mark, passando a mão por suas coxas, o incentivando a abrir as pernas para que se acomodasse entre elas. Mark não apresentou resistência, ele teve sua chance de foder JaeBeom, não podia negar o frio na barriga de agora ter uma dose inversa.
— Eu posso foder você? — Mark perguntou a JinYoung, o que pareceu surpreender um pouco os outros dois. O casal trocou um olhar rápido antes de JinYoung soltar um riso baixinho.
— É melhor você me preparar muito bem, Tuan.
O trio se concentrou nessa tarefa, JaeBeom preparou Mark e Mark com muito esforço mental conseguiu preparar JinYoung, uma troca mútua de carícias, onde eles gastaram mais tempo do que outros poderiam julgar necessário, mas eles tinham uma noite inteira e a pressa não precisava estar presente quando eles podiam curtir o prazer das carícias e preliminares.
— Hyung, você está tão fodidamente aberto pra mim — JaeBeom murmurou.
— Então você deveria fazer o favor de me comer de uma vez — Mark respondeu, sugerindo com um sorriso presunçoso.
— Então vira.
Não precisou de um segundo pedido, Mark tirou seus dedos de dentro de JinYoung, deixando um último beijo na coxa farta e durinha do Park e ficou de joelhos, depois de costas para JaeBeom, fazendo questão de se inclinar até que sua bunda estivesse empinada para os dois.
— Fica muito difícil resistir a foder você se você se exibir dessa forma — JinYoung comentou, deslizando a mão pela bunda do americano.
— Você teve sua vez, amor, agora é a minha.
— Não precisam brigar, tem Mark suficiente para os dois e oportunidades não vão faltar. — Ele olhou por sobre o ombro e novamente, seu sorriso pretensioso estava ali. — Agora, JaeBeom-ah, você deveria me foder já!
JaeBeom riu, umedecendo os lábios, como um predador prestes a devorar sua caça. Sendo sincero, ele pensou sobre isso no passado, quando estava entre uma paixonite inocente e uma atração ardente pelo seu hyung. Mas tanto tempo se passou que JaeBeom não lembrava daquele sentimento de queimor e ansiedade, o desejo por Mark que tinha sido germinado na adolescência e só agora podia ser sanado.
Lim só voltou à realidade quando o gemido de Mark fez seu corpo estremecer, já estava dentro dele, em um único impulso que empurrou o outro para frente. Ele não ouviu o risinho que JinYoung soltou porque o Park podia ser muito bem capaz de ver seus pensamentos, era como se o noivo soubesse que ele tinha esperado por isso, desejado isso. JinYoung realmente sabia. Sabia, mas neste momento não se importava.
— Mexa-se, amor, você queria tanto fodê-lo, o que está esperando? — Quando JinYoung havia parado atrás dele? JaeBeom não tinha certeza, mas sabia que agora o Park iria brincar com as palavras, bem ali em seu ouvido, sussurrando palavras quentes que o fariam ser ainda mais feroz para foder com Mark.
E ele não estava errado, JinYoung sabia o que dizer, no tom de voz que o fazia perder o sentido, e ele passou a descontar em Mark, indo e vindo em um ritmo duro. Os gemidos do americano se misturavam com a voz do ator e ele estava extasiado. Por que ele demorou tanto a conseguir mesclar as cores do rockstar e do ator? Eles eram tão bons juntos, lhe faziam subir ao céu e descer ao inferno em fração de segundos.
— Hyung, vire para mim — JaeBeom se afastou, saindo de dentro de Mark, o deixando se ajustar.
Mark voltou a ficar de joelhos e virou, obedecendo simplório. Ele segurou nos ombros largos de JaeBeom e muito parecido com a forma como ele fodeu JinYoung na outra noite, ele se sentou nas coxas de Lim, de frente para os dois. JaeBeom o beijou enquanto entrava nele mais uma vez. Era indescritivelmente melhor fodê-lo e beijá-lo.
— Mark? — Batidas na porta chamou a atenção dos três, a porta estava trancada, para o alívio dos três. — Mark!
— Porra — murmurou o americano. — Vá embora Ant! — Ele gritou, reprimindo o melhor que pôde um gemido quando JinYoung colocou o rosto sobre o ombro de JaeBeom apenas para alcançar seu pescoço e deixar um chupão.
