Epílogo

Versalhes, 35 anos depois... dezembro de 1783

— Basicamente foi assim que eu e o vosso avô nos conhecemos. — concluiu Fiona fitando os filhos e os netos que a olhavam maravilhados.

— Que história tão linda avó. — disse Amanda com os olhos brilhante.

— Meu deus, a sua vida dava um livro mãe! — disse Christie fitando a mãe com os olhos bem abertos, tal e qual como William.

O nome de William foi escolhido por Anastácia que achou por bem colocar-lhe um nome inglês, e quanto a isso Fiona não se opôs visto ela ser a madrinha dele.

— Que vida é que dava um livro? — inquiriu Louis entrando na sala atraindo os olhares para si. Mesmo com sessenta anos ele conseguia conservar toda a sua beleza e virilidade, e isso arrancava muitos suspiros nas mulheres da corte. Porém Louis não precisava de ser um homem viril para arrancar suspiros de Fiona, bastava ser o homem que ela ama e sempre amou nestes últimos trinta e cinco anos de casamento.

— A nossa. — Fiona respondeu enquanto Louis se sentava ao seu lado pegando na sua mão e depositando lá um beijo.

— Livro este que eu teria todo o prazer em escrever. — disse Christie animada e Louis deu uma risada baixa devido ao jeito da filha mais nova.

— E que título lhe darias? — Will fitou a irmã mais nova que se pôs a pensar.

— Já sei, o nome que daria ao livro seria A Rainha Camponesa.

— Porquê esse nome?

— Não sei bem, se calhar pelo facto de a mãe ter sido uma rapariga do campo que acabou por torna-se rainha.

— Gostei do título. — manifestou-se Louis e Fiona fitou-o divertida.

Ficaram o resto do dia a conversar, entretanto Anastácia e Chadd chegaram com os filhos Benjamin, Henri e Lorena. Então aí é que o caos se instalou, não no sentido literal claro.

Louis e Fiona conseguiram ter um momento a sós, longe da confusão que era a sua família. Quando estavam sozinhos no quarto chegou à conclusão que mesmo com sessenta anos o Louis de agora era tal e qual o Louis de vinte e cinco, já ela, nos seus cinquenta e sete, sentia que já não alcançava o seu ritmo incansável, mas depois na prática via que era tudo paranóia sua. 

Estes trinta e cinco anos ao lado de Louis foram os melhores que já viveu, e os que estariam por vir seriam ainda melhores.

Deitados na cama que compartilharam nestes anos todos, Louis brincava com a aliança da esposa ainda no seu dedo anelar.

— A rainha camponesa. Gostei de como soa, e adequa-se a ti. — disse Louis com um sorriso brincalhão no rosto.

— Não vais te calar com isso pois não? – retrucou Fiona e o marido assentiu em negativa e ela bufou falsamente chateada. Na verdade até gostava.

— Vá lá, não sejas tão rabugenta. — Louis tocou com o nariz do da esposa e ela soltou uma risada baixa e divertida.

— Eu não sou rabugenta. — abraçou o pescoço do rei e deu-lhe um beijo rápido. — Tu é que insistes em dizer que sou.

— Porque és. — alfinetou Louis.

— Não sou.

— És sim.

— Não sou!

— És sim!

Ficaram por vários minutos naquela picardia, apenas mais uma dentro de uma longa lista.

Pouco depois resolvem sair do quarto, Fiona passa por Frida que passava atarefada no corredor.

— Já passou a preocupação? — perguntou divertida e Fiona riu.

— Já sim.

Frida assentiu com um sorriso e Fiona pôs-se a observá-la. Depois do que aconteceu com Héctor Frida nunca mais arranjou um companheiro, ainda hoje era solteira e dizia ela que preferia ficar sozinha, visto nunca ter encontrado a pessoa certa para si, e tinha receio de voltar a magoar-se como já aconteceu. Ficava triste por Frida ter-se tornado uma pessoa solitária, mas ainda conservava o seu bom humor e alegrava-a saber que não se deixou abater pelo que aconteceu.

Héctor Van Jean ainda cumpria a sua pena na Bastilha de Paris, Frida nunca mais voltou a falar nele depois disso, e Fiona nunca tocou no nome dele por respeito aos sentimentos da amiga.

Nem sempre a vida era justa com todos, a Frida deu o destino de ser solteira a vida toda, mas recompensara-a com bons amigos e uma vida e emprego estáveis. Consigo ela começou por ser injusta, tirou-lhe os seus pais, depois deu-lhe Louis mas por quatro meses manteve-a afastada dele, daquele que se revelou como o seu grande amor. Depois voltaram a reencontrar-se e agora, trinta e cinco anos depois continuavam tão unidos e apaixonados como eram antes de se casarem.

