CAP 5

HUGO

Descansando a cabeça no colo da Grace, continuo colocando a conversa em dia com meus amigos.

Quando olhei pro lado, a garota que estava com o Duque havia sumido. Procuro em volta e a vejo jogando vôlei com Lauren, uma conhecida do nosso grupo que não era muito assídua, mas de vez em quando aparecia.

Fico um tempo olhando para essa garota que nunca tinha visto. Ela está concentrada no jogo, não repara que estou cuidando e aproveito pra dar uma conferida bem detalhada.

A calça que ela usa marca seu corpo de uma maneira que faz minha imaginação funcionar, os seios sobem e descem conforme movimenta os braços, o rabo de cavalo balança de um lado para o outro enquanto vai atrás da bola.

A expressão no seu rosto é simpática e jovial. Ela parece relaxada, seu nariz é pequeno e sua boca se curva num sorriso espontâneo quando ela ri de si mesma por deixar cair a bola.

Tenho vontade de conhecê-la melhor, ela parece ser bem agradável. Pergunto pra Grace se a conhece e ela responde atravessada:

-Apareceu por aí hoje e por mim já pode ir embora.

 Me surpreendo com sua resposta e retruco:

-Nossa, você está azeda hoje hein?

 Ela faz uma careta e mudamos de assunto. Quando olho novamente, a garota está juntando suas coisas para ir embora.

Decido levantar e me apresentar, tive a ideia de usar a foto que bati dela dormindo com meu cachorro para puxar assunto.

Quando me determino a fazer isso, meu telefone toca e na tela aparece o nome de Alex, um dos gêmeos que conheço de longa data. Atendo de pronto, curioso para saber o que ele quer comigo.

-Oi Hugo, está tudo certo pra você vir amanhã pra Milão?

Respondo que sim mas decido não comentar que fiquei aborrecido com minha irmã que iria comigo mas resolveu embarcar antes, o que me fará viajar sozinho, coisa que detesto.

Alex continua: 

-Preciso de uma ajuda sua. Minha irmã Lia está aí em Londres, no mesmo parque que você pra ser mais exato e preciso que seu agente consiga embarcá-la junto, pode ser?

 Franzo a testa, tentando me lembrar de alguma vez ter sido mencionado que os gêmeos tivessem uma irmã.

Tudo bem que não acompanhava muito a mídia, mas já tinha feito inúmeros desfiles com os dois, até já tinha frequentado algumas festas na casa deles.

-Desde quando você tem uma irmã?

Eu pergunto surpreso e ele ri do outro lado:

-Desde sempre.

Explico pra ele que Mary ia viajar comigo, acabou desistindo e que posso fazer isso por ele.

Questiono como faço para encontrá-la e combinarmos a viagem.  Alex responde com seu jeito insolente:

-Me diz você, se há pouco tempo fiz uma chamada de vídeo e ela estava do lado do seu cachorro!

Só pode ser brincadeira isso. "Sério que vou viajar com a garota que passei a tarde cuidando?" penso comigo mesmo e já animado. 

Para quem não sabia nada dela, já descobri que seu nome é Lia e é irmã de Alex e Paul.

Por isso não esboçou nenhuma reação quando me viu. Não que eu espere grandes manifestações, mas estou meio habituado às meninas tentarem se aproximar de mim, as mais exaltadas me abraçando e pedindo pra tirar fotos. 

Os irmãos dela são muito mais famosos do que eu, então fama pra ela não deve fazer nenhuma diferença, o que já é mais um ponto a favor.

A procuro em volta e percebo que já foi embora. 

-Droga!

Resmungo e Grace me olha curiosa, aviso ao Alex que ela não está mais aqui e ele diz que vai me mandar o telefone dela por mensagem. 

-Perfeito!  

Respondo e me despeço dele.

Me levanto num pulo, visto minha camiseta e chamo Duque num assovio. Hora de ir conhecer a garota que chamou tanto minha atenção e do Duque também.

Dou uma risadinha pro meu cachorro que mesmo sendo dócil, não se entrega com tanta facilidade para ninguém como eu o vi fazer hoje com ela.

Me despeço da turma prometendo marcar alguma coisa com eles através do nosso grupo nas redes sociais.

Vou caminhando em direção de onde deixei meu carro. Não tenho ideia para que lado foi a Lia, mas decido ir em casa antes de falar com ela porque preciso urgente de um banho depois de jogar a tarde inteira.

Recebo a mensagem de Alex e decido ligar logo, me percebo ansioso para descobrir como é sua voz. Não vou precisar usar a foto que bati para puxar assunto, ela vai achar meio bizarro eu ter tirado uma foto dela dormindo, até eu estou me achando meio psicopata.

Disco o número e depois do terceiro toque, ela atende. 

-Aqui é o Hugo.

 Me apresento com tranquilidade. Não tenho dificuldades em chegar nas meninas que me interessam, talvez porque nunca fui rejeitado, o que com o tempo me deixou com uma certa dose de confiança.

 Jamais também me apeguei a nenhuma delas, nem mesmo na adolescência. Para mim sempre foi tranquilo me afastar quando a atração acabava.

Era confortável assim e nunca enfrentei grandes problemas de cunho amoroso na minha vida.

O telefone fica mudo por um momento e eu insisto achando que caiu a ligação.

-Você está na linha? 

Ela responde rápido dessa vez: 

-Estou sim, desculpa. Aconteceu alguma coisa?

Ela pergunta preocupada, apesar de sua voz ser baixa e suave. Olhando em frente, eu a vejo parada na saída do parque. Seus cabelos estão soltos e vão quase até a bunda, é uma bela visão.

-Eu estou te vendo e já estou chegando aí pra explicar.

 Desligo o telefone no instante em que ela se vira , quando nossos olhares se cruzam mesmo de longe, sinto uma sensação estranha no peito.

Não sei o que é isso. "Talvez um pouco de cansaço", tento me enganar.

Pessoal, a opinião de vocês é muito importante pra mim, de verdade.

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