Isso pareceu fazer JaeBeom desviar também da porta e voltar a se mexer.
— Mark, preciso falar com você.
— Droga, amanhã, Ant. — Dessa vez ele não foi capaz de segurar o gemido com JaeBeom atingindo sua próstata e JinYoung mordiscando sua pele.
— Você está fodendo, cara?
— VAI EMBORA!
Mark podia jurar que ouviu o amigo rir e falar algo como "boa foda", mas a esse ponto ele estava completamente disposto a ignorar o inglês.
JinYoung puxou o rosto do americano para si e o beijou, JaeBeom viu isso de perto e, levado por curiosidade, meteu-se no beijo, segurando os rostos para que não se afastassem, iniciando um beijo à três que certamente precisaria de mais treinamento antes de passar a não parecer estranho, mas não era um estranho ruim, era um estranho sujo e quente, ideal para o momento.
Quando se separaram, ofegantes, JaeBeom tratou de segurar os quadris de Mark e voltar a fodê-lo com força, o americano pulava em seu colo e rapidamente as coisas tornaram-se frenéticas ao ponto de Lim sentir seu limite chegando.
— Você foi muito bem, amor. — JinYoung sorriu gentilmente ao beijar a bochecha do noivo, enquanto Mark saía de cima dele. — Agora, você vai assistir Mark-hyung me comendo e eu sei que você vai gostar disso.
Só de ouvir aquelas palavras os outros dois já sentiam seus membros pulsarem. JinYoung era muito bom com as palavras quando se tratava de provocá-los. Mas Mark não ia deixar o ator ficar por cima dessa vez.
— Você gosta de brincar, não é, JinYoung-ah? — Ele puxou o ator, derrubando-o na cama, ficando entre suas pernas.
— Eu posso me entediar rapidamente se não atendem as minhas exigências.
— Vamos ver se vou te deixar entediado ou não.
As mãos de Mark desceram pelas coxas fartas do Park, apertando, porque era uma delicia, ele saiu com muitas modelos, elas eram, por um motivo obvio, sempre muito magras, mas Mark descobriu ali que preferia o corpo largo de JaeBeom e o corpo torneado de JinYoung, onde suas mãos se sentiam preenchidas quando ele apertava a bunda grande e redonda do ator.
— Se você não entrar em mim agora mesmo, vou morrer de tédio — falou, com um pirralho.
Em resposta, Mark o invadiu, com força, erguendo suas pernas, pendurando as panturrilhas de JinYoung em seus ombros. O Park gemeu alto demais para seu próprio orgulho, mas ele não tinha que se preocupar com orgulho agora. Mark estabeleceu um ritmo voraz, o barulho das estocadas e dos gemidos se mesclavam e aquilo devia ser música.
JinYoung segurou no travesseiro como se isso fosse tudo que ele tivesse para se segurar, era delirante, Mark era muito bom. Seus olhos estavam dilatados, olhando para o americano como se aquilo não fosse real porque era bom demais para ser verdade. Houve um tempo que JinYoung o odiou, mas agora ele estava ali, nos braços do roqueiro e ele não queria que acabasse.
[...]
— Você é ridículo. — Mark cruzou os braços, escorado na porta do quarto de Antoine, olhando para o loiro quase que com desprezo. — Você sabia que eu não estava sozinho, eu avisei a Alec. — Seu olhar mudou para o melhor amigo que sorria achando tudo muito divertido.
— Ele deve ter mencionado...
— É claro que eu falei, mas Antoine disse que precisava ver para crer.
— Eu não vi nada, mas ouvi o suficiente.
— Idiota. Então não era nada importante?
— Eu considero muito importante ter certeza que meu amigo está sendo bem fodido pelos dois namoradinhos. — Antoine provocou, como sempre fazia.
— Bom, pelo menos eu tô fodendo com quem eu gosto. — Mark devolveu.
— Ué, eu também fodo com ele... — Alec jogou a almofada na cara de Antoine e Mark riu.
— Ótimo, então se ocupe com isso e deixe a minha vida sexual fora disso.
— Não dá, pela primeira vez a sua vida sexual parece interessante.
— Eu vou ter que concordar com Antoine dessa vez.
— De que lado você está?