Chadd e Anastácia continuavam a ser um casal feliz, com os seus três filhos continuavam a viver no palácio. A corte não tinha mudado muito, alguns novos elementos mas nada extraordinário, tirando o seu número exorbitante.

Doug, a prima e a irmã, mudaram-se para Zianigo, e o que mais a surpreendeu na altura em que soube é que Doug tinha casado com uma tal de Giovanna que conheceu lá em Zianigo. Ficou feliz pelo facto de o amigo ter casado, nunca se esqueceu dele e trocavam correspondência, no início Louis veio com aquele jeito ciumento que tanto a divertia mas quando lhe disse que ele era casado deixou que continuasse a trocar cartas com ele, porém ele nunca chegou a proibir. 

No momento Fiona estava a terminar de arranjar-se, envergava um vestido branco decotado com um penteado bem elaborado e alto, com as suas tão adoradas plumas na lateral.

Todas a suas damas de companhia tinham casado mas nem assim deixaram de exercer os seus serviços à rainha, por escolha das mesmas. Gostava de as ter por perto pois as conversas que não tinha com Louis tinha com elas.

Saiu até ao corredor e deparou-se com Louis que usava trajes na mesma cor que os seus com a coroa na cabeça. Nem sabia como conseguiram combinar as vestimentas sem terem combinado nada, e ela ainda admirava-se com isso depois destes anos todos.

Desceram juntos até ao salão principal onde organizaram uma festa de véspera de natal com decorações por todo o lado. Os reis abriram a primeira dança, depois juntaram-se os outros pares. Alguns encontravam-se nas mesas de jogo, e Fiona encontrava-se lá enquanto observava Louis disputar fervorosamente contra Chadd numa partida de poker, e era engraçado de ver porque eles insultavam-se mais um ao outro do que jogavam, o que fazia os outros nobres rirem até mais não. Fiona apoiava Louis, óbvio, enquanto Anastácia apoiava Chadd, mais óbvio ainda.

Quando faltava pouco para a meia noite Todos dirigiram-se até ao Grande Canal onde fariam um espetáculo de fogo de artifício. Louis tinha um sorriso radiante no rosto pois conseguira ganhar a Chadd no poker, e fitando Chadd viu que ele disfarçava a carranca triste por ter perdido. Dois adultos que pareciam crianças, pensava Fiona constantemente. 

Quando chegaram ao local observaram a noite estrelada, e quando bateu a meia noite o fogo de artifício começou, porém o que chamou a atenção foi as duas estruturas luminosas que formavam duas letras gigantes, um L de Louis e um F de Fiona, de onde saiam algumas faíscas.

Fiona fitou o espetáculo maravilhada e quando fitou Louis este observava-a com um sorriso de canto, e logo percebeu que aquilo era obra dele. Os seus filhos e netos aproximaram-se deles e desejaram feliz natal a todos os presentes. Ainda com as letras a roubar a sua atenção não conseguia deixar de pensar em como Louis não parava de a surpreender, e quando achava que não conseguia mais eis que se engana redondamente, pois nesse preciso momento Louis puxa-a para si beijando-a fervorosamente em frente a todos os membros da corte mais prestigiada de França, arrancando gritos entusiásticos de todos os presentes.

Quando se afastam Louis dá uma piscadela de olho com malícia, Fiona lança-lhe um falso olhar de censura gargalhando logo de seguida. Abraçaram-se ignorado por completo as regras de etiqueta enquanto observavam o fogo de artifício.

Houve uma altura em que ela procurou e desejou encontrar o seu felizes para sempre, tinha poucas esperanças em o conseguir encontrar, mas agora, fitando o seu marido, filhos e netos, tinha chegado a uma conclusão que já tinha bem presente na sua mente.

Este era o seu felizes para sempre.

FIM


Olaaaaa, estou eu de novo

E eis o último capítulo desta história. Espero que gostem do final tanto quando eu adorei escrevê-la.

Agora um pequeno desabafo: confesso que quando comecei a escrever esta história não tinha muita esperança de que alguém fosse ler e gostar, até houve alturas em que pensei desistir e retirar o livro, mas decidi dar uma hipótese a mim mesma e por uma vez na vida terminar uma história que tenha começado. E está ela.

Agradeço a todos aqueles que leram, votaram e comentaram "A Rainha Camponesa" pois nos momentos mais tristes e banais da minha vida conseguiram trazer-me alguma alegria, e tudo o que um escritor iniciante aqui no wattpad mais quer é leitores fiéis e pessoas que apreciem a sua escrita.

A música escolhida para o capítulo foi "Viva la vida" dos Coldplay, isto pois quando escrevi o epílogo era a música que tinha na cabeça e acho que combina com o conteúdo e com um final em grande.

Por agora é tudo, e mais uma vez obrigado por lerem o meu livro, votem, cometem e boa leitura ❤❤❤.

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