Cap 44- Os Fios do Destino PT 1

{Hades Isodetes}

Alguns meses atrás.

Ainda não havia amanhecido. Não pelo menos do outro lado do submundo em Elísios e Asfódelos. Aqui próximo ao poço, no palácio de obisidiana. Continuava noite, profundamente escuro.

Meu filho dormirá em um berço de ouro, assim como eu queria próximo a lareira que o mantinha ainda mais aquecido. Eu podia ouvir sua respiração, tão profunda e calma, seu meio coração batia com constância. Era o segundo coração em todo meu reino que me fazia se sentir em paz. O primeiro era o dela.

— Hades.— Tártaro acompanhado de Gaia entravam no salão principal.

Gaia estava usando um manto esverdeado que se arrastava pelo o chão, enquanto Tártaro cada vez mais sombrio dos pés a cabeça de forma assustadora com mantos de pele das quais muitas vezes, não me permite perguntar que tipo de pele era aquela.

— Aconteceu alguma coisa?— Pergunto enquanto percebo as barreiras de suas magias tremerem.

— Houve um ataque agora a pouco. No reino humano.

— Eu senti Hades, a terra estava com medo. Zeus está manipulando as forças da natureza e provocando devastações. Um tsunami atingiu o lado sul e consequentemente...

— Isso explica o porquê de Tânatos não ter aparecido, Cerberus está quieto.

Isso era um sinal de que o grande dia estava chegando, o dia em que não sabemos se nossa existência continuará ou não. Marchando para um banho sangrento dos deuses.

— Meu grande amigo e aliado.— Pronunciou Tártaro.— Sabe que não me importo com demonstrações de afeto e sei que não precisamos de pensamentos de derrota por agora, mas me permite um conselho? De um velho a quem ajudou e assistiu tudo o que conhecemos hoje acontecer?— Concordei.— Abrace aqueles que ama, hoje se for possível.

{Cora Perséfone}

Destino...

As Moiras, não podíamos perder tempo. Todo o nossos futuro estavam em suas mãos. Ninguém nunca as encontrou, sempre foram elas que encontraram quem elas quisessem inclusive Deméter.

Se antes já não era fácil, imagine agora que tudo está um caos e certamente Zeus está enlouquecido a procura das três irmãs que tecem os nossos futuros.

Meu pequeno menino, corado, saudável, forte, um bebê muito inteligente e fora dos padrões do que venham a ser considerados normal. Eu ouvia sua respiração, forte enquanto dormia embrulhado ao peito de Hécate que o mantinha seguro enquanto caminhavamos pelas as

As Noites são deusas que não obedecem aos deuses, pois elas representam um ritmo diferente no equilíbrio natural e as marés das energias cósmicas e telúricas. Assim como Gaia e Tártaro estão aqui desde que tudo existe, elas também apareceram no início dos tempos antes do céu, da noite e da terra e caso um dia venha a existir um fim dos tempos, elas também estarão.

Em um lugar  longínquo nos confins do mundo, dizia-se que em uma caverna perto de um lago, cujo recebe a luz da lua na água branca podendo se ver o reflexo, esta é a sua moradia.

Filhas da grande deusa Nix, Tânatos também seu filho disse nunca ter conhecido suas irmãs, entretanto já ouviu suposições vindas de sua mãe a muitos e muitos milênios atrás. Orfeu também foi quem chegou mais próximo da localização das mesmas, mas foi um dos privilegiados em que as Loiras buscaram. O mesmo as descreveu sendo as que vestem branco e fiadeiras dos dias de amanhã.

Sim, nós fomos todos atrás de respostas no Elísios que é aonde Orfeu reside, houve-se um reencontro mais tarde entre Morfeus e sua amada ex esposa Caliope e após a conversa privada o mesmo insistiu para está presente na viagem de procura pelas as Moiras.

Conheço sua linda e dolorida história, Orfeu era muito amado pelos os pais que tinha e infelizmente no dia que deveria ser um dos mais felizes de sua vida, simplesmente se tornou o pior. Seu casamento com Eurídice, por incrível que pareça eu já estava governando o submundo quando a tragédia aconteceu.

Lembro-me bem do alvoroço ao saberem que um vivo havia conseguido entrar no submundo com tanta facilidade. Caronte, Cerberus até chegar em Hades. Orfeu era um músico espetacular e perfeito, ele chegará desesperado no palácio de obsidiana implorando ao meu marido que deixasse sua amada voltar consigo para a terra. Obviamente ele não gostou nada disso, mas eu quis dá-lhe um voto de confiança e nos convencer de alguma forma.

Sua música, nos enfeitiçou cheio de lamento e dor. Foi assim que pedi ao meu marido que pudesse dar mais uma chance a alma da pobre moça. Seu pedido foi aceito e Orfeu guiaria a moça até a saída, porém com a condição em que hipótese alguma olharia para atrás, ele não poderia virar e olha-la antes de chegar em terra a luz do dia.

Infelizmente, preocupado ele se virou para conferir se Eurídice estava o seguindo, ela voltou a ser somente uma alma entre as milhares de Asfodelos, foi um dia tão triste.

Uma pequena viagem, no meio da calada da noite na terra. De forma sorretira e sem chamar muitas atenções e um grupo pequeno. Eramos eu, Hades, Hécate, Morfeus, Tânatos, Tártaro e Artemis.

Claro que outros estavam de prontidão, porém mais distantes. Deméter também queria vim, mas achamos melhor ela se manter fora dessa vez, sabemos que ela é um almo muito requerido por Zeus e sabe que se algo acontecer facilmente será usada contra nós. Eles sabem que eu iria atrás dela, eu faria tudo o que fosse possível e até mais.