— Do entretenimento e, nesse momento, isso é bastante atrativo — Alec respondeu. — Eles ainda estão no seu quarto?
— Estão. Vão ficar até o final do festival.
— E o que vocês conversaram?
— Pelo que eu ouvi, aquilo não podia ser estabelecido como uma conversa — disse Antoine, sorrindo malicioso.
— Conversamos um pouco antes de virmos para o hotel... — Mark pensou um pouco, não sabia se era um bom momento para explanar o que tinha acontecido nos bastidores do show. Mas apesar de estar sempre discutindo com Antoine, Alec e ele eram seus melhores amigos. — Eu acho que eles querem tentar um relacionamento a três.
— Puta merda, Mark Tuan, quem diria! — Antoine sorria com um orgulho que Mark achava esquisito, mas o amigo parecia verdadeiramente feliz por ele.
— Não que eu não tenha dito antes, mas ninguém nunca acredita em mim até que seja tarde demais — Alec disse, como se fosse o portador de toda sabedoria. Mark revirou os olhos para os dois. — Suponho que você aceitou a proposta.
— É, acho que sim... Parece uma coisa complicada, eles estão noivos, ou algo assim. E eu gosto só do moreno.
— Isso não é verdade — Alec disse, mandando um olhar desafiador. — Eu lembro como você falou do namorado do moreno, não falou como alguém que detesta outra pessoa.
— Eu não detesto JinYoung, mas é mais complicado que isso... — Mark suspirou. — Ainda não sei o que sinto de verdade por ele, nem o que ele sente por mim, porque o natural seria que ele me detestasse, mas também não sinto que seja assim... de qualquer forma, não é algo que eu possa descobrir sem tentar.
— Me mostra uma foto dele. — Antoine pediu.
— Eu não tenho nenhuma, é claro, mas... — Ele puxou o celular e pesquisou na internet. — Aqui.
Mark se aproximou da cama, virando o celular para os amigos que se esticaram na direção, olhando com curiosidade. JinYoung era alguém que eles só ouviram falar, pouco e mal, e nunca foi chamado pelo nome, apenas por "namorado do moreno". Pela primeira vez eles tinham um rosto para opinar.
— Uau, para o padrão coreano, ele é um homão — disse Antoine. Mark estreitou os olhos em sua direção.
— O que quer dizer com "para o padrão coreano"?
— Não fazem o meu tipo, mas eu pegaria ele.
— Acho atraente, eu também pegaria — opinou Alec. — Mas você é melhor. — Ele olhou para Mark e o americano sorriu, ele sabia que Alec fez questão de ressaltar isso mais pela amizade deles, como se quisesse dizer que se JaeBeom tivesse que fazer uma escolha, Mark era mais bonito.
— Isso não importa muito, de qualquer forma. — Mark encolheu os ombros e guardou o celular no bolso. — A gente vai tentar essa coisa de três, JinYoung tá fazendo um filme em Hollywood e JaeBeom tá gerenciando uma filial da gravadora dele também em Los Angeles, então talvez a gente consiga fazer dar certo, pelo menos eu não preciso me preocupar com eles na Coreia e eu aqui.
— Cara, eu sou sempre o primeiro a dizer pra aproveitar a vida fazendo loucuras, mas você é o Mark, a terça parte do nosso grupo que sempre foi pé no chão, eu espero que você pelo menos esteja consciente de que isso não vai ser fácil. — Antoine dificilmente levava as coisas a sério, mas nessas raras vezes, Mark pensava cuidadosamente no que o amigo dizia.
— Eu sei onde estou me metendo, não precisam se preocupar.
— Minha única preocupação é que, se tudo der errado, eu vou ter que chutar bundas de dois homens maiores que eu. Mark, você me arranja cada encrenca, tsc, tsc, tsc. — Alec brincou em um falso tom de decepção, depois sorriu. — Bom, não é todo dia que isso acontece, então faça dar certo.
[...]
— Essa música que vamos cantar agora faz parte do nosso novo álbum, Los Angeles é a nossa casa, então gostaríamos de cantar ela ao vivo pela primeira vez aqui.
Mark olhou para Callie na segunda guitarra, a garota era a nova membro do seu grupo, Mad e Dylan estavam firmes e essa nova formação surpreendeu positivamente os fãs, porque diferente das especulações das revistas de fofoca, Mark tinha finalmente se estabelecido como o vocalista da TAC. Ele deu um breve sinal para ela e finalmente começou a tocar sua guitarra.
O som pareceu contagiar todo o público que saudou com gritos animados, o álbum tinha sido lançado duas semanas anteriores, suficiente para os fãs reconhecerem a música que estava sendo tocada pela primeira vez ao vivo. A guitarra de Mark iniciou, logo em seguida a de Callie entrou, mesclando sincronizadamente com a dele, então Mark começou a cantar:
"Tarde da noite, estrelas saindo no quintal
Fique jovem, se faça de bobo, seja esperto
Esses laços de sangue, eles nos unem para a vida toda
Os mesmos amigos que você chama quando a vida está difícil
Não há como dizer onde estaremos
Mas eu sei que você estará perto de mim
Cara, essas crianças vão sonhar
Apenas espere e veja"
Havia uma excitação não incomum em Mark enquanto cantava essa música. Durante os dias que ele passou escrevendo, tão diferente do habitual, ele não se restringiu ao estúdio, mixando, tocando e musicalizando. Para a letra dessa canção ele viveu cada uma das experiências e ali ele estava cantando todas elas.
O ritmo gradativamente percorria um caminho para se tornar mais forte.
"Cantando músicas
Que conhecemos há muito tempo
Porque amanhã pode ser o fim
Então continuamos segurando firme"
Finalmente o refrão se aproximava, os olhos de Mark se iluminaram com as lembranças frescas em sua memória, não apenas dos últimos dias, mas dos últimos anos. Para a surpresa do cantor, as multivozes se juntaram a sua, toda a multidão de fãs que de alguma forma conseguiam se identificar com aquela letra:
"Então você pode esperar só um minuto?
Acho que você não entende
Isso está destinado a ser
Não apenas uma lembrança
Nada é para sempre
Mas tudo é para melhor
Isso é tudo
Então dê tudo de si"
De volta para o conservatório onde conheceu Alec e Antoine, amigos que estavam sempre ao seu lado, desde sua primeira banda, até agora, mesmo que seus caminhos artísticos tenham sido diferentes. Ele tinha certeza que tudo seria muito diferente se não fosse por eles, as memórias felizes, as tristes, as confusas. Quando eles o apoiaram, ou o repreenderam, quando deram péssimos conselhos ou quando foram assertivos. Quando fugiam do conservatório no meio da noite e curtiam festas e bebidas, ou quando passavam a madrugada estudando para alguma prova. Até os beijos e a amizade que muitas vezes tinha ultrapassado o limite por um caminho menos amigável para um mais carnal. Mark sabia, tudo isso estava destinado a ser assim.
"O mundo ainda está queimando
As chamas ainda estão quentes
Mergulhando de cabeça, dane-se, esteja pronto ou não?
Indo a noventa e cinco no carro conversível do meu irmão
Cabeça para fora do teto, nunca vamos parar
Tive que fazer um hino, me sinto como Bruce Banner
Coloquei na família antes de colocar na câmera
Faça isso sozinho, completamente sozinho, é um risco
Apoie-se uns nos outros, não há nada que você não possa enfrentar"
Estar sozinho... Meses atrás ele tinha escrito aquela música, sobre preferir estar sozinho, sobre como ele se sentia sozinho, como era solitário estar sozinho. Ele podia ver isso agora, como era ruim estar e se sentir sozinho, como isso era tudo que ele não queria.
Então esses últimos meses que começaram confusos, com uma visita tarde da noite em seu apartamento, com o moreno beijando seus lábios, com um momento apenas deles dois, diferente das últimas vezes, mas melhor do que todas as vezes que ele tinha apenas imaginado. Depois outro dia quando recebeu um convite para visitar o set de gravações do filme e um JinYoung doce e educado se revelou para ele no modo de tratar as pessoas ao seu redor.
Mark foi se apaixonando cada vez mais por JaeBeom e se encantando pelas facetas de JinYoung. O que os dois pensavam dele era um mistério, mas desde que ambos ainda lhe chamavam para sair ou iam ao seu apartamento, isso pareceu ser bom o suficiente por um tempo. Mark passou a ter certeza, viver a vida sozinho era um risco, tudo era diferente quando se tem amigos e amores para se apoiar.