Estávamos na Alemanha, seguindo uma trilha de mata fechada dentro da cidade de Velen. Aqui já é inverno o frio é cortante e dolorido, me certifiquei de deixar Asterion o mais quentinho possível, desde botas, luvas.

Não sentíamos nada, isso certamente é um truque muito bem elaborado pelas Moiras ou talvez elas de fato já não estejam mais aqui. Porém é tudo o que nos resta a tentar, tudo o que sentíamos era somente o silêncio daquela floresta, por ser inverno muito dos animais que possivelmente vivem aqui estão escondidos se protegendo do rigoroso frio. O que fazia a floresta ser mais silenciosa ainda, no mínimo alguns ruivos eram localizados.

Mas, fora isso não havia nada...

— Nós deveríamos parar um pouco.— Morfeus sugeriu.— Estamos andando a um bom tempo e meu corvo já está voando a um bom tempo, ele precisa se recuperar caso ao contrário vai perder as asas nesse frio.— Vejamos a criatura diretamente do sonhar se acomodar em seu braço, tremendo muito.

— Está cansada?— Hades perguntou.

— Um pouco, acham que ainda estamos longe do rio?— Pergunto aos nossos guias.

— Se estivermos corretos, já estamos bem próximos.— Tânatos afirma.

— Então não vejo o porque não pararmos um pouco.— Concordo.

— Essa floresta tem um cheiro diferente ou eu passei tantos séculos dentro do poço que já não me lembro mais da sensações da terra.— Tártaro parecia observar algo atrás de si.

— Eu não sinto nada.— Declarou Hécate.— É como se não houvesse absolutamente nada aqui para eu, somente um vazio de ecos e ruivos.

— Deveríamos procurar um lugar mais confortável para ficarmos.— Artemis disse.— Não acho que ficar no tempo seja bom para Asterion, vejo fumaça sair de sua boca por causa do frio.

— Sim.

— Devem haver cavernas por aqui, grutas ou algo assim.— Morfeus afirmou.

— Só mais um pouco então...

~°~

A fogueira queimava a nossa frente, enquanto todos observavam as chamas brilharem com intensidade clareando todo o interior rochosos, fazendo a neve do mesmo derreter.

Sem trajes especiais, apenas o comum e humanos cobertos da cabeça aos pés. Eramos assim que nos víamos hoje, inteiramente normal sem muito o que é mais confortável para o ambiente.

Me sento ao fundo da caverna, ainda sim próxima a fogueira com Asterion que resmungava baixo como se soubesse que fazer alarde aqui não era apropriado. Ele estava com fome ou se sentindo desconfortável.

Sinto uma brisa gelada atravessar meu peito o que logo é tomada pelo o calor das chamas que amenizam o frio, Asterion deitado logo abocanha reconheceu meu seio. O vejo fechar as mãos ao redor se saciando e desesperado sugando meu leite. Respiro aliviada, está tudo bem.

Seus olhos se encontram com os meus, os mesmos olhos de meu marido me observam atentamente criando uma conexão entre nós dois. Esse é o momento que ele me diz me amar sem palavras, o momento que diz o quão se sente seguro comigo. Essa é o nosso momento.

As carícias, os olhinhos, os pézinhos batendo, as mãozinhas segundo meu peito procurando apoio, o coraçãozinho desacelerando batendo calmo.

Isso é tão bom...

"Precisa de algo?"— Ouço sua voz

"Não, mas você pode apreciar a mais linda vista que estou vendo"

"É muito linda mesmo"

"Preocupado?"

"Talvez..."— Me viro ao perceber a pausa que fará e o encaro através das chamas.

"Nós iremos encontrar"

"Sei que vamos, mas me preocupa descobrir o futuro"

"Anos atrás eu jamais acreditaria ouvir isso de você, mas hoje... Nós estamos tão diferentes Hades"

"Você me mudou"

"Você mudou por conta própria"

"Digamos a verdade, foi você a maior causa. Eu te arrancaria daquele jardim quantas vezes fossem necessárias."

"Me sequestraria quantas vezes fossem necessárias?"

"Exatamente, sempre fui egoísta, mas com você eu ultrapasso qualquer minha de egoísmo."

"Você é sádico Hades"

"Nós tenho como discordar. Me lembro de Zeus frustrado quando se deu conta que você não voltaria ao Olimpo sem minha permissão"

"Gostava de me ver sofrer não é mesmo?"

"Eu amava te ver se apaixonando pelo o meu mundo. Pelo o que me lembro você decidiu ficar por conta própria"

"Sem pressão não é mesmo Hades?"

"Claro eu incentivei"

"É claro que incentivou, desesperado e assim você se tornou um cachorrinho de uma deusa"

"E me orgulho demais. Quer descansar um pouco? Eu fico com Asterion."

"Não precisa, ele está tão quietinho. Gosto de vê-lo dormir."

"Ele já dormiu?"

"Embriagado de leite por agora"

Tártaro estava sempre olhando para fora como de soubesse de algo. Ele se recomponha, mas sempre volta a olhar para atrás.

— Tártaro? Meu senhor...— Disse Hécate.

— Eu sinto algo vindo do lado de fora.— Explicou.

— Percebemos que você está incomodado com algo.— Morfeus declarou.

— Vocês não sentem? Essa floresta foi projetada propositalmente para que não sintamos nada, mas eu sinto algo forte, algo se aproximando.

Ártemis se endireitou como se estivesse pronta para qualquer sinal de perigo.

— Acho que elas estão por perto, não há força igual e vocês não entenderiam.— Parecia fascinado.— Eu ouço o barulho de água também.

— Estamos perto do rio.— Tânatos declarou.

— Então devemos ir...

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