"Cantando músicas
Que conhecemos há muito tempo
Porque amanhã pode ser o fim
Então continuamos segurando firme
Então você pode esperar só um minuto?
Acho que você não entende
Isso está destinado a ser
Não apenas uma lembrança
Nada é para sempre
Mas tudo é para melhor
Isso é tudo
Então dê tudo de si"
Aquelas pessoas, como elas podiam se identificar tão perfeitamente com a sua música? Os dedos de Mark continuavam deslizando pelas cordas da guitarra e sua voz continuava saindo, mas seus pensamentos estavam tentando penetrar em cada pessoa da plateia. Todo mundo tem uma história diferente, mas de alguma forma conseguem se identificar com uma simples letra de uma canção como se estivessem todas vivendo a mesma coisa. Situações diferentes, mas seus sentimentos, o que movia seus corações, tudo isso pode ser vivido por todos.
Ele então lembrou quando JaeBeom disse: "Mark, eu realmente te amo". Aquilo o surpreendeu, eles não estavam fazendo nada, não estavam transando ou se beijando, não estavam nem mesmo sentados no mesmo sofá ou fazendo algo juntos. Mark estava sentado no chão da sala jogando videogame, enquanto o coreano estava navegando por uma loja de comidas para animais, onde ele pretendia comprar petiscos para Milo e Nora. Mark não podia anteceder aquelas palavras que o pegaram desprevenido e não dava para saber o que se passava na cabeça do Lim. Mas ele simplesmente disse isso.
Alguns dias depois, uma noite não mais tão incomum, quando JaeBeom precisou fazer uma viagem a trabalho, e depois das gravações JinYoung foi para seu apartamento, eles conversaram e jantaram, as coisas entre eles não pareciam mais estranhas, eram confortáveis e Mark tentava não pensar muito se JinYoung ainda estava fazendo isso somente por JaeBeom ou se eles estavam mesmo evoluindo. Então, naquela noite, quando deitaram juntos e JinYoung lhe puxou para deitar a cabeça em seu peito, o ator sussurrou: "Eu realmente posso entender porque JaeBeom se apaixonou por você, eu também acho que estou apaixonado".
JinYoung tinha aquele jeito de falar coisas chocantes sem parecer minimamente abalado. Quero dizer, isso era chocante para Mark. Uma parte dele maior do que ele gostaria de admitir, não achou que isso iria funcionar no início. Ele agiu como se tivesse que aproveitar cada beijo dado por JaeBeom, cada toque recebido, cada segundo que passavam juntos. Ele se esforçou para não sentir ciúmes quando via os noivos se beijando, quando eles completavam a frase um do outro porque pareciam se conhecer perfeitamente. Mark não achou que os três seguiriam o mesmo caminho por muito tempo, mas estava completamente satisfeito por estar errado.
"Vamos, vamos, vamos, vamos
Vamos, vamos, vamos, vamos
E dê tudo de si
E dê tudo de si"
A plateia soava como um coral, cantando junto a Mark como se estivessem dando tudo de si.
"Vamos, vamos, vamos, vamos
Vamos, vamos, vamos, vamos
E dê tudo de si
E dê tudo de si"
Mark podia lembrar quando respondeu a JaeBeom que também o amava, ele não precisou dizer que amava desde que se conheceram e que esse amor durou todos esses anos, não era mais momento de falar do passado, ele só queria falar do amor que sentia agora. Ele também podia lembrar como seu coração acelerou com a revelação sussurrada de JinYoung, que ele se sentiu nervoso em responder e acabar dizendo a coisa errada, mas quando sua voz saiu sozinha foi para confessar que também estava tão apaixonado quanto o ator.
"Espere, só um minuto
Acho que você não entende
Isso está destinado a ser
Não apenas uma lembrança (Lembrança)
Nada é para sempre (Oh)
Mas tudo é para melhor
Isso é tudo
Então dê tudo de si"
Ninguém podia dizer com certeza se os três era a formula perfeita, era impossível prever o que o futuro reservava. Mas Mark tinha uma simples convicção, ainda que nada fosse para sempre, valia a pena pegar essa estrada com aqueles dois. Então, eles dariam tudo de si.